quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Futuro ministro das Relações Exteriores já afirmou que PT "odeia o ser humano"

Por Carolina Bahia
15/11/2018 - 00h20 - Atualizada em: 15/11/2018 - 00h26


futuro ministro
(Foto: )
O futuro ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, possui um blog chamado "Metapolítica 17: contra o globalismo". Na descrição da página, Araújo afirma que quer ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista: 
— Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural.
Essencialmente é um sistema anti-humano e anti-cristão.
No blog, há textos contra o Partido dos Trabalhadores e ele afirma que a legenda "odeia o ser humano":
— O PT (que aqui significa não apenas “Partido dos Trabalhadores”, mas também Projeto Totalitário ou Programa da Tirania) não pode deixar o ser humano a si mesmo. 
 Ernesto Araújo é diplomata de carreira e está há 29 anos no Ministério das Relações Exteriores.

TUDO ERRADO DESDE O COMEÇO



"O Estado brasileiro mais uma vez quebra nossa perna, só para nos oferecer um par de muletas compradas com nosso próprio dinheiro"


29/05/2018

Vivemos em um Estado que perdeu o contato com seus cidadãos. É um Estado incompetente em suas funções mais básicas. O poder Executivo não consegue planejar ou administrar, nem garantir ao cidadão os direitos à vida e à propriedade. O poder Legislativo é um dos menos eficientes e mais caros do mundo[i]. O Judiciário prioriza seus próprios interesses[ii], administra uma máquina ineficiente[iii] e cara[iv] e vive imerso em rituais ultrapassados, enquanto a população espera por milhares de processos sem solução.

Os iPhones e computadores mais caros do mundo são vendidos no Brasil, porque somos o país mais fechado ao comércio externo. Nossa carga tributária é similar à de países desenvolvidos, mas, ao contrário do que ocorre por lá, o cidadão brasileiro acaba pagando por segurança privada, escolas particulares e planos de saúde, porque os serviços oferecidos pelo Estado brasileiro são inaceitáveis. Nossas calçadas e estradas estão cheias de armadilhas. Nunca ganhamos um prêmio Nobel.
Leia mais de Roberto Motta

Quase todos os nossos partidos políticos se dizem de esquerda ou centro-esquerda, e todos usam as mesmas táticas populistas com o único objetivo de ganhar a próxima eleição e conquistar mais cargos na máquina pública. Tudo gira em torno de contratos, concessões e obras. Artistas, intelectuais, segmentos inteiros da indústria e do comércio e boa parte da imprensa vivem de subsídios governamentais.

O brasileiro se sente roubado de sua cidadania cada vez que abre um jornal. Desejamos mudanças profundas e permanentes, mas não sabemos como começar. Estamos presos em um atoleiro pesado de futebol, carnaval e televisão. Tememos pelo futuro. Nossos líderes não nos ajudarão. Nos últimos vinte anos até 2016 nosso PIB per capita cresceu meros 38% em termos reais. Nesse ritmo levaríamos 55 anos para alcançar a Espanha e 90 anos para alcançar os Estados Unidos – se eles ficassem parados.

A derrota verdadeira não foi a goleada de sete a um que levamos da Alemanha na final da Copa, realizada no Mineirão, no dia 8 de julho de 2014, um dia que viverá para sempre na infâmia. O verdadeiro problema é que a renda per capital do Brasil é de 8.757 dólares, enquanto a renda per capita da Alemanha – um país destroçado pela guerra e dividido em dois pelo comunismo – é de 41.323 dólares (números de 2015). A Alemanha já ganhou noventa e nove prêmios Nobel. O Brasil nunca ganhou um.

Nosso problema principal não é o salário dos políticos. Nosso problema é o que eles custam em termos de dinheiro público jogado fora por administrações incompetentes e corruptas. O problema é todo o emaranhado burocrático e legal, criado para servir de fonte de renda a políticos e burocratas. Como diz o vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro em três mandatos, Cesar Maia[v]:

“O próprio acesso ao mandato parlamentar ou executivo incorpora em seu valor a possibilidade de usufruir de rendas que ultrapassam em muito as remunerações. A diversidade é grande e vai a comissões, autorizações tarifárias, sobrefaturamento, sonegação consentida, venda de flagrantes, extorsão policial e fiscal, venda/aprovação de novas legislações, autorizações de obras e de atividades econômicas”.

