sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Quando os reais ladrões da Petrobras serão incomodados pelo Ministério Público Federal e Judiciário?

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Para:parkwayresidencial@yahoo.com.br
8 de fev às 08:10

Alerta Total


Posted: 07 Feb 2019 06:31 PM PST

Provocação de Nestor Cerveró

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil

Batman não pode seqüestrar, nem roubar ou corromper o bilionário Bruce Waine... Talvez por impossibilidade parecida a Comissão de Valores Mobiliários, uma autarquia do Ministério da Fazenda, não tivesse como punir o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando ele acumulou a Presidência do Conselho de Administração da Petrobras, na Era Dilma Rousseff - economista que, aliás, antecedeu Mantega no mesmo cargo, naqueles tempos sombrios em que a empresa foi atacada por uma conhecida organização criminosa...

O tempo passou... A Lava Jato descobriu muita coisa... Porém, ainda faltam alguns acertos de contas que o sistema Judiciário precisa promover... Por que o Ministério Público Federal, até agora, não propôs uma investigação mais séria ou um processo contra todos os principais executivos e conselheiros da Petrobras na Era Lula/Dilma? Será que já não passou da hora disto acontecer? Que tal responder à provocação do ex-diretor Nestor Cerveró? 

A tese da vitimização da Petrobras é insustentável por erros crassos, omissões e atitudes nada transparentes da companhia durante a temporada de corrupção nos governos petistas. Será que a empresa consegue responder, de maneira isenta, técnica e objetiva a pelo menos quatro questionamentos?

Pergunta básica 1: Por que a empresa, seus diretores, conselheiros e órgãos de controle interno  nada fizeram diante de pelo menos 20 manifestações de investidores, documentadas e com provas, chamando a atenção para a debilidade da governança corporativa e para as várias omissões e erros diante da escalada de corrupção na empresa.

Pergunta básica 2: Por que a Petrobras não entrou com ações judiciais regressivas contra seus principais dirigentes e conselheiros que, claramente, praticaram atos de corrupção ou foram omissos mesmo tomando conhecimento deles publicamente?

Pergunta 3: Por que a Comissão de Valores Mobiliários ignorou a maior parte de mais de 60 denúncias feitas por investidores contra a Petrobras, que foi omissa e complacente contra as aberrações cometidas por seus dirigentes?

Pergunta 4 e fatal: Por que a Petrobras, vítima ou não, pouco importa neste caso, indenizou os investidores lá de fora e segue negando o mesmo direito aos minoritários brasileiros?

Tudo indica que a megarbitragem movida contra a Petrobrás na Bolsa de Valores deverá ajudar a desvendar esses mistérios que até agora parecem insondáveis no Capimunismo rentista tupiniquim.

Leia, abaixo, o artigo do Desembargador e Pesquisador Carlos Henrique Abrão: Petrobras se prepara para indenizar os investidores brasileiros   


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 8 de Fevereiro de 2019.
Posted: 07 Feb 2019 06:18 PM PST



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

A situação melhorou muito. Obviamente não estamos num mar de rosas.

A equipe do novo governo está se estranhando. Tudo normal neste início de choque de vaidades.

Os bancos estão com ejaculação precoce, antevendo os fabulosos lucros que terão com a reforma da previdência.

O governo será, mais uma vez, levado no bico?

Reformar algo tão grave para a vida das pessoas comuns, SEM cobrar a dívida de empresas poderosas, SEM recadastrar TODOS os beneficiários de quaisquer pagamentos do governo, É DAR UM TAPA NA CARA de todos nós.

Além disso, a volúpia reformista será pretexto para não discutir (e votar) medidas de combate ao crime.

Rezamos para que o nosso querido Mito se recupere prontamente da terceira cirurgia decorrente da facada que tomou. Até agora não sabemos os nomes dos mandantes do crime. Isso, sim, é VERGONHA nacional.

