sábado, 18 de junho de 2016

A cultura de uma policia execrada.


Oliver: E a onda levou…

Por: Augusto Nunes



VLADY OLIVER

Querido amigo leitor: você sabe por que existem tantos estupradores no Brasil?
Porque estão todos soltos.

Sabe por que existe tanto político ladrão e corrupto? Porque estão todos soltos.


Sabe por que existe tanto irresponsável, vagabundo, bandido e apaniguado na coisa pública? Porque estão todos soltos.


Simples assim. Algo de muito errado acontece com nossa justiça achada no lixo, não é mesmo? Talvez coubesse à imprensa aquele tipo de trabalho que levou o grande Tim Lopes para o forno antes do tempo: jornalismo investigativo. Sério. Trabalhoso. Arriscado. Quem se habilita?



O crime da menina estuprada por trezentos vigaristas munidos de celulares da onda, dois salames, um ginecologista aposentado e dois vidros de maionese não resultou até agora em algo concreto, exceto a concretude da vigarice que usou o crime hediondo como bandeirinha estúpida. Passou como filme ruim na Sessão da Tarde. Muito barulho e ação nenhuma. É duro ter de encarar a realidade, certo? Fazer um trabalho de arqueologia, como estão fazendo na Lava Jato, requer mais que alguns Marcelos frouxos, uma polícia desbaratada, todos acobertando todos no morro que não tem vez e uma cultura, não do estupro, como querem os histéricos que já estão em outra, mas da não colaboração com a polícia.



Enquanto em Orlando as pessoas se apresentam espontaneamente para ajudar o trabalho policial, aqui todo mundo execra a polícia em nome de mais uma bandeirinha achada na cueca. Cadê as feminazis? Onde se escondeu a turba que estava até a semana passada indignadíssima com o tal estupro coletivo? E os outros estupros que ocorreram de lá até aqui? Não foi um a cada 11 minutos? Dava para espalhar milhões de calcinhas em Copacabana em desagravo, não é mesmo?



Pergunto outra vez, para atingir bem fundo a boçalidade reinante: o que de fato se conseguiu com toda essa manipulação? Continuam todos soltinhos. Continuamos sem provas. A polícia continua desfalcada e sem poder fazer o seu serviço. E o Rio de Janeiro continua lindo, para quem não sente o seu cheiro. É isso aí, meus distintos leitores. O país sob nossos pés continua miseravelmente o mesmo. É com ele que temos que contar, para colocar toda essa geração de parasitas paridos com o nosso dinheiro público nos seus devidos lugares.



Que a imprensa faça o seu trabalho. Eu, por exemplo, não me esqueço da Smartmatic, do Lula preso, dos pedalinhos no sítio que não é dele, da cueca da família genuína, dos bracinhos em pé dos Dirceuzinhos e dos telefonemas que são uns telefonemas. Minha memória ainda é boa. Já a do eleitorado é feito prego na areia: num instante a onda leva. Qual é a próxima goma?

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