Temos fartura de políticos e escassez de estadistas. Políticos pensam apenas nas próximas eleições; estadistas pensam nas próximas gerações.

É preciso dizer: está tudo errado.

O diesel está caro? Não tem problema: é exatamente para isso que existem os políticos. Prestem atenção do que disse Thomas Sowell [vi]:

Políticos gostam de socorrer determinadas indústrias, profissões, classes ou grupos étnicos, se há razão para esperar votos ou apoio financeiro deles – e vender os benefícios gerados a esses grupos como benefícios para todo o país. […]

Políticos não têm a coragem necessária para privatizar as empresas grandes e deficitárias do setor público porque têm medo de perder os votos dos sindicatos. Eles resistem a retirar os subsídios à energia, fertilizantes e água porque têm medo do voto dos fazendeiros. Eles não tocam nos subsídios a alimentos para não perder os votos dos pobres. Eles não retiram os milhares de fiscais que chantageiam e extorquem os empreendedores porque não querem perder os votos dos servidores públicos. Enquanto isso, essas políticas erradas destroem as finanças públicas e aumentam o déficit de forma catastrófica.

O preço do diesel será subsidiado com o aumento de outros impostos. O Estado brasileiro, esse monstro inchado e preguiçoso, mais uma vez quebra nossa perna, só para nos oferecer um par de muletas compradas com nosso próprio dinheiro.

Está tudo errado. Tudo errado desde o começo.

[i] “Custo da atividade parlamentar no Brasil ultrapassa R$ 20 bilhões/ano”, revista Fórum, 30 de maio de 2013, http://www.revistaforum.com.br/brasilvivo/2013/05/30/custo-da-atividade-parlamentar-no-brasil-ultrapassa-r-20-bilhoesano/. [ii] “’Cada um faz seu pequeno assalto’, diz Gilmar sobre vantagens de juízes”, O Globo, 23 de agosto de 2016, http://blogs.oglobo.globo.com/agora-no-brasil/post/cada-um-faz-seu-pequeno-assalto-diz-gilmar-sobre-excesso-de-vantagens-de-juizes.html. [iii] “Para fazer a justiça andar”, revista Exame, 6 de setembro de 2006, http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/876/noticias/para-fazer-a-justica-andar-m0108307. [iv] Fábio Vasconcellos, “Na relação com o PIB, Judiciário brasileiro custa quatro vezes o registrado na Alemanha”, O Globo, 11 de agosto de 2015, http://blogs.oglobo.globo.com/na-base-dos-dados/post/custo-relativo-ao-pib-do-judiciario-brasileiro-e-quatro-vezes-o-registrado-na-alemanha.html. [v]  “O Custo Efetivo do Estado”, ex-blog do Cesar Maia, edição de 13 de julho de 2016. [vi] Thomas Sowell, Basic Economics, Basic Books, Fifth Edition, p. 457.

“BRASIL FALHA AO OPOR INCENTIVOS NEGATIVOS À CRIMINALIDADE”



Novo especialista do Imil, advogado Thiago Ramos Dias analisa a escalada da violência no país. 

12/11/2018


Com mais de 26 mil assassinatos registrados no primeiro semestre de 2018, a escalada da violência faz o Brasil alcançar índices de guerra. Neste podcast, o advogado Thiago Ramos Dias, coordenador de Segurança da Fundação NOVO e especialista do Instituto Millenium, conversou com a equipe do Imil sobre a crise de segurança pública enfrentada pelos brasileiros e as saídas para melhorar o trabalho dos agentes que combatem os crimes no país. 
 1) De onde vem a escalada da violência?

2) Os três eixos da renovação da segurança pública

3) O debate sobre segurança pública no Congresso

Thiago salienta que o fenômeno do aumento da insegurança é complexo e não possui uma razão exclusiva ou determinante. A elevação nos índices de violência pode estar relacionada a diferentes variáveis, incluindo fatores de ordem sócio-econômica, desemprego e outras questões que podem influir no processo decisório do agente ao cometer um crime. Por outro lado, há a relação com a própria eficiência do Estado ao combater e coibir a prática criminal. Nesse cenário, o especialista acredita que o Brasil falha ao opor incentivos negativos à criminalidade, sobretudo no que diz respeito à certeza da sanção e à proporcionalidade entre a pena imposta e a gravidade do ato criminoso.