Por ironia, até os corruptos, esquerdistas ou não, anseiam por sua recuperação. Se ele morrer, aí é que eles vão ver o que é bom para tosse.

De resto segue o baile. Cotoveladas, empurrões, pisões no pé e o “delicioso” fogo amigo.

Duro é administrar a própria “tropa”. Jovens impetuosos, inteligentes e voluntariosos são como macacos em loja de louça.

Que ninguém nos ouça!

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 07 Feb 2019 06:17 PM PST



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão

Em fato relevante do último dia 30 de janeiro, a Petrobrás comunicou ao mercado que depositará judicialmente cerca de R$1,25 bilhão para pagar possíveis indenizações a investidores brasileiros prejudicados por atos ilícitos praticados pela companhia no âmbito da Lava Jato. Esse valor corresponde a metade do valor do Acordo de Assunção de Compromissos celebrado com o Ministério Público Federal (MPF), que decorreu do acordo de leniência celebrado com a Securities Exchange Commission e o Departamento de Justiça norte-americano.

Foi neste acordo celebrado nos EUA que a Petrobrás assumiu expressamente sua responsabilidade pelos atos de seus administradores e confessou a prática de diversos atos ilícitos, entre eles a publicação de informações falsas ao mercado. Tal acordo proíbe a Petrobrás de negar a prática desses ilícitos e sua responsabilidade pelos mesmos, sob pena de anulação desse acordo e de severas sanções pelas autoridades norte-americanas.

Como os investidores de Nova York já foram indenizados pela Petrobrás, as autoridades norte-americanas aceitaram que 80% do valor do acordo de leniência fosse destinado a compensar brasileiros prejudicados pelos atos ilícitos confessados pela Petrobrás.

O fato relevante da semana passada foi a primeira oportunidade em que a Petrobrás sinalizou que irá indenizar os investidores brasileiros. Até então a companhia se autodefinia como vítima em sua relação com os investidores brasileiros que adquiriram suas ações na B3. Isso apesar de ter confessado nos EUA que prestou deliberadamente informações falsas ao mercado durante anos, e de já ter indenizado na class action norte-americana aos investidores que compraram ADRs na bolsa de Nova York.

Essa nova posição do MPF e da própria Petrobrás representa um marco na evolução do nosso mercado de capitais e nos deixa esperançosos que o mercado brasileiro, enfim, possa ser considerado confiável e maduro, permitindo que possamos captar os recursos necessários para implementar os importantes projetos que desenvolverão nosso país, com um mínimo de segurança jurídica para os investidores.

A propósito, no seu discurso de abertura do Fórum de Davos, o presidente Bolsonaro disse que quer colocar o Brasil entre os países com melhor ambiente para negócios, trazendo segurança para os investimentos externos. Seria absolutamente contraditório se o próprio governo, por meio de uma empresa estatal, fosse o responsável por exacerbar a insegurança jurídica, que é, segundo os investidores estrangeiros, o principal entrave para se investir no Brasil.

De fato, não há nenhuma razão para a Petrobrás não indenizar os investidores que adquiriram suas ações na Bolsa brasileira. Não há a menor dúvida que as normas brasileiras que regulam o mercado de capitais preveem o dever da companhia emissora de publicar informações verdadeiras e completas, prevendo sua responsabilidade em caso de descumprimento desse dever. No caso da Petrobrás, sua responsabilidade é ainda mais flagrante, tendo ela expressamente confessado a publicação de informações falsas e já indenizado os investidores que adquiriram ações na Bolsa de Nova York.

Nosso mercado não pode continuar a ser visto como uma loteria em que as companhias estão autorizadas a trapacear sem nenhuma consequência. E, no caso de serem descobertas, basta a essas companhias infratoras eleger um administrador qualquer como testa de ferro que pagará uma multa irrisória à CVM, e os investidores que confiaram suas economias à esta companhia terão que arcar com todo o prejuízo decorrente das informações falsas que recebeu.

