domingo, 12 de junho de 2016

Sobre a exclusão da literatura portuguesa do currículo do MEC


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A esquerda transformou o sistema educacional brasileiro no pior de todo o mundo razoavelmente desenvolvido
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O objetivo último do sistema educacional brasileiro ao final do ciclo de estudos é que os educandos atinjam o mesmo padrão de idiotia de seus professores.



O ensino de literatura portuguesa foi excluído formalmente do curriculum nacional. Dizemos formalmente por que na prática real da sala de aula ele já foi eliminado faz tempo. Da mesma forma como o ensino de literatura nacional já foi eliminado e substituído pelo ensino de uma pseudo-história literária do país. E a história nacional e universal propriamente ditas foram substituídas pela exibição de sequências temporais de exemplos de "luta de classes" e de "injustiça social" que marcam a vida no planeta.



O ensino da norma culta do idioma foi substituído pela relativização de sua importância por meio da consideração do falar natural iletrado como fato social a ser apreciado. Por sua vez, o ensino dos rudimentos de ciências naturais deu lugar à pseudociência do ambientalismo embalada na vigarice pedagógica da multidisciplinaridade e estudo do meio, que nunca serviram para ensinar ciência a ninguém. 



E até mesmo o rigor lógico formal aparentemente instransponível da matemática foi corrompido por estratégias falaciosas de ensino envolvendo “contextualização” como pretexto para não se ensinar a disciplina como ela deve ser ensinada e aprendida.



A esquerda transformou o sistema educacional brasileiro no pior de todo o mundo razoavelmente desenvolvido, matando no nascedouro de uma geração qualquer possibilidade de nos constituirmos como civilização. O sistema de educação nacional pública e privada serve tão somente para doutrinar segundo a agenda ideológica marxista da esquerda, para implantar e reforçar estereótipos de vítima social ou de culpa por dívida histórica, conforme o segmento de renda atendido, ambos devidamente apresentados sob o eufemismo de consciência social ou consciência crítica.



O objetivo último do sistema educacional brasileiro ao final do ciclo de estudos é que os educandos atinjam o mesmo padrão de idiotia de seus professores, que por sua vez já saem devidamente idiotizados das favelas de pensamento em que se transformaram os cursos de licenciatura das universidades brasileiras, incluindo as universidades públicas de mais prestígio.



No dia em que os brasileiros derrotarem a esquerda e conseguirem retomar as rédeas de seu destino na tentativa de se constituir como nação civilizada, coisa que ainda não somos e jamais seremos enquanto a esquerda estiver no poder, uma das primeiras medidas a serem tomadas será jogar no lixo tudo o que se fez e se produziu em termos de educação nas últimas duas décadas, pois nada do que foi feito nessa área nos últimos anos pode ser aproveitado. 



Pelo contrário, a nossa miséria civilizacional se explica em grande parte pelo crime continuado de lesa pátria que a esquerda vem praticando nos últimos anos desde que tomou de assalto o sistema de educação nacional, quando deu início à marcha rumo à idiotia que nos transformou em pária entre as nações.

A pedofilia vai à escola


pcn98Essa educação sexual, se não está dedicada a disseminar a ideia de que o corpo humano, já na mais tenra idade, é um parque de diversões eróticas, o produto de seu trabalho será inequivocamente esse.



Você já parou para pensar sobre o motivo dessa farta produção de literatura voltada à educação sexual nas escolas? 



Não vou nominar obras para não fazer publicidade de lixo pedagógico, mas há de tudo. O famoso kit gay não foi o primeiro nem o último material pernicioso. 


O Ministério Público chegou a intervir, em alguns casos, para impedir a distribuição. Há publicações que, explicitamente, estimulam experiências auto-eróticas, heterossexuais e homossexuais. Um desses livrinhos vem com a recomendação, aos pequenos leitores, de que devem conservar o referido "material escolar" fora do alcance dos pais...


A questão que me interessa aqui é a existência de uma pedagogia da educação sexual que anda a braços com a pedofilia. É estarrecedor. Todo esse material que de um modo ou de outro chegou a alunos ou a bibliotecas de escolas tem rótulo de coisa pedagógica. Quando suscita escândalo, é defendido com a afirmação de estar destinado a professores ou a adolescentes. Falem sério! Professores e adolescentes precisam de livro sobre sexualidade, com figurinhas para público infantil?


Estamos, portanto, diante de algo sistemático, reincidente e renitente, que passa por cima, atropelando ("problematizando", para usar palavra da pedagogia marxista) a orientação dos pais. Essa educação sexual, se não está empenhada em antecipar o processo de erotização no desenvolvimento infantil, está dedicada a algo tão parecido com isso que se torna impossível perceber a diferença. 


Se não está dedicada a disseminar a ideia de que o corpo humano, já na mais tenra idade, é um parque de diversões eróticas, o produto de seu trabalho será inequivocamente esse. Se não pretende oferecer a crianças e adolescentes um cardápio de opções sexuais para escolherem como sanduíche no balcão do McDonalds, é a isso que levam suas propostas.


A simples ideia de que tais orientações encontrem guarida em receitas pedagógicas no ambiente acadêmico e educacional do país é repugnante. No entanto, já em 1998, no capítulo sobre Educação Sexual do documento intitulado "Parâmetros Curriculares Nacionais" elaborado pelo MEC, lê-se que (pag. 292):


"Com a ativação hormonal trazida pela puberdade, a sexualidade assume o primeiro plano na vida e no comportamento dos adolescentes. Toma o caráter de urgência, é o centro de todas as atenções, está em todos os lugares, na escola ou fora dela, nas malícias, nas piadinhas, nos bilhetinhos, nas atitudes e apelidos maldosos, no “ficar”, nas carícias públicas, no namoro, e em tudo o que qualquer matéria estudada possa sugerir."


Ora, isso não parece exagerado? Talvez quem redigiu o texto acima padeça de tão solitário e totalizante apelo. Na faixa etária mencionada, os interesses são bem diversificados. Entre eles se incluem também os esportes, a escola, a turma de amigos, os jogos de computador e a própria família. Mais adiante, o texto afirma (pag. 296):


"Nessa exploração do próprio corpo, na observação do corpo de outros, e a partir das relações familiares é que a criança se descobre num corpo sexuado de menino ou menina. Preocupa-se então mais intensamente com as diferenças entre os sexos, não só as anatômicas, mas todas as expressões que caracterizam o homem e a mulher. 


