quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Veja como os juizes te assaltam!

28 de agosto de 2019 § 4 Comentários
A imprensa q menosprezou o “precedente Bendine” procura razões no cenário externo para a disparada do dólar. It’s the STF, your stupid! 24hs antes de libertar os ladrões ele proibiu o Brasil de escapar ao desastre tornando irredutíveis os salários públicos pagos dos quais ñ sobra + nada


Veja como os juizes te assaltam

9 de julho de 2017 § 55 Comentários


O único final feliz

25 de novembro de 2016 § 16 Comentários
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Artigo para O Estado de S. Paulo de 25/11/2016
Um monte de gente nas redes sociais e até na imprensa profissional, sempre a reboque dos acontecimentos o que é parte constitutiva desta crise, comemora a prisão de dois ex-governadores do Rio de Janeiro em menos de 24 horas como um sinal de que, “agora sim, o país está mudando”. Pra mim pareceu o contrário. Porque agora? Porque só esses dois da longa fila dos acusados no STF que nunca andou? Porque de forma tão arbitrária e espetacular? Não seria, exatamente, porque os 4,2 milhões de brasileiros a quem a lei concede os privilégios que o resto do país inteiro somado não consegue mais pagar resistem furiosamente a entregar ao menos os anéis?


Culpas e culpados há de sobra por aí. O que não dá é pra desmisturar esse episódio da batalha da Assembléia Legislativa do Rio da qual o destino fez protagonista Luiz Fernando Pezão, a criatura de Sérgio Cabral, que inauguraria a fase “quente” da guerra entre o Brasil que mama e o Brasil que é mamado, nem da luta cada vez menos surda entre os poderes Judiciário e Legislativo para, no meio desse tiroteio, manter seus privilégios e prerrogativas “especiais”.
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Foi a luta contra a corrupção que trouxe o processo à tona mas a crise do Estado brasileiro é muito maior que a parte dela que pode ser explicada pela roubalheira. Dotar a nação de leis à altura do desafio de controlar esse foco de infecção é uma etapa obrigatória mas o fato é que essa roubalheira toda, por gigantesca que tenha sido, como de fato foi, não quebra um país do tamanho do Brasil. O que nos está matando mesmo são os meios legal e constitucionalmente garantidos de que a casta que se apropriou do Estado se foi armando para colocar-se acima da lei e viver às custas do resto da nação.


Da longa rodada de abusos patrocinados pelo PT o pior foi multiplicar na União e fazer multiplicar nos estados e municípios o numero de funcionários e o valor dos seus salários. Os funcionários para efeito de custo, como se sabe, são eternos. Ao longo desses 10 anos de tiroteio cerrado desde o “mensalão”, essa conta exponencial vem sendo paga por uma economia privada cada vez mais imobilizada pelo caos político. Resultado: mais de 13 milhões de desempregados; 70 milhões de inadimplentes. É um verdadeiro genocídio. E a cada minuto mais se acelera o giro no círculo infernal do desemprego = queda de consumo, arrecadação, e investimento = mais desemprego. Não obstante os salários públicos, mesmo depois que começaram a deixar de ser pagos, continuam tendo aumentos!
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Abortada a tentativa de acertar a conta pelo único meio que ela pode ser acertada – o desbaste dos supersalários, das superaposentadorias e da superlotação das folhas de pagamento por gente que entrou pela porta dos fundos – os governadores voltam-se para a única alternativa que resta que é transferir sua massa falida para a União, que tem a prerrogativa de reabrir a impressão de dinheiro falso para pagar despesas correntes como acontecia antes do Plano Real.


A tecnologia e a globalização, entretanto, arrancaram o sistema patrimonialista que se confunde com a nossa história do seu berço esplêndido. O Brasil Oficial não cabe mais no Brasil Real e os dois somados não cabem no mundo globalizado. E não existe a hipótese de sairmos dessa encalacrada sem atacar o problema onde ele de fato está. Não há mais de quem tirar nada senão de quem nada nunca foi tirado. Já está acontecendo, aliás, o que põe aliados novos e poderosos nessa luta: os verdadeiros servidores que já entenderam que só poderão voltar a receber o que merecem em paz se todos receberem apenas o que merecem.
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A solução para essa parte do problema decorre automaticamente, aliás, da mera exposição dos números à opinião pública. Quanto maior a indecência do privilégio mais rápido a indignação geral o extingue. Não cabe ao Legislativo, porém, expor os supersalários do Judiciário e do Ministério Público nem vice-versa. Muito menos ao Poder Executivo de um governo interino num país que vem de 300 anos de vícios tolerados onde exigir ou não o cumprimento da lei pode ser mais uma questão de “vendetta” que de justiça. Isso atira o país numa guerra institucional que pode acabar de matá-lo.
Essa função é da imprensa. É exatamente para isso que ela serve e é definida como o “quarto poder” de qualquer republica que aspire à sobrevivência. E o fato disso não ter acontecido ainda mesmo depois que o vaso foi destampado pelo Senado é nada menos que escandaloso.


Já o tratamento do problema maior consiste em criminalizar o privilégio. É essa a receita universalmente consagrada que se materializa tecnicamente na imposição da igualdade perante a lei. Revisada por esse filtro, restaria da Constituição brasileira somente o que há nela de apropriado a uma Constituição que é aquilo que vale para todo mundo, e dos salários públicos apenas o que é justo pagar por eles, descontados o mesmo imposto de renda e a mesma contribuição à Previdência que eles cobram de nós outros.
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A corrupção que todos dizem querer combater tem a força que tem porque o que se compra com ela é o poder de outorgar a exceção à lei; o poder divino de resgatar pobres almas do inferno da competição global para a estabilidade eterna no emprego e os aumentos de salário por decurso de prazo que os “concurseiros” buscam como ao Santo Graal.


Nem um exército inteiro de juízes e promotores imbuídos da mais santa das iras conseguirá por a corrupção sob controle se continuar existindo a possibilidade de comprar e exercer com ela esse poder divino. Haverá sempre mais juízes e promotores do que eles que, em agradecimento às graças recebidas – que serão sempre as maiores de todas posto que é deles o poder de deixar ou não rolar a farra – cuidarão de dar vida longa ao dono de turno dessa cornucópia.


O único final feliz para a guerra entre o Judiciário e o Legislativo seria, portanto, que o último supersalário morresse sobre o cadáver do último foro especial, o que permitiria ao Brasil passar a tratar seus servidores com a mesma intransigência com que eles o tratam hoje.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Snipers no Senado mirando o Supremo


22 de ago às 06:24

Alerta Total


Posted: 21 Aug 2019 03:13 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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O Brasil inteiro acompanhou ao vivo, ontem de manhã cedinho, a atuação cirúrgica de quatro atiradores de elite do famoso BOPE, matando William Augusto do Nascimento, de 20 anos, que seqüestrou, por três horas, um ônibus na Ponte Rio-Niterói. Na definição perfeita da deputada estadual paulista Janaína Paschoal, “a Polícia, com base na lei, lançou mão da legítima defesa de terceiros e agiu no estrito cumprimento do dever legal”. Ou seja, o cara que ameaçava incendiar o ônibus, matando quase 40 pessoas indefesas, acabou morto com seis tiros, depois de esgotadas todas as hipóteses de rendição.