Quem seria idiota de investir na B3 se pode comprar ações de uma mesma estatal brasileira na bolsa de Nova York ou em outra bolsa estrangeira, se lá fora ele é indenizado por qualquer ilicitude praticada por essa empresa, enquanto aqui ele será obrigado a pagar do próprio bolso pelas consequências das infrações praticadas por esta companhia?

Há que se entender que o verdadeiro patriotismo está em desenvolver nosso mercado nacional e não em acobertar os malfeitos praticados na Petrobrás durante os últimos governos. Devemos pensar em nossa economia no longo prazo, e não nos interesses de certos administradores de estatais e de políticos que querem salvar a própria pele.

Não pode o governo federal fechar os olhos para os milhares de investidores brasileiros que foram prejudicados, muito menos consolidar essa situação discriminatória em relação aos investidores estrangeiros que já foram indenizados. Juridicamente não há nenhuma distinção entre acionistas que adquiriram ações na B3 e aqueles que adquiriram ADRs, são todos acionistas de mesma classe. O princípio constitucional da isonomia exige que a Petrobrás ofereça proporcionalmente aos acionistas brasileiros, no mínimo, o mesmo valor pago aos investidores norte-americanos.

É sabido que, ressalvados certos direitos que somente podem ser exercidos por brasileiros, impera o princípio da igualdade e da isonomia em nosso país, o que seria inédito é o governo brasileiro, por meio de uma empresa estatal, privilegiar o capital estrangeiro em detrimento de seus próprios nacionais.

Ampara-se, assim, o tecnicismo da Lei n.º 13.506/2017, conforme expusemos (Processo Sancionador – Carlos Henrique Abrão e outros – editora IASP – 2018), no sentido de maior supervisão do mercado e justa indenização plural dos prejuízos acarretados.

Carlos Henrique Abrão é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Posted: 07 Feb 2019 06:14 PM PST



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

O projeto  de lei anticrime/anticorrupção, elaborado sob comando  do  Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, Dr.Sérgio Moro, com certeza  tem os seus aspectos altamente positivos, tornando a legislação penal um pouco mais “dura” no combate ao crime.

Mas, por outro lado, ao mesmo tempo revela um vício brasileiro facilmente perceptível. Um vício “histórico”.  Um vício da cultura jurídico-política, acampado no meio político  e nos próprios operadores do direito ,no sentido de uma forte  tendência à  excessiva “fabricação” de leis, tornando praticamente impossível aos brasileiros  cumprir à risca o comando estabelecido  no artigo 3º do Decreto-Lei Nº 4.657/1942, que permanece intacto na Lei Introdução ao Código Civil, de 2002, compondo o seu artigo terceiro, pelo qual “NINGUÉM SE ESCUSA  DE CUMPRIR A LEI, ALEGANDO QUE NÃO A CONHECE”.

Esse princípio, adotado pelo legislador brasileiro, que obriga as pessoas a conhecer  todas as leis, nunca  valendo  alegar ignorância sobre elas, provém do velho adágio latino “Dormientibus Nun Sucurrit Jus” (a lei não socorre aos que  dormem).

Mas para o ano de 1942, quando esse Decreto-Lei foi editado, parece perfeitamente admissível essa exigência de todos conhecerem as leis, e não só os operadores do direito, em virtude da pouca quantidade de leis que existiam em comparação aos dias atuais.

Entretanto  hoje em dia é totalmente impossível que o povo esteja sempre atualizado com as leis para poder cumpri-las. Espalhados pelos Três Poderes Constitucionais, existem  hoje verdadeiros “exércitos” de milhares de pessoas  propondo, escrevendo, alterando  e aprovando leis.  De tantas que são essas leis, que se elas fossem  gotas d’água, provavelmente causariam um dilúvio em curto espaço de tempo.

Com efeito, os “fabricantes” dessas  leis e seus assessores, talvez por  terem se acostumado ao uso exacerbado  dos computadores, provavelmente estariam  confundindo os seres humanos com as “máquinas” que eles operam para armazenar  as leis que  fazem, e que têm “memória” com maior capacidade  que a humana para guardar dados e informações.