A construção do que é pertencer a um ou outro sexo se dá pelo tratamento diferenciado para meninos e meninas, inclusive nas expressões diretamente ligadas à sexualidade, e pelos padrões socialmente estabelecidos de feminino e masculino. 


Esses padrões são oriundos das representações sociais e culturais construídas a partir das diferenças biológicas dos sexos, e transmitidas através da educação, o que atualmente recebe a denominação de “relações de gênero”. Essas representações internalizadas são referências fundamentais para a constituição da identidade da criança."



Está aí a ideologia de gênero e a subsequente revogação que pretende promover da anatomia, da genética e dos hormônios, cujos efeitos estariam subordinados a padrões sociais. 


Tá bom! E o texto segue afirmando o direito das crianças ao prazer sexual, a naturalidade das manifestações e "brincadeiras" explícitas, de quaisquer natureza, às quais, na escola, se aplicaria apenas a jeitosa informação de que o ambiente não seria lá muito apropriado para isso. 


E adiciona: tais incontinências só deveriam ser levadas ao conhecimento dos pais quando "tão recorrentes que interfiram nas possibilidades de aprendizagem do aluno". 


É o legítimo caso em que o pedagogo, com objetivos desviados, erra pelo que ensina e erra pelo que deixa de ensinar.


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50 anos de mudanças de sexo, transtornos mentais e suicídios aos montes

whbaaTrinta e três anos atrás passei por uma cirurgia de redesignação de sexo apenas para descobrir que era um alívio temporário, não uma solução para as comorbidades subjacentes.


Pioneiros nas cirurgias de mudança de sexo e estudos clínicos recentes concordam que a maioria do transexuais sofrem de distúrbios psicológicos simultaneamente, levando à tragédia de um elevado número de suicídios. 



A proibição da psicoterapia para pessoas transexuais pode ser politicamente correta, mas mostra um desrespeito imprudente pela vida humana.


Linha do tempo:


04 de outubro de 1966: A coluna de fofocas do New York Daily News informou que uma moça que estava circulando em clubes de Manhattan admitiu ser um homem em 1965. Ela tinha passado por  uma operação de mudança de sexo em Baltimore, na clínica Johns Hopkins.



Em 1979, treze anos mais tarde, um grande número de cirurgias desse tipo haviam sido realizadas, sendo possível avaliar os resultados. Era hora para uma pesquisa com base em pacientes reais.

1970: Qual a eficiência da cirurgia de mudança? Quais foram os resultados para os transexuais?


O primeiro relatório vem do Dr. Harry Benjamin, um forte defensor de terapia hormonal com o sexo oposto e da cirurgia de "reatribuição de gênero", que era realizada num clínica privada para transexuais. De acordo com um artigo  no Journal of Gay & Lesbian Mental Health, "em 1972, Benjamin tinha diagnosticado, tratado e feito amizade com, pelo menos, mil dos dez mil americanos conhecidos por serem transexuais."


Um colega do Dr. Benjamin, o endocrinologista Charles Ihlenfeld, administrou a terapia hormonal para cerca de 500 pessoas "trans" ao longo de um período de seis anos na clínica de Benjamin – até que ficou preocupado com os resultados. "Há muito descontentamento entre as pessoas que fizeram a cirurgia", disse ele. "Muitos deles acabam como suicidas. 80%  dos que querem mudar de sexo não devem fazê-lo." 


Mas, mesmo para os 20% que ele achava que poderiam ser bons candidatos para isso, a mudança de sexo não é de nenhuma maneira uma solução para os problemas da vida. Ele pensa nisso mais como uma espécie de alívio. "Compra-se talvez 10 ou 15 anos de uma vida mais feliz", disse ele, "e vale a pena por isso."



Mas o próprio Dr. Ihlenfeld nunca fez mudança de sexo. Eu fiz, e discordo dele nesse último ponto: o alívio não vale a pena. Eu tive um alívio de sete ou oito anos, e depois? Eu estava pior do que antes. Eu parecia uma mulher – meus documentos legais me identificavam como uma mulher – mas eu achei que no final do "alívio" eu queria ser um homem com a mesma intensidade com que eu tinha uma vez desejado ser uma mulher. A recuperação foi difícil


No entanto, com base em sua experiência no tratamento de 500 transgêneros, o Dr. Ihlenfeld concluiu que o desejo de mudar os sexos provavelmente resultava de fatores psicológicos poderosos. 


Ele disse em 'Transgender Subjectivities: A Clinicians Guide': "o que quer que a cirurgia tenha feito, ela não cumpriu um desejo básico de algo que é difícil de definir. Conclui-se que estamos tentando tratar superficialmente algo que é muito mais profundo". O Dr. Ihlenfeld deixou a endocrinologia em 1975 para começar uma residência em psiquiatria.


Há cerca de três anos, ao escrever meu livro 'Paper Genders', fiquei curioso e chamei Dr. Ihlenfeld para perguntar se alguma coisa tinha mudado em suas idéias sobre os comentários que fez em 1979. Ihlenfeld foi educado comigo no telefone e rapidamente disse que não, nada tinha mudado. 


É interessante, na atmosfera de hoje do politicamente correto, que o Dr. Ihlenfeld, um homossexual, sustente a opinião que a cirurgia de "redesignação de gênero" não é a resposta para aliviar os fatores psicológicos que levam à compulsão para mudar de sexo. Eu aprecio sua honesta avaliação clínica, da evidência e recusa em dobrar os resultados médicos a um ponto de vista político particular.


Em seguida, vamos dar uma olhada na Clínica de Gênero da Universidade Johns Hopkins, onde a moça transgênero da fofoca no New York Daily News fez sua cirurgia. O Dr. Paul McHugh tornou-se diretor de Psiquiatria e Ciências Comportamentais em meados da década de 1970 e pediu ao Dr. Jon Meyer, diretor da clínica na época, a realização de um estudo aprofundado dos resultados de pessoas tratadas na clínica.

