6 de junho de 2016
Por Percival Puggina
É um dos confrontos mais decisivos da história do Brasil. E
terrivelmente desigual. De um lado, atuam grupos sociais espontaneamente
organizados, dependentes apenas do idealismo e do civismo de seus membros.
Mobilizam-se contra o uso político, ideológico e partidário do sistema de
ensino. De seu sucesso depende a possibilidade de que o Brasil, num horizonte
de médio prazo, possa contar com a ação livre, criativa e produtiva de sua juventude
para embarcar num padrão de desenvolvimento compatível com os países que já
colhem os resultados de sua opção pela Educação.
No outro lado desse confronto estão os que, ao longo
de sete décadas, numa continuada ação de pirataria intelectual, se foram
apropriando dos instrumentos essenciais do ensino em nosso país. Nada
concederam ao acaso. Escalaram a nave educacional pela popa e pela proa,
ocuparam o convés, assumiram o leme, ergueram-se pelo cordame e hastearam uma
bandeira vermelha no topo do mastro maior, para que todos saibam a que e a quem
serve o imenso e malbaratado investimento nacional em Educação. É uma estrutura
tão danosa quanto poderosa.
Ela se vale do uso abusivo da sala de aula por
professores que aparentemente aprenderam com os índios jivaros a técnica
de encolher cabeças; da militância dos sindicatos profissionais dos docentes;
da apropriação política do Ministério da Educação, de suas verbas e programas;
do controle dos conteúdos dos livros didáticos; das provas e concursos públicos,
do ENEM, e por aí vai. O que acontece no setor “cultural” é um nadinha,
merreca, comparado com o que acontece no “educacional”.
Mas não só isso. Se você pensa que os controladores
dessa agenda nos últimos 13 anos só roubaram o nosso dinheiro, o patrimônio
público, a credibilidade do país, saiba que o magno malefício da corrupção é
pequeno se comparado com o assalto ao sistema de ensino, que já abocanhou as
potencialidades e o futuro de mais de uma geração de brasileiros, formatados
para serem massa de manobra do movimento revolucionário em curso. De milhões de
brasileiros, tomaram o intelecto e a honestidade! Como calcular o valor desse
dano?
Mentiram-lhes tanto que já não se importam com a diferença entre verdade
e mentira. Trata-se de uma atividade que se conta em décadas e que, na prática,
viabilizou a chegada ao poder, em 2003, do grupo que governou o Brasil nos
últimos 13 anos. A tragédia social, política e econômica que se produziu no
país compõe o inevitável refrão do fracasso que se sucede a cada cantoria de
quem governa sob tais ideias e sob lideranças assim em qualquer parte do
planeta. Nunca fizeram algo melhor do que isso.
O que mais bem expressa esse confronto entre o Brasil que
está concebido pelo sistema de ensino que temos e aquele pelo qual todo
brasileiro anseia, é a atividade do movimento Escola Sem Partido. Há muitos
anos, sob a liderança de Miguel Nagib, esse grupo vem denunciando a pirataria
apátrida das bandeiras vermelhas, símbolos de uma revolução que nenhuma pessoa
sensata poderia desejar.
E se é algo que nenhum pai ou mãe há de querer para
seus filhos, cabe, então, a pergunta: como conseguem, os piratas da Educação,
mobilizar pessoas para algo que, em todas as suas experiências, só gerou
miséria e opressão? Resposta simples: acabando com a sensatez. E é impossível
acabar com a sensatez sem controlar os meios de ensino.
A UNE, União Nacional de Estudantes, há mais de meio século
é comandada por jovens comunistas, estudantes profissionais, a serviço de uma
agenda apátrida, de pirataria política, que nada tem a ver com o bem do Brasil.
Em nome de qual interesse público a rapaziada da UNE recebe milhões de reais por
ano do nosso dinheiro para queimarem em festas, bebidas e viagens e, claro,
atenderem com docilidade aos estalos de dedo dos que lhes suprimiram mente e
caráter?
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