Dessa nova realidade, da “avalanche” de leis e outros atos normativos que expedem diariamente para regular a vida das pessoas, resulta que mesmo as 24 horas do dia seriam  absolutamente insuficientes para que essas pessoas, e os próprios operadores do direito (juízes, juristas, promotores de  Justiça, advogados ,etc.), se atualizassem sobre as leis, impossibilitando que elas sejam  conhecidas e, portanto, cumpridas, conforme a exigência da lei. Em suma, os “fabricantes” de leis estão confundindo as pessoas com os computadores.

“Matando a cobra e mostrando o pau”, e como prova das afirmações aqui contidas, basta  acessar o “site” do “Planalto” (www.planalto.gov.br),  e nele procurar qualquer lei. O que vai aparecer é estarrecedor. Muito mais que palavras e frases nessas leis, o que mais vai aparecer são “riscos”, ”emendas” e “remendos” de todo tipo, sendo exigido um terrível “quebra-cabeças” para se concluir sobre o que  realmente ainda está em vigor, ou seja, ”montar” a lei, colhendo partes dela em tudo que é lugar.

Os filósofos franceses  antigos  já se debruçavam sobre o problema do excesso de leis ,suas causas e consequências.                                                                                                                

Segundo J.J.Rousseau (1712-1778), ”Quando se vê , entre os povos mais felizes do mundo, grupos de camponeses regulamentarem os negócios do Estado, sob um carvalho ,e se conduzirem sempre sabiamente, pode-se desprezar os rebuscamento das outras nações, que com tanta arte e mistério se tornam ilustres e miseráveis? Um Estado assim governado TEM NECESSIDADE DE BEM POUCAS LEIS, e à medida que se torne preciso promulgar outras novas, reconhece-se tal necessidade universalmente” (Do Contrato Social).

René Descartes (1596-1650) também  escreveu sobre esse tema bem antes: “ E como o excesso de leis forneça frequentemente escusas ao vício, de maneira que um Estado é muito mais bem organizado, quando, só possuindo MUITAS POUCAS (leis) são elas estritamente observadas....” (Discurso Sobre o Método).

O que não diriam René Descartes e J.J. Rousseau, se vivos estivessem, e por aqui passassem, sobre o Brasil e sua verdadeira anarquia legislativa, reforçada agora pela proposta  de lei de combate ao crime, apresentada por Sua Excelência o Ministro da Justiça ,”mexendo” em outras 14 (quatorze) leis?
Não achariam, porventura, uma verdadeira “bagunça legislativa”?                                                                                                                                          Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Posted: 07 Feb 2019 06:11 PM PST

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Maria Inês Vasconcelos

A tragédia ocorrida em Brumadinho, que ceifou a vida de pelo menos 150 pessoas, em sua maioria empregados, está longe de ser um fenômeno isolado e desconectado da pauta que estuda a violência do trabalho.
A precariedade e violência sempre estiveram presentes nas relações laborais, provocando situações gravíssimas como a que ocorreu em Brumadinho, e nos fazendo reviver, pela brutalidade, o incêndio ocorrido em Nova York, em 1911, na fábrica de camisa Triangle Shirtwaist.

Naquela ocasião, 136 mulheres e 21 homens morreram em razão de um acidente de trabalho ocorrido na indústria, que ocupava os três últimos andares de um edifício com dez andares. Além da empresa ter se recusado a assinar um acordo com um dos maiores sindicatos dos EUA, na época, as condições da fábrica contavam com tecidos inflamáveis guardados em toda a fábrica, iluminação a gás e não existiam extintores de incêndio. Com isso, grande parte dos funcionários não conseguiram se salvar, pois as saídas estavam fechadas com a justificativa de impedir que os operários saíssem durante o período de trabalho ou roubassem materiais, e a única saída de emergência se arruinou pelo peso daqueles que tentavam escapar. A sirene não tocou.

