sexta-feira, 24 de junho de 2016

Serra lamentou decisão de britânicos pelo Brexit

© AFP 2016/ EMMANUEL DUNAND


Mundo


O ministro das Relações Exteriores, José Serra, lamentou nesta sexta-feira a saída do Reino Unido da União Europeia, informou Agência Brasil.


Serra disse que o ideal seria uma “União Europeia fortalecida, arrumada”. O ministro atribuiu a decisão dos britânicos a um sentimento nacionalista, fundamentado no argumento, em sua opinião pouco sólido, de que restrições à imigração seriam um mecanismo para proteção do emprego dos ingleses.


“Lamentamos que isso tenha acontecido. […] Muitas análises feitas nos últimos meses mostraram que, para a Inglaterra, não seria bom negócio sair da União Europeia", disse o ministro em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Para o ministro do governo interino, o voto dos britânicos foi “especialmente emocional”.

Contudo, Serra lembrou da potência comercial que é a União Europeia e enfatizou que o Brasil vai buscar um bom relacionamento com o Reino Unido. O ministro fez várias referências diretas à Inglaterra, a qual classificou como um dos países menos protecionistas do continente, comercialmente falando.

Populistas são idiotas

24 de Junho de 2016

Por Mario Sabino
O populismo de esquerda e direita é capaz de infectar até mesmo países altamente civilizados, caso do Reino Unido. O Brexit representou uma vitória do populismo de direita, cujo rosto é Nigel Farage, chefe do Independence Party.
Os motores do Brexit foram principalmente a crise migratória e a xenofobia dos mais velhos -- os britânicos com menos de 24 anos votaram maciçamente pela permanência do Reino Unido na União Europeia. O excesso de regulação dos burocratas de Bruxelas contou para o “Leave”, mas serviu como força auxiliar para a decisão que causou um terremoto nas bolsas de todo o mundo e lançou uma sombra sobre o processo de globalização.
O populismo é o exato oposto da racionalidade, demonstra o Brexit. Como escreveu David Cassidy, da “New Yorker”, os seus partidários não ouviram a City, o ministro das Finanças, o Banco da Inglaterra, o FMI, o governo americano e uma infinidade de grandes economistas e empresários. Ao contrário do que diz toda essa gente respeitável, os adeptos do “Leave” acreditam que o Reino Unido poderá se tornar uma Noruega ou uma Suíça, países que rejeitaram a integração com o bloco, mas se beneficiam de um status especial com as nações da UE.
É um engano. A economia do Reino Unido, além de ser bem maior do que a norueguesa e suíça, é baseada na exportação de manufaturados que perderão o acesso sem barreiras ao maior mercado do planeta. Mercado, aliás, que está para integrar-se ao americano. UE e Estados Unidos negociam a criação da maior zona de livre comércio do mundo -- e o Reino Unido ficará fora dela. Muito inteligente.
A massa ignara que votou pela saída do bloco europeu deixou-se levar pelo discurso estúpido de Nigel Farage e asnos do Partido Conservador, sem se dar conta de que a integração à UE foi determinante para tirar o país da recessão na década de 80 e empurrar ladeira acima a economia britânica nos anos que se seguiram. O thatcherismo não teria dado resultados tão espetaculares sem a adesão ao bloco, apesar de todas as bravatas da Dama de Ferro.
A burocracia da UE é exasperante? Sim. A adoção do euro, sem união fiscal, foi desastrosa? Sim. A crise iniciada em 2008 continua a bater forte, em especial no Sul do continente? Sim. Os tropeços, contudo, não apagam o fato de que o bloco europeu é um sucesso político -- amalgamou nações historicamente inimigas -- e econômico. Não há um país que tenha empobrecido por causa da UE. Ela propiciou e acelerou o enriquecimento de todos, absolutamente todos, que a integram. O Reino Unido não ficará pobre, mas enriquecerá menos no seu esplêndido isolamento. A queda do valor da libra é o sinal mais evidente do futuro britânico.
A saída da UE também causará um problemão interno. Escócia e Irlanda do Norte votaram majoritariamente na permanência do Reino Unido no bloco. Em 2014, no plebiscito que definiu que os escoceses continuariam ligados à Inglaterra, um forte argumento utilizado nesse sentido foi dado pela UE. Os principais líderes europeus afirmaram que, se a Escócia saísse do Reino Unido, ela dificilmente seguiria no bloco. Agora, a Escócia está fora da UE, por causa do atrelamento à Inglaterra. Escoceses já recomeçam a falar em independência, dessa vez para voltarem ao bloco. Na Irlanda do Norte, por seu turno, o Sinn Fein, o partido nacionalista, quer um referendo para uni-la à Irlanda, que ficou rica graças à UE.
A ironia, nota David Cassidy, é que o Reino Unido corre o risco de se esfacelar do ponto de vista político antes de se desligar do bloco europeu, processo que deve demorar alguns anos para completar-se.
Populistas são, acima de tudo, idiotas.

