quarta-feira, 29 de maio de 2019

Quem não arrisca não petisca - e nem governa

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Para:parkwayresidencial@yahoo.com.br
29 de mai às 06:25

Alerta Total


Posted: 28 May 2019 02:30 AM PDT


Edição Atualizada do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dia importantíssimo em Brasília. Tem reunião/café da manhã de Presidentes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Tomara que o bom senso, com desconfiômetro ligado, seja o Poder Moderador do encontro entre Jair Bolsonaro, Davi Alcolumbre + Rodrigo Maia e José Dias Toffoli. Na pauta da conversa, as manifestações de domingo, quando falou mais alto a voa verdadeira das ruas. O recado foi dado...

Sem dúvida, os poderosos passaram recibo da pressão emitida pela massa nas ruas. Na verdade, a terapia a quatro tem jeitinho de freada de arrumação. Deve entrar no papo, também, a classificação oficial de “maluco” dada ao Adélio Bispo – autor da facada que quase matou Bolsonaro em 6 de setembro. Nada de anormal, em mais uma loucura de impunidade sob a ditadura do Crime Institucionalizado.

No Brasil com instituições rompidas e corrompidas, com poderes operando fora da verdadeira normalidade democrática (baseada na Segurança do Direito), correr risco político faz parte do processo de tentativa de governabilidade. Assim, o Presidente Jair Bolsonaro não deve levar a ferro e fogo a eventual decisão do Senado em recolocar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras no lugar certo: o Ministério da Justiça, sob gestão de Sérgio Moro.

São necessários pelo menos 41 votos para que o Senado aprove o destaque ao texto da Medida Provisória 870 – que trata da reforma administrativa determinada no começo da gestão Bolsonaro. As manifestações de rua no domingo deixaram clara a vontade popular em fortalecer Bolsonaro e Sérgio Moro na guerra contra a corrupção, principalmente garantindo que o COAF fique no Ministério da Justiça – e não na Fazenda.

Nesta terça-feira, quando o assunto entrar na pauta do Senado, será possível verificar o quando a voz vencedora das ruas sensibilizou (ou não) os 81 senadores. Caso o destaque seja aprovado, a MP volta para apreciação da Câmara dos Deputados – onde já haveria muito deputado arrependido e pronto a voltar atrás por ter tirado o COAF de Sérgio Moro. A pressão das ruas tende a “convencer” o parlamento a votar tudo antes que a MP perca validade em 3 de junho.

O Presidente Bolsonaro já se manifestou que preferia deixar tudo como ficou aprovado pela Câmara. No entanto, o senador paranaense Álvaro Dias (Podemos) preferiu apresentar o destaque para o COAF ficar com Moro, conforme originalmente queria o Governo. Álvaro Dias justificou: É uma questão de lógica. Cabe ao Ministério da Justiça a tarefa pertencendo ao COAF. Temos de instrumentalizar o MJ para o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas”.

O líder do Governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP) concorda com Dias e tanta convencer Bolsonaro. O Presidente deveria correr o risco da votação da MP 870 em um prazo apertado. Até porque a responsabilidade não é do Executivo, mas inteiramente do Legislativo. Depois das manifestações rueiras de domingo, não seria sábio que o Presidente desse uma demonstração de fraqueza, aceitando pressões espúrias do parlamento criticado pela maioria esmagadora da população.

Portanto, a bola está com o Congresso Nacional. Cabe ao Presidente Bolsonaro correr o risco calculado. Quem não arrisca não petisca – e também não governa, no Presidencialismo de coalizão que acaba sempre em colisão, graças ao “parlamentarismo branco” imposto pela caduca Constituição vilã de 1988.

Se o Congresso não quiser ouvir a voz verdadeira das ruas, o problema será dos 513 deputados e dos 81 senadores. A legítima pressão popular por reformas estruturantes e mudanças estruturais tende a aumentar. A Revolução Cidadã, patriótica, é um processo que avança, com tendência a se consolidar.

O problema é dos bandidos institucionalizados. A solução é o aumento insuportável da pressão popular. Por isso, o Presidente Bolsonaro não tem o direito de fraquejar, nem vacilar. O Presidente conta com o apoio de dois sustentáculos reais de uma Nação: o povo e os militares. Assim, precisa apenas cumprir a missão de bem governar.