O ocorrido, aflorou o debate acerca dos critérios rigorosos sobre as condições de segurança no trabalho, assim como para o crescimento dos sindicatos. Se pensarmos em termos de acidente de trabalho, em violência, em precariedade das condições de mão de obra, os fenômenos se equiparam, muito embora, os fatos se distanciem em cerca de 100 anos.

Não desejamos “psicologiar” o fenômeno da violência no trabalho, mas é impossível desviar de Freud, que se afastando dos estudos acerca da sexualidade humana, arvorou em outros campos, sobretudo por ocasião da guerra e estudou um tema muito pungente: a pulsão da destruição humana. Concluiu, àquela época, que o homem, infelizmente, tende a destruir o outro homem. Essa pulsão “desumana” de Freud responde com constrangedora simplicidade ao fenômeno da violência coletiva, ocorrida nas guerras, genocídios e outras formas de extermínio.

A tragédia ocorrida em Brumadinho, Mariana (2015) e o incêndio na camisaria Triangle também são formas de extermínio do homem pelo próprio homem, que atua, pelo menos em tese, com uma pulsão de destruição, pela não prevenção da violência ou outros valores do mal.  Ainda que Freud explique e compreendamos que a existência desta força existe dentro do próprio homem, não podemos legitimar o fenômeno e aceitar, sem esbravejar, a morte de tantos trabalhadores.

“Compreender não é perdoar”, afirmou o historiador americano Christopher Browning, em sua obra sobre o Holocausto em Hamburgo, que envolviam os carrascos que executavam em massa judeus poloneses, com frieza e alienação.

Achar um sentido nisto tudo, nos leva à tentativa de buscar na incoerência uma explicação legítima para estas mortes, o que é praticamente impossível. Podemos dizer que Freud, explica, mas mesmo assim, permanecem várias dúvidas e centenas de vítimas reféns da inteligência provocadora do mal.
Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, afirmou durante anos que os Estados democráticos sempre se ajustaram em sua promessa e responsabilidade de proteger e zelar pelo bem-estar coletivo, em contrapartida à desgraça individual. Em seu livro Cegueira Moral (2014), Bauman traz à tona a questão da perda da sensibilidade diária em relação ao outro no mundo contemporâneo.  

Portanto, não há desculpas para os mandantes, seja ele o Estado, seja a empresa Vale, ou engenheiros, peritos, e membros do executivo, legislativo e judiciário. Tampouco podemos perdoar o dono da fábrica de camisas e todos aqueles que contribuíram com sua omissão, seja do ponto de vista jurídico, técnico ou ético, mas que coadjuvaram para a morte de tantos inocentes.  

O porquê vai sempre nos perseguir. O que fizemos? Por que isso ocorreu? Por que a sirene não tocou?  Por que o refeitório era localizado no pior dos locais? E por que mesmo havendo previsão dos fatos, os mesmos não foram obstados? Nunca saberemos... A sirene não tocou em Nova York também.

Finalizamos com o Primo Levi, que ao ser aprisionado nos campos de concentração de Auschwitz, conversou com outra vítima, sendo esse, um médico polonês que também estava preso. O médico-vítima sabia que iria para a câmara de gás e Levi então, sem compreender, perguntou-o, muito triste: “Por quê, por quê Rudolph? ”. E recebeu a seguinte resposta: “Aqui não há porque (hier ist kein warum) ”.

Não há porque. Não há explicações. E recusar perdoar, é o nosso único triunfo póstumo.

Maria Inês Vasconcelos é Advogada, pesquisadora, professora universitária, escritora.
Posted: 06 Feb 2019 09:01 PM PST



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil

Há muito tempo, o Brasil vive uma insana guerra institucional de todos contra todos. Os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Militar batem cabeça, desrespeitam limites e interferem no papel original outros. Este é um dos mais graves defeitos (ou conseqüências) de uma modelagem estatal abusiva, interventora, antidemocrática e corrupta.