“Me filio às escolas que tendem a ver a criminalidade como uma escolha racional daquele indivíduo, dado um sistema de incentivos positivos ou negativos. Como fazer para oferecer uma resposta eficiente, rápida e que de alguma maneira possa servir como um inibidor da prática de novos delitos? 

A pena tem que evitar a reincidência, deve ter um caráter punitivo-pedagógico, que a gente chama de prevenção especifica, e ao mesmo tempo precisa servir de exemplo para os outros como um elemento que funcione como dissuasor de cometimento do crime. Então aquele indivíduo que vê as consequências daquela prática precisa pensar que talvez não valha a pena praticá-la”, explica Thiago.


Para combater o sentimento de impunidade na população é fundamental recuperar a capacidade operacional dos órgãos de segurança. Para isso Thiago acredita que a política pública deve atuar com base em três eixos. O primeiro deles é a procedimentalização, ou seja, a determinação de protocolos claros, difundidos e atualizados sobre como os agentes devem atuar. Tais questões devem ser amplamente divulgadas na sociedade, para que se tornem objeto de conhecimento de todos. “A falta de clareza nos procedimentos pode fazer muitas vezes com que o policial se omita, porque não tem segurança jurídica para atuar e não sabe qual é o desfecho ou consequência legal de um determinado comportamento dele. De outro lado, pode fazer com que ele haja da maneira que quiser. Quando se tem um paradigma claro de atuação para aquele operador de segurança, você torna as ações dele previsíveis. Quando isso não é muito claro, não conseguimos sequer responsabilizar aquele agente de uma maneira adequada por um eventual desvio”, explica o especialista.




Uma vez estipuladas as condutas, é a vez da responsabilização, o segundo eixo apontado por Thiago. Para ele, ao haver clareza sobre a forma que os policiais devem atuar, é preciso que haja sanção aos agentes por se desviarem do padrão estabelecido. Essa punição será capaz de prevenir novos desvios, seja através da reincidência ou como exemplo aos demais colegas.


O terceiro ponto destacado pelo especialista é a valorização: “Não adianta punir alguém, considerando que a máxima sanção na esfera administrativa é excluí-lo da corporação, se ele não se sentir valorizado naquele trabalho. Só conseguimos mostrar que o caminho da legalidade e do profissionalismo vale a pena quando construímos naquele indivíduo um senso de pertencimento, um orgulho de ser policial. 

Isso vai muito além da questão salarial, passa pela relação com a sociedade, com os demais poderes, a maneira com que é tratado dentro da administração. Quando ele entende que é peça fundamental do Estado democrático de Direito e de uma ordem social justa, passa a achar que não vale a pena delinquir, sendo certo que vai ser excluído daquela condição. Busca-se, nessa dimensão, construir um acervo subjetivo que seja capaz de tornar o comportamento adequado algo recompensador, ao mesmo tempo, que torne a possibilidade de perdê-lo, na via da punição, um desestímulo suficientemente poderoso”.


Com apoio estatal, congresso de obstetras no Rio ensina a matar fetos


 Com apoio estatal, congresso de obstetras no Rio ensina a matar fetos

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17/10/2018
  
Aconteceu no Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 19 de outubro, o XXII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO 2018). Com direito à presença do ministro da Saúde, Gilberto Occhi, na abertura, o evento foi um dos maiores do mundo na área e recebeu 11 mil médicos obstetras, ginecologistas e outros profissionais da saúde. A programação, entretanto, assustou os interessados: havia uma grande quantidade de eventos e palestras sobre como matar fetos (“aborto”), um crime segundo a lei brasileira.

Apesar de ser um tema de importância periférica quando comparado a outras doenças e situações que matam mais mulheres, a FIGO – e sua apoiadora brasileira, a Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), entidade declaradamente pró-aborto – rechearam o evento com painéis ensinando a matar. Aqueles que se dispuseram a pagar até R$ 3.000,00 para entrar no fórum puderam participar do curso “A Tecnologia do Aborto”, realizado logo no primeiro dia (14), onde receberam treinamento para matar fetos no primeiro e no segundo trimestre de gestação por meio de diversas técnicas abortivas.