Meu pai é um herói.

Correio Braziliense

Filho do homem que socorreu menino atacado por ariranhas no zoológico acredita em exemplo de amor ao próximo. 





postado em 10/08/2014 06:02 / atualizado em 09/08/2014 20:35
Manoela Alcântara




Carlos Vieira/CB/D.A Pres
Nos desenhos ou nos filmes, os heróis salvam mocinhas, crianças e vítimas em perigo. Mexem com o imaginário dos pequenos, que logo acreditam em superpoderes. Os personagens são capazes de voar, perceber situações de risco a quilômetros de distância e ainda ter fôlego para proteger o mundo. Qual criança não imagina que o pai se encaixa nesses padrões? Um salvador. Se, para muitos, essas histórias só existem na ficção, para alguns homens reais, as fatalidades do dia a dia os tornam verdadeiros exemplos para a sociedade. Em homenagem ao Dia dos Pais, o Correio conta hoje as histórias de brasilienses que conseguiram ultrapassar as barreiras do comum. Viraram heróis. A habilidade especial deles é a vontade de ajudar o próximo.



Silvio Delmar Hollenbach Júnior, 44 anos, teve motivos que o inspiraram a seguir a profissão de médico e para construir o seu caráter. Aos 7, viu o pai ser arrastado por dezenas de ariranhas no fosso do Zoológico de Brasília. Com o mesmo nome do filho, o então sargento do Exército Silvio Hollenbach não pensou duas vezes antes de pular a grade que separava os animais dos visitantes para salvar um menino de 13 anos. Conseguiu. Adilson Florêncio da Costa sobreviveu, mas os quatro filhos do sargento perderam o pai poucos dias após o ataque. É um dos momentos mais marcantes da história de Brasília.




O episódio provocou mudanças drásticas na rotina dos Hollenbachs, mas o exemplo de altruísmo não saiu da cabeça dos filhos. A atitude do patriarca permeia a vida dos descendentes. Silvio Hollenbach Júnior se dedica a salvar vidas. Formou-se em Porto Alegre, após concluir os ensinos fundamental e médio no colégio militar da região. “Nessa época, a gente acaba homenageando a mãe, que também se tornou pai. Mas ele me inspira em muito do que faço. Morreu para salvar uma criança. Hoje, quando consigo resolver o problema de um pequeno e vejo a felicidade no rosto dos pais, me sinto gratificado. Eu me lembro dele”, conta o filho mais velho.

Quando concluiu o curso de medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), uma coincidência e uma deferência trouxeram Silvio Hollenbach de volta a Brasília. “Meu irmão estava no quartel e encontrou um general. Ao ver o sobrenome dele, o general perguntou: ‘Você é filho do sargento Hollenbach?’ Ele respondeu que sim e contou sobre minha formação. Logo, o general informou que viria dirigir o HFA no ano seguinte e que me queria na equipe”, conta o médico. Vinte anos depois da tragédia, Silvio voltava ao Hospital das Forças Armadas (HFA), onde há uma homenagem ao pai no auditório da unidade.




Tributos a Hollenbach, aliás, não faltam. Além do busto de bronze na entrada do Zoológico de Brasília, que leva seu nome, há reverências a ele em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. “Nunca me vi em uma situação como a que ele passou, de ter que colocar minha vida em risco para salvar outra. Acredito que era o destino dele”, diz.

PTexit!

 


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

THE
COW
WENT
TO THE
SWAMP!!

A britadeira britânica evitou que a barbárie se apossasse definitivamente de um dos últimos lugares civilizados.

Os que escravizaram o mundo sabem o que ser escravo. Mesmo após décadas de imbecilização das novas gerações, o sentimento atávico do medo de perder sua soberania, prevaleceu.

Que nos sirva de lição.

Tremam os traidores que tentaram criam um Kosovo em “reservas” indígenas.

Não somos nem amarelos, nem brancos, nem negros, nem peles vermelhas.

Somos todos brasileiros! GRAÇAS A DEUS !!!

Não haveria melhor presente no Dia de São João.

Os ladrões estão dançando ou indo para a fogueira do Judasciário...


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.