Além da judicialização da política (ou da politicagem), misturando a incompetência, omissão ou dolo dos políticos (no Executivo e no Legislativo, quebrando o pau com o Ministério Público e o Judiciário), já passou da hora de combater uma das mais escancaradas aberrações da incestuosa relação entre dois dos poderes: o político que é eleito para o parlamento, porém resolve jogar de ministro ou secretário no Executivo.

Perguntinha de resposta fácil: É legítimo que um “servidor público” temporário (ou não), escolhido diretamente pelo podo para representá-lo na Câmara municipal, na Assembléia estadual, na Câmara Federal ou no Senado possa se tornar Secretário ou Ministro, mantendo suas prerrogativas de vereador, deputado federal, estadual e senador?

Só clientelismo político e o desrespeito à independência entre os poderes republicanos permitem que, no Brasil, se conceda o privilegio ao parlamentar de ficar no Executivo, mantendo o resto do corpo no Legislativo. Tamanho “uso e costume” (na verdade, um vício) cria situações legais e burocráticas que beiram o ridículo.

O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira a exoneração de Marcelo Álvaro Antônio do Ministério do Turismo. O ato administrativo coincidiu com a divulgação de uma “denúncia” pela Folha de S. Paulo sobre suspeitas de que Marcelo teria patrocinado um esquema de financiamento de candidaturas “laranjas” em Minas Gerais.

Num primeiro instante, especulou-se que Bolsonaro (da cama do Hospital) teria ordenado que a Casa Civil usasse a poderosa caneta esferográfica de plástico para trocar de ministro, por desconfiança... Mas foi nada disto... O próprio Marcelo Antônio “tuitou” - “Em tempos da fake news, importante avisar: hoje tomo posse na Câmara dos Deputados e amanhã retorno as atividades frente ao Ministério do Turismo”.

Ou seja, a “demissão” (chamada no serviço público de “exoneração”) foi uma mera formalidade para Marcelo tomar posse como parlamentar. Na abertura do ano Legislativo, o mesmo já tinha ocorrido com os outros ministros-parlamentares da Gestão Bolsonaro. Marcelo só não tinha sido empossado deputado por motivo de saúde.

O episódio só chamou a atenção para esta coisa esquisita do parlamentar que pode virar ministro, e que pode voltar a ser parlamentar se for do interesse do Executivo ganhar mais uns votinhos no Legislativo. Trata-se de uma prática nada republicana. Na verdade, um casuísmo ou um clientelismo, dependendo dos vários interesses políticos envolvidos. Ou até de um benefício pessoal...

Talvez o ministro possa responder... Será que ele não preferiu tomar posse na Câmara porque o salário do deputado (incluindo benefícios) é maior que o de ministro? De repente, se ele tem de optar por um vencimento, melhor optar pelo que paga melhor, não é lógico? Nada custa lembrar que o glorioso José Dirceu, em 2003, quando assumiu a Casa Civil, optou pelos ganhos do parlamento...

Faça-se justiça a uma boa iniciativa. O partido Novo definiu que uma das obrigações de seus candidatos é descer do muro desta hipocrisia. Se eleito para o Legislativo, e for licenciado para ocupar cargo no Executivo, não retorna ao parlamento. Aceita a perda do mandato em favor de um suplente. Este deveria ser o comportamento correto. Executivo é governo. Legislativo é parlamento. Simples, assim...

Outra putaria (não tem outra palavra mais leve) que precisa acabar. Como o Brasil tem eleição a cada dois anos, parlamentares conseguem uma vantagem indevida sobre outros concorrentes políticos. Eles podem disputar cargos no Executivo (principalmente prefeituras), usando a máquina legislativa, sem abrir mão do mandato. Vereadores, deputados (estaduais e federais) e Senadores se aproveitam desta permissividade. O correto deveria ser: quer trocar de poder, entrega o mandato, sem a malandra licença de araque.