McHugh diz:

[Aqueles que foram submetidos a cirurgia] foram pouco modificados em sua condição psicológica. Eles tinham praticamente os mesmos problemas com relacionamentos, trabalho e emoções como antes. A esperança de que eles iriam agora emergir de suas dificuldades emocionais para florescer psicologicamente não tinha se cumprido.


Em 2015 eu estava sentado em frente ao Dr. McHugh em seu escritório na Universidade Johns Hopkins e fiz-lhe a mesma pergunta que havia feito ao Dr. Ihlenfeld: Alguma coisa tinha mudado em suas idéias a respeito da mudança cirúrgica de  sexo? McHugh me disse que ele ainda deve ter uma justificação médica para a alteração cirúrgica da genitália, e que é obrigação dos médicos praticantes seguir a ciência até onde ela leva, em vez de ignorar a ciência para avançar o politicamente correto.


Estes dois médicos poderosos e influentes foram pioneiros no tratamento do transexualismo. Dr. Ihlenfeld é um psiquiatra homossexual. Dr. Paul McHugh é um psiquiatra heterossexual. Ambos chegaram à mesma conclusão: fazer a cirurgia não resolve os problemas psicológicos dos pacientes.


Década de 2000: Os fatores psicológicos das clínicas Hopkins e Benjamin foram confirmados por estudos posteriores?


Estudos mostram que a maioria das pessoas transexuais têm outros transtornos psicológicos coincidentes, ou co-morbidades (1).


Um estudo de 2014 constatou que 62,7% dos pacientes diagnosticados com disforia de gênero (ver o conceito aqui) tinham  pelo menos um distúrbio associado e 33% foram diagnosticados com graves transtornos depressivos ligados à ideação suicida. Outro estudo de quatro países europeus em 2014 descobriu que quase 70% dos participantes apresentaram um ou mais transtornos do Eixo I(2), principalmente transtornos afetivos (humor) e ansiedade.


Em 2007, no Departamento de Psiquiatria da Case Western Reserve University, em Cleveland, Ohio, observou-se a avaliação clínica das comorbidades dos últimos 10 pacientes entrevistados em sua Gender Identity Clinic. Eles descobriram que "90% destes diversos pacientes tinham, pelo menos, uma outra forma significativa de psicopatologia... [incluindo] problemas de humor e regulação de ansiedade e de adaptação no mundo. Dois dos 10 tiveram arrependimentos significativos persistentes sobre suas transições anteriores".


No entanto, em nome de "direitos civis", as leis estão sendo aprovadas em todos os níveis de governo para impedir que os pacientes transexuais recebam terapias para diagnosticar e tratar os transtornos mentais concomitantes.


Os autores do estudo da Case Western Reserve University pareciam prever esta onda legal chegando quando eles disseram:


“Esta constatação (média) parece contrastar com a retórica pública, forense, e profissional de muitos que cuidam de adultos transgêneros... A ênfase nos direitos civis não é um substituto para o reconhecimento e tratamento da psicopatologia associada. Especialistas em identidade de gênero, ao contrário da mídia, precisam se preocupar com a maioria dos pacientes, não apenas com os que estão aparentemente indo bem na transição”.


Como alguém que passou pela cirurgia, estou inteiramente de acordo. A política não se mistura bem com a ciência. Quando a política se impõe sobre medicina, os pacientes são os que sofrem.


E sobre os suicídios?
Vamos ligar os pontos. Transexuais relatam tentativas de suicídio em um índice dramático – acima de 40%. De acordo com Suicide.org, 90% de todos os suicídios são resultado de distúrbios mentais não tratados. Mais de 60% (e possivelmente até 90%, como mostrado na Case Western) das pessoas trans têm comorbidades psiquiátricas, que muitas vezes são totalmente negligenciadas.


Poderia o tratamento das doenças psiquiátricas subjacentes prevenir suicídios transexuais? Acho que a resposta é um sonoro "sim".


A prova está na cara. Um número tragicamente elevado de pessoas trans tenta o suicídio. O suicídio é o resultado de distúrbios mentais não tratados. A maioria das pessoas transexuais sofre de distúrbios de comorbidade não tratados. E, desafiando toda a razão, leis estão sendo introduzidas para impedir o seu tratamento.


Escrevo levado pela profunda preocupação pelos homens e mulheres transexuais que tentam o suicídio, que são infelizes, e que querem voltar ao seu sexo de nascimento. Os outros - aqueles que parecem estar funcionando bem em transição, pelo menos por agora durante o seu "alívio" –, são celebrados na mídia. Mas eu ouvi de outros que preferem ficar no anonimato, que estão, sim, contemplando o suicídio; suas vidas estão dilaceradas pois, apesar da cirurgia, ainda têm questões debilitantes físicas ou psicológicas: aqueles para os quais o "alívio" já acabou.


Na década de 1970 e também hoje a cirurgia de redesignação de sexo tem sido realizada rotineiramente quando solicitada. As pessoas trans constituem a única população autorizada a se auto-diagnosticar com disforia de gênero, apenas com base em seu desejo pela cirurgia de reatribuição sexual, e não porque a comunidade médica tenha encontrado provas objetivas de que essa cirurgia seja medicamente necessária.


Depois de cinquenta anos de intervenção cirúrgica nos Estados Unidos, uma base científica para o tratamento cirúrgico das pessoas trans ainda está faltando. Uma força-tarefa encomendada pela Associação Psiquiátrica Americana fez uma revisão da literatura sobre o tratamento do transtorno de identidade de gênero e em 2012 e declarou: "A qualidade das provas referentes à maioria dos aspectos do tratamento em todos os subgrupos foi determinada como sendo baixa”.  Em 2004, a revisão de mais de 100 estudos médicos pós-operatórios internacionais de transexuais não encontrou "nenhuma evidência científica sólida de que a cirurgia de mudança de sexo seja clinicamente eficaz".


Nós ouvimos os ecos dos pioneiros nas clínicas Hopkins e Benjamin e vemos as suas primeiras conclusões confirmadas em estudos de hoje, mostrando mais uma vez que existem transtornos psiquiátricos e psicológicos nas psiques dos que mudam de sexo – mas quem está prestando atenção?