Quem cuidará de Lula, além de Moro?

sexta-feira, 24 de junho de 2016




3a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Será que Teori Zavascki está apostando na "multiplicação" dos Moros? Se a aposta for esta, pode ser ótima a decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal em transferir para a Justiça Federal, em Brasília, e não para Sérgio Moro, em Curitiba, o inquérito em que Luiz Inácio Lula da Silva é investigado por tentativa de "silenciar" Nestor Cerveró - ex-diretor da Petrobras e ilustre delator premiado que agora cumpre pena em regime de prisão domiciliar, em um condomínio de luxo em Itaipava, região serrana no Rio de Janeiro, usando tornozeleira eletrônica. Cerveró foi xingado e vaiado no voo comercial de Curitiba ao Rio de Janeiro...

Lula também não pode mais viajar em voo de carreira sem receber apupos... O ex-Presidentro continua nas mãos de Moro. O titular da 13a vara Federal em Curitiba cuida dos inquéritos que investigam se pertencem a Lula um apartamento tríplex no Guarujá (SP) e o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Moro também irá julgar e as razões pelas quais as empreiteiras Odebrecht e OAS executaram obras milionárias nas propriedades. Moro ainda apreciará se há crime nas palestras do ex-Presidente contratadas a peso de ouro por empreiteiras.

No caso Cerveró, Teori jogou para a Justiça Federal em Brasília porque considerou que os supostos crimes ocorreram na capital federal, aparentemente sem relação direta com os desvios na Petrobras - que cabe à "República de Curitiba" apurar e julgar. Teori escreveu: “Tais fatos não possuem relação de pertinência imediata com as demais investigações relacionadas às fraudes no âmbito da Petrobras. Na verdade, dizem respeito à suposta prática de atos, pelos investigados, coma finalidade de impedir a aviltar colaboração premiada entre Nestor Cerveró e o Ministério Público, a qual se voltava a um plexo de investigações”.

O processo que vai rolar em Brasília mexe com figuras poderosas, todas muito próximas de Lula: o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), o ex-assessor dele Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai, e o filho dele, Maurício Bumlai. Lula e os demais companheiros de inquérito são suspeitos de terem cometido quatro crimes: integrar organização criminosa, patrocínio infiel, exploração de prestígio e lavagem de dinheiro.

A defesa de Lula teve uma vitória sobre o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que pediu a remessa dos processos para Curitiba - o que foi negado pelo ministro Teori. Os advogados de Lula não queriam que o caso fosse parar com Moro. O popular juiz é considerado "inimigo número 1" da Petelândia - agora em pânico com a "Operação Custo Brasil" e com o altíssimo risco de o tesoureiro João Vaccari Neto partir para a "colaboração premiada".

Agora, fica a pergunta: será que finalmente vai chegar a vez de Lula ser denunciado na Lava Jato? A tendência de resposta é positiva. No entanto, uma previsão nos meios políticos e jurídicos especula que algo só vai acontecer com Lula a partir de agosto, quando for definido o destino de Dilma Rousseff, com o impeachment ou a renúncia dela.

Até lá, Lula fica sob tensão. Mas a hora de dar um "Oi" para Moro se aproxima... E também tem o risco de dar outro "Oi" se o inquérito que investiga falcatruas luso-brasileiras também vingar lá em Portugal... É preciso torcer para o Moro da Terrinha não ter a carga genética dos tempos da santa inquisição...

Apartamento não tem imunidade


Tese do juiz Federal Antonio César Bochenek, parceiro do juiz Moro em vários artigos científicos:

"Sobre o debate a respeito da busca e apreensão num apartamento do Senado: Apartamento funcional não tem foro privilegiado. CONSTITUIÇÃO FEDERAL - DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal".

Se realmente valer o que está escrito na Constituição, vai dar em nada a reclamação que a Advocacia do Senado move no Supremo Tribunal Federal para pedir anulação de provas obtidas no apartamento funcional.

O Ministério Público Federal já deixou claro que não investiga Gleisi Hoffmann, esposa de Paulo Bernardo, moradores do apartamento devassado em Brasília.

Desembargador Abrão palestrando

Brexit

Confira a segunda edição desta sexta-feira: Brexit pode nos ferrar ainda mais?

Leia o artigo do Carlos Maurício Mantiqueira: God save the Brexit!


Entre Brexit e PTexit, bandidos tentam se salvar apostando na suprema judicialização da politicagem


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Viva São João! Sexta tsunâmica nos mercados, por conta da decisão do povo do Reino Unido de tirar seu time da Zona do Euro? O Brexit venceu apertadinho por 52% a 48% dos votos. Os rentistas tupiniquins já levantaram da cama em pânico, porque as bolsas caem no mundo todo. O Primeiro-ministro britânico David Cameron já avisou que deixa o cargo em outubro... A eleição presidencial nos EUA, marcada para 8 de novembro, com o risco Trump tirando o humor da Hillary, fará subir a tensão global. Especuladores vão ganhar muito dinheiro até lá com o nervosismo artificial gerado pelo noticiário.