No fim da operação, ganharam destaque algumas imagens. A do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel descendo correndo de um helicóptero, sorrindo e comemorando. Em pleno engarrafamento no vão central da Ponte Presidente Costa e Silva, dezenas de motociclistas comemoravam o desfecho, junto com um dos snipers, mascarado e com uniforme camuflado, que celebrava a mira certeira, pulando em cima de um caminhão do Corpo de Bombeiros. A decisão policial foi tão acertada que nem houve espaço para o habitual e esperado mimimi da mídia defensora dos “direitos dos manos”, tentando “denunciar” uma suposta “covardia” contra um jovem que fez reféns com uma arma de brinquedo, uma faca, um aparelho para dar choque, spray, gasolina e fios para amarrar tudo mundo.

Foram mais imagens para ficarem gravadas na memória da coleção que retrata o cotidiano da banalização da violência no Rio de Janeiro – um lugar dominado pelas mais variadas facetas do Organizado Crime Institucionalizado. Desta vez, a vitória foi das forças de segurança. No entanto, ainda prevalece a forte sensação de insegurança. Todo dia, passageiros de ônibus são assaltos na Ponte Rio Niterói. O coletivo tinha câmeras que mostraram tudo que aconteceu. Mas não tinha um sistema que avisasse que se encontrava em situação de perigo e emergência. Por que ainda não corrigiram esta falha – que poderia ajudar na repressão aos crimes previsíveis?

Enquanto as “otoridades” não trazem respostas óbvias para dúvidas ululantes, o Alerta Total convida nossos leitores para observarem uma outra situação que pede uma atuação simbólica de “atiradores de elite”. Um grupo (até agora) de 21 dos 81 senadores resolveu quebrar a inércia da Casa no combate à corrupção. Batizado de “Muda Senado, Muda Brasil”, os parlamentares querem três coisas: 1) Discutir o pedido de impeachment do Presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antônio Dias Toffoli; 2) Abrir a CPI da Toga – para investigar e fiscalizar denúncias contra integrantes dos tribunais superiores; 3) Acelerar a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma do Judiciário.

As pautas bombásticas sinalizam a correta percepção dos senadores de que é gravíssimo o problema no Poder Judiciário. A temperatura atinge níveis infernais quando se especula sobre o risco concreto de alguma ação legislativa contra algum deus do supremo. A tensão aumenta absurdamente com a recente aprovação da Lei sobre Abuso de Autoridade – duramente criticada por magistrados e membros do Ministério Público, que deve sofrer em torno de uma dezenas de vetos do Presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, muitos parlamentares que agora se comportam como snipers são alvos de denúncias de corrupção que, alguma hora, serão julgados pelos magistrados que ora desejam atingir.    

Enfim, temos snipers no Senado mirando o Judiciário. A guerra de todos contra todos os poderes ganha capítulos de extrema truculência. Aguardemos pelas cenas das próximas pancadarias. Haja remédio para coração e dor de barriga...  

Resumindo: O Brasil segue em ritmo de grande hospício a céu aberto...

Liberdade Econômica ameaçada

Os cartórios, através do deputado federal Celso Russomano e a bancada do PRB, querem alterar o texto da MP da Liberdade Econômica pra impedir a extinção de uma burocracia cartorária em registros de sociedades.

Se isso acontecer, o texto teria que voltar à Câmara, e como consequência o governo considera que isso significaria que a MP caducaria, pois não há tempo para reanálise no plenário da Câmara.

Precisamos salvar a MP de Liberdade Econômica na base da pressão. #AvançaBrasil




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.  A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Apenas solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 21 de Agosto de 2019.
Posted: 20 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Só tenho medo dos idiotas.

Dos bandidos e dos canalhas ainda podemos conjecturar os próximos movimentos.

Dos idiotas, não. Imprevisíveis e de comportamento errático.

Hoje em dia, infelizmente são a maioria.

O maior picadeiro para suas desventuras é na profissão de “comunicadores visuais”.

Marcas tradicionais, que integram o ideário os consumidores, são descartadas sem a menos cerimônia ou desfiguradas.

O Brasil é o país do efêmero. Aqui, quase nem banco dura mais de cem (100) anos.

Assim, devemos parabenizar as empresas centenárias.

Principalmente aquelas que não mudaram suas marcas, por modismo ou negligência de seus controladores.

Citarei apenas exemplificativamente, algumas embalagens que resistem bravamente (com ferimentos leves): Maizena, Minâncora, Shell (foi reestilizada várias vezes mas continua a mesma concha), etc.

O pior idiota é o “com espírito de iniciativa”.

Também edifícios icônicos são desfigurados pela “gerência mérdia”.

O prédio do antigo Banco do Commercio e Industria de São Paulo (na rua XV de Novembro) e o do Banco Mercantil de São Paulo (na Av. Paulista) são os mais tristes exemplos.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 20 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ernesto Caruso

Transmito para apreciação o texto publicado n' O FAROL em Set/2000 a comparar as ocorrências com o ônibus 174 em 2000 com o 2520 de ontem sobre a Ponte Presidente Costa e Silva.

A Constituição Federal prescreve que a segurança pública é dever do Estado, sendo obrigado a  exercê-la para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.  

Tais preceitos fazem parte da Defesa do Estado dada a sua importância e magnitude justapostos entre outras considerações à declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.  Os deveres estão distribuídos no nível federal e estadual.  Assim, cabe ao Presidente da República e aos Governos Estaduais gerar providências concretas para a proteção do cidadão e dos bens públicos e particulares.  Não é isso que tem ocorrido.
        
O Presidente Fernando Henrique ficou estarrecido, chocado e deprimido com as cenas de violência vividas no dia 12 de junho, no Rio de Janeiro, quando um desalmado bandido aterrorizava alguns passageiros de um ônibus.  

Ameaçava atirar, colocando o revólver na boca de uma jovem, puxando-lhe os cabelos e obrigando-a caminhar de um lado para outro, abrindo e fechando janelas. Surrupiava alguns trocados de um claudicante idoso, apoiado em uma muleta, na iminência da sua liberação do fatídico ônibus. Discutia, ameaçava os policiais, atirava a esmo e saqueava as indefesas passageiras.  Uma senhora humilde declarou ter trocado a sua vida pelo dinheiro que tinha na bolsa.  

Os brasileiros assistiram a tudo isto pela televisão. Todos ficamos atormentados e revoltados, mas os governantes têm que tomar providências urgentes e corajosas.

Aqueles que assistem e ouvem os programas ditos populares, constatam freqüentemente as mesmas ocorrências de barbárie que o Presidente viu um dia, mas que produziu pífios planos para a imprensa divulgar e assim dissimular a sua pouca eficiência na condução dos destinos do país, em particular na área da segurança pública. Segundo a pesquisa divulgada, mais de 80% não acreditam na eficácia do referido plano.

Por outro lado, o Governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho demitiu o Comandante Geral da Polícia Militar, declarando que o fez devido aos erros cometidos pela polícia e também pela ausência daquele comandante no local do acontecimento. Aduziu ainda que manteve um diálogo, por telefone, com o comandante das operações, enfatizando que houvesse prudência e se evitasse a ocorrência de vítimas.

Qualquer reação que impusesse a realização de tiros, ficava sob o controle do comandante das operações, porquanto não poderia tomar essa decisão estando distante do evento.  Acrescentou que a iniciativa do telefonema foi desse comandante. Constata-se que a Polícia Militar está sob  pressão, a ponto de fazer com que o comandante se ligue com o Governador em busca de orientação e que o Comandante Geral foi demitido por não estar presente aos fatos.