O Brasil é um País que adora inventar versões variadas para suas jabuticabas. O aprimoramento institucional exige mudanças estruturais, sem criação de privilégios descabidos para os poderosos de plantão com mandatos populares. Parlamentar-ministro e parlamentar-candidato sem perder mandato é, no mínimo, uma sacanagem nada republicana.   

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 7 de Fevereiro de 2019.
Posted: 06 Feb 2019 09:00 PM PST



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Um homem inteligentíssimo, disse no passado, que turismo no Brasil é ver um dar com o tacape na cabeça de outro.

A imagem não é muito gentil mas, verdadeira.

Os problemas derivados de ações humanas são devidos à boçalidade e/ou ao desleixo.

Construir edificações na rota de eventuais rompimentos de barragens é coisa de jumentos ou daqueles que “se ne fregan” pela vida alheia.

É verdade que os turistas, em sua grande maioria, são idiotas.

Não sabem bulhufas nem de história nem de geografia. Estão atrás do exótico e do bizarro. Assim, pagam por caras excursões para visitar favelas do rio de nojeira.

É isso mesmo; aquelas localidades imundas onde “meninos” bonzinhos andam armados de fuzis, “mas sem apresentar riscos para a sociedade”.

Visitar os melhores bairros de São Paulo não é muito diferente. Quase a totalidade das casas do Jardim Europa elevou seus muros para mais de dois metros de altura. Não se vê nada, ou quase, da bela arquitetura. Apenas corredores murados; ruas esburacadas, lixo e algumas pichações.

Se o poder público não fiscaliza nem as barragens de dejetos de mineração, alguém é ingênuo o suficiente para acreditar que a vigilância sanitária conheça a real situação das cozinhas dos restaurantes de luxo ?

Quando um amigo estrangeiro me pergunta qual a melhor época para conhecer o país, respondo: Venha apenas quando um negócio possa lhe proporcionar um grande lucro. Veja lindos documentários pela televisão.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 06 Feb 2019 09:00 PM PST



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana

A terça-feira (05/02/19) foi boa para o senador Lasier Martins (PSD-RS): ele conseguiu 26 assinaturas (precisava 21) num requerimento de tramitação de urgência do projeto de resolução PRS 53/2018, que acaba com o voto secreto de senadores nas eleições para presidente e vice-presidente do Senado, secretários e suplentes da Mesa Diretora e presidentes e vices das comissões da Casa.

O PRS 53/2018, da autoria do senador gaúcho, altera o Regimento Interno do Senado, determinando que essas eleições serão feitas  com "escrutínio ostensivo nominal", quer dizer, com os senadores votando em suas bancadas e o voto aparecendo no painel eletrônico de votação. Hoje, o regimento prevê para esses casos o voto feito em "escrutínio secreto", com o painel eletrônico mostrando só a totalização.

Para Lasier Martins, "Os parlamentares são meros representantes do povo e, quando votam, estão exercendo a delegação popular que o voto lhes concede." E acrescenta: "É injustificável que haja deliberações secretas no Congresso Nacional, na medida que isso significa ocultar do representado aquilo que o representante está fazendo em seu nome."

Outros senadores, segundo Lasier, ainda vão apor sua assinatura no requerimento. Mas é óbvio que não há unanimidade.

A senadora Kátia Abreu, que todo mundo já sabe quem é, manifestou-se contra o PRS 53/2018. Segundo ela, nos países civilizados "a eleição é justa, secreta e universal". É mesmo...

Mas ela parece não perceber a diferença que há entre, por um lado, o pleito em que o cidadão, com a garantia do voto secreto, elege seus representantes, e, por outro, votações no Congresso Nacional, em que os representantes dos cidadãos devem estar expostos - entendimento de Lasier Martins - à fiscalização dos representados.
O argumento de Kátia Abreu é desinformado.

