sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O reflexo da onda

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWUA0n-iOkb5Ethc5B3cI2ahtBwRIe431rIbBXd4c_sKwz3WbeOtXvkRVM635RGz4tnATkQPhhNME5WznmCdxbKsI5GYCFyYc_dRdCFPzo3DI9Ijv8A-5t55FiCQ50wCgEr_juPSXG3XZZ/s1600/Trump+sensual.jpg
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana

Lá, no final, há um recado importante para...

Você que se emocionou com a triste imagem do menino sírio Aylan Kurdi, morto no mar, que a mídia usou para sentimentalizar o tema dos "refugiados" (quem sabe até você "curtiu" no Facebook), mas não se ligou que, quando a pequenina Kayla (brasileirinha de apenas seis anos) foi assassinada num atentado hediondo perpetrado por um ativista do Estado Islâmico, na França, a nossa imprensa e as"redes sociais" não deram
importância.

Você que, ignorando que houve milhares de cristãos mortos em conflitos religiosos NOS ÚLTIMOS ANOS, e ignorando que, HÁ SÉCULOS, não há registro de um só cristão que haja matado em nome da religião, aceitou passivamente o termo "islamofobia" que a mídia internacional nos impôs.

Você que não liga para a manipulação da linguagem e da informação praticada por essa mídia, mas julga poder afirmar que ela persegue a "esquerda".

Você que alimenta a ilusão de que pode haver pessoas puras e incorruptíveis, bastando que... elas sejam da ideologia que você apoia.

Você que, sem conhecer o conceito, tem convicção de que "conservador" é "coisa ruim".

Você que chama de "fascista" qualquer um que discorde de sua ideologia.

Você que encara o esquerdismo como um "modo de ser" e como parte de sua identidade pessoal.

Você que, no afã de significar alguma coisa e não ser só um pontinho na multidão, repete ideias prontas e defende uma bandeira ideológica, como se esta não representasse um ideário elaborado por outros.

Você que, talvez sem dar-se conta, assimilou clichês sobre "respeito às diferenças", mas não aceita as naturais diferenças entre adultos e jovens nem quaisquer valores culturais que não favoreçam a sua ideologia.

Você que não se interessa por temas políticos, mas não tem constrangimento de sustentar uma opinião sobre a situação do país.

Você que, não tendo paciência para se aprofundar na política, se dispõe a passar um cheque em branco a qualquer malandro, desde que ele tenha um DISCURSO a favor "dos pobres".

Você que ainda não percebeu a incoerência que existe entre o "discurso salvacionista" e as "reais motivações" dos líderes que querem fazer uma revolução no país.

Você que não se importa em saber o que é "salvacionismo", "regime totalitário", "populismo", "nomenclatura", "projeto de hegemonia", etc.

Você que, embora não tendo um claro conceito de democracia, defende uma "democracia direta", fingindo não perceber (ou, quem sabe, não tendo capacidade para compreender) que essa é uma tática de manipulação usada por "ativistas ideológicos profissionais".

Você que, conscientemente ou não, aderiu à doutrina do "politicamente correto", usando-a para repudiar quem pensa diferente da ideologia que você abraçou.

Você que, sem se importar com qualquer conhecimento científico e defendendo um pretenso direito de escolha, afirma que se é homem ou mulher por mera imposição cultural.

Você que desdenha de limites, normas e regras, e acha que qualquer refugiado, migrante ou o que seja tem o direito de entrar no país que escolher, sem qualquer restrição.

Você que acha que os países devem ser governados com sentimentalidades de grêmio estudantil.

Você que não quer falar sobre o Foro de S. Paulo.

Saiba você que...

Você está na crista de uma onda que já produziu Donald Trump e vai produzir outros do mesmo estilo. Líderes que você detesta sem perceber que eles são só a previsível reação a essa onda de degenerescências.

Mas tenha a certeza de que lhe devem favores a você! Tanto os que tiram proveito do seu ímpeto juvenil quanto os apoiadores de Trump, todos eles deveriam agradecer-lhe a atitude bovina de se deixar conduzir por pastores ideológicos.

Assim como não há mofo sem umidade, sem gente como você não existiria Donald Trump nem, muito menos, os líderes populistas da América Latina.


Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.

Brasil em desmanche


Posted: 23 Feb 2017 03:03 AM PST

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Eduardo Rocha Paiva

Uma causa longínqua, mas decisiva do desmanche do Brasil é a falência do sistema de ensino, precário na transmissão de conhecimentos, no desenvolvimento da cultura, na formação cívica do cidadão, na valorização da história e tradições, o que enfraquece o patriotismo, e na conscientização de princípios morais e éticos, fatores de fortalecimento da sociedade. Essas deficiências facilitaram a implantação e expansão no país da crise de valores, dos anos 1960-1970, que contaminou a instituição da família, globalmente, e abalou sociedades imaturas como a brasileira.
   