Escárnio e vilipêndio aguardam quem se atreve a sugerir que a psicoterapia é necessária para tratar eficazmente a disforia de gênero. Dr. McHugh, Dr. Ihlenfeld, e outros como eles mostram grande integridade quando levantam publicamente preocupações sobre os problemas psicológicos daqueles que mudam de sexo, e quando respondem contra a "abordagem rolo compressor", de tratamentos que fornecem hormônios e cirurgia de mudança sem antes buscarem tratamentos menos invasivos e que alterem a vida.



Advogados e clientes trans temem que, se um psicólogo ou um psiquiatra olhar muito profundamente na psique do paciente eles possam descobrir a presença de uma doença que, se tratada adequadamente, tiraria o sonho de mudança de sexo, uma fantasia que alimentaram na maior parte de suas vidas. Viver em negação é muitas vezes um meio de fuga, uma maneira de evitar olhar para trás, para eventos da primeira infância, e de lidar com um passado doloroso. As causas desses distúrbios estão enterradas profundamente, e agita-las leva a níveis elevados de ansiedade. E então a mudança da identidade e aparência – embora extrema – parece preferível.




Trinta e três anos atrás passei por uma cirurgia de redesignação de sexo apenas para descobrir que era um alívio temporário, não uma solução para as comorbidades subjacentes. Tenho escrito livros, publicado artigos, e falado publicamente com todo o mundo para esclarecer as pessoas sobre a prevalência de suicídio entre as pessoas transexuais e sobre os riscos e os arrependimentos da mudança de sexo.




As redes de televisão, tais como a ABC, que exaltam transgêneros como Bruce Jenner em sua turbulência psicológica, fazem um grande desserviço para transexuais e para aqueles que os tratam, negando-lhes um ambiente seguro no qual resolvam os problemas mais profundos de comorbidades e suicídio. 


Continuar a ignorar a história e as advertências de estudos e relatórios – embora inconvenientes ou politicamente incorretas que possam parecer – não é solução para o tratamento de distúrbios psicológicos. Ignorar os suicídios não vai ajudar a preveni-los. Proibir certas intervenções médicas quando sabemos que 90% dos suicídios são devido a transtornos mentais não tratados, e que a maioria das pessoas trans coexistem com transtornos psicológicos, não avança os protocolos de tratamento eficazes, e perde-se a liberdade de seguir até onde a ciência conduz.


Ao se permitir que uma agenda política anule e silencie o processo científico, não irá se impedir os suicídios, nem levar melhores tratamentos para esse grupo. Isso não é compaixão, é desrespeito imprudente para com a vida das pessoas.

Notas de Heitor De Paola:

(1)  Co-morbidade (Comorbidity) é a preseça de uma ou mais doença ou síndrome que ocorre simultaneamente com uma condição clínica primária. O distúrbio secundário pode ser de ordem mental ou comportamental. 


(2) Axis I é um dos cinco eixos considerados pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders  (DSM) para determinação diagnóstica. O diagnóstico das principais perturbações depressivas geralmente estão acompanhados de distúrbios no trabalho, problemas físicos como hipertensão, tristeza e desespero.  (Psychiatric Axis I Comorbidities among Patients with Gender Dysphoria) - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25180172



Walt Heyer é um autor e orador público com paixão para ajudar os outros que lamentam a mudança de sexo. Através de seus site, SexChangeRegret.com, e blog, WaltHeyer.com, Heyer sensibiliza a opinião pública sobre o arrependimento e outras trágicas consequências sofridas. A história de Heyer pode ser lida de forma inovadora no Kid Dakota and The Secret at Grandma’s House , bem como em sua autobiografia, A Transgender’s Faith.  Outros livros de Heyer incluem Paper Genders e Gender, Lies and Suicide.

Publicado originalmente em The Public Discourse.


Tradução: William Uchoa


Divulgação: Papéis Avulsos - http://heitordepaola.com

Leitor petista diz que foi roubado

taVá que o moço nunca tenha parado para pensar que presidencialismo sem impeachment é ditadura.



O sujeito estava indignado. Havia sido roubado, segundo me escreveu. 



 Enquanto o lia, perguntava eu a mim mesmo: teria sido ele vítima de uma “saidinha de banco”? Levaram-lhe o carro? Comigo, aliás, já aconteceu isso e pior. 

Mas não era por aí o seu queixume. Imaginei que lhe tivessem tomado o posto de trabalho ou o poder de compra, na mão grande da recessão e da inflação. Sua ira tampouco provinha disso. O que o incomodava pessoalmente, a ponto de sentar-se para escrever-me, era a subtração de seu voto. “Roubaram-me o voto que dei na eleição de 2014”.

Parei para revirar os bolsos da minha própria cidadania. Percebi que graças a votos como esse, centenas de bilhões escoaram pelo ralo da irresponsabilidade fiscal. Outro tanto no petrolão e em obras de estatais. E a cada semana aumenta a lista de crimes e de criminosos nas confissões e delações da Lava Jato e congêneres.

Meu leitor era, pois, fã incondicional de dona Dilma. Um dos remanescentes. Daqueles que, mesmo diante de tudo que se sabe e do quanto mais se possa supor sem recorrer a trovoadas da imaginação, não sentem o menor remorso do que fizeram na última eleição presidencial. 

Seus neurônios e sua luta política esgrimam contra um dado inquestionável: para que a pior presidente da história da República volte ao poder basta que 28 (só isso!) entre os 81 senadores considerem que Dilma não cometeu crime de responsabilidade, ou entendam que ela deve continuar governando mesmo que tenha cometido esse gravoso crime. 

Por quê? Porque é o que está na Constituição, que vem sendo cumprida e continuará sendo cumprida até o final desse processo. Duela a quién duela.

Ele considera seu voto em Dilma mais valioso do que o bem do país, mais significativo do que todos os bilhões roubados. Seu voto paira acima dos sucessivos tombos do PIB e da inflação de dois dígitos. Sacode ombros ante os 11 milhões de desempregados, ante o presente e o futuro sonegado a tantos numa conta sinistra que não para de crescer.

Vá que o moço nunca tenha parado para pensar que presidencialismo sem impeachment é ditadura. Admito que ele ignore isso. Mas como pode considerar que seu voto sozinho arranca da Constituição o preceito do impeachment? Teria sido o caso de Fernando Collor uma pegadinha constitucional, para valer só uma vez?