Mas não se pode dizer que a questão tem uma resolução óbvia. Fiquemos, porém, com a impressão geral da terça-feira: bem positiva. Parece que o Brasil realmente está em movimento de mudança. É o que a maioria deseja.

Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
Posted: 06 Feb 2019 09:00 PM PST

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

Sem entrar no mérito de ter sido um bem ou um mal, de eu ter  gostado, ou não, o simples fato da recondução do Deputado Federal Rodrigo Maia, para presidir a  Câmara Federal, e a eleição do Senador  Davi Alcolumbre ,para presidir o Senado, nos dias 1 e 2 de  janeiro, respectivamente, ambos dos quadros partidários do DEMOCRATAS-DEM, sem dúvida configura o renascimento do espírito político que norteou o antigo partido da Aliança Renovadora Nacional-ARENA, criado durante  o Regime Militar, conjuntamente com o Movimento Democrático Brasileiro-MDB,quando foram extintos todos os outros partidos políticos então existentes, trocando-se o multipartidarismo pelo bipartidarismo.

A então  ARENA estava destinada a fornecer o apoio político e parlamentar necessários aos Governos Militares, enquanto o MDB teria o papel de “oposição”, uma  “oposição bem comportadinha”, meramente “formal”, é claro, uma  vez que teria o papel de  fazer “oposição” ao seu próprio “criador”, o Regime Militar.

Num primeiro momento, foram mantidas as eleições para as Casas Legislativas Federais (Câmara e Senado) - reservado ao Regime Militar a prerrogativa de nomear alguns Senadores, então chamados “Senadores Biônicos”- e para as Assembléias Legislativas Estaduais e Câmaras Municipais ,bem como para  Prefeitos Municipais, exceto os das capitais estaduais, que seriam nomeados “lá em cima”.                                                                                     

Nos primeiros anos da “empolgação” da opinião pública pelo então Regime Militar, geralmente as eleições livres apontavam uma maioria que apoiava o Regime Militar, vencendo a ARENA, com isso sendo dada sustentação política ao regime. Mas gradativamente essa tendência foi se invertendo, com o MDB criando “músculos” para competir e mesmo talvez vencer o seu partido adversário.

Muito “espertamente” o Regime Militar acabou com o bipartidarismo, ou seja, com a ARENA e com o MDB, oportunizando o retorno  do multipartidarismo. Aí cada político optou pelo  que achava  melhor.
Nessa “onda”, foi fundado o Partido Democrático Social-PDS,em  31.01.1980,após o fim do bipartidarismo,durante o Governo João Figueiredo. Foi o sucessor político da antiga ARENA. Optou pela própria  extinção em 1993, após aprovada a sua fusão com o PDC - Partido Progressista Reformador, mudando para PPB - Partido Progressista  Brasileiro, em 1995,com nova alteração para Partido Progressista - PP, em 2003.

Em 1985, foi criado a Partido da Frente Liberal-PFL, que na época era composto por políticos “dissidentes”  do Partido Democrático Social-PDS, e que apoiaram a eleição  de Tancredo Neves para a Presidência da República.

Politicamente falando, portanto, tanto o PDS (depois  PPB, e mais tarde PP) ,quanto o partido PFL,que depois mudou para “Democratas-DEM”, são legítimos herdeiros ideológicos da Aliança  Renovadora Nacional-ARENA, mais tarde transformada em PDS,PPB e PP.

Portanto não se comete nenhuma “heresia” política quem garante que a ARENA renasceu com força total, talvez por ação do fenômeno  da  “cissiparidade” político-ideológica, embora com nova “cara”, em vista das  eleições dos Presidentes da Câmara Federal e do Senado. Essas mudanças podem até não ter representado o “ideal”, em vista das reais necessidades do país, mas com absoluta certeza se vislumbra um quadro muito mais animador do que aquele  que as expectativas apontavam como o mais provável.
E infinitamente mais esperançoso do que o “inferno” político que norteou  o Brasil de 1985 a 2018, mais fortemente a partir de 2003.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
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