Ontem duas militantes petistas que
dizem conhecer Dilma Rousseff desde os tempos da guerrilha lançaram uma
campanha de arrecadação de fundos para que a presidente afastada possa
se deslocar pelo país. Como se sabe, Dilma conseguiu na Justiça o
direito de viajar nos jatinhos da FAB, mas terá que pagar pelas viagens.
Guiomar Lopes e Celeste Martins (assim como muitos militantes da
extrema-esquerda), acreditam que Dilma tem o direito de fazer sua
pregação política pelos quatro cantos do país de maneira exclusiva e
luxuosa, ou seja, de jatinho.
Nas primeiras 21 horas foi arrecadado o
valor de R$ 254,7 mil, mais de 50% da meta estabelecida pela campanha,
que era de R$ 500 mil. Os petistas e linhas auxiliares apontam a
vaquinha como manifestação clara de que o povo está ao lado de Dilma
daquilo que os petistas convencionaram chamar “democracia”, que é o
império do crime. Nós é que não devemos nos enganar com esse embuste.
Esse golpe da vaquinha petista já é conhecido.
Em 2012, José Dirceu foi condenado a
pagar uma multa de R$ 971,128, além de ter de cumprir pena de 10 anos e
10 meses. Naquela ocasião, o PT e linhas auxiliares mobilizaram uma
intensa campanha midiática para afirmar que Dirceu estava sendo vítima
de grande injustiça, e que não tinha condições de pagar a multa imposta
pela justiça. Fizeram uma grande campanha de arrecadação para José
Dirceu, agraciado por eles com o título de “guerreiro do povo
brasileiro”.
A campanha foi muito bem sucedida.
Oficialmente contou com a adesão de 3.972 pessoas, entre eles o cineasta
Luiz Carlos Barreto, o ex-presidente da OAB e advogado de Lula José
Roberto Batochio, o ator José de Abreu e o escritor Fernando Morais.
Delúbio Soares e José Genoíno repassaram R$ 20 mil, valor excedente das
doações recebidas pelos dois condenados após campanha realizada pela
Juventude do PT.
Passados apenas dois dias da vitória de Dilma nas
eleições de 2014, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu a Dirceu o
direito de cumprir o restante da pena em casa. Apesar da falta de moral
que é mobilizar recursos para se solidarizar com criminosos, o pior da
campanha foi o caráter golpista: o mesmo Dirceu que ofendeu a justiça ao
alegar inocência no esquema do Mensalão foi preso de novo em 03 de
Agosto de 2015 durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de
Operação Pixuleco, e indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes em
1 de setembro de 2015. Segundo a Polícia Federal, José Dirceu teria
ganho cerca de R$ 29 milhões com falsas consultorias. O juiz Sérgio Moro
determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de Dirceu.
Em 18 de maio deste
ano, Dirceu foi condenado por Sérgio Moro a 23 anos e três meses de
prisão por crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida
e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção descoberto na Petrobras
pela Lava Jato.
Naquela ocasião, o PT foi muito hábil
em promover uma campanha de arrecadação. Funciona do ponto de vista
político, uma vez que sugere unidade da militância e cria narrativa de
mobilização popular em torno do partido. Funcionou também para mascarar o
fato de que Dirceu havia se tornado milionário com a corrupção.
Isso
sem falar que estamos falando de doações que em sua maioria são
anônimas. É muito fácil para o partido colocar dinheiro na própria
campanha. É evidente que sempre haverá um militante idiota para fazer
caixa para o partido, mas é no mínimo suspeito um partido tão rico fazer
esse tipo de ação. Não devemos nunca esquecer do diagnóstico de Gilmar
Mendes sobre o partido, proferido por ocasião de seu voto na questão do
financiamento privado de campanha. Justamente o PT, o maior beneficiado,
era a favor da proibição. E a razão era simples: eles já tinham caixa
suficiente para concorrer por mais dez eleições.
Supondo que esse dinheiro seja
proveniente de fontes limpas, temos aqui outro aspecto que fragiliza a
narrativa petista. Como é que o partido consegue arrecadar tanto,
justamente em um momento de crise? Simples: quem apoia o Partido dos
Trabalhadores não são os pobres, mas sim os ricos e a classe média alta
entediada com as delícias do capitalismo.
Os pobres não se seduzem por
ideologia, isso é coisa de quem já está com a vida ganha. Seria de bom
tom perguntar quantos pobres ou negros doaram para que Dilma pudesse
voar de maneira exclusiva, mas isso é desnecessário. Sabemos bem que
estes não estão com Dilma ou com o PT, muito menos com a esquerda. Eles
só estão presentes no discurso, onde são apresentados como gado e
curinga retórico.
Sejamos francos: o que são R$ 500 mil
para quem banca milhões só em campanhas? Essa suposição levantada aqui é
procedente, e deve ser entendida como algo natural em se tratando de
uma organização criminosa dirigida por sociopatas totalitários.
O PT já
roubou dinheiro de aposentados pobres por meio do esquema descoberto
pela Custo Brasil, já roubou apartamentos de famílias que participaram
do consórcio da Bancoop para garantir que Lula tivesse um tripléx no
Guarujá, já roubaram pobres no Minha Casa Minha Vida para garantir os
30% do PCdoB, já roubaram até dinheiro dos trabalhadores dos Correios
que colocaram o suor do trabalho no Postalis.
O PT já quebrou a economia
de propósito para vencer uma eleição. O que o impediria de mobilizar
alguns lacaios para, como diriam os portugueses, “branquear capitais”
apenas para que a czarina pudesse viajar de jatinho? Não seria a
primeira vez que aplicariam o golpe da vaquinha. Aliás, não seria a
primeira vez que o PT aplicaria um golpe. O primeiro deles inclusive,
foi quando a facção criminosa conseguiu obter registro oficial, criando
uma legenda partidária que seria usada como fachada para suas investidas
autoritárias.
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