Como diriam o Cabo da Faxina e o Capitão Nascimento, missão dada é... (por favor, complete a frase, Bolsonaro...).


© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 28 de Maio de 2019.
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Aquela cerveja escura que tem um boizinho na embalagem, é uma boa dica para responder à pergunta.

É assim que a mídia canalha se apresenta nos dias seguintes às manifestações de apoio ao Mito. Muuuu!

Mas como tudo na vida é uma faca de dois gumes (ou legumes ?), nosso querido Presidente terá que honrar o prestígio recebido “nunca antes visto na história deste país”. De faca ele entende !

Em primeiro lugar, deve se afastar de polêmicas estéreis.

Precisa melhorar a Comunicação Oficial. Mostre suas realizações e não perca tempo em rebater latidos de cães indignados com a caravana e grunhidos da porcada em abstinência.

Sugiro, humildemente, que seja afastado o “mágico da cartola” cujo coelho mais brilhante é a reforma da (im)previdência. O prestidigitador está comprometido com os bancos; não com o futuro do país.

Não caia na tentação de fazer novo “confisco” (à la Zélia); nem aumentar qualquer imposto.

Cuide dos riscos imperceptíveis que corre o Brasil.

A implantação desordenada da nova tecnologia 5G, poderá nos levar a um estado totalitário. Reconhecimento facial é o primeiro passo para nossa escravidão.

Em Santa Catarina, um tal de Certi está colaborando com a Huawei chinesa. A mesma empresa que os Estados Unidos da América combate. Será que nosso amigo Trump sabe disso?


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Eduardo José Barbosa

O que descortinar como horizonte futuro das manifestações de 26 de maio?

À luz do que se pode constatar Brasil afora, via fotos e vídeos, o Clube Militar entende que o recado foi dado a quem deve recebê-lo.

Pudemos ver o apoio à pauta do Presidente da República, com as reivindicações de uma nova previdência, do pacote de medidas anticrime do Ministro da Justiça e de algumas reformas na Educação. Este apoio se fez necessário face o Poder Legislativo, assim como o Poder Judiciário, estarem colocando obstáculos nítidos a essas implementações, que vêm, em verdade, ao encontro do que o Povo deseja.

Esse mesmo Povo que se expressou nas últimas eleições a favor de determinadas medidas a serem tomadas pelo Governo Federal. O Poder Executivo tem-se mostrado sensível a essas demandas populares. Paralelamente, se depreende que os outros dois Poderes não estão, igualmente, impactados por esses anseios, colocando, então, empecilhos no processo. Aí está a motivação dessas pacíficas manifestações.

Claro que não se vislumbra nenhuma hipótese de fechamento de alguma Instituição. As manifestações foram democráticas e o caminho é a democracia! Entretanto, não se pode aceitar que o Legislativo e o Judiciário desconheçam o que diz o § único do Art 1º da Constituição Federal de 1988: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

O recado foi dado e, se for mantido o ambiente de se postergar as mudanças necessárias ao desenvolvimento do País, não se tem dúvidas de que outras manifestações virão, como consequência natural de ser preciso “fazer pressão” para que todos remem a favor do Brasil.

Eduardo José Barbosa, General de Divisão, é Presidente do Clube Militar.
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Gaudêncio Torquato

