18 de junho de 2016
Em documento apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF),
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, alegou que o PT tinha como hábito receber doações
eleitorais oficiais e não oficiais, muitas vezes mediante ameaças a empresas
com contratos com o governo federal. Segundo Janot, a prática era centralizada,
em parte, no ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva, que foi tesoureiro
em 2014 da campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff.
“Em verdade, o pedido de pagamento para auxílio financeiro
ao Partido dos Trabalhadores, notadamente para o custeio oficial e não oficial
(caixa 2) das campanhas eleitorais, muitas vezes mediante ameaças de cessação
das facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico pelos Núcleos Político e
Administrativo da organização criminosa, revelam-se como medida habitual,
institucionalizada e centralizada, em parte, na pessoa de Edson Antônio Edinho
da Silva, consoante se depreende dos indícios apresentados acima. Tais
facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico ocorriam inclusive em contratos
com a Petrobras — embora não se limitassem a estes”, escreveu Janot.
O ex-ministro Edinho Silva seria o responsável por aplicar
tais métodos em nome do “partido”. Mas quem acompanha o PT há mais tempo sabe
que isso não é novidade. O PT gaúcho sempre adotou essa tática mafiosa. A
grande diferença é que, desta vez, quem diz isso não é um “coxinha”, mas
Rodrigo Janot, aquele que tem sido um tanto camarada com os petistas.
Quem pensa que os empresários são os maiores culpados pela
corrupção precisa entender que, no Brasil, muitas vezes a propina é a única forma
de sobreviver, pois o governo controla recursos e poder demais, pode destruir
muitos negócios da noite para o dia ou criar muitos milionários igualmente da
noite para o dia.
Mediante a chantagens ou promessas, o empresário precisa
escolher: céu ou inferno? Quem não é capaz de compreender as causas dessa
situação – o excessivo poder concentrado no estado – não é capaz de compreender
coisa alguma. Deveria se abster de falar de política.
Quando a Rússia viveu no vácuo de poder após a queda do
regime comunista, gangues mafiosas se organizaram (antes estavam todas no
próprio estado) e passaram a cobrar por “proteção”. O valor chegava a 30% do
faturamento. O PT é como uma máfia russa. São os mesmos métodos. Mas com um
agravante: na Rússia os bandidos não fingiam que a extorsão era em nome dos
pobres…
Rodrigo Constantino
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