Sem a incompetência arrogante dos tempos da
presidente Dilma Rousseff, o Brasil apareceu de cara nova na reunião
ministerial do Grupo dos 20 (G-20), em Chengdu, na China.
Em vez de dar
lições ao mundo, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn,
aproveitou os encontros e discussões para explicar a política de
recuperação da economia brasileira e mostrar a evolução dos principais
indicadores. A apresentação, segundo ele, foi bem recebida.
“Eu diria
que há uma percepção de que o Brasil está na direção certa e o clima
está começando a mudar.” Há um toque de realismo e de humildade nesse
balanço. Os porta-vozes do País admitiram a gravidade dos problemas
nacionais, falaram sobre as medidas corretivas e mostraram as
possibilidades de cura e de recuperação, se as condições políticas
evoluírem de modo favorável.
A mudança deve ter ficado clara para todos – tanto da
orientação econômica do Brasil quanto da atitude de seu governo em
relação aos parceiros do G-20. Durante anos, a presidente Dilma Rousseff
e seus ministros quiseram dar lições ao mundo, especialmente aos
governos do mundo rico, sobre como cuidar da economia e vencer crises.
Em 2013, por exemplo, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega,
declarou-se preocupado com a política macroeconômica da maioria dos
países avançados e apontou o risco de uma crise ainda prolongada.
No ano
seguinte, a presidente Dilma Rousseff ensinou, na reunião de Cúpula de
Brisbane, na Austrália, que os governos dos países mais desenvolvidos
deveriam fazer mais para estimular a demanda e impulsionar o crescimento
global.
As participações de Mantega e de sua chefe em reuniões
internacionais foram geralmente marcadas por uma atitude arrogante, de
permanente cobrança de políticas mais estimulantes no mundo rico. Mais
que isso: os dois muitas vezes se permitiram falar como se o Brasil,
mais próspero que outros e mais bem-sucedido no enfrentamento da crise,
fosse um modelo a ser considerado pelos governos das economias mais
avançadas.
Mas os fatos contrastavam – e cada vez mais fortemente – com esse
discurso. Ano a ano aumentou o desajuste das contas públicas
brasileiras, enquanto a inflação se mantinha sempre longe da meta anual
de 4,5%, chegando em 2015 a 10,67%.
O crescimento foi sempre pífio, no
primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, com a economia perdendo
vigor, até afundar na recessão e encolher 3,8% em 2015.
Enquanto o governo petista alardeava sucesso e oferecia lições de
bom governo, os Estados Unidos voltaram a crescer e a criar empregos.
No ano passado foram abertos, em termos líquidos, cerca de 200 mil
postos de trabalho por mês na economia americana.
Na Europa, a área
atingida mais severamente pela crise financeira de 2008, a maior parte
dos países voltou ao crescimento.
A expansão média na zona do euro foi de 0,9% em 2014 e depois se
acelerou. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil
aumentou 0,1% em 2014, diminuiu 3,8% em 2015 e a economia continuou
emperrada na metade inicial de 2016. Em 2015, o desemprego brasileiro
superou a média da zona do euro. Em 2016, bateu em 11,2%, com 11,4
milhões de desocupados.
Os países do mundo rico poderão ganhar mais impulso, nos próximos
meses, se os governos levarem à prática um dos principais pontos de
concordância: será preciso dar mais importância aos estímulos fiscais
(onde houver folga para isso) e depender menos dos incentivos monetários
proporcionados pelas enormes emissões dos bancos centrais.
O presidente do BC brasileiro mencionou esse ponto em seu
balanço. Mas, se quisesse ser mais detalhista, ele poderia mostrar um
contraste.
No mundo rico, a recomendação é para políticas fiscais mais
estimulantes e estratégias monetárias mais contidas. No caso do Brasil,
os sinais são trocados: se o controle das contas públicas for mais duro,
a política de juros poderá ser menos severa.
Aqui, arrogância e
incompetência conseguiram juntar déficit fiscal, inflação e recessão.
Sem a incompetência arrogante dos tempos da
presidente Dilma Rousseff, o Brasil apareceu de cara nova na reunião
ministerial do Grupo dos 20 (G-20), em Chengdu, na China.
Em vez de dar
lições ao mundo, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn,
aproveitou os encontros e discussões para explicar a política de
recuperação da economia brasileira e mostrar a evolução dos principais
indicadores. A apresentação, segundo ele, foi bem recebida.
“Eu diria
que há uma percepção de que o Brasil está na direção certa e o clima
está começando a mudar.” Há um toque de realismo e de humildade nesse
balanço. Os porta-vozes do País admitiram a gravidade dos problemas
nacionais, falaram sobre as medidas corretivas e mostraram as
possibilidades de cura e de recuperação, se as condições políticas
evoluírem de modo favorável.
A mudança deve ter ficado clara para todos – tanto da
orientação econômica do Brasil quanto da atitude de seu governo em
relação aos parceiros do G-20. Durante anos, a presidente Dilma Rousseff
e seus ministros quiseram dar lições ao mundo, especialmente aos
governos do mundo rico, sobre como cuidar da economia e vencer crises.
Em 2013, por exemplo, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou-se preocupado com a política macroeconômica da maioria dos países avançados e apontou o risco de uma crise ainda prolongada.