Governantes de todos os quadrantes não raro costumam escolher Deus como escudo. A história está pontilhada de referências a Deus. Em seus 40 anos de reinado, o ditador general Franco, “caudillo da Espanha pela Graça de Deus” referia-se sempre à Providência Divina, conforme passagens de seus discursos, como esta de 1937: “Deus colocou em nossas mãos a vida de nossa Pátria para que a governemos”. Os estatutos da Falange Espanhola o declaram“responsável perante Deus e perante a história”. Lembrete: a Falange Espanhola, criada em 1933 por José Antônio Primo de Rivera, foi um movimento e um partido político inspirado no fascismo.
Já os monarcas, ao correr da história, justificam a autoridade e a legitimidade sob a égide do direito divino, de onde deriva seu direito de governar, não dependendo nem mesmo da vontade de seus súditos. Hassan II, no Marrocos, se declarava descendente do profeta Maomé. Dizia: “não é a Hassan II que se venera, mas ao herdeiro de uma dinastia, a uma linhagem dos descendentes do profeta Maomé”.
Hirohito, imperador do Japão de 1926 até sua morte, em 1989, era visto como uma divindade. Criou fama, não só por ter uma realidade distante da população que viveu guerras e mortes, mas por construir uma aura divina. Ele nunca aparecia com roupas normais, sempre estava vestido com vestimentas dignas de um “imperador divino e perfeito”, como um deus que os japoneses acreditavam ser descendente da deusa do sol, Amaterasu.
O marechal Idi Amin Dada, ditador de Uganda, garantia ao povo que conversava com Deus, em sonhos, uma espécie de aval concedido a seus atos. Certo dia, um esperto jornalista joga a pergunta: “o senhor conversa com frequência com Deus”? Ele: “Sempre que necessário”.Já em Gana, os eleitores cantavam assim a figura de Nkrumah: “o infalível, o nosso chefe, o nosso Messias, o imortal”. 
Por estas plagas, eleva-se aos céus a figura de Jair Bolsonaro. A quem um pastor evangélico do Congo, Steve Kunda, assim se refere: “Na história da bíblia, houve políticos que foram estabelecidos por Deus. Um exemplo quando falam do imperador da Pérsia Ciro. Antes do seu nascimento, Deus fala através de Isaías: ‘Eu escolho meu sérvio Ciro’. E senhor Bolsonaro é o Ciro do Brasil. O nosso Messias não teve dúvidas: jogou o vídeo nas redes sociais. E entoou: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”.
Para reforçar a mística, o bispo Edir Macedo pede que Deus ‘remova’ quem se opõe a Bolsonaro, acusando políticos de tentarem "impedir o presidente de fazer um excelente governo". E alertou: Marcelo Crivella, o prefeito do RJ, enfrenta "impeachment do inferno".
O fato é que os governantes em países atrasados culturalmente (e até em mais desenvolvidos) costumam organizar seu próprio culto. Agem para que a imprensa cultive sua imagem que pode ser uma destas: herói, Salvador da Pátria, Super-Homem, Pai dos Pobres ou Enviado dos Céus. Mas Nietsche já alertava contra tal esperteza: “o super-homem destrói os ídolos, ornando-se com seus atributos. A apoteose da aventura humana é a glorificação do homem-Deus”.
Pois bem, essa mania de querer um parentesco com Deus ressurge nessa onda direitista, de viés populista, que se espraia pelo planeta, incluindo até Nações como Hungria, Polônia, Áustria, Itália, Suíça, Noruega, Dinamarca, Filipinas, Turquia e, claro, os Estados Unidos de Donald Trump.
Esses governantes tendem a assumir comportamento autoritário, criando estruturas próprias de comunicação, formando alas sociais (amigas e inimigas), fustigando a imprensa, vista como a tribuna dos perdedores. Não aceitam que a mídia tradicional exerça as funções clássicas de apurar os fatos, que seja vigilante dos poderes públicos ou que faça cobranças.
Cortam volumosos investimentos publicitários na mídia tradicional, extinguem empregos e inauguram o ciclo do “achismo” ao expandirem a quantidade de julgadores e intérpretes do cotidiano. Os efeitos brotam: perda de credibilidade na informação; perda de qualidade informativa; formação de “exércitos” para “guerra da informação e da contra-informação”; apartheid social com a polarização discursiva; e expansão do Estado-Espetáculo.
No meio do turbilhão, Jair vai atirando contra a imprensa, verberando contra políticos e, quem sabe, pensando em subir ao trono das divindades. Para tanto, conta com a identidade do Messias, afinal, seu sobrenome. 
Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Vivien Aucar

O ano de 2019 tem se mostrado bastante desafiador para alocação de recursos. Por um lado, o ambiente internacional passa a contribuir menos com o fim de uma década de injeção de liquidez pelos bancos centrais de países desenvolvidos.

Já no Brasil, vivemos uma conjuntura favorável após um longo período de recessão. Porém, é extremamente importante aprovarmos com urgência as reformas necessárias para garantir estabilidade fiscal. Apenas assim o país poderá reconquistar a credibilidade e voltar a receber aportes dos investidores estrangeiros, que sacaram mais de R$ 11 bilhões da bolsa brasileira em 2018.