Meu indignado leitor está irado, também, com algumas indicações políticas feitas por Temer. Nisso estamos de acordo, com duas enormes diferenças.

1ª) Eu sempre estive indignado. Nunca chamei nenhum sacripanta de herói do povo brasileiro. Minha indignação moral não é seletiva.


2ª) Sob o governo Temer, uma certeza eu tenho e espero que seja suficientemente majoritária ao término do julgamento em curso no Senado: a área financeira de seu governo não dorme de touca nem faz que não vê quando bilhões somem do erário e das estatais.



Eles não precisam posar de gerentões ou faxineiros para promover a reconstrução que a nação - legítima soberana da democracia - exigiu nas ruas.


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O mimimi de Dilma

drO dedo acusador de Dilma volta-se contra tudo e todos.



Quem já passou pela experiência de encolher seu padrão de vida, apertar o cinto, mudar-se para imóvel menor, em bairro pior, vender o carro novo para comprar um usado, entenderá bem o que vou escrever. Nos últimos dias tenho conversado com muita gente vivendo concretamente essas experiências.





Muitos deles eram jovens com bons postos de trabalho, colhidos pela tesoura determinada pela recessão. Profissionais bem sucedidos em diversas áreas, assumiram a direção de seus carros e se tornaram motoristas do Uber, por exemplo. 




Tenho ouvido suas histórias e seu esforço de adaptação a uma nova realidade. Tenho lhes conferido, principalmente pelas histórias de vida, a desejada nota cinco que os credencia a continuar no serviço. É nota dada ao cidadão, ao chefe de família, ao estudante bolsista no exterior, que precisou retornar porque o programa secou. Era um programa para crescer até a eleição e minguar depois, sabe como é. O mandato presidencial de Dilma tinha que ser "legitimamente conquistado".




Pois eis que a tesoura, uma outra tesoura, acabou atingindo a própria presidente. Ela foi afastada segundo o rito constitucional e aguarda o julgamento do Senado. Enquanto isso, salário integral, curte as comodidades do Palácio da Alvorada, com um séquito de fazer inveja à qualquer família real europeia. No entanto, para a Dilma, ela está nas masmorras de uma espécie de Coliseu, onde aguarda algumas semanas pela decisão final. Naquele dia precisará que mais de 27 entre os 81 senadores ergam o polegar e a restituam à vida antiga, que tão mal levava o Brasil e tanto bem lhe fazia viver.




Tivesse fé, Dilma deveria subir de joelhos as escadarias da Penha. Deveria lavar o átrio da Igreja de Nosso Senhor do Bom Fim. Foi-lhe dado o privilégio de presidir a república e ela fez mau uso dessa ventura conduzindo o país a uma situação que se torna desnecessária descrever porque seria falar sobre a vida de cada um. No entanto, em vez de agradecer e penitenciar-se, Dilma reclama. Reclama de tudo, como se estivesse nas masmorras do Coliseu Romano.




Reclama de não ter jato da FAB à disposição para viajar quando e para onde bem entenda. Reclama da reduzida equipe. Reclama do cartão de alimentação. E no entanto, de uma ponta a outra, a lista de suas efetivas disponibilidades é feita de privilégios! São regalias negadas aos trabalhadores. E ainda mais recusadas aos milhões de brasileiros desempregados por sua incompetente condução da política econômica. 


A estes, desempregados pela corrupção, desempregados pelos gastos durante o estelionato eleitoral de 2014 e pelo dinheiro despejado no totalitarismo dos camaradas bolivarianos, ela não dedica uma única palavra.


O dedo acusador de Dilma volta-se contra tudo e todos. Só não encontra o rumo do próprio peito.



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Homens para os novos tempos




Quando alguém começa ou acaba um texto ou um discurso falando mal de Jair Bolsonaro e da “direita” ou é um engajado esquerdista ou um maria-vai-com-as-outras.



Observo com interesse as primárias das eleições norte-americanas. Ventos novidadeiros sopram de lá. Qualquer que seja o candidato escolhido pelo Partido Republicano terá grandes chances de se eleger sobre o moribundo, medíocre e canhoto governo de Obama e seu Partido Democrata. Obama sairá desmoralizado da Casa Branca.



Entre os republicanos, o candidato por quem mais nutro simpatia é Donald Trump. Este, embora quase grosseiro nas suas falas diretas, é exemplo das qualidades que mais se preza nos nascidos na América do Norte: afirmativo, conservador em costumes, liberal em economia, contra qualquer iniciativa de governo mundial, defensor ardoroso de suas fronteiras e da supremacia americana. A população de todo o mundo, submetida há mais de um século de propaganda esquerdista, agora despertou. Na América também. Esquerdismo é engodo pernicioso.


O fenômeno se repete na Europa, cuja questão dos refugiados precipitou o despertar do eleitorado. Nenhuma pessoa sensata pode ser a favor da política migratória da socialdemocracia e dos demais partidos à esquerda. A experiência da União Europeia, enquanto experimento de um governo mundial, naufraga dia a dia e os eleitores estão preferindo a plataforma conservadora e a volta das bandeiras nacionalistas. A direita ganha em toda parte. Os pontos programáticos são praticamente os mesmos do Partido Republicano.


Entre nós, o político que mais se aproxima dessa nova onda mundial é o deputado Jair Bolsonaro. Se ele não se deixar cooptar pelas práticas políticas tradicionais e mantiver o bom nome e a lisura é questão de tempo que seja feito presidente da República. Será o desespero da esquerda no poder, que há décadas luta para não permitir o ressurgimento da direita e sempre satanizou quem apareceu eleitoralmente viável. Bolsonaro, enquanto grande brasileiro, tem as qualidades necessárias para exercer a primeira magistratura.


É claro que a eleição eventual de Donald Trump e mesmo de Marie Le Pen pode pavimentar o caminho da chegada da direita ao poder em nosso país. Hoje ela se encontra sem apoios internacionais e enfrentando o onipresente discurso esquerdista do politicamente correto. Isso mudará radicalmente com a simples chegada do Partido Republicano ao poder, assim como da chefe política francesa.


