sábado, 25 de junho de 2016

Quando os embates entre a esquerda e a direita podem significar o exterminio ou a salvação da raça humana



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Um livro de grande importância para os estudiosos da biopolítica, com interessantes descrições que podem auxiliar numa interpretação de nossa realidade brasileira.

 


Yuval Levin é membro do Centro de Ética e Políticas Públicas, onde atua como diretor do Programa de Bioética e Democracia Americana. É o editor sênior do Periódico New Atlantis, que trata de biotecnologia e bioética. Serviu como diretor-associado da Casa Branca para o Conselho de Política Interna e diretor executivo do Comitê Presidencial de Bioética. Escreve para diversas publicações de grande porte como o New York Times, o Wall Street Journal, Commentary, National Review e outros.

Em seu livro, Yuval trata da pretensão baconiana de controlar a natureza e de como tal anseio subsiste dentro do espectro político dos Estados Unidos. Mostra que a classificação desejada pelos liberais (esquerda), na qual progressistas apoiam a ciência e conservadores caminham contra seu desenvolvimento é uma simplificação grosseira.



Seu argumento revela algumas realidades que negam a pretensão de aliar determinado espectro político com o atraso ou o progresso da ciência, e exibe alguns problemas que tanto a direita quanto a esquerda deverão resolver.


No primeiro capítulo o autor fala do desafio moral representado pela ciência e da responsabilidade que temos diante do passado, do presente e do futuro em avançarmos com cautela.


No segundo capítulo, o autor trata de como essas tecnologias se inserem e dizem respeito à vida cotidiana de todos nós, e mostra questões de grande importância que definirão toda a civilização e direcionarão nosso futuro, como a clonagem e a manipulação genética de nossos filhos.


No terceiro capítulo, o autor reflete sobre a divisão entre as humanidades e a ciência, e de como essas duas culturas não podem ser vistas em separado, mas devem colaborar uma com a outra a permitir um progresso seguro e, portanto, responsável.


No quarto capítulo, Yuval fala de algumas visões de como nosso futuro poderá ser, abordando os temas relacionados ao transumanismo e ao progresso imprevisível perante o qual avançamos.


No quinto e sexto capítulos o autor trata de como a direita e a esquerda enxergam e lidam com a ciência nos Estados Unidos, traçando um cenário muito mais complexo do que a maioria das pessoas ousa pensar.


A esquerda americana, sempre defendendo ocupar a posição de promotora da ciência e do projeto baconiano de controle sobre a natureza para aumentar a liberdade do ser humano, agora está em um embate interno ao querer abraçar um ambientalismo que, de regra, busca limitar a ação do homem sobre a natureza. 


A direita americana, defensora dos costumes e do decoro, vê-se numa posição de crítica à ciência baseada no exercício de uma agressiva análise do discurso e dos pressupostos dos cientistas, trazendo à tona os mais desconfortáveis e escandalosos assuntos com uma metodologia desenvolvida e aplicada inúmeras vezes pela mais questionadora e agressiva parte da esquerda.



Este é um livro de grande importância para os estudiosos da biopolítica, com interessantes descrições que podem auxiliar numa interpretação de nossa realidade brasileira.

Prof. Dr. Hélio Angotti Neto, autor do livro A Morte da Medicina, é coordenador do Curso de Medicina do UNESC, diretor da Mirabilia Medicinæ (Revista internacional em Humanidades Médicas), membro da Comissão de Ensino Médico do CRM-ES, visiting scholar da Global Bioethics Education Initiative do Center for Bioethics and Human Dignity em 2016, membro do Comitê de Ética em Pesquisa do UNESC e criador do Seminário de Filosofia Aplicada à Medicina, SEFAM - www.medicinaefilosofia.blogspot.com.br.

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