De acordo com levantamento da consultoria global EPFR, estrategistas do mercado estimam uma entrada potencial de R$ 251 bilhões em ações brasileiras se as alocações dos fundos globais e daqueles voltados para mercados emergentes globais voltassem ao patamar de outubro de 2014.

Diante desse cenário o ponto chave para obter bons retornos sem deixar de se proteger dos riscos é a diversificação da carteira. Os fundos multimercados apresentam grande potencial de retorno com certa proteção. Já os fundos imobiliários são opções para capturar a melhora do ambiente interno.

Após anos de queda, o mercado de imóveis vem se recuperando e a demanda tende a subir. Investir na bolsa também deve ser considerado com o atual cenário de recuperação econômica e a esperança de reformas. Há boas oportunidades na bolsa e em alguns setores, principalmente os ligados a crescimento doméstico, pois, as empresas tiveram que reduzir o endividamento e se tornar mais eficientes para passar pelos anos de crise e se favoreceram agora dos juros mais baixos.

Por fim, a previdência privada é uma estratégia interessante para o horizonte de longo prazo, principalmente se considerarmos as vantagens fiscais. Aprender a investir é essencial para a tranquilidade financeira. A Unicred, seguindo os princípios estabelecidos pelo cooperativismo, disponibiliza gratuitamente orientações para toda a sociedade por meio do portal www.suasaudefinanceira.com.br.

Vivien Aucar é especialista em investimentos da Unicred SC/PR.

Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Mateus Adriano Túlio

Há anos o Brasil concentra a maior parte de sua arrecadação sobre as operações de consumo, mais precisamente sobre a venda de mercadorias e a prestação de serviços.

Os principais pontos negativos decorrentes da distribuição das fontes de arrecadação de tributos face à regressividade da nossa matriz tributária, nesse sentido, estão no desrespeito ao princípio da capacidade contributiva e na concentração de riquezas.

Não só o Brasil, mas a maioria das economias da América Latina, segundo dados da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, estão na contramão dos países desenvolvidos, que priorizam a arrecadação sobre a renda.

Nos Estados Unidos, por exemplo, em 2017, a tributação sobre o consumo chegou a ser menos da metade da tributação sobre a renda, alcançando a mesma carga tributária que a tributação sobre a propriedade, bem diferente dos números dos países menos desenvolvidos, onde a propriedade pouco tem contribuído na arrecadação.
Importante aqui salientar que os tributos incidentes sobre o consumo têm natureza de tributação indireta, tendo como característica peculiar a repercussão econômica do ônus tributário ao consumidor final, dissociando o contribuinte de direito (as empresas) do contribuinte de fato (o consumidor), aquele que ao pagar o preço arca economicamente com o encargo tributário.
 
Outro fator relevante, principalmente sobre os tributos incidentes sobre bens e mercadorias, é que eles incidem em várias etapas da cadeia produtiva. Muito embora estejam amparados pelo princípio da não cumulatividade, pelo qual os tributos incidentes em uma etapa da cadeia podem ser compensados com os tributos exigidos na próxima etapa, além de não estarmos diante de uma não cumulatividade plena, a compensação de créditos no Brasil tem se mostrado cada vez mais complexa, principalmente no âmbito estadual.
 
Esses custos indiretos agravam a tributação sobre o consumo, de forma que os percentuais de carga tributária sequer podem ser precisamente calculados, podendo ser superiores aos percentuais projetados pelos órgãos estatais.
 
Nesse sentido, outra diferença que se observa nos países mais desenvolvidos é a facilitação do sistema de arrecadação, com a total desoneração das etapas produtivas e a concentração dos tributos na etapa de venda ao consumidor, com a implementação do denominado IVA – imposto sobre o valor agregado.
 
Essa forma de arrecadação faz parte de uma série de projetos de lei e de emendas à Constituição Federal (PEC) que tramitam no Congresso, mas infelizmente com poucas chances de serem aprovados num curto espaço de tempo. Como principais vilões contra a aprovação de tais medidas temos a cultura de sonegação, amplamente difundida em nosso país, o pacto federativo e a guerra fiscal entre os estados, bem como o interesse da administração pública pelo fluxo de caixa decorrente da antecipação de tributos da cadeia produtiva.
 