Seguindo esse raciocínio, o Secretário de Segurança deveria estar no local, bem como o próprio Governador. O Comandante Geral foi o “bode expiatório”, para se encontrar politicamente um culpado. Mas não foi o único.  Dias depois, o Comandante do Batalhão, que esteve diante do criminoso, arriscando a própria vida, também foi demitido.  Agiram como se as instituições fossem clubes de futebol, que se muda o técnico ao sabor dos maus resultados, para amansar as torcidas.
       
Cada um entrevistado deu um palpite a respeito do momento em que deveria ser atingido o facínora, com se fosse muito fácil determinar-se esse ponto, a menos que se estivesse em uma roda de bate-papo e não se considerasse o ensinamento deixado por Nelson Rodrigues, transmitindo aos seus discípulos comentaristas: “O videoteipe é burro”.

Se por hipótese, o tiro fosse disparado em outro tempo, havendo outra vítima ou a mesma, a polícia também não teria razão. Seriam apontados outros erros.  Se o bandido foge, depois de tantas atrocidades, a polícia também é incompetente, mas este desceu do ônibus, armado e agressivo, o que provavelmente tenha levado o soldado àquela reação, movido por incontido ato de legítima defesa.  Não se procura avaliar a coragem dos policiais, que por horas estavam à frente de uma fera enlouquecida.  Só se vê massacrar a instituição e a falta de apoio e determinação dos governantes, diferentemente do que se passa no exterior.

Quando a polícia norte-americana investiu sobre um reduto de fanáticos, que pereceram em conseqüência do fogo e do ataque sofrido, o Presidente dos Estados Unidos declarou apoio à operação e não aceitou o pedido de exoneração da autoridade envolvida, demonstrando o governo ter assumido a responsabilidade por aqueles atos. 

Mais recentemente, se assistiu uma verdadeira operação de combate na retirada do menor cubano Elian dos seus parentes, plena de agressividade, declarando aquele governo que foi no estrito cumprimento da lei. E a grande parte da imprensa brasileira simplesmente narrou os fatos, sem um mínimo comentário crítico. Que reflitam sobre as posições firmes daqueles governantes, já que muito se copia dos costumes dos irmãos do norte.

Reajam senhores governantes e legisladores.  Saiam dos papéis e dos planos delongo prazo, também necessários.  Empreguem os recursos que dispõem.  Não ponham a culpa nas polícias, que lhes são subordinadas. Conduzam as operações. Sejam responsáveis. Reúnam-se os Conselhos da República e o de Defesa Nacional.  Decretem o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, se necessários e suficientes.  Mudem as leis. Considerem os apelos das campanhas e marchas pela paz que lhes toquem o coração. Os criminosos não se comoverão com essas lamentações.

Esperamos que lhes declarem guerra, embora fiquemos um tanto quanto descrentes, pois até o Presidente estava de branco na campanha pela paz do dia 7 de julho, como se o choro, o lamento e o pedido de piedade  fosse dirigido a alguém de outro país ou aos próprios bandidos. Não, Senhor Presidente, a responsabilidade é do seu governo e dos partidos que o apóiam.

Quem agride a pau uma senhora de 80 anos para roubar, não está preocupado com a pomba da paz.    O problema está nas suas mãos.  Livrem-nos desses impiedosos, que não são frutos da pobreza, mas que estão sufocando o país, imiscuídos em todas as camadas.

A situação sócio-econômica não produz o criminoso, mas lhe serve de caldo de cultura, quando se aproveita do emaranhado onde vive e onde estabeleceu um dispositivo de defesa fortemente organizado para disseminar a droga que asfixia a sociedade e cria pessoas tresloucadas, capazes dos gestos que temos sofrido e presenciado.

Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado-Maior, reformado. O artigo foi publicado originalmente em setembro do ano 2000 no lendário jornal O Farol – dirigido pelo Coronel PQDT Francimá de Luna Máximo.
Posted: 20 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana

Neste momento, nada é mais grave, nada ameaça mais o futuro do Brasil do que a tal "lei de abuso de autoridade", que patifes da Câmara e do Senado já aprovaram, cabendo a Bolsonaro sancionar ou vetar.

Se aprovada, a lei será um instrumento para inibir a ação de policiais, juízes e membros do Ministério Público que enfrentam a criminalidade. Sendo que o crime, da violência urbana à grossa corrupção combatida na Lava Jato, prejudica todos os brasileiros, mas atinge especialmente os mais pobres.

Um dos autores da lei é Renan Calheiros (PMDB-AL), senador que responde a vários processos criminais, nenhum concluído até agora por causa do infame "foro privilegiado". Tentando proteger-se, a si e a outros corruptos, ele move uma guerra especialmente contra a Lava Jato.

Mas, existem abusos praticados por autoridades? É óbvio que sim! E alguém estará a favor dos abusos? Não, exceto abusadores. Então por que criticar essa lei? É por sua índole e sua forma: refletindo a má-fé de senadores e deputados inidôneos, ela foi elaborada de modo a punir quem verdadeiramente combate o crime.

Naturalmente, ela não vai coibir canetaços abusivos como o daquela juíza de Porto Alegre que, na audiência de custódia, soltou seis traficantes que a polícia tinha prendido com 4651 kg de Maconha. Pelo contrário, é uma aposta precisamente nesse tipo de decisão.

Querem saber? A malandragem está em tirar proveito da caneta de juízes moderninhos do tipo que posta no Facebook: "Fora Moro!", "Marielle vive!" e outras originalidades. Esse tipo de juiz existe...
Por trás de tudo está o "garantismo penal à brasileira". Para que se tenha ideia, se o investigado - mesmo traficante preso em flagrante, como naquele caso de Porto Alegre - alegar que sofreu constrangimento ao ser preso, o policial é que terá de provar que não fez nada errado.

Na prática, se essa lei nascer, bandidos não mais poderão ser algemados, porque se forem, vão alegar constrangimento, o que será suficiente para que um juiz "garantista", no conforto do gabinete e alheio aos riscos do combate ao crime, acabe condenando o policial.

Ou seja, estamos por ver o poste molhar o cachorro... A menos que a população compreenda que corruptos estão querendo fazer a festa. E um grande número de brasileiros - nas ruas e nas redes sociais - meta o dedo na cara desses farsantes - simbolicamente, claro!

De 2013 para cá, o povo reagiu e carregou o Brasil nos braços, salvando-o do abismo. Nada de intelectuais, universitários ou lideranças políticas, mas brasileiros sem grife. Pois neste momento, só o povo pode arrancar a nação das garras infectas dos corruptos e salvar o futuro.

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo. E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br
Posted: 20 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

As intervenções de “araque” que o Presidente Bolsonaro vem fazendo todos os dias nos órgãos do seu governo estão desperdiçando muitas das suas energias  “à-toa”. Essas energias perdidas deveriam ficar reservadas  às questões mais importantes. Além disso,conseguem provocar um desgaste governamental  desnecessário, inclusive perante a opinião pública.                                                                                                             

Na verdade Bolsonaro está “brincando” de intervenção, olvidando só haver uma espécie de INTERVENÇÃO capaz de salvar o seu governo e “matar” definitivamente os seus inimigos políticos, e do próprio país, e que governaram e mandaram de 1985 até 2018, conseguindo a “proeza” de falir um grande país, em todos  os aspectos: morais, políticos, econômicos e sociais.

Bolsonaro está completamente “amarrado” a essa constituição, feita PELA ESQUERDA “SÓ” PARA A ESQUERDA, sob inspiração na época do enganoso  Plano Cruzado, da “Nova República”, do Sarney et caterva,e dos constituintes “cruzados”, portanto, também falsos, com “direitos” constitucionais demasiados, em contraposição ao reduzido número de “deveres/obrigações”. E para que viabilize o seu governo, conforme imaginava e prometeu antes das eleições, o único dispositivo constitucional que o ajudaria pode ser resumido no  artigo 142 da Carta Constitucional, que erroneamente chamam de “intervenção”, militar e/ou  constitucional.