Quando alguém começa ou acaba um texto ou um discurso falando mal de Jair Bolsonaro e da “direita” ou é um engajado esquerdista ou um maria-vai-com-as-outras. Reinado Azevedo se enquadra na primeira definição, ele que vitupera tanto contra o deputado carioca. Reinaldo é tucano assumido e, enquanto tal, tem ojeriza à simples ideia de os conservadores voltarem ao poder. Vimos bem o que Fernando Henrique Cardoso fez nas últimas eleições, orientando os candidatos de seu partido a repudiar o discurso conservador. Perderam tudo. Reinaldo reza pela cartilha da socialdemocracia.


É quase um gesto de salvação nacional demonstrar respeito e apoio por nomes como o de Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado enquanto possíveis candidatos à Presidência da República. Certamente é um gesto de coragem, pois tem-se que enfrentar o discurso da malta esquerdista onipresente nos meios de comunicação. A desordem toma conta da nação, as incertezas econômicas se acumulam, os valores estão se desmilinguindo (para usar o termo caro a FHC). Está chegando a hora do basta. Será em breve.
Quem viver verá.

www.nivaldocordeiro.net


O conservadorismo é o inimigo comum

Para a grande mídia, meios intelectuais e para a classe política, o conservadorismo continuará a ser o que sempre foi: uma ameaça ao status quo.



Cada vez mais, fica evidente que não se deve fazer concessões àqueles que não comungam dos mesmos objetivos, que não possuem a mesma cosmovisão e possuem paradigmas que se diferenciam muito dos seus, ainda que, politicamente, haja alguma afinidade de idéias.



No ano retrasado, quando a disputa presidencial ficou entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, a quase totalidade dos conservadores brasileiros fizeram uma campanha positiva em favor do candidato do PSDB. Apesar desse apoio ter sido dado com desconfiança, ele foi bem explícito, chegando a parecer mesmo uma aprovação à figura do senador mineiro.


Eu mesmo, ainda que sempre deixando claro que votaria nele bastante envergonhado, tomei uma posição muito clara em seu favor. Inclusive, cheguei a defender esse chamado voto útil, ou a escolha por um mal menor, de forma ardorosa contra a crítica de alguns outros conservadores um tanto mais inflexíveis. Estes negaram apoio a Aécio por uma razão muito simples: diziam que o partido social-democrata, apesar de ser um tanto mais liberal em matérias econômicas, em todo o resto, como nas questões de valores familiares, defesa da vida e assuntos culturais era tanto ou até mais radical em favor da visão esquerdista do que o próprio Partido dos Trabalhadores.


Na época, achei, sinceramente, que esse discurso estava equivocado. Na minha cabeça e de tantas outras que se expressaram nesse sentido, era melhor se concentrar em tirar o PT antes de tudo e, depois, poderíamos nos concentrar no PSDB, que estaria no poder.


No entanto, passado mais de um ano daquelas eleições e vendo a atitude da cúpula tucana, inclusive do senhor Aécio Neves e, agora, observando os ataques histéricos que um de seus maiores defensores na mídia, o senhor Reinaldo Azevedo, tem impetrado contra os conservadores e, principalmente, contra o provável candidato à presidência em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro, começo a reconhecer que talvez aqueles conservadores mais inflexíveis estivessem realmente com a razão.


Pode ser que, em algum momento, tenhamos acreditado que os tucanos, apesar de suas raízes fabianas, pudessem ser aliados dos conservadores. Talvez tenhamos tido a ilusão de que o apoio conservador ao candidato do PSDB causasse algum tipo de simpatia em seu partido pelas nossas causas, fazendo com que aliviassem um tanto o discurso progressista que sempre lhes foi próprio.


No entanto, os sinais foram claros que tudo isso não passara de um grande engano. O próprio Aécio Neves, ainda na época da campanha, declarou que jamais se direcionaria para o espectro da direita política. Além do mais, o programa de governo do PSDB era ainda mais radicalmente contrário aos valores conservadores do que o do próprio PT. Findadas as eleições, o candidato derrotado simplesmente se negou a dialogar com a parcela da população que votou nele, escolhendo a reclusão, em um sinal claro de que não havia qualquer afinidade entre ele e seu novo eleitorado.


Quanto aos seus defensores na mídia, principalmente no caso de Reinaldo Azevedo, que sempre foi um explícito apoiador dos personagens tucanos, até quando foi possível, tentaram manter uma relação cordial com a parcela mais conservadora da sociedade. Como havia um inimigo comum, pareceu que as aparentes pequenas divergências que havia entre eles ficaria diluída diante do problema maior, que era o PT.

No entanto, surgiu um fenômeno inesperado no meio do caminho: um provável candidato a presidente que está arrebatando grande parcela daqueles mesmos eleitores que apoiaram Aécio Neves em 2014: o deputado Jair Messias Bolsonaro.


É evidente que ao ver as cenas das pessoas carregando aquele que eles apelidaram carinhosamente de Mito nos ombros, em todas as cidades por onde passa, o alerta vermelho soou no quartel-general do PSDB e, a partir desse momento, um novo inimigo surgiu.


Então, aqueles que até aqui eram tratados como aliados, quase como companheiros de armas, de repente são tidos por fanáticos, radicais, ou como gosta de falar o senhor Azevedo, fascistas. Aquela que parecia uma aliança, ainda que tática, se mostrou, de fato, inexistente. O que se ouve, agora, é o destilar de um ódio irracional e a expressão de um medo histérico, que tentam demarcar os conservadores como extremistas que devem ser contidos.


Fica claro, com isso, que nós, os conservadores, realmente cometemos um erro. Acreditamos que era possível, de alguma maneira, compor-se, nem que fosse apenas precariamente, com esquerdistas aparentemente menos radicais. A realidade, porém, está deixando bem claro que tal acordo tácito apenas se sustentaria enquanto fosse favorável aos representantes social-democratas. Enquanto o apoio conservador oferecia suporte e votos para os políticos do PSDB, o fingimento permanecia. 


Bastou, porém, aparecer uma alternativa para esses conservadores e eles começarem a demonstrar que seu apoio e voto não seria mais para o tucanato, para se tornarem incômodos e não bem-vindos nos círculos progressistas, recebendo destes a pecha de radicais obtusos.