Por aqui, seguimos com o PTexit - royalties para o Carlos Maurício Mantiqueira. A Dilma Rousseff deve ser saída definitivamente no mês de agosto. Enquanto isso, seguimos com a mais brutal crise econômica combinada com a mais confusa crise política, tudo em função da crise estrutural e de nossa permanente crise de imoralidade. No Brasil, só os políticos corruptos (perdão pela redundância) conseguem estar mais tensos que os especuladores financeiros - que sempre lucram na calma ou na tensão com o modelo Capimunista. O medo dos bandidos, no curtíssimo prazo, é dificultar as regras para a prisão deles.

Não foi por outro motivo que o presidente do Congresso Nacional, o Renan Calheiros (PMDB-AL) enrolado com o Judiciário, determinou que a Advocacia Geral do Senado ingresse junto ao Supremo Tribunal Federal com uma reclamação questionando  se um juiz de primeira instância pode autorizar a entrada e a revista na residência oficial da senadora Gleisi Hoffmann, onde também morava o marido dela, Paulo Bernardo - desde ontem preso preventivamente sob acusação de ter embolsado uns R$ 7 milhões em dinheiro desviado de empréstimos consignados para os esquemas mafiosos do PT.

O principal objetivo é anular as provas obtidas na busca e apreensão, além de trazer o processo para o foro privilegiado do STF. A turma do valente Renan Calheiros - que já ameaçou pedir o impeachment do Procurador Geral da República Rodrigo Janot - também entrará com uma reclamação junto ao Conselho Nacional de Justiça contra o juiz de primeira instância Paulo Bueno de Azevedo, que autorizou a ação e a prisão de Paulo Bernardo. Advogados do Senado querem uma punição "disciplinar" para o magistrado.
.
Adivinha quem pediu para Renan detonar a ação para proteger o casal Paulo e Gleisi? Ninguém menos que o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC). Claro, o pedido dele encontrou acolhida no meio de tantos senadores que correm o risco concreto de sofrerem devassas judiciais, muito em breve, por causa da Lava Jato ou por outras falcatruas. Novamente, sempre que convém à politicagem, eles ajudam a promover o perigoso processo de "judicialização da política".

O Supremo Tribunal Federal, que julga até briga de vizinhos por causa de galinha roubada, tem mais um pepino para descascar. Providencialmente, a tendência é que o STF empurre decisões polêmicas com a barriga escondida pelo elegante poder da toga. O presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, já resolveu que, apenas no segundo semestre (de repente, só depois da solução final sobre o destino da Dilma) haverá uma decisão definitiva sobre a prisão imediata ou não do réu condenado em segunda instância judicial. A polêmica seria julgada ontem, mas ficará para depois...

O fato institucionalmente temerário, em meio à guerra de todos contra todos os poderes é: entre Brexit e PTexit, bandidos tentam se salvar apostando na suprema judicialização da politicagem. A aposta tem tudo para dar zebra para o lado dos corruptos. A sociedade brasileira está de saco cheio e, literalmente, pt da vida...

Releia a segunda edição de quinta-feira: Uma Quimioterapia para o Brasil


Polêmica nipônica


Problemas  político-matrimoniais


Campanha grátis

Do publicitario Ênio Mainardi, uma observação pertinentíssima:

"A maior e melhor campanha de propaganda do Bolsonaro está sendo feita pelos seus...inimigos. Eta gente inteligente!"

Laércio Laurelli palestrando


Candidato a Presidente ou a Eliot Ness?


Galerinha do desarmamento aloprou ao leer no NYT que Rodrigo Janot avisou que dorme com uma pistola com 14 tiros no pente...

Bem vindo ao clube, Paulinho



Brexit pode nos ferrar ainda mais?

sexta-feira, 24 de junho de 2016

2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net


O que vai ou pode sobrar para o Brasil com o Brexit? Quem melhor respondeu foi o rubro-negro e ex-Presidente do Banco Central do Brasil, o economista Carlos Geraldo Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas. A entrevista de Langoni ao jornal Valor Econômico representa um chute no saco no otimismo que o Presidento interino Michel Temer tenta vender ao mercado. A equipe econômica de Henrique Meirelles sabe que estamos diante da recessão mais brutal e da mais grave crise estrutural da História. O Brexit só vai ajudar a atrasar as soluções para o Brasil.