Esse artigo escrito na Constituição sem dúvida aconteceu por algum “descuido”, um  “cochilo” momentâneo da esquerda, e dos demais “babacas-constituintes” que a escreveram ,sendo a única saída, para os que não compactuam com a  escancarada ditadura da esquerda, de se livrar de todas as amarras constitucionais, impeditivas da paz social, da justiça, do desenvolvimento e da própria possibilidade de boa governança.

Mas erroneamente  quase todos chamam essa faculdade de agir do Poder Militar (art.142 da CF) de  INTERVENÇÃO (militar e/ou constitucional). E na prática  seria mesmo  uma  espécie  de “intervenção”. Mas no “linguajar” da constituição, NÃO É (intervenção). Mais parece que os esquerdistas que escreveram esse artigo fizeram-no com plena consciência que esse seria um artigo “muçum”, confuso, escorregadio, difícil de “pegar”. É por isso que nem tem “nome-de-batismo”. É preciso extrema atenção para “decodificá-lo”. Além de tudo, essa  expressão  (intervenção) é de uso privativo  de OUTRA  situação constitucional, como  veremos.

Por um lado as únicas “intervenções” previstas  na Constituição Federal constam do seu artigo 34,que trata das hipóteses de intervenção da União nos Estados,e dos Estados nos Municípios,nas diversas situações ali descritas. No artigo 142 da Constituição essa expressão nem existe, embora tenha se tornado voz corrente na linguagem política e mesmo popular. No artigo 34 não consta nenhuma possibilidade de” intervenção” das “Forças Armadas” sobre a União, ou seus Poderes. É só da União nos Estados, e dos Estados nos Municípios.

Da mesma maneira seria total perda de tempo cogitar da aplicação do ESTADO DE DEFESA, ou do ESTADO DE SÍTIO, previstos respectivamente nos artigos  136 e 137 da CF, para se desfazer o “nó” que está inviabilizando totalmente a sobrevivência do Brasil como um país decente, livre, democrático e organizado. Quaisquer dessas medidas teriam que ter curta duração (máximo de 60 dias), abrangência muito limitada, e “homologação” ou autorização do Congresso Nacional. São essas, certamente, as razões pelas quais nenhuma dessas duas medidas (Estado de Defesa,ou de Sítio)  foram adotadas  até hoje.

Nas situações “excepcionais” que envolvem “desordem” e desobediência à “lei”, os Governos só têm usado a uma “parte” da faculdade prevista no artigo 142 da CF ,impropriamente  também  chamadas de “intervenção”,visto ser essa uma situação que se liga exclusivamente ao artigo  34 da CF.

Portanto, a única saída que teria o Governo Bolsonaro, em nome do Povo Brasileiro,para afastar através de um só ato administrativo (decreto) todos os entraves que impedem a  plena realização desse Povo, e que lhe roubam o direito ao exercício da sua própria “soberania” (art.1º, parágrafo único, da CF), está concentrado  numa das hipóteses previstas  do artigo 142 da Constituição, de uso ILIMITADO, em abrangência e no tempo e no espaço geográfico nacional, não sujeito à homologação ou autorização de qualquer outro Poder, a não ser do próprio Poder Militar, de onde parte,  e que é justamente naquela hipótese em que jamais foi utilizada até hoje, ou seja, na  GARANTIA DOS LEGÍTIMOS PODERES CONSTITUCIONAIS - afastando, por consequência, todos os seus “predadores”´, e em DEFESA DA PÁTRIA ,seriamente ameaçada pela organização criminosa clandestina multinacional, fundada por Fidel Castro e Lula da Silva, em 1990, denominada Foro San Pablo.

Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Pequenos em perigo: aumenta o tráfico de crianças no mundo












por Maria Fernanda Garcia, do Observatório 

do Terceiro Setor – 


Segundo o levantamento, que analisou dados de 142 países, as crianças representam 30% de todos os indivíduos traficados, com o número de meninas afetadas sendo bem maior que o de meninos.


O relatório foi feito pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e aponta um crescimento consistente na quantidade de pessoas traficadas desde 2010. A Ásia e as Américas foram as duas regiões com o maior aumento de vítimas detectadas.


Segundo o relatório, em 2016, quase 25 mil pessoas foram traficadas no planeta. O sexo feminino representou 70% do total, com as meninas (crianças) representando 20% de todas as vítimas em nível mundial.

A exploração sexual continua sendo o principal objetivo do tráfico e responde por 59% do total dos casos. O trabalho forçado foi identificado em 34% das ocorrências.

Embora as crianças sejam em sua maioria vítimas do tráfico para trabalhos forçados (50%), muitas também são vítimas de exploração sexual (27%) e outras formas de exploração, como mendicância forçada, recrutamento em tropas e grupos armados e atividades criminosas forçadas.


As meninas foram vítimas de exploração sexual em 72% dos episódios analisados. Casos de trabalho forçado envolvendo as jovens menores de idade equivaliam a 21% do total.


Mulheres e meninas representam 75% das pessoas traficadas para exploração sexual e 35% dos indivíduos que vão parar em situações de trabalho forçado.


(Observatório do Terceiro Setor)




Nem Judasciário, nem Impuneciário!

Alerta Total <noreply+feedproxy@google.com>
Para:parkwayresidencial@yahoo.com.br
20 de ago às 06:00

Alerta Total


Posted: 19 Aug 2019 03:02 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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O que se pode esperar de uma Corte eminentemente constitucional, mas que é colocado ou aceita a função de julgar toda e qualquer coisa, encarando dilemas extremos entre punir um magistrado como Sérgio Moro e soltar um corrupto democraticamente condenado como Luiz Inácio Lula da Silva? É o desgaste a que ficam expostos alguns dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal do Brasil. No próximo dia 27, a segunda turma pode optar entre ferrar o juiz e aliviar a barra do preso cheio de regalias.

É surreal estarmos diante de uma polarização antidemocrática entre um condenado que se finge de inocente e um agora ex-juiz que os canalhas ousam chamar de “bandido” nas redes sociais. O fato mais lamentável é que a maior parte do desgaste imagético é paga pela instituição Supremo Tribunal Federal. Não merece ser classificado como “democrático” o País em que o STF se torna desgastado e impopular porque boa parte de seus membros (em cargos “vitalícios” até completarem 75 anos de idade) tomam decisões que enfraquecem o legítimo combate à corrupção institucionalizada e sistêmica.


Definitivamente, os integrantes do STF não podem mais colaborar para um Brasil Oclocrático. Suas Excelências togadas já devem ter constatado que a maioria esmagadora da população já perdeu a paciência há muito tempo. Agora, algumas pessoas mais ousadas, mesmo exagerando na dose das manifestações, promovem atos como os da imagem acima. O incêndio simbólico do STF deveria queimar na consciência dos 11 ministros. A crítica extremista (concorde-se ou discorde-se dela) reflete, na verdade, uma revolta popular direta contra a injustiça, o abuso de autoridade e a impunidade. Estes três vícios institucionais do Brasil são inaceitáveis e imperdoáveis.

No próximo dia 25 de agosto (coincidentemente Dia do Soldado), a Corte Constitucional, em particular, e o Judiciário brasileiro, como um todo, serão alvos diretos de mais uma expressiva manifestação popular nas ruas das principais cidades do País, por convocação de movimentos organizados nas redes sociais da Internet. É um fato raro, praticamente inédito no mundo ocidental, que expressivos segmentos da sociedade exerçam uma pressão tão alta sobre o Judiciário (que acaba visto como um Judasciário que pratica rigor seletivo nas condenações ou que assume ares de Impuneciário ao aliviar a barra dos bandidos mais poderosos).

Espera-se que os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os 33 integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ajudem a liderar e consolidar um Pacto, de verdade, em favor do senso de Justiça e contra a injustiça, a impunidade e a Corrupção. O que presenciamos e sofremos atualmente no Brasil é uma aberração do desejável Estado Democrático de Direito.

A hora em que o pirão desandar, com a massa perdendo a paciência e a porrada comendo de verdade, os poderosos vacilões não terão o menor direito de reclamar. É melhor nem apostar que alguma melhora econômica possa mascarar o risco de explosão de insatisfação popular. Simplesmente não teremos melhora econômica segura, se o problema “judiciário” não for resolvido o mais depressa possível.

É urgente e recomendável que mudemos nossos paradigmas de análise. A degradação institucional aumenta de velocidade e intensidade sob pressão de uma sociedade cada vez mais interligada nas redes sociais da Internet. A “pancadaria” virtual está muito intensa e com fortes indícios de agravamento. Não adianta censurar, nem fazer cara feia, nem abrir licitação para comprar equipamento anti-motim...

É preciso tomar atitudes efetivamente democráticas, com muita tolerância e habilidade de negociação, sem entrar no jogo perdido das radicalizações com faniquitos autoritários. Será que os “poderosos de plantão” não fizeram uma leitura correta da recente entrevista do presidente do STF à revista Veja? José Dias Toffoli tem sinalizado com o tal “Pacto” de Governabilidade – que se baseia em um consenso em torno de decisões corretas que precisam ser tomadas para o Brasil se livrar do Regime do Crime (a Oclocracia). Quem não agir neste sentido corre o risco de acabar “pagando o pato”...

Quem não entender que o Brasil atual é insustentável e insuportável tende a se dar muito mal. Por isso, a receita básica: Nem Judasciário, nem Impuneciário! O Brasil precisa de Democracia, Justiça e muita, mas muita Tolerância...

Resumindo: É Capitalismo Democrático, ou bunda de fora!

Releia o artigo de domingo: Cenas dos próximos capítulos no Brasil







Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.  A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Apenas solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 19 de Agosto de 2019.
Posted: 18 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Estamos no fim da Era da Conversinha Mole.

A próxima etapa: é tapa!

Na “oreia” ou na cara, em urubu ou avis rara.

A primeira “vítima”, suponho, será um gordinho, vulgo Nhônho.

Num capinzal verdejante em que pasta um verdevaldo, viceja quem o vernáculo espanca à coices de mula manca.

Como o poderoso cai! Mesmo defendido por cá, cai!

Perto de “los hermanos”, em tudo e por tudo insanos, nossa política é um mar de rosas.

Por que o “mocinho” foi derrotado nas preliminares?

Porque não se deu o respeito; conversou com bandidos o tempo inteiro; de ladrões a líder piqueteiro.

A viola, agora em cacos, leva-lo-á a pentear macacos.

A maior coincidência é o uso de urnas eletrônicas da mesma empresa “boazinha” que aqui bostejou por vários pleitos.

Sem onça que os socorra, impedindo fraude, a mídia vendida vê e aplaude.

Sem o Brasil no Mercosul (para eles Mercosud) afogar-se-ão no Prata ou no brejo. Nadaremos de braçadas no Douro ou no Tejo.

Saudades do Gardelón! Mui amigos ustedes. Trocam patinetes por Mercedes.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 18 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Maria Lucia Victor Barbosa

A Argentina foi sempre um constante desafio para os estudiosos, pois não é fácil interpretar sua acidentada trajetória. O começo foi  atribulado desde que Pedro de Mendoza, em 1536, estabeleceu na margem ocidental do rio da Prata o acampamento que denominou Puerto de Nuestra Señora Santa Maria del Buen Aire. O apogeu e glória se deu a partir de 1880, seguindo-se cinquenta anos aproximadamente do que se denominou de “Era do Ouro”. Depois o mergulho na decadência, na violência institucionalizada, a intermitência entre prosperidade e declínio.

Essa Argentina que já foi chamada de enigma, com suas marcas coloniais, seu estilo europeizado, seus acordes passionais de um nostálgico tango, também já foi considerada a vanguarda da América Latina por ser o lugar onde as coisas acontecem primeiro.  E sendo um genuíno país latino-americano não se pode esquecer a tendência populista que se alternou em seus governos e aquele falso esquerdismo que sempre marcou os povos latinos. Tampouco não se olvide outra característica latino-americana: a ingovernabilidade.

Em um dos meus livros, América Latina – Em Busca do Paraíso Perdido, discorri longamente na segunda parte sobre a Argentina. Em um pequeno artigo isso é impossível por vou me referir aqui de modo bem resumido apenas a três governantes que demonstraram traços marcantes da cultura política argentina. São ele: Rosas, Sarmiento e Perón.

Juan Manuel de Rosas foi a essência do caudilhismo e tornou-se governador de Buenos Aires em fins de 1829.  Segundo Carlos Rangel, na sua obra Do Bom Selvagem ao Bom Revolucionário:

“Rosas foi o mais centralizador de todos os chefes de governo na Argentina, porquanto seu pretenso federalismo como o de todos os dirigentes dos países da América Latina, só revelava, na realidade, a ambição egoísta de ser o senhor do seu feudo e, depois, quando o poder adquirido tivesse ultrapassado os dos outros feudais, obter a submissão ou aniquilá-los”.

Domingo Faustino Sarmiento foi um educador, um escritor e um político argentino. Ele governou a Argentina de 1868 a 1874 e esse verdadeiro liberal modernizou o país através de ampla reforma educacional, dos estímulos às liberdades civis, da construção de uma rede ferroviária, da expansão comercial, do incentivo à imigração.

Sua obra, Facundo: Civilização e Barbárie (1845) é uma das mais importantes da literatura latino-americana para se entender num sentido histórico, sociológico e político o que era e, portanto, o que vem a ser a terra da prata. Sarmiento foi o representante da civilização e sua grande admiração pelos Estados Unidos o levou a uma série de observações e análises como um Tocqueville à moda latino-americana.

Através do seu governo (1946-1955) Juan Domingo Perón foi odiado por uns, idolatrados por outros e isso acontece até hoje. Carlos Rangel, em sua obra aqui já citada afirmou que “Perón conseguiu reconduzir a Argentina ao obscurantismo autóctone de maneira evidente”. Atribuiu a ele ter arruinado o país política e economicamente conseguindo torná-lo quase ingovernável.

De todo modo, ficaram evidentes certos elementos marcantes da era peronista. Foram eles: a falsa democracia, o nacionalismo ultraxenófobo, a demagogia e o populismo exacerbado.

Recentemente, um fato aconteceu na Argentina que chamou atenção. Foram as prévias eleitorais nas quais a chapa Alberto Fernández para presidente tendo como vice-presidente Cristina Kirchner, ficou à frente do presidente Mauricio Macri que disputa a reeleição.

A eleição será em outubro e não existe como prever o que acontecerá, entretanto, o espectro da ingovernabilidade ronda a Argentina caso se confirme a vitória de Kirchner, na medida em que certamente ela terá ação decisiva nos destinos do país.

Vejamos o legado de Cristina Kirchner, que foi bem resumido no O Estado de S. Paulo (14/08/2019):

“O legado da ex-presidente é bem impressionante e, sob qualquer aspecto deveria representar o fim de sua carreira política. Além de ser processada por corrupção e de ter escapado da prisão em razão de sua imunidade parlamentar como senadora. Cristina arruinou os fundamentos econômicos da Argentina – obra que começou no governo de seu antecessor e marido, Néstor Kirchner.

A trajetória política da Argentina e esses fatos mais recentes, lembram um antigo comercial de vodca: “Eu sou você amanhã”. É como se a Argentina nos dissesse isso, pois seus acontecimentos políticos sempre antecederam os nossos de modo não exatamente igual, mas semelhante.

No momento, enquanto o presidente Bolsonaro vem sendo cerceado de várias maneiras para governar pelo Congresso e pelo STF e, esses Poderes têm desferidos golpes na Lava Jato através das pessoas do ministro Sergio Moro e do procurador Daltan Dallagnol, com o claro objetivo de soltar o presidiário Lula da Silva, se pode dizer que o espectro da ingovernabilidade ronda também o Brasil, como, aliás, sempre rondou a América Latina.

Maria Lucia Victor Barbosa é Socióloga - mlucia@sercomtel.com.br
Posted: 18 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Milton Pires

O Governo de Jair Bolsonaro, no seu oitavo mês, chegou, assim eu o afirmo, no seu ponto de inflexão, no seu ponto de “não retorno”.

Àqueles que não são fanáticos capazes de alegar “petismo” por parte de qualquer um que questiona os atos celerados, as decisões absurdas (que prefiro nem citar) que Bolsonaro já tomou até aqui, é mais do que evidente que metade da “gasolina ideológica”, metade do combustível mitológico capaz de levar o avião governamental até 2022, já acabou.

O Brasil voa com menos de meio tanque de querosene sobre o mar do caos.

Esse ponto de inflexão, essa marca de “não retorno” que eu mencionei acima, manifesta-se pela decisão que Bolsonaro será obrigado a tomar no que diz respeito à sanção ou ao veto deste delírio hermenêutico, desta teratogenia jurídica, chamada Projeto de Lei 7.596/2017 – a famosa “Lei do Abuso de Autoridade”.

Sobre este Projeto de Lei de menos de dezoito páginas que eu, sem qualquer formação em Direito, sem ajuda de qualquer dicionário, fiquei completamente perplexo, fiquei estarrecido de ler, basta dizer o seguinte: ou uma autoridade age DENTRO da Lei, e aí não existe “abuso”; ou uma autoridade age FORA da Lei, e daí também não existe “abuso” porque o nome disso é CRIME.

“Lei do Abuso de Autoridade” é uma teratogenia, um absurdo que somente uma Nação no mais completo colapso institucional, legal e moral poderia pensar em criar. Nem mesmo a República de Weimar aceitando Adolf Hitler como um legítimo postulante democrático ao Governo poderia pensar numa coisa assim.

Toda ciência política, tudo que se escreveu até hoje sobre ela, tem, no conceito de “representação”, o seu fundamento. Em ciência política, o único capital, o único verdadeiro poder de um mandatário, é a sua capacidade de simbolizar, de personificar, de representar aqueles que o elegeram. O Poder é a possibilidade de gerar, eu faço sempre questão de lembrar Hannah Arendt, consenso. Sem consenso não há Poder Político. Sem Poder Político não há governo representativo.

Não adianta pensar, como fez questão de dizer Mao Zedong, que o "Poder Político nasce do cano de uma arma", ou acreditar como João Dória cortejando Joice Hasselmann, que o Poder está na BOVESPA ou outros endereços da Avenida Paulista.

Quem elegeu Bolsonaro foi o “espírito das ruas” que derrubou Dilma Rousseff mas Dilma, todos nós o sabemos do ponto de vista real, do ponto de vista histórico, foi derrubada por uma Organização Criminosa chamada hoje de “MDB”, por uma das maiores crises econômicas de toda história brasileira, por uma Operação da Polícia Federal e do Ministério Público chamada “Lava Jato” e pelas redes sociais.

Foi a conjunção dos fatores que apontei acima que derrubou o Governo Petista. Hoje a Organização Criminosa passou a se chamar “Centrão”, a crise econômica está voltando por causa da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e do horror que se aproxima para Argentina e as redes sociais já não são mais suficientes para defesa das barbaridades que Bolsonaro faz e diz.

“Ah, mas e o cabo e o soldado, Dr. Milton??” “E o artigo 142??” O cabo e o soldado, meus caros amigos, estão preocupados com a reforma da previdência dos militares; não com Lei de Abuso de Autoridade!

Resta, dos elementos que enumerei acima, a Operação Lava Jato. A Operação Lava Jato nunca foi e jamais vai ser, eu assim já o disse, a manifestação do Estado de Direito no Brasil.

Mais bem é ela um estertor, uma convulsão final, daquilo que o Estado de Direito um dia já foi, mas ela é, no presente momento, tudo que restou de combustível político ao Governo Bolsonaro – e agora chegou a hora do fim desse combustível.

Se vetar o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade, o avião político de Bolsonaro vai cair; se não vetar, será o fim desse restinho de querosene político chamado Operação Lava Jato, e aí o avião também cai.

Se não houver veto TOTAL dessa barbaridade (mais uma) cometida pelo Congresso, o Ministro Sérgio Moro não tem mais qualquer condição de permanecer no Governo sem levantar dúvidas sobre seu próprio caráter e ambição chegar ao STF.

Se houver vetos que desagradem a Organização Criminosa dentro do Congresso e do STF, Bolsonaro dificilmente conseguirá colocar um de seus filhos como embaixador em Washington e evitar o processo ou até a mesmo a prisão do outro que é senador aqui no Brasil.

Não há “solução salomônica”, não! Não existe o meio termo de “deixar algumas coisas no Projeto de Lei que foi aprovado como elas estão e de vetar outras”.

Bolsonaro disse, em recente entrevista, que “de um jeito ou de outro ele vai apanhar”. Se eu estivesse no lugar dele, diria que “de um jeito ou de outro eu vou ser derrubado”.

A diferença entre eu e ele é que eu escolheria cair com um mínimo de vergonha na cara e de dignidade.

Milton Pires é Médico. Editor do Ataque Aberto.
Posted: 18 Aug 2019 10:00 PM PDT


Boris Casoy e o Lixo Legal

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

É como ser diz por aí: “nada como um dia depois do  outro”.

Durante o nefasto período político que se instalou no país após 1985, principalmente depois de 2003, que durou até 2018, as leis e as emendas constitucionais feitas em cima da  “colcha de retalhos”  comumente chamada   “Constituição Federal“ (de 1988), tinham iniciativa, tramitação e aprovação absolutamente certas, tranquilas, e sem quaisquer entraves, devido ao flagrante conluio  então existente entre os Três Poderes Constitucionais  (Executivo, Legislativo e Judiciário), resultado do  regime de “troca-troca” de interesses  então dominantes, a que muito apropriadamente  acabaram denominando “toma  lá-dá-cá”.

Mas certamente temendo alguma possível  “traição” do Congresso,por  parte dos seus próprios parlamentares “fiéis”, em 2013,durante a gestão  presidencial de Dilma Rousseff, o PT e seus aliados conseguiram aprovar a “toque-de-caixa” mais uma das suas “tranquilas” emendas constitucionais, que levou o número  EC 76/2013,alterando a Constituição,de modo  que ficasse proibido “votação secreta” em determinadas matérias, dentre as quais as relativas à DERRUBADA DE VETO PRESIDENCIAL  às leis.

Agora as forças políticas não têm mais a “unanimidade” que tinham antes. Bolsonaro resolveu enfrentar e acabar com o “toma lá-dá-cá” a partir de  1º de janeiro desse ano.

E foi exatamente aí que a Emenda Constitucional Nº  EC 76/2013 passou a ser um verdadeiro “tiro-que-saiu-pela-culatra”, atingindo em cheio  a “cara” do PT, os outros  partidos esquerda ,e também o seu mais novo aliado político, o chamado “Centrão”.

Toda essa “camarilha” política se reuniu  para aprovar, às escondidas, de surpresa, e na “calada” de uma só noite, a chamada Lei  do Abuso de Autoridade, que resumidamente coloca algemas e mordaças  em todas as autoridades competentes para investigar a apurar crimes, dentre as quais os próprios juízes, promotores públicos e  policiais, sem que levassem em consideração  que esse tipo de conduta de   abuso de autoridade  já está previsto como ilícito nas normas legais existentes desde 1965,iniciativa da  “ditadura” do Regime Militar.

Mas a incrível “coincidência” nisso tudo é que grande parte dos parlamentares que aprovaram “às escondidas” essa absurda lei são alvo de investigações e implicações em condutas criminosas,e com essa lei que eles aprovaram acabarão “blindados” e com campo absolutamente  livre para continuarem delinquindo à vontade contra o erário.

O “tiro-que-saiu-pela-culatra”, contido  na EC 76/2013,é que o provável  VETO de Bolsonaro, total ou parcial, à referida Lei de Abuso de Autoridade,terá que ser apreciado pelo Congresso em VOTO ABERTO,e não mais “secreto” ,como era antes.

Detalhe importante que não pode passar despercebido é que para o Presidente  da República,nesse caso,  não vai fazer qualquer diferença,em relação ao Congresso,se ele vetar TOTAL ou PARCIALMENTE essa lei. Então o que  ele terá que fazer é vetá-la   TOTALMENTE  . E numa  eventual derrubada do veto , todos os parlamentares terão que mostrar  as suas “caras”. Não poderão mais ser “secretos”. Terão coragem suficiente  diante  dos  seus eleitores?

Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Posted: 18 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H.James Kutscka

Quem bagunçou minha casinha?

A frase é de “Cachinhos Dourados”, história infantil de Robert Southey, publicada  na Inglaterra  em 1837 e que ganhou o mundo, ajudando inúmeras mães nos cinco continentes a pôr para dormir seus rebentos com o conto da família de ursos que saiu para passear, e teve sua casa invadida e bagunçada por uma loirinha  “desubicada”  (em espanhol fica melhor).

O autor não tinha ideia então, da relevância que sua inocente história iria adquirir ao longo do tempo.

Na Astrofísica, ajudou a nomear a zona próxima a um Sol, mais propícia a abrigar vida.

The Golden Lock Zone. (zona dos cachinhos dourados)

Na área do politicamente correto, uma boa desculpa para desfazer o conceito de “loira burra”.

Mas por que eu estaria falando de cachinhos dourados neste espaço normalmente dedicado a considerações políticas?

Explico: Há muito tempo, não um, mas um grupo de cachinhos dourados sem noção está bagunçando nossa casinha sem consequências.

Sua entrada em nossa casinha foi facilitada por governantes preocupados em cobrir seus traseiros, caso o desfalque perpetrado na casa, fosse um dia descoberto pelos verdadeiros proprietários.

Lá se estabeleceram os “neo cachinhos”, comendo lagostas e tomando vinhos premiados à nossas custas, de forma vitalícia.

Ao longo do tempo se sentiram donos do ”pedaço”.

Usocapião.

De acordo com seus insuspeitados poderes quando os ursos voltassem, bastaria dizer-lhes:

- Perdeu playboy!`

E é aí que os distintos “cachinhos dourados se enganam”.

O estrago que fizeram não lhes vai ficar barato.

Não somos ursos bonzinhos de histórias infantis, temos sangue nos olhos, e o “cachinho dourado” que na semana passada, em uma palestra a banqueiros disse: - “ Se tiver que haver ordem, nunca teremos progresso”, com essa declaração, sutil como uma locomotiva Maria Fumaça em um túnel, deu a entender que a Lava Jato nos últimos quatro anos, travou a economia do país.

Estava como sempre, de maneira abjeta, servindo a seu patrão, o “muar de São Bernardo“, preso em Curitiba, o mesmo que lhe assegurou vida mansa.

Esse será o primeiro a ser defenestrado de nossa casinha e perder seus cachinhos na prisão, onde quiçá poderá receber o carinho de seu “sugar daddy” barbudo.

H. James Kutscka é Escritor e Publicitário.
Posted: 19 Aug 2019 03:00 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Antônio P. Valle

As peças se mexem no jogo segundo a estratégia de cada parte. A estratégia está ligada a capacidade de monitoramento, coleta de dados, análise correta dos vetores (que depende basicamente do “status” do Sistema de Crenças do analista), conclusão adequada, e pôr fim a produção do conhecimento visando a modelagem de cenários prospectivos que permitam ao gestor antecipar-se ao adversário. A metodologia sendo aplicada corretamente leva, com alta probabilidade de acerto, ao diagnóstico e cenário mais provável.

Eu já havia alertado sobre esta crise que se aproxima em 23/12/2014, no artigo intitulado “Momento Estratégico Global Crítico e a Carta Brasil”, quando escrevi: “Nas projeções de cenário para os próximos anos, algumas reveladas no meu último artigo citado acima, fica bastante clara a alta probabilidade da eclosão de uma grave crise financeira, pior que a de 2008, e de um conflito bélico em escala considerável. O que virá primeiro, ou qual dará origem ao outro, é um entendimento ainda não pacificado; entretanto está pacificado que não existe mais o “se” vai acontecer, a questão agora é apenas “quando”. Penso que a crise, artificialmente projetada, detonará o conflito já esperado.” (grifo meu atual). Escrevi este texto a quase seis anos atrás.

Até mesmo a “grande” mídia brasileira agora já reflete este entendimento, que está se tornando evidente – vide https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/18/como-a-alta-no-preco-do-ouro-alimenta-os-temores-de-uma-recessao-global.ghtml.

Na reportagem do Globo é citado: “O mercado está se preparando para uma mudança de ciclo e isso tem feito (o preço do) ouro disparar", diz Javier Molina, porta-voz da plataforma de negociação de moedas eToro. Como acontece em todas as crises, o precioso metal segue sendo uma das pistas a serem analisadas com cuidado quando o cenário econômico global se deteriora – que parece ser o caso agora.” E segue dizendo vários fatores que já salientamos em nossos artigos.

Quanto a compra de ouro como estratégia para se proteger da crise por parte dos países, além de meus artigos anteriores, você pode olhar a matéria https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08/exportacao-de-ouro-bate-recorde-no-brasil-com-temor-de-recessao-global.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa.

Na reportagem mostra que o Brasil exporta praticamente todo o ouro que produz “oficialmente”. Sua produção é estimada em 97,1 toneladas e ele exportou em 2018 algo em torno de 95 toneladas. Claro que estes números não contabilizam a produção e envio ao exterior de forma “irregular”, que certamente é um montante considerável.

No meu artigo intitulado “Passos Estratégicos Globais e a carta Brasil”, escrito em 13/11/14, eu já avisava que Rússia e China estavam comprando ouro numa voracidade sem precedentes e citei a seguinte declaração de um parlamentar russo: “Quanto mais ouro um país tem, mais soberania ele terá se houver um cataclismo com o dólar, com o euro, a libra ou qualquer outra moeda de reserva” declarou Evgeny Fedorov, um parlamentar do Partido Para Rússia Unida, de Vladimir Putin.”

Como já destaquei em meus artigos o Brasil alimenta a “fome” mundial dos países por ouro para se blindarem da crise iminente e fica sem ouro em suas reservas – vide meus artigos anteriores da Série Xeque-mate. É impressionante que nossas reservas estejam praticamente desguarnecidas do metal precioso mais procurado por todos os países (vide meu artigo “O xeque-mate se aproxima célere”), e do qual somos produtor.


Portanto, minhas previsões já existem e estão documentadas há quase seis anos, prevendo o cenário que ora se consolida. O sábio teria analisado as premissas expostas à época e, encontrando o fundamento, teria tempo hábil para se preparar para o evento, como os EUA fizeram – vide meu artigo “O xeque-mate antecipa o contrataque”. 

Na época avisei e ofereci blocos de conhecimento para um Plano de Ação preventivo. Todavia, a Imunização Cognitiva cumpriu seu papel. O Brasil encontra-se totalmente vulnerável a crise que se aproxima e isso não pode ser uma simples “coincidência”. Ele não tem reservas cambiais, base jurídica adequada, ativos (tropas, equipamentos, etc....) para contenção e detenção, planejamento, etc....  O preço será elevado, não só em bens materiais, mas em vidas. Ignorar ou fingir não ver não vai evitar o evento.


Se desejarem se aprofundar nos temas estratégicos podem ler meus artigos de 2013 e 2014.

No tabuleiro não há lugar para amadores, soberbos ou ingênuos, exceto se for para cair. Olhando o movimento das peças no jogo é possível perceber que um dos pilares de apoio ao Governo Trump é a economia. Tirar Trump do poder, e ele tem contrariado diversos interesses poderosos, implica acabar com a percepção de que a economia vai bem. Assim, o que a “oposição” precisa desesperadamente é que a recessão/crise comece no segundo semestre de 2019 ou, na pior hipótese, no primeiro semestre de 2020. É necessário haver tempo para que os estadunidenses tenham verdadeiramente sentido o sofrimento na carne quando a eleição chegar. 

Todavia, no embate para tirar Trump e outros, sobrará para aqueles que se alinham com ele (como o nosso Presidente), mas não tem a mesma retaguarda que ele.
O analista Mike Adams escreveu: “que a luta pelo poder, está chegando a limites, que se ultrapassados, desencadearão uma grave crise global com provável ruptura do tecido social em muitos países e um crash mundial sem precedentes.” A grande maioria dos analistas bem posicionados entendem que a disputa entre China e EUA, as duas maiores economias do mundo, chegou a um ponto sem retorno, notadamente após a explosão de protestos em Hong Kong, que a China atribuiu à inteligência dos EUA. Para dar fundamento a sua alegação a China usou uma foto de uma funcionária do Departamento de Estado – Julie Eadeh, reunida com os “líderes” dos protestos. O que importa é que as “diferenças” entre as duas maiores potencias econômicas do planeta chegaram a um ponto de difícil, praticamente impossível, reversão.


Um dos líderes pró-independência de Hong Kong, Chen Haotian, sugeriu em 16/08/19 uma corrida aos bancos chineses, pedindo aos seus aliados que todos saquem seu dinheiro no mesmo dia. Observe que isto poderia causar um colapso do sistema financeiro em Hong Kong, que é profundamente interligado com o sistema financeiro internacional, desencadeando uma enorme incerteza nos mercados globais.

Conforme a Fox Business, um dos indicadores favoritos de Wall Street de uma recessão iminente é o spread entre os rendimentos do Tesouro de três meses e de 10 anos. Ao olhar para o gráfico abaixo fica evidente uma séria advertência sobre a mais grave recessão desde 2007 se aproximando.



Enquanto isso, o rendimento dos bônus de 30 anos do Tesouro americano atingiu seu ponto mais baixo, com exceção apenas a julho de 2016.

"Passamos de um certo grau de incerteza para mais um monte de incertezas", disse Fraser Howie, com mais de 20 anos de experiência nos mercados financeiros. Esta perda consistente e longa no rendimento dos bônus de 30 anos do Tesouro americano demonstra uma diluição da confiança nos EUA poder honrar seus compromissos, sendo que o Brasil mantém “credulamente” papeis desta natureza em suas reservas, no lugar de ouro físico.



Existem muitos catalisadores que podem deflagrar os acontecimentos. Na questão de segurança interna dos EUA um deles pode ser quando James Comey (foi o sétimo diretor do Federal Bureau of Investigation de 2013 até sua demissão em maio de 2017) e John Brennan (ex diretor da CIA também demitido em 2017) forem oficialmente indiciados e presos. Isso poderia iniciar uma série de detenções com base nos processos selados, com a consequente reação da parte contrária.

Tudo leva a crer que uma combinação de crise econômica, radicalização da disputa política interna e um grande número de armas disponíveis (estima-se que milhões de estadunidenses têm em seu poder cerca de 393 milhões de armas) poderão levar os EUA a uma Guerra Civil, cuja projeção da extensão e profundidade está sendo aprimorada permanentemente, uma vez que este cenário prospectivo não é novidade.

No meu artigo intitulado “Passos Estratégicos Globais e a carta Brasil”, escrito em 13/11/14, eu já alertava que haviam projeções preocupantes quanto a cenários futuros.  Na época escrevi: “Neste trabalho de projetar cenários nos defrontamos com as surpreendentes previsões, sobre vários países, da página Deagel.com, que é uma página respeitada por oferecer dados da aviação civil e militar, armamento e exércitos, mísseis e munição, tecnologia militar e aeroespacial e outros dados estratégicos e econômicos. 

Para cada país, a Deagel.com realiza uma previsão estimada de seu nível de população, sua renda per capita e seu Produto Interno Bruto previsto para o ano de 2025.” É interessante notar que em 2014 o site fazia previsões que os EUA teriam em 2025 uma população de 69 milhões e um PIB de US$ 921 bilhões (contra uma população em 2013 de 316 milhões e um PIB de US$ 17 trilhões).

A Deagel.com, pouco tempo depois de ter postado o estudo, retirou-o rapidamente do site. Todavia, temos um print da tela:



Claro que vários jogadores ficarão de “camarote” observando e aguardando sua vez de desferir um xeque. A infraestrutura é uma fraqueza a ser explorada, notadamente a questão da energia. Imaginem um país sem energia elétrica por uma semana?

Como frisei a imensa maioria dos movimentos das peças no tabuleiro pode ser prevista. No meu artigo “A Atividade de Inteligência Militar, os Governos Civis e o Cenário Atual – I” em 13/10/13, eu escrevi que havia “portas dos fundos” por onde eram roubadas informações. Em 2018 uma executiva chinesa foi presa e os EUA não esconderam sua preocupação de estarem sendo “espionados” pelos chineses - https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2018/12/06/huawei-por-que-a-gigante-chinesa-virou-alvo-de-varios-paises-e-teve-executiva-presa-no-canada.ghtml.

O tempo está passando e não vai esperar os incautos. Existe um antigo adágio: “casa que falta o pão todo mundo grita e ninguém tem razão”.

O efeito dominó começou, na medida que a cada movimento um novo dominó cai e empurra outro para a queda seguinte!

Todo jogo acaba ou muda de fase. O xeque-mate se aproxima.

Luiz Antonio Peixoto Valle é Professor e Administrador de Empresas.