Isso deixa evidente, portanto, que o conservadorismo, se quiser se impor neste país, vai ter de buscar apoio onde ele sempre se manifestou da maneira mais natural, a saber, no meio do povo. Porque na mídia, nos meios intelectuais e na classe política ele vai continuar a ser o que sempre foi: uma ameaça ao status quo.


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Como intervir na discussão pública (contra os petistas).

Mídia Sem Máscara.

adA actual hegemonia esquerdista é resultado de estratégia e perseverança. Décadas atrás seria inacreditável se alguém dissesse que, no futuro, as pessoas iriam ter um medo de morte do fumo passivo ou da gordura animal mas iriam achar normal o aborto ou a indefinição sexual.

Quem coloca opiniões políticas nas redes sociais já está, mesmo que não perceba, tentando fazer parte da discussão pública. Há duas maneiras de fazer isso. 




Uma é dialéctica, que não pretende ter um impacto imediato no decorrer das acções mas tenta perceber o que está acontecendo, iluminando também outros, o que acaba por influir nas acções mas apenas indirectamente e a médio/longo prazo. 


Outra forma de intervir é retórica. Mas a retórica, como mostrou Aristóteles, é uma coisa tão séria como a dialéctica e deve ser feita com método e conhecimento de causa e de circunstância. Não é apenas “fazer claque”, aplaudir para ser aplaudido, vaiar quem já está a ser vaiado e assim por diante.


Um ponto essencial na retórica é a percepção das crenças da plateia. No contexto em que vivemos, essas crenças não têm uma coerência sistémica mas são um misto de ideias socialistas, umas poucas liberais e várias outras lançadas ao público pela guerra cultural, que incluem várias mitologias sobre História, religião, ciência, etc. Fazendo apelo a estas crenças, facilmente se pode manipular o ‘pathos’ da plateia, colocando-a indignada ou amedrontada, por exemplo. Contudo, o sujeito que se diz conservador e religioso não partilha destas crenças e, assim, não pode seguir o percurso normal da retórica. 


Se ele for fazer o seu discurso como se toda a gente pensasse como ele, ninguém vai entendê-lo ou será ridicularizado por estar a negar o “óbvio”. Ele pode estar protegido disto se falar apenas para o seu grupo mas, ao receber alguns elogios virtuais, pode achar que está a tocar o “público”.



Então, resta o caminho de apelar ao ‘ethos’, à própria força de carácter. Contudo, isto já não pode ser feito mostrando bondade ou falando a verdade chapada, porque ninguém acredita mais no bem ou na verdade, e todos acham que só existem interesses, camuflagens, jogadas e assim por diante. 


A única saída é mostrar uma total falta de respeito pela discussão pública actual, pelas suas crenças e pelas reacções expectáveis do público e, ao mesmo tempo, criar uma nova discussão pública em paralelo com vista a substituir a vigente. Isto é, não fazer qualquer concessão ao modelo vigente de discussão, abordar assuntos totalmente novos ou abordar assuntos em pauta através de pontos de vista totalmente diferentes do habitual. 



Se isto for feito com persistência, ao fim de algum tempo outras pessoas irão se interessar por aquilo e mesmo apenas por “osmose” são criadas novas tendências na discussão pública e as questões passarão a ser enquadradas segundo outros critérios e conceitos. O que é necessário é um núcleo de algumas dezenas de pessoas que continuamente alimentam este novo tronco, ganhando raízes no público e secando a concorrência.


A direita parece não saber como se faz isto mas a esquerda já deu o exemplo. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, muitos celebraram a democracia liberal e o “fim do comunismo”, o tal “fim da História”. Mas o que fez o pessoal da esquerda? A esquerda mais ortodoxa, como o Partido Comunista Português, simplesmente continuou com o mesmo discurso de sempre, como se nada tivesse acontecido, ou seja, sem respeitar o novo estado da discussão pública. Muitos diziam que eles tinham sido ultrapassados pela História e que iriam desaparecer, mas conseguiram-se aguentar e passado cerca de uma década já estavam a fortalecer-se novamente e hoje são um dos partidos mais influentes em Portugal.



Outra parte da esquerda aproveitou o “fim do comunismo” para poder ter que ter um novo tipo de acção sem o risco de ser associada ao estalinismo, ao gulag e assim por diante. Na realidade, não foi um tipo de acção tão novo assim, porque recuperava trabalhos da Escola de Frankfurt, de António Gramsci e de novas formulações, como as da hegemonia e estratégia socialista por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe. 



Estes dois últimos apresentaram o seu livro em 1985, antevendo o esgotamento do modelo soviético e procurando novas formas de alcançar poder, sejam em lugares de governo, seja através de formas distribuídas na sociedade (que se materializaram em redes de ONG, movimentos ecológicos, medicalização e jurisfacção da sociedade e assim por diante). Assim, o comunismo cuja morte tinha sido celebrada, renasceu e conseguiu implementar em plena democracia um totalitarismo quase perfeito.



A actual hegemonia esquerdista é resultado de estratégia e perseverança. Décadas atrás seria inacreditável se alguém dissesse que, no futuro, as pessoas iriam ter um medo de morte do fumo passivo ou da gordura animal mas iriam achar normal o aborto ou a indefinição sexual. Obviamente que o processo não se resumiu apenas à discussão pública, tendo sido um esforço coordenado (e que continua) de universidades, empresas de comunicação social, indústria do espetáculo e demais agentes de influência.



Não é preciso e nem é possível montar um aparato tão grande para descredibilizar isto, porque é tudo baseado na mentira e na alienação. 


O que é necessário é mostrar que não respeitamos nem tememos estas pessoas, ideias, condutas, etc. Claro que só pode fazer isto quem realmente não teme e nem respeita a retórica e o imaginário criado pela esquerda. Mas basta algumas pessoas fazerem isto sem recuar um milímetro para logo outras virem atrás. Isto não vai acabar logo com o domínio socialista da sociedade, mas basta quebrar a hegemonia para a influência ser muito menor, porque a ideia de que “não há alternativa”ou de “é o progresso” vai por água abaixo.


Quando a medicina enlouqueceu

Mídia Sem Máscara

wmwmA perda da identidade da Medicina e a necessidade de compreender o modelo hipocrático e cristão do Ocidente.