No ano seguinte, a presidente Dilma Rousseff ensinou, na reunião de Cúpula de Brisbane, na Austrália, que os governos dos países mais desenvolvidos deveriam fazer mais para estimular a demanda e impulsionar o crescimento global.
As participações de Mantega e de sua chefe em reuniões internacionais foram geralmente marcadas por uma atitude arrogante, de permanente cobrança de políticas mais estimulantes no mundo rico. Mais que isso: os dois muitas vezes se permitiram falar como se o Brasil, mais próspero que outros e mais bem-sucedido no enfrentamento da crise, fosse um modelo a ser considerado pelos governos das economias mais avançadas.
Mas os fatos contrastavam – e cada vez mais fortemente – com esse discurso. Ano a ano aumentou o desajuste das contas públicas brasileiras, enquanto a inflação se mantinha sempre longe da meta anual de 4,5%, chegando em 2015 a 10,67%.
O crescimento foi sempre pífio, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, com a economia perdendo vigor, até afundar na recessão e encolher 3,8% em 2015.
Enquanto o governo petista alardeava sucesso e oferecia lições de bom governo, os Estados Unidos voltaram a crescer e a criar empregos. No ano passado foram abertos, em termos líquidos, cerca de 200 mil postos de trabalho por mês na economia americana.
Na Europa, a área atingida mais severamente pela crise financeira de 2008, a maior parte dos países voltou ao crescimento.
A expansão média na zona do euro foi de 0,9% em 2014 e depois se acelerou. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 0,1% em 2014, diminuiu 3,8% em 2015 e a economia continuou emperrada na metade inicial de 2016. Em 2015, o desemprego brasileiro superou a média da zona do euro. Em 2016, bateu em 11,2%, com 11,4 milhões de desocupados.
Os países do mundo rico poderão ganhar mais impulso, nos próximos meses, se os governos levarem à prática um dos principais pontos de concordância: será preciso dar mais importância aos estímulos fiscais (onde houver folga para isso) e depender menos dos incentivos monetários proporcionados pelas enormes emissões dos bancos centrais.
O presidente do BC brasileiro mencionou esse ponto em seu balanço. Mas, se quisesse ser mais detalhista, ele poderia mostrar um contraste.
No mundo rico, a recomendação é para políticas fiscais mais estimulantes e estratégias monetárias mais contidas. No caso do Brasil, os sinais são trocados: se o controle das contas públicas for mais duro, a política de juros poderá ser menos severa.
Aqui, arrogância e incompetência conseguiram juntar déficit fiscal, inflação e recessão.
Em 2013, por exemplo, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou-se preocupado com a política macroeconômica da maioria dos países avançados e apontou o risco de uma crise ainda prolongada.
No ano seguinte, a presidente Dilma Rousseff ensinou, na reunião de Cúpula de Brisbane, na Austrália, que os governos dos países mais desenvolvidos deveriam fazer mais para estimular a demanda e impulsionar o crescimento global.
As participações de Mantega e de sua chefe em reuniões internacionais foram geralmente marcadas por uma atitude arrogante, de permanente cobrança de políticas mais estimulantes no mundo rico. Mais que isso: os dois muitas vezes se permitiram falar como se o Brasil, mais próspero que outros e mais bem-sucedido no enfrentamento da crise, fosse um modelo a ser considerado pelos governos das economias mais avançadas.
Mas os fatos contrastavam – e cada vez mais fortemente – com esse discurso. Ano a ano aumentou o desajuste das contas públicas brasileiras, enquanto a inflação se mantinha sempre longe da meta anual de 4,5%, chegando em 2015 a 10,67%.
O crescimento foi sempre pífio, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, com a economia perdendo vigor, até afundar na recessão e encolher 3,8% em 2015.
Enquanto o governo petista alardeava sucesso e oferecia lições de bom governo, os Estados Unidos voltaram a crescer e a criar empregos. No ano passado foram abertos, em termos líquidos, cerca de 200 mil postos de trabalho por mês na economia americana.
Na Europa, a área atingida mais severamente pela crise financeira de 2008, a maior parte dos países voltou ao crescimento.
A expansão média na zona do euro foi de 0,9% em 2014 e depois se acelerou. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 0,1% em 2014, diminuiu 3,8% em 2015 e a economia continuou emperrada na metade inicial de 2016. Em 2015, o desemprego brasileiro superou a média da zona do euro. Em 2016, bateu em 11,2%, com 11,4 milhões de desocupados.
Os países do mundo rico poderão ganhar mais impulso, nos próximos meses, se os governos levarem à prática um dos principais pontos de concordância: será preciso dar mais importância aos estímulos fiscais (onde houver folga para isso) e depender menos dos incentivos monetários proporcionados pelas enormes emissões dos bancos centrais.
O presidente do BC brasileiro mencionou esse ponto em seu balanço. Mas, se quisesse ser mais detalhista, ele poderia mostrar um contraste.
No mundo rico, a recomendação é para políticas fiscais mais estimulantes e estratégias monetárias mais contidas. No caso do Brasil, os sinais são trocados: se o controle das contas públicas for mais duro, a política de juros poderá ser menos severa.
Aqui, arrogância e incompetência conseguiram juntar déficit fiscal, inflação e recessão.
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