Ao onerar as relações de consumo de forma desproporcional às demais fontes de arrecadação, aqueles que menos deveriam contribuir acabam contribuindo mais do que os que deveriam, colaborando para a formação de uma sociedade menos justa. Há muito tempo se fala sobre a simplificação e modernização do sistema tributário brasileiro, onde e quem está errando?
 
Mateus Adriano Tulio é coordenador da Consultoria Tributária no Marins Bertoldi Advogados.
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ricardo Becker

A pouco mais de um ano da implantação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), sancionada no ano passado pelo então presidente Michel Temer e com início de vigência previsto para agosto de 2020, a legislação brasileira deve ganhar mais dois “itens tecnológicos” a partir da votação do Pacote Anticrime elaborado no início da nova administração federal pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.

O texto da proposta, que altera 14 leis dos Código Penal e de Processo Penal, das Leis de Execução Penal e de Crimes Hediondos, e do Código Eleitoral abrange a área da tecnologia em dois itens, cujos textos preveem facilitar o processo de coleta e armazenamento de dados em investigações criminais.

Uma das mudanças está no inciso XV do Artigo 185 do Código de Processo Penal, intitulado “Medidas para alterar o regime de interrogatório por videoconferência”. A nova redação permite “o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real”.

A segunda alteração introduz os parágrafos 3º e 4º no inciso XVIII do Artigo 9-A da Lei de Execuções Penais. Basicamente, os novos textos avalizam a submissão de presos por crimes dolosos, em qualquer momento – desde a condenação, deslocamento à prisão ou durante o cumprimento da pena – à identificação de perfil genético com extração de DNA para a criação de um banco de dados, cujo conteúdo ainda incluiria “íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais federais, estaduais ou distrital”. A sequência da redação concede, aos órgãos investigativos competentes, licença para a interceptação de comunicações em sistemas de informática com o uso de recursos pertinentes e softwares para averiguação de material suspeito armazenado eletronicamente, incluindo mensagens, e-mails, caixas postais, etc.

O que estamos acompanhando, nestes específicos pontos (não entrando na seara mais abrangente da reforma legislativa proposta por Moro) é uma modernização natural dos procedimentos tangentes à investigação, solução e posterior punição a crimes de qualquer natureza. Uma aprovação do inciso XV do Art. 185, por exemplo, diminuiria custos com deslocamento e escolta de presos até os locais onde devem prestar depoimentos a qualquer jurisdição.
Já a redação dos novos pontos do artigo referido na Lei de Execuções Penais traz consigo uma tentativa de oferecer, tanto à Justiça e ao Ministério Público, quanto às Polícias Civil e Federal, mais mecanismos para embasar seus critérios e fases de investigação e julgamento.

É importante salientar, porém, que a lei não tratará a nova forma de coletar dados como uma espécie de “invasão de privacidade”. A LGPD, inclusive, em seu Art. 11, Item II, deixa claro que o tratamento de dados é possível sem fornecimento de consentimento do titular em algumas hipóteses, tais como cumprimento de obrigações legais ou compartilhamento necessário à execução, pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos, entre outras possibilidades.

Para conseguir colocar em prática as novas leis, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública precisa ser assertivo e implantar estratégias, controles e ferramentas capazes de processar e armazenar tais informações (temas também cobertos, mesmo que não detalhadamente, pela LGPD) como forma de preservar o sigilo ao qual todo cidadão tem direito. Os órgãos, porém, não podem se furtar de apresentar esclarecimentos pertinentes à população quanto à transparência das ações das instâncias envolvidas na resolução dos casos e da previsibilidade penal.

A incumbência da proteção dos dados sensíveis coletados pela nova Lei de Execuções Penais será do Poder Executivo Federal, e, em caso de vazamentos, exposição, comercialização ou qualquer outra falha (algo tangível frente aos problemas de privacidade e segurança apresentados por órgãos públicos e empresas nos últimos anos), deverá haver uma seriedade ainda maior na investigação e punição dos culpados, em todas as esferas legais possíveis.