Outros temas do fórum, teoricamente destinado aos médicos que desejam trazer vidas ao mundo ao invés de matá-las, incluem como a objeção de consciência (o médico se negar a matar o feto porque isso fere seus preceitos morais ou éticos) pode atrapalhar o desejo da mulher de abortar; técnicas para “expandir” o período de gestação a fim de matar o feto legalmente; análises sobre a melhor substância para matar o feto; guias para fazer “abortos seguros”; manuais sobre “o longo caminho para a legalização do aborto”; e outros painéis sobre “direitos reprodutivos” que, na prática, fazem apologia ao aborto. Até mesmo Débora Diniz, uma das responsáveis pela ação no STF (ADPF 442) que visa legalizar o aborto no Brasil – ação combatida pelo ILISP – falará na programação da FIGO. 

De acordo com médicos que analisaram a programaçãoo fórum conta com 50 painéis pró-aborto.
O evento possui apoio do Governo Federal e da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação vinculada ao Ministério da Educação, além do patrocínio de diversas empresas nacionais e multinacionais: Bayek e GSK (ao custo de 130 mil dólares cada); Grunenthal e MSD (95 mil dólares cada); EMS, FQM e Nestlé (55 mil dólares cada); ONGs de militância pró-aborto como DKT e IPAS (criada pela Planned Parenthood, a maior empresa de execução de abortos do mundo), ao custo de 30 mil dólares cada; além de outras empresas farmacêuticas como Novo Nordisk, Roche e Ache.


Cabe registrar que, apesar de ser um fórum internacional que atraiu milhares de médicos, o evento não foi mencionado por qualquer jornal ou revista da velha mídia.

Em defesa do direito à vida
O ILISP tem atuado contra o aborto e a favor do direito à vida no Brasil, inclusive no STF

Imagem de um dos painéis da FIGO 2018: para matar um feto primeiro é necessário que o médico tenha “mente aberta”

“Arte” Moderna: Um Infiltrado Entre As Bacantes




FILOSOFIAHUMANOPOLÍTICASOCIEDADE

“Arte” Moderna: Um Infiltrado Entre As Bacantes


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Como já narrei, agora faço um curso de história em uma universidade brasileira (que por aqui chamo Universidade de Gothan). O curso não é sem prazeres, mas também não é sem moléstias, e uma delas é a cota de horas de atividades complementares que todo aluno é obrigado a fazer até a graduação, atividades que podem incluir peças teatrais.
Vi que estava em cartaz a peça Bacantes de Eurípedes no Teatro Oficina em São Paulo. Cinco horas e meia de peça. Eu já esperava ser uma merda, mas cinco horas e meia me ajuda bastante a bater a minha cota. Fui à peça. E não me enganei, é uma bosta retardada mesmo. Mas não me arrependi, valeu pelas horas. E por este post.
O meu integrador acadêmico, o Lamar, é um esquerdista pós-modernista e já se disse fã do Zé Celso. Então é claro que não serei louco de falar mal da peça no relatório. Mas tenho vontade de falar mal. Então, farei uma espécie de caixa-dois: Aqui no blog, vai minha verdadeira opinião. Para o senhor Lamar, vou escrever o que ele quiser ler. E ainda vou escrever completamente bêbado.