Copio a idéia deste título do livro When Medicine Went Mad, editado por Arthur Caplan [1], um grande bioeticista norte-americano. E se a Medicina pode enlouquecer, a conclusão é que há um padrão de sanidade a ser reconhecido.

Muitas vezes sou questionado sobre meu trabalho e minhas pesquisas. Por que se preocupar com o que médicos mortos há mais de mil ou dois mil anos disseram? Por que buscar os escritos desatualizados da tradição hipocrática e cristã?


É claro que os escritos antigos estão cientificamente desatualizados, mas guardam o aspecto eterno que repousa nos valores e na experiência humana. Remexo tanto no passado, e no presente, da Ética Médica e da Bioética porque trabalho com a essência da Medicina, com a nossa identidade enquanto profissionais da área da saúde.


Num antigo seminário promovido pela Associação dos Estudantes de Medicina em Vitória, no Espírito Santo, lembro-me de um colega que defendeu a possibilidade de a Medicina ser compatível com qualquer ideologia política que você tenha. O que defendi à época, e ainda defendo, é que essa idéia é errada e perigosa. Aliás, perigosíssima!

Enquanto os médicos não adquirirem a cultura e a bagagem humanística necessária, poderemos ser sempre alvos das piores monstruosidades e distorções da prática médica.


Basta uma pequena mudança de foco, um pequeno resultado de engenharia social, e pronto! O estrago está feito.

Se por algum momento o médico acreditar que seu principal objetivo não é beneficiar o paciente e sim, promover o progresso ou avanço da ciência, tudo estará perdido. Se por algum momento o médico acreditar que seu principal objetivo é promover um tipo de visão social coletivista e revolucionária, crimes inconfessáveis serão perpetuados.

Estes são os exemplos da medicina nazista e comunista. Adiante, oferecerei algumas passagens perturbadoras daqueles que viveram na carne o resultado da medicina que se esqueceu da própria identidade.

***

Após aceitar uma pequena idéia - a de que o principal dever do médico não é com seu paciente - tudo muda.

Sara Seiler Vigorito relata que, aparentemente, os médicos nazistas eram normais, tinham suas famílias, atendiam em hospitais e trabalhavam com diligência. A única exceção era a de que se dedicavam a um propósito alternativo.[2] Haviam de fato se desligado da tradição hipocrática e cristã da medicina.

O ser humano, uma vez destituído de sua posição de prioridade, virou simples mercadoria. Enquanto vivos, prisioneiros em campos de concentração nazistas eram utilizados como cobaias em experimentos desumanos. Uma vez sacrificados, seu cabelo serviria para fazer o estofo dos colchões, a gordura serviria para fazer o sabão (produzido pelos próprios prisioneiros e futuras fontes de “matéria prima”), a pele ofereceria tecido para produção de abajures e os dentes de ouro iriam para os cofres nazistas.[3]

Eva Kor e sua irmã sobreviveram aos horrores do campo de concentração nazista sob os cuidados do terrível Joseph Mengele.

Relatos especialmente assustadores nos alcançam daqueles que sobreviveram à experiência nos campos de estudos “científicos” em gêmeos, coordenados pelo médico Joseph Mengele, doutor em Antropologia, o mais famoso carniceiro entre os médicos nazistas. Eva Mozes Kor foi presa junto com sua irmã gêmea, e relata que gêmeos idênticos eram “preciosos” para Mengele.
Richard Baer, Josef Mengele e Rudolf Hoess
Havia de tudo. Desde vivissecções, passando por sutura corporal entre dois gêmeos para testar rejeição, até experimentos de injeção de microrganismos para testar eficiência de armas biológicas e a verificação de quanto sangue alguém poderia perder antes de morrer. E a sensação era a de que o ser humano se tornara um pedaço de carne.[4]
Gêmeos eram especialmente selecionados para as pesquisas de Mengele.

Posso compreender por que Margaret Somerville afirma que a idéia mais perigosa do mundo é acreditar que o ser humano nada tem de especial.[5] E também confirmo minha percepção inicial de que a medicina não é compatível com qualquer ideologia. Eu diria que ela é frontalmente oposta a determinadas ideologias.[6]

***

O tão famoso mantra de Georgetown, presente na abertura do livro mais famoso nos círculos de estudo da Bioética, proclama que os grandes problemas éticos do presente e a evolução tecnológica promovem desafios que precisam de uma nova ética. Citam a medicina nazista como exemplo.[7] Eu ouso dizer diferente: foi a insensibilidade moral de uma geração de médicos que optaram por ignorar a moralidade cristã e hipocrática que fundamentou a nossa medicina que permitiu tais atrocidades.

Muitos poderiam alegar que os médicos foram forçados a fazer isso por causa de um governo tirânico. Porém, evidências fortes indicam que médicos destituídos da identidade profissional adequada não somente se voluntariaram para processos de eugenia e pesquisa desumana, eles lideraram o establishment acadêmico, ocupando um alto percentual de reitorias, publicando centenas de periódicos científicos e integrando as fileiras nazistas.[8]

Qual foi o grande erro? Os médicos esqueceram quem eles eram e quem eles deviam buscar ser. Acreditaram que a nova racionalidade e a nova moralidade deveriam ascender em detrimento da moralidade de escravos que imperava anteriormente, como já dizia Nietzsche ao se referir à moralidade cristã.

Hoje a Bioética novamente parece sonhar uma libertação da antiga moralidade. Projetos fantásticos de libertação moral nos empurram para futuros mais eficazes, de alta tecnologia, de aprimoramento, de contenção de desperdícios, de uma visão nova sobre o que é o ser humano. E ao que parece, ainda não aprendemos as velhas lições, positivas ou negativas.

Mas assim é o crescimento moral do ser humano: a cada nova vida, um novo desafio para reconquistar e encarnar tudo aquilo que provou ser bom ao longo de nossa história. A medicina tem sua identidade e, portanto, tem um modelo bem específico a ser seguido em termos éticos. É claro que cada tempo exige novos arranjos, pois as situações específicas sempre mudarão trazendo novidades. Todavia, as regras gerais e fundamentais permanecem, e sempre permaneceram ao longo das eras entre os mais diferentes povos capazes do esforço civilizacional.[9]