A nós, interessados em um país melhor, fica a responsabilidade de acompanhar de perto o caminhamento e apreciação do Pacote Anticrime pelo Congresso. Se deputados e senadores acenarem positivamente, o Pacote Anticrime passa a vigorar e, então, teremos a real noção da eficiência das novas “leis tecnológicas”.

Ricardo Becker é empresário da área de tecnologia, nascido na cidade de Cuiabá, formado pela Universidade Federal de Mato Grosso em Ciências da Computação, especialista em Continuidade de Negócios e Recuperação de Desastres e CEO do Grupo Becker. Na Carreira, desenvolveu centenas de projetos dentro e fora Brasil, acumula 25 anos de experiência, dezenas de certificações oficiais, entre elas o CBCP pelo Disaster Recovery Institute International (DRI) e prêmios como Canais Referência, Top of Mind, MPE Brasil e The Winner.
Posted: 27 May 2019 11:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Daniel Cavagnari

As pessoas foram pegas de surpresa pela popularização do blockchain, tecnologia que dá suporte ao uso das criptomoedas, e muitas vezes não se aventuram nesse mundo por não o compreender. Blockchain significa, simplesmente, “livro-caixa”. Apesar da aparente dificuldade, podemos facilitar o entendimento dessa recente tecnologia financeira ao compará-la com os antigos blocos de papel em que anotávamos a movimentação financeira das empresas.

Imaginemos um tempo muito antes da internet e até mesmo da impressão em massa. Um empresário e comerciante, que busca transparência e segurança nos seus negócios, cria um sistema de registro de operações financeiras. Ele anota todas as entradas e saídas do mês em um livro-caixa, que vamos chamar de “bloco”.

Para garantir a segurança, ele elege seis funcionários que terão cópias do livro-caixa, chamados de “mineradores”. Toda vez que uma transação é realizada, eles fazem o registro em seu respectivo livro. Por segurança, os livros são fechados com uma chave e escritos em um código — em outras palavras, podemos dizer que eles são criptografados.

Ao final do mês, é feito o fechamento do livro (ou do bloco). Ele recebe um código identificador, que é anotado na edição anterior e também na próxima, criando uma corrente de blocos — ou, em inglês, blockchain. Após o fechamento, uma cópia do livro é enviada para todos os fornecedores e clientes. Caso alguém queira burlar alguma operação para benefício próprio, precisaria fazê-lo em todos os livros, inclusive nos originais. Além disso, teria que roubar as chaves e decifrar o código dos livros pertencentes aos mineradores — ou seja, burlar sua criptografia.

No meio digital, isso acontece de forma muito rápida. Toda transação de criptomoedas é registrada nos blocos pelos mineradores e torna-se pública instantaneamente via internet. Quando um bloco é finalizado, recebe seu código e um novo é aberto. Para realizar modificações no bloco, os mineradores contam com uma senha e uma criptografia digital, o que garante a segurança. Para “hackear” uma operação, uma pessoa mal-intencionada precisaria descobrir todas as senhas, decifrar a criptografia e modificar as cópias do bloco em questão — a que está pública e as que pertencem aos mineradores.

Todo esse sistema garante uma forte segurança e transparência no processo de entrada e saída, ou de compra e venda. Estamos habituados a uma instituição central que faça a certificação das operações: um banco ou uma instituição financeira. Toda nossa confiança é depositada nela. Todavia, o esquema do blockchain descentraliza os registros das operações.

Até o momento, essa logística é utilizada apenas para o mundo financeiro, mas pode ser facilmente expandida para outros serviços, como os notariais. Em vez de ter apenas um cartório que armazene uma certidão de nascimento, por exemplo, ela pode ser armazenada digitalmente por vários cartórios. Assim, para emitir a segunda via de seus documentos, os cidadãos poderiam recorrer a mais de uma instituição.

Em suma, o blockchain nada mais é do que o antigo sistema de registro em livros-caixas potencializado pelas novas tecnologias e por um inteligente — mas simples — esquema de logística. Seu uso, até o momento restrito para o mercado financeiro das criptomoedas, pode ser adaptado para os mais diversos mercados e serviços. A expansão do blockchain depende apenas da criatividade e da vontade das organizações, das empresas e das pessoas.

Daniel Cavagnari é coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter.
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