Resumo da Ópera

Cheguei relativamente cedo ao teatro. Fui ouvindo no carro um nerdcast sobre o tema linguística, tema pelo qual normalmente me interesso, mas hoje não. Não estava muito bem de humor. Aliás, não ando muito bem de humor, especialmente após as 18h. Mas até aí tudo bem. Meu humor piorou “um pouquinho” quando, ao chegar à hostess, após aguardar um tempão na fila com outras pessoas, me disseram que eu tinha que ter pegado outra fila, para quem comprou ingresso pela internet, e sugeriram que eu fosse para o final desta outra fila. Não havia ninguém para informar ou organizar. É claro que eles mudaram de ideia e deram minha pulseirinha e me deixaram entrar naquela hora mesmo. Que bom, ou eu não estaria aqui escrevendo este post, provavelmente estaria preso ou morto após entrar com o meu carro no tal teatro oficina e atropelado uma dúzia de “bacantes”.
O teatro é bem diferente do que você esperaria de um teatro. Porque não tem palco. Não tem nem o formato de um teatro. Mais faz lembrar um mapa do Counter-Strike (e eu adoraria snipear alguns “bacantes”): Um galpão de aspecto industrial, oficina mesmo, vertical, com algumas plataformas ou andaimes em cada lado (mais ou menos como no Donkey Kong) para a plateia se acomodar.
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O longo corredor entre estas duas plataformas é o que serve de palco. Acabei sentando bem embaixo, foi onde achei lugar. Numa espécie de mureta. Nem quis tirar a mochila das costas. Aí a peça começou, após enumerarem a looonga lista dos patrocinadores (todos contemplados pela lei Rouanet, claro) e avisarem que toda a encenação seria gravada, e que trataram de toda a burocracia, e assim todo mundo que comprou ingresso já teria autorizado o uso de sua imagem, e quem não concordasse, que fosse à bilheteria pedir o dinheiro de volta. Mas eu preciso das horas complementares…
Poderia falar um pouco do enredo da peça, mas praticamente não tem nenhum. Nenhum nexo, ou pelo menos nenhum que faça sentido à uma mente sóbria. Nada além de algumas historias soltas envolvendo os deuses Dionísio e Baco, com muita cantoria. A peça começa com a encenação de um parto. Ou isso foi na metade? Não lembro, não faz diferença. E todo o resto da peça resume-se a um monte de gente seminua ou nua em pelo, de ambos os sexos, correndo e de um lado pro outro, cantando e brincando, uma grande orgia infantiloide. Como é de praxe nas peças do teatro oficina, fez parte do ato alguns atores (de ambos os sexos) se masturbando, como era no momento que a tal Afrodite fazia ao dar a luz ao Baco, batendo uma sirirca nervosa… Ou foi ao Dionísio? Ah, que se foda, é tudo muito maluco, tanto faz se eu tivesse assistido da metade em diante ou do começo para o fim.
Havia interação dos atores com a plateia, algo que não gosto muito, e menos ainda neste contexto, mas acho que viram a minha cara de saco cheio e nem vieram brincar comigo. Exceto pela mulher deitada atrás de mim, no que eles chamavam de “jardim”, atrás da mureta, mulher que em determinada hora começou a pisar na minha mochila e puxá-la, e também puxou o meu casaco, eu virei várias vezes para perguntar o que ela queria, mas parecia que ela não estava querendo chamar a minha atenção para dizer alguma coisa, só queria puxar a minha mochila e o meu casaco para encher o saco mesmo. Eu queria sair para fumar, e eles tinham explicado como sair do teatro sem ser pelo “palco”, mas eu tinha esquecido as instruções. Ah, bem… Que infortúnio. Em dado momento, não resisti à piada: Comentei com o sujeito ao meu lado: “Era melhor ter ido ver o filme do Pelé”.
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E entra a política

A peça, além da sacanagem bem gratuita, contou com uma encenação, na parte mais alta do teatro, que não estava bem visível para mim, encenação em que uma presidente Dilma careca era arrastada para longe por um político de terno e gravata, com faixa presidencial, enquanto era içada uma grande cédula de dólar, como se fosse uma bandeira. Este personagem, o presidente (Temer, evidentemente), junto com outro, vestido de gari (uma sátira ao prefeito João Dória) serviu de espantalho para uma boa parte do restante da peça. Os momentos em que apenas eles falavam, e aquele em que foi içada a nota de dólar gigante, foram os únicos momentos da peça em que eu sorri, mas é lógico que o falastrão Zé Celso, que dirigiu e também atuou, não esperava que alguém gostasse dessas falas. Serviram para fazer uma espécie de “dois minutos de ódio”, como em 1984. Em dado momento, uma atriz subiu em uma escada e simulou estar pichando, e o ator de gari foi atrás dela, subindo a escada. Até achei um pouco engraçado.
Tudo para expressarem como são um grupo de “minorias oprimidas” pelos caretas malvados que só querem arruinar a diversão dos libertinos de esquerda. O personagem presidente, em dado momento, avisou estar horrorizado com um tal de culto a um deus diferente que estaria tirando as mulheres das famílias… Ai, quanta besteira.

Arte de Esquerda?