Esse cenário foi explorado pela esquerda socialista, a partir dos anos 1960, permitindo-lhe o progressivo domínio do sistema de ensino. Os partidos e movimentos dessa ideologia acabaram por dominar, também, o meio artístico e grande parte da mídia. Com os formadores de opinião nas mãos, promoveram a satanização da maioria conservadora, falsamente acusada de radical, regressista e avessa a anseios da população carente.

Na verdade, o conservador não é contra a evolução política e social, desde que se considere a experiência, a tradição, as virtudes e os valores construídos e consagrados ao longo da história. Condena revoluções sociais e políticas propostas por ideologias radicais e utópicas de viés socialista internacionalista ou nacionalista, esta última chamada de extrema direita e maliciosamente confundida com o conservadorismo.
   
Democracias não se sustentam em nações sem consciência cívica, justiça legítima e eficaz e onde o Estado não provê as necessidades básicas à população e é gerido por lideranças desacreditadas. A esquerda socialista estava no poder desde 1994, primeiro a fabianista e depois a marxista, ambas parceiras de lideranças patrimonialistas. Essa aliança desacreditou a democracia e afundou o país no mar de lama que sufoca a nação.

Com sua ultrapassada visão de Estado, governo e sociedade, os socialistas ditaram rumos desastrosos na busca do Estado do bem-estar social em um país sem o nível de riqueza capaz de sustentá-lo e manter o desenvolvimento. Imagine se tivessem tomado o poder nos anos 1960, quando o Brasil ainda era a 48ª economia mundial.
   
A crise brasileira está no limite do suportável. A continuar o ritmo de deterioração política, econômica, moral e social a tendência será a eclosão de rebeliões generalizadas, comprometendo a unidade política do país. Eis o resultado de mais de uma década de danosas políticas populistas eleitoreiras, de gestão econômica irresponsável e insustentável e da estratégia de corrupção para perpetuar o PT no poder.
   
O atual presidente da República e o PMDB foram parceiros da liderança petista e, por isso, também são responsáveis pela crise. Assim, embora o impeachment de Dilma Rousseff fosse o melhor para o país, e o processo tenha sido legal, era possível antever as dificuldades para o sucessor superar os óbices e recolocar o Brasil nos eixos.
   
Hoje, o Estado não cumpre o papel que lhe delega a nação de garantir sua segurança, desenvolvimento e bem-estar. Na segurança pública, a situação é de pré-anomia, pois o Estado não demonstra autoridade e capacidade de controlar todo o território nacional, nem de exercer o comando e a disciplina sobre órgãos de segurança da população. A demora em controlar as revoltas em presídios do Norte e do Nordeste e o motim da PM do Espírito Santo revela leniência, indecisão e falta de vontade ou autoridade dos governos Federal e estaduais. A mistura dessas fraquezas com o não atendimento das necessidades básicas da população é um estopim para a disseminação de revoltas capazes de provocar o caos político-social e comprometer a segurança nacional.
   
A efetiva reabilitação do Brasil, em todos os setores afetados, demandará mais de uma década, mas o ponto de partida e os alicerces da recuperação estão na economia. Será fundamental haver evidências seguras de reabilitação, nos próximos meses, para as tensões se amenizarem. Com isso, o governo terá folego para encaminhar as soluções aos problemas dos setores político e social.
   
É justo reconhecer que o governo busca implantar medidas necessárias à recuperação econômica, mas precisa convencer a sociedade a aceitar sacrifícios. Ela concordaria em arcar com um pesado ônus para ajudar o Brasil a sair do abismo, desde que o andar de cima apertasse, e muito, o próprio cinto. Porém, a liderança nacional, nos três Poderes da União, não entende que o exemplo vem de cima e é a base moral da autoridade. Nos altos escalões do serviço público, da União e dos estados, existem mega-salários turbinados por benesses complementares, cuja legalidade sem legitimidade afronta a justiça. A socializaçãoequilibrada desse custo é a única forma de legitimar sacrifícios impostos a uma sociedade sem reservas para cortar.
   
A deterioração da economia nos próximos meses geraria cenários de conflitos, pois as tensões sociais se agravariam, escalando para revoltas em diversas regiões e ameaçando os poderes constitucionais e a unidade nacional. O Executivo sem a confiança da nação, leniente, tímido e sem força política, ao lado do Legislativo desacreditado e descompromissado e do Judiciário dividido, terá muita dificuldade para pacificar o país com base no arcabouço legal vigente. Para aquilatar o provável nível de violência desses conflitos, basta lembrar que a unidade nacional é cláusula pétrea para as Forças Armadas.      
   
A nação precisa entender que o poder da esquerda socialista, ideologia liberticida e fracassada, e da nossa liderança política fisiológica é fator de atraso e falência moral. Elas afundaram o Brasil, promoveram a quebra de valores morais e do princípio da autoridade, bases da paz social, incentivaram a indisciplina no serviço público e fraturaram a coesão nacional.

Como deter o desmanche do país, dentro das normas legais, com a nação sujeita à forte influência socialista e sob o poder de lideranças fisiológicas tão difíceis de expelir?


Luiz Eduardo Rocha Paiva é General de Divisão na reserva.