Langoni foi realista com o Brexit: "O timing não poderia  ser pior para o mundo e principalmente para o objetivo brasileiro de uma saída rápida do ciclo recessivo. Essa decisão vai tornar as coisas, que já eram difíceis, mais difíceis". O economista da FGV prevê alguns movimentos: Haverá fugas de capitais de economias emergentes que dependem de commodities e que estão convivendo com déficit em conta corrente elevados ou com desequilíbrios internos, o que é o caso brasileiro.




Carlos Langoni traça uma previsão sobre o Real: "O câmbio vinha com um viés de valorização que vai ser interrompido em função  dos desdobramentos da saída do Reino Unido do mercado comum. A tendência nos próximos meses é de que o real, que vinha se acomodando num patamar de R$ 3,50 ou até um pouco menos, sofra alguma correção de rota".



Os banqueiros e rentistas especuladores certamente adoraram o que Langoni classificou como ruim em função do efeito Brexit sobre o Real: "A valorização do real frente ao dólar e a melhoria da inflação poderia dar um espaço ao Banco Central para reduzir os juros internos já no terceiro ou quarto trimestre do ano. E essa possibilidade poderá ser postergada ou mesmo afastada".



Sob ponto de vista da geopolítica, Langoni antevê uma grande instabilidade internacional: "A saída do Reino Unido dá espaço a um bloco mais protecionista e menos liberal, com peso maior para países como França, Itália, Espanha e a própria Alemanha, que hoje é uma economia com um viés liberal. Essa é uma consequência muito importante para o Brasil e para os países que querem fazer um acordo com o bloco no futuro. Vai ficar mais  difícil com a saída do Reino Unido".



Langoni acrescenta: "A segunda consequência é o efeito cascata. Em 2017 vamos ter eleições em países-chaves como Alemanha, França e Holanda. É bem provável que o exemplo do Reino Unido seja imposto por partidos nacionalistas ou até ultranacionalistas com um viés populista. Isso pode, sim, aumentar as dúvidas com relação ao futuro do bloco".



O problema brasileiro fica muito mais grave do que muito bem aponta o companheiro flamenguista Langoni com a decisão popular para o Reino Unido deixar a União Europeia. O Brasil continua não levando a sério, com amplo debate democrático, as soluções para a brutal crise estrutural - que é mãe das outras crises: política, econômica e moral. Se o Brasil avança na vontade de combater a corrupção, permanece estagnado na hora de tomar decisões corretas de política-econômica. Seguimos reféns do improdutivo Capimunismo rentista, em que o Estado é uma máquina de moer quem trabalha e os vermes de uma zelite parasitária.



Uma maioria apertadinha de britânicos (apenas 52%) resolveu dizer não a um modelo supranacional, globalitário, rotulado pela tal União Europeia - que é uma mistura artificial e falsa de países. Os controladores ingleses da economia transnacional foram tão malandros que nunca aderiram ao Euro, embora fingissem fazer parte daquela zona (sem trocadilho).



Agora, permanecer na UE interessava aos objetivos de controle deles sobre o resto do continente. Sem entender direito como o globalitarismo funciona, mas percebendo que algo não ia bem, o dividido povo da Inglaterra jogou seu peso sobre a turma do País de Gales, Escócia e Irlanda, para votar em favor da "imaginária" soberania da ilha...



O mundo ainda vai assistir a situações inimagináveis muito em breve. prometem ser tensos os dois anos de complexas negociações para o Reino Unido deixar a União Europeia. E tudo pode ficar ainda mais "zoneado" dependendo do resultado da eleição presidencial de novembro, nos EUA, entre Hillary Clinton e Donald Trump.
Se os otários do Brasil não tomarem vergonha na cara, definindo um rumo para o nosso País, sofreremos, aqui na periferia, os piores efeitos da briga de cachorro grande lá nas metrópoles globalitárias. 



Volatilidades e dificuldades de crescimento global vão nos impactar, diretamente, mercados merdejantes como o nosso.




Como diria Joel Santana, o Brasil já está "exit" do jogo. Por isso, cabe indagar: Como de costume, vamos para o resignado "seja o que Deus quiser"? Ou, por um milagre, aproveitaremos a merda reinante para promover a inédita "Intervenção Cívica Constitucional" - única quimioterapia institucional que pode nos salvar?



Leia o artigo do Carlos Maurício Mantiqueira: God save the Brexit!


Releia a primeira edição desta sexta de São João: Entre Brexit e PTexit, bandidos tentam se salvar apostando na suprema judicialização da politicagem




Recado Joanino