Eu quero ser perfeitamente honesto aqui: Nem toda arte de esquerda, ou feita por esquerdista, é ruim, longe disso. Na verdade, parece que a inclinação criativa costuma vir junto de uma personalidade marcada por inconformismo, criativos são rebeldes em geral, o  que acaba levando estas pessoas a se identificarem mais com a política de esquerda. Mas isto não significa que eles não saibam trabalhar. Veja o caso do cineasta Oliver Stone, comunista de carteirinha, que já entrevistou Fidel Castro. Foi roteirista de Scarface, e diretor de clássicos como Wall Street, Platoon, e, mais recentemente, Snowden. Obras de arte com qualidade inquestionável, tramas envolventes e enredos perfeitamente coerentes, com começo meio e fim. Mesma coisa de Paul Verhoeven, de Vingador do Futuro (propaganda comunista safada, mas filmão) e Instinto Selvagem. A lista é muito longa. O mais legal é que esses artistas são de esquerda mas não fazem arte apenas para esquerdistas. Todo mundo pode apreciar seus filmes, independe de inclinação política. E o mesmo procede com músicos, teatrólogos, pintores…
Mas os artistas brasileiros de esquerda… Que desgraça.  Dos músicos vários se salvam (Chico Buarque e Caetano, por exemplo, são daqueles que fazem música universalmente agradável, independente de suas ideologias). Mas dos filmes que você mais amou na vida, quantos foram brasileiros? Provavelmente, você os contaria com os dedos de uma só mão. Uma grande parte da produção cinematográfica brasileira (mas não toda, que fique bem claro) é feita por intelectuais de esquerda para outros intelectuais de esquerda. Pago com dinheiro do povo. Tem coisa boa, no cinema e no teatro também, mas uma grande parte desses artistas são tão “modernos” e “desconstruídos” que acham que arte que seja agradável, ou mesmo coerente, é conformista e burguesa. Nem a arquitetura do teatro pode ser padrão! Tentam ser do contra de qualquer jeito, mesmo que seja pra ficar uma bosta. Um caso que ficou mais famigerado foi aquele da peça Macaquinhos, em que, em determinado momento, os atores ficavam de quatro, um atrás do outro, fazendo uma roda, com um ator enfiando a mão na bunda do outro. E isso é fichinha perto do que rolou na peça As Bacantes.
O que mais me impressionou foi haver crianças por lá, na plateia. Tão errado…
O terrorista anarquista Ted Kaczynski, mais conhecido como Unabomber, escreveu e publicou, pouco antes de ser preso, seu “Manifesto Unabomber: A Sociedade Industrial E Seu Futuro”. A obra é extremamente neurótica, repleta de teorias psicanalíticas equivocadas e niilismo exagerado, ostensivamente tecnofóbica, neo-ludita. O simples fato de seu autor ser um assassino já é motivo para termos receio. Mas é um desperdício simplesmente rejeitá-la: Ao examinar o manifesto de Unabomber, temos que ser minuciosos, como se estivéssemos desarmando uma de suas bombas. Não é tudo loucura: O trecho em que ele fala da esquerda, e da arte e da intelectualidade da esquerda em especial, é quase impecável. Comete algumas generalizações exageradas, que não apagam o valor do texto que é uma sova tão certeira na esquerda. Reproduzo alguns trechos em especial
17. As formas de arte que apelam aos intelectuais do esquerdismo modernotendem a enfocar-se na sordidez, na derrota e no desespero ou, por outro lado,tomam um tom orgiástico, renunciando ao controle racional, como se nãotivesse esperança de conseguir nada através do cálculo racional e tudo o queficou de fora deve submergir na sensação do momento.
18. Os filósofos esquerdistas modernos tendem a recusar coisas como razão,ciência e realidade objetiva e fazem questão de que tudo é culturalmente relativo. É justo formular perguntas sérias sobre os fundamentos do saber científico, sobretudo quando o conceito de realidade objetiva pode ser definido. Mas é óbvio que estes filósofos não são simplesmente coerentes de cabeça fria que sistematicamente analisam os fundamentos do conhecimento. 

