segunda-feira, 11 de julho de 2016

Renuncie, senhora presidente!

O Brasil é dos brasileiros!
Assim o jurista Hélio Bicudo assinou as alegações finais do processo de impeachment que move contra a presidente da república.

Revelação de extrema importância, o renomado operador do Direito reverbera uma mensagem singela, porém de suma importância, ora desprezada pela maioria dos cidadãos brasileiros deveras esquecidos de uma verdade imanente.

Não fosse a ação da Justiça, a grande maioria dos brasileiros estariam vagando como zumbis, sem rumo certo e sem perspectiva, senão, engabelados pelos arautos da política, sobretudo, do partido dos trabalhadores, que ao longo de mais de dez anos no poder levou o Brasil à bancarrota.

O cenário atual se nos afigura ainda tenebroso e exige que cada brasileiro, cada cidadão, assuma o seu papel na sociedade e por meio de um esforço nacional busque uma saída honrosa para sua Nação.

O Brasil dos brasileiros é o Brasil que outrora era exultado, mormente em razão do seu futebol. Todos sabíamos os valores de nossos representantes futebolísticos e ufanavam seus grandes méritos. Antes mesmo ou paralelamente aos grandes feitos nas copas mundiais, tínhamos orgulho da nossa Petrobras, ora envolvida num dos mais sórdidos escândalos financeiros que abala a credibilidade do Brasil em sede internacional.

É certo, tal como se revela diariamente às manchetes dos jornais, outras entidades também se prestaram ao mesmo desiderato daquela empresa que a todos orgulhava, haja visto a exuberância de nossas riquezas naturais.  Os bancos de fomentos, BNDES, instituições, antes tidas como sérias, hoje pautam-se no rol das que se prestaram à fraudes e criminalidades. O próprio Banco Central, vê-se, à margem de seu papel, quando negligencia fiscalização que lhe é inerente e permite operações de bancos estrangeiros instituído para fraudar e sangrar a nação à exaustão.


Fruto de um política gestada e baseada em promover os apadrinhados do poder, sem se levar em conta a responsabilidade, acima de tudo, e a competência, o mínimo que se pode esperar de um gestor da coisa pública, alcançamos o mais alto índice de endividamento público da história deste país.
Há quem afirme — e com razão — que a corrupção é endêmica e assola este país desde antes do seu descobrimento.

Não obstante, consoante dito alhures, não se presta essa vertente a justificar o descalabro atual, a desordem, a desonestidade, o desmazelo que se espraia por todos os rincões do Brasil.
A métrica hoje se pauta pela Operação Lava Jato.

Uma investigação elementar que se operou em Brasília há pouco mais de dois anos levantou o véu da sujeira que insiste em não se dissipar facilmente. Ao contrário, sensibiliza e expõe instituições que não haveriam de se prestar a dúvidas e reticências sobre sua idoneidade.

O Poder Judiciário ao tempo em que promove a maior investigação de sua história, graças a um grupo de servidores públicos competentes e determinados, também a Polícia Federal e o Ministério Público, assistem, gradativamente, uma ferrenha oposição, algumas das vezes, da própria cúpula do Judiciário, claro, comprometida ainda com o clientelismo e fisiologismo inerente aos poderes Legislativo e Executivo.

O momento é de mudança e ainda que a forceps, com cena de comoção e comportamento de crocodilo, vimos o então todo poderoso ex-presidente da Câmara renunciar. O fez, claro, objetivando livrar-se de punição mais gravosa, sobretudo se vier efetivamente a ser cassado por seus pares, mas, jamais, certamente, haverá de exercer tamanho poder tão exarcebado quanto antes já tivera.

Ainda que o móvel que o levou a tal decisão se concentre em sua esfera pessoal, parece-nos, não deixa de ser revelador, um bom exemplo a ser  seguido pela Presidente afastada. Razões não lhes faltam, basta que Sua Excelência se debruce aos periódicos nacionais e internacionais para sentir o mal feito que causou ao Brasil.

O maior evento esportivo do mundo se avizinha, todos sabemos; o que ainda não imaginamos será a exposição constrangedora da nação – acéfala – escancarada, para o mundo inteiro.

Um total despropósito.

Portanto, fica o apelo no sentido de que alguém, com a mínima decência e ética – se preste a alertar o papel do gestor público a Senhora Presidente, sobretudo, a fim de não postergar, ainda mais, o que se revela mais consentâneo com a prática que se deseja mais adequada: renuncie, Senhora Presidente!


Resgate um pouco da sua história, se é que ainda possa fazer isto, pois, do contrário, lhe será reservado, não ao outro,  como tendo sido gestora do pior e mais pantanoso, sórdido e temerário anos da história da nação, que restará a ser lembrado como aqueles anos em que a Polícia Federal, em mais de uma dezena de operações, promoveu ou tentou promover a limpeza ética desta Nação, manhãs em que aguardávamos, todos, os que ainda acreditam neste Brasil, quantos e quais seriam às autoridades conduzidas a prestarem depoimento  ou mesmo serem presas em razões dos mais cabeludos desvios que o mundo já conheceu.

Neste assunto, sem dúvida e sem quaisquer méritos ou regozijos, ainda somos medalha de ouro e isto não nos envaidece em nada, Senhora Presidente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário