segunda-feira, 18 de julho de 2016

A esquerda é especialista em culpar a vítima


Coluna do Fernando Gouveia

Ninguém culpa mais as vítimas do que os esquerdistas, pois, em caso contrário, precisariam refutar a ideologia a que devotam fé. E isso eles não admitem nem hipoteticamente.



Os esquerdistas, diferentemente do que eles próprios apregoam, não são contrários à prática imbecil de atribuir culpa à vítima em razão de crime por ela sofrido. Fingem ser contra isso, mas é tudo que fazem em diversos casos. Muitos, mesmo.


Já foi dito, por exemplo, que os bandidos assaltam por causa da ostentação alheia. Os “ostentadores”, claro, seriam justamente as vítimas. Culpa delas. O mesmo – e estapafúrdio – raciocínio de que a culpa de um estupro seria o uso de saia curta. Como assim? Um relógio caro desses a essa hora da noite e nessa rua escura? Aí pediu para ser roubado, né? Eles pensam exatamente assim.


Também já disseram que levar objetos de valor à praia seria idiota e quem faz isso merece mesmo sofrer arrastão. De novo, a vítima é culpada. Ninguém manda ela ser trouxa. Aí não tem jeito, o bandido é praticamente obrigado a roubar. Na cabeça canhota, o crime é a regra.


E isso vale também para o terrorismo. Quando da chacina dos jornalistas do Charlie Hebdo, a esquerda chegou a dizer com todas as letras que eles haviam provocado. Culpa deles, ora! Alguns ensaiaram uma mudança de viés, provavelmente alguém deu um toque, mas está tudo registrado. O atentado, para eles, foi decorrência natural do exagero nas piadas.


Falaram também dos ataques recentes, na França e em todo o mundo ocidental. A culpa seria dos terroristas? Nunca! Jamais! A França que é culpada, pois “intervém” no Oriente Médio. O mesmo valendo para os Estados Unidos, Israel, Alemanha, enfim, qualquer país. Praticar o terrorismo, na mentalidade esquerdista, é um processo natural e tais práticas devem ser “compreendidas em seu contexto”.


Outra forma de responsabilizar a vítima é dizer que culpa de determinado crime é “da sociedade”. Ou seja, é de todos. Em suma: quem sofreu o crime tem sua considerável parcela de responsabilidade, pois ajuda a mover as alavancas e engrenagens deste mundo desigual. Só o criminoso, mesmo, que nunca tem nada a ver com isso.


E, claro, há a “culpa cultural”. É mais ou menos parecida com a “da sociedade”, mas teria a peculiaridade de acontecer num contexto em que tal prática seria aceitável. Mesmo sendo expressamente condenável até entre criminosos. Mesmo não sendo praticada nem por 0,001% da população. Nada disso importa. O chavão ideológico sempre prevalece sobre os fatos.


Aliás, a melhor e mais eficiente forma de tirar a responsabilidade de um criminoso é fazer com que a culpa seja de todos. Esse é sem dúvida o maior desserviço do esquerdismo quanto ao enfrentamento dos crimes. A postura dogmática, de não admitir a resolução de um problema quando ela viria a atropelar suas convicções ideológicas, faz com que neguem a própria realidade usando saídas retóricas estapafúrdias para além de qualquer limite.


Desse modo, a esquerda não é contra culpar a vítima. Na verdade, ela é especialista nisso. Ninguém culpa mais as vítimas do que os esquerdistas, pois, em caso contrário, precisariam refutar a ideologia a que devotam fé. E isso eles não admitem nem hipoteticamente.


Em nome desse dogmatismo fundamentalista, os fatos e a verdade que se lasquem. E as vítimas, também.



Fernando Gouveia é editor e co-fundador do Implicante, onde publica suas colunas às segundas-feiras. É advogado, pós-graduado em Direito Empresarial e atua em comunicação online há 15 anos. Músico amador e escritor mais amador ainda, é autor do livro de microcontos “O Autor”.

Muçulmanos emburrecem população, diz executivo do BC alemão



A grande questão na Alemanha atualmente não é a crise econômica. O assunto do momento atende pelo nome de Thilo Sarrazin. Executivo do Banco Central alemão e socialdemocrata de carteirinha, Sarrazin acaba de publicar um livro no qual destila, de modo cru, opiniões nada simpáticas aos imigrantes muçulmanos.

Segundo Sarrazin, esses muçulmanos são um problema para o desenvolvimento do país. Seu raciocínio avança: ele diz que os muçulmanos na Alemanha preferem viver à custa do Estado de Bem-Estar Social a arranjar um emprego e que, como têm uma taxa de fertilidade maior do que a média alemã, eles serão cada vez mais numerosos e vão reduzir o QI médio do país.

Não é de hoje que Sarrazin causa controvérsias. Ele já fez parte do governo de Berlim e, na ocasião, vivia reclamando dos cidadãos que recebiam algum benefício pago pelo governo.

Além dos muçulmanos, Sarrazin também emitiu opiniões controversas sobre os judeus – chegou a dizer que eles têm todos “o mesmo gene”, o que os tornaria diferentes de outros grupos. Não é preciso dizer que, na Alemanha, opiniões “genéticas” como essa causam profundo incômodo.

Como Sarrazin não é um extremista de direita, e sim um socialdemocrata militante, suas opiniões não caíram no vazio – e o resultado é que a Alemanha, de novo, está em transe por causa do debate sobre sua relação difícil com os imigrantes, notadamente os muçulmanos.

A revista Der Spiegel fez uma seleção das “melhores” frases de Sarrazin, espécie de resumo de seu “pensamento”. Abaixo, uma parte delas:

“Os turcos estão tomando a Alemanha exatamente como os kosovares tomaram Kosovo: por meio da alta taxa de natalidade. Eu não me importaria se eles fossem judeus do Leste Europeu, com um QI 15% mais alto do que o da população alemã”

“Um grande número de árabes e turcos (em Berlim) não tem função produtiva, a não ser no mercado de frutas e vegetais”

“Eu não tenho respeito por ninguém que viva de benefícios estatais, mas rejeite o Estado, que não tenha o suficiente para a educação de seus filhos e que constantemente produza menininhas com véus”
“Quanto mais baixa a classe social, maior é a taxa de natalidade”

“De uma maneira natural, estamos nos tornando mais burros (por causa da imigração turca, africana e do Oriente Médio)”

“Eu não quero que o país dos meus netos e bisnetos seja majoritariamente muçulmano, ou que turco e árabe sejam falados em larga escala, que as mulheres se cubram com véus e que o ritmo cotidiano seja ditado pelo chamado do muezim. Se eu quisesse ter essa experiência, eu simplesmente tiraria férias no Oriente”.

“Os funcionários públicos são pálidos e fedorentos porque trabalham muito”

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