 Estão profundamente envolvidos emocionalmente em seu ataque à verdade e à realidade. Atacam estes conceitos por suas necessidades psicológicas. Seu ataque é uma saída para a hostilidade, e ao ser exitoso, satisfaz o impulso pelo poder.
Em cheio.
Só faria um adendo: Estes artistas e intelectuais de que Kaczynski fala (ele mesmo diz no manifesto que não é à toda a esquerda que se refere) são aqueles do movimento conhecido como pós-modernista. Afinal, por que a esquerda, em especial a nossa, parece gostar de tudo quanto é porcaria? Por que essa fascinação com o estranho, o torpe, o marginal, o mau, o feio, o grotesco?
Antes de Dória (o “fascista mor” de São Paulo) estava o medíocre Fernando Haddad, que fez uma gestão para uma cidade de grafiteiros e skatistas, os mais ilustres cidadãos de sua São Paula. Dória, o “grande fascista”, cometeu o abominável ato de mandar limpar os muros da cidade. A tal “arte das ruas”, um monte de rabiscos nas paredes, feitas por pessoas não autorizadas pelos donos. “Higienismo”, no jargão pós-modernista. E qual seria o contrário de higienismo? “Sujismo”? Porque parece ser isto mesmo que esta esquerda tanto adora: Imundice. Um dos atores de Bacantes fez questão até de fazer seu papel com a bunda suja (juro).
Outro dia, foi à universidade um professor convidado, um historiador especialista na história dos comunistas do Brasil. O objeto principal dele eram os comunistas Olga Benário e Luís Prestes, e este historiador parecia particularmente interessado na história das intimidades dos comunistas que queriam dar um golpe de estado no Brasil, mencionando até que alguns do grupo trocavam pelos pubianos por carta. Que grande preocupação, não? Que assunto tão importante para um historiador estudar! (#sqn) Afinal, alguém me explique: Qual foi a importância destes movimentos terroristas para o mundo, ou para o Brasil? Qual sua relevância? O que fizeram ao Brasil? Engraçado, quando um Leandro Narlock faz um livro de história “politicamente incorreto” dedicado a fatos de relevância parecida (nenhuma), a academia entra em polvorosa. Mas quando é um intelectual de esquerda se debruçando sobre as correspondências íntimas de comunistas, aí tá valendo. Quantos pesos e quantas medidas há nesta história?
Por fim, se você achou demasiadamente “neurótica” minha citação de Unabomber, venho oferecer outra, de alguém bem mais racional, nada terrorista. De meu escritor favorito, Steven Pinker, cientista da cognição, uma das mentes mais geniais de nosso tempo. Em seu livro Tábula Rasa, de 2002, ele fala sobre a arte moderna e pós-moderna, e como chegou ao estado deplorável em que se encontra. Pinker explica, o começo do século XX viu uma revolução dos meios de reprodução que tornou arte abundante e acessível, tanto livros, quanto quadros, filmes, e todas as formas de arte. E não só era abundante, como uma grande parte dessa arte popular era de boa qualidade. O jeito foi os artistas começarem a fazer sua arte não mais apenas de qualidade, mas fazê-la ininteligível para as massas. Conceitos normais de “beleza” começaram a ser rechaçados como sendo banais e burgueses. Mas nem tudo da arte moderna foi ruim, muito dela foi apenas experimentação com técnicas novas, o que não é ruim, longe disso, muitos realmente tentaram chocar com criatividade legítima, não com esculacho.
Mas infelizmente para os modernistas, uma hora a arte moderna virou mainstream. E virar mainstream é a morte para os modernistas. E chegamos, nos anos 60 e 70, ao “pós-modernismo”, esse movimento cultural e intelectual que… Bem, basicamente, é a peça que eu fui ver no teatro oficina por necessidade. Cada vez menos a arte e a filosofia são ininteligíveis (e para a filosofia, em especial, isto é desastroso), e cada vez mais os artistas tentam se valorizar pelo choque, pela bizarrice. Uma arte pretensamente “intelectual”, mas o que menos há nela é inteligência. Talvez a arte moderna tenha começado a perder as estribeiras quando começaram a expor mictórios em museus:
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Como diz Pinker:
A campanha sem fim pelos artistas pós-modernistas para atrair a atenção de um público entediado progrediu de embasbacar plateias para fazer tudo quanto possível para ofendê-las.
Pinker, Steven. The Blank Slate: The Modern Denial of Human Nature (p. 414). Penguin Publishing Group. Edição do Kindle. (tradução minha)
Pra mim, nonsense por nonsense, prefiro as animações absurdas do Mundo Canibal, e os desvarios das páginas do Facebook “Stalinismo Anarcocapitalista” e “Chaves Nóia”. Pelo menos são engraçadas. E não são financiadas pelos cofres públicos. Agora com licença, enquanto viro mais um Jack Daniel’s e penso em um relatório bem criativo para fazer, ao gosto dos acadêmicos.

Paulo Freire, o patrono do fracasso educacional brasileiro



Paulo Freire, o patrono do fracasso educacional brasileiro


Infelizmente, segundo numerosas pesquisas nacionais e internacionais, o sistema de ensino brasileiro é um dos mais ineficientes do planeta. Crianças e adolescentes sabem muito pouco do que deveriam saber: dominam precariamente a língua portuguesa e não possuem habilidades básicas em matemática. A falta de aprendizado é o nosso maior obstáculo educacional. Tal precariedade é resistente e subsiste à revelia das questões fiscais e de investimento público. É um ensino ruim quando o dinheiro é farto ou escasso.
As raízes da precariedade do ensino brasileiro podem ser encontradas na formação de nossos professores. Há muito, cursos universitários, públicos e privados, foram invadidos pela demagogia política mais abjeta. De fato, o ensino pedagógico de nível superior furtou-se a ensinar aos jovens mestres técnicas de aulas, metodologias baseadas em evidências científicas e conhecimento de como as pessoas aprendem. Ademais, há professores que também não dominam os conteúdos de suas próprias disciplinas.
O estudante de pedagogia forma-se sem conhecer os elementos fundantes de sua futura profissão e muitos sequer desfrutam de estágios profissionais sérios e sistemáticos. No Brasil, abandonou-se a pedagogia em prol de discursos políticos e formação de militantes. O maior símbolo desse tipo de educação é o famoso, muito comentado e pouco lido, Paulo Freire.
O tema não é novo. Desde que estreou no cenário público e político, Paulo Freire causou polêmicas e motivou inúmeros intelectuais brasileiros a denunciar suas artimanhas revolucionárias. Em setembro de 1963, por exemplo, o jornal Estado de São Paulo endossou a análise demolidora de Dulce Salles Cunha Braga, na época vereadora em São Paulo, sobre o “método de alfabetização” do intelectual comunista: “esse método, em si, apresenta sérias lacunas, sendo passível de críticas fundamentais no que se refere à sua oportunidade e eficiência. O mais grave, porém é que segundo depoimentos de pessoas de ilibada idoneidade, o método em causa tem sido veículo de doutrinação marxista, sob pretexto de alfabetização.” A professora Dulce foi a primeira senadora paulista, vereadora por três vezes e deputada estadual também por três vezes.
Pedagogia do Oprimido, livro mais famoso de Paulo Freire, é obra recheada de elogios a Fidel Castro, Che Guevara, Mao Tsé-Tung, Lenin e às revoluções comunistas. Freire ignora o sangue de inocentes derramado por esses tiranos e assassinos, responsáveis por genocídios covardes e produz um panfleto socialista com quase nada de pedagogia. Seu objetivo, coberto por um manto de palavras confusas e desconexas, é estabelecer as bases de uma revolução socialista no Brasil por meio da subversão cultural de estudantes em prol do velho e refutado materialismo marxista.
Prega em seu livro sinuoso a revolta dos alunos diante da autoridade do professor e da família. O patrono da educação brasileira esforça-se, utilizando uma linguagem tosca e truncada, em demonizar a família e a autoridade paterna: “as relações pais-filhos, nos lares, refletem, de modo geral, as condições objetivo-culturais da totalidade de que participam. E, se estas são condições autoritárias, rígidas, dominadoras, penetram nos lares que incrementam o clima da opressão”. Tudo para ele é opressão, exploração e domínio.
De 1989 a 1991, Freire teve a oportunidade de pôr em prática suas ideias copiadas da tradição teórica marxista. Foi secretário de educação de São Paulo na gestão de Luiza Erundina. O legado do idolatrado militante foi a promoção automática dos estudantes. Freire considerava a autoridade do professor em avaliar os alunos como algo opressor. A libertação é promover estudantes mesmo que não tenham aprendido a contento o conteúdo programado. É a perpetuação da falta de qualidade do ensino.
Precisamos urgentemente promover uma profunda revisão na formação de nossos professores. Jamais poderemos superar nossas dificuldades sem introduzir no ensino superior pedagogias realmente científicas e calcadas em evidências empíricas. Não podemos continuar apenas com a politização canhota e que tanto mal faz ao ensino nacional. Precisamos de mais ciência e menos ideologia barata e mistificadora.