terça-feira, 31 de maio de 2016

Marcelo Odebrecht coloca ponto final na farsa da ‘mulher honrada’




A delação premiada do bilionário empreiteiro Marcelo Odebrecht vai definitivamente sepultar qualquer resquício de esperança que qualquer militante petista possa ter de retorno da presidente afastada ao comando do país.




Se antes a situação da presidente, no que pertine a efetivas condições de governabilidade, eram extremamente precárias, os fatos que virão brevemente ao conhecimento público, certamente aniquilarão qualquer possibilidade de êxito petista na questão do impeachment, aliás, pelo contrário, irão aproximar, perigosamente, Dilma Rousseff da Operação Lava Jato.

Já vazou para uma parcela extremamente bem informada da imprensa, com atuação nos bastidores, que, entre outras coisas, o empreiteiro confirmou que a nomeação do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Marcelo Navarro, fazia parte de um grande acordo para livrá-lo da prisão, confirmando o que já havia sido dito pelo ex-senador Delcídio do Amaral.

Um outro relato do empreiteiro, talvez ainda mais grave, reporta-se ao fato de que a presidente Dilma Rousseff teria pessoalmente tratado com Odebrecth, sobre os aportes financeiros da empreiteira na campanha política de 2014.

As reuniões, segundo ele, teriam acontecido no Palácio do Alvorada.

Questionada, Dilma, em entrevista ao jornal ‘Folha de São Paulo’, desmentiu e disse que ‘nunca’ recebeu Odebrecht no Alvorada.

Entretanto, a própria agenda presidencial, disponível no site do Planalto, desmente a presidente afastada.

Em 2014, pelo menos em duas oportunidades, o empresário Marcelo Odebrecht foi recebido por Dilma no Palácio Alvorada.

Vamos aguardar!

Amanda Acosta

redacao@jornaldacidadeonline.com.br

Zelotes descobre que filho de Lula recebeu R$10 milhões

Diário do Poder

Texto recomendado por Ângela

Filho de Lula embolsou quatro vezes mais do que se suspeitava

Ruim com ele, pior sem ele - ELIANE CANTANHÊDE


O Estado de S. Paulo - 31/05
Perguntar não ofende: qual o objetivo de quem é contra o impeachment de Dilma Rousseff e está queimando pneus em estradas, invadindo prédios da Cultura, gritando “Fora Temer” na parada LGBT, exibindo cartazes no exterior para dizer que “there is a coup in Brazil”? E qual o objetivo de quem é a favor do impeachment, mas torce contra o governo interino de Michel Temer, condena as propostas para combater o rombo das contas públicas e repudia a indispensável reforma da Previdência?

Tanto quem é a favor quanto quem é contra o afastamento de Dilma tem de ter em mente a responsabilidade coletiva com a história e que só há três saídas para um país mergulhado em tantas crises. Fora disso, não há alternativa, a não ser anarquia.

Uma saída é dar uma trégua para Temer governar e a equipe de Henrique Meirelles tentar por a economia em ordem nesses dois anos e meio, para entregar para os eleitores em 2018 um país razoavelmente saneado. Temer não é perfeito e o PMDB tornou-se muito imperfeito, mas ele foi escolhido por Dilma e por Lula e eleito na chapa do mesmo PT que anima os queimadores de pneus, os invasores da Cultura, os que gritam “Fora Temer” e uma turma que mora fora – uns, há tantas décadas, que deveriam estar mais preocupados com o Trump.

Além de habitar o Jaburu, Temer despacha agora no Planalto por força da Constituição, que assim determina: sai um(a) presidente, assume o vice. Não importa se é bonito, feio, gordo, magro, se é Itamar Franco ou se é Michel Temer. Ele está lá, e o Brasil, os brasileiros, a indústria, o comércio e os 11 milhões de desempregados precisam desesperadamente que comece a equilibrar as contas públicas e a fazer a economia andar.

A saída número 2 é a volta de Dilma. Sério mesmo, alguém deseja de fato a volta de Dilma, com sua incapacidade de presidir o País, negociar com o Congresso, ouvir os conselhos do padrinho Lula ou, aliás, ouvir qualquer expert de qualquer área sobre qualquer coisa? No aconchego dos seus lares, na convivência com familiares, amigos e vizinhos e nas conversas com seus travesseiros – e com o próprio Lula –, será que os petistas de raiz querem mesmo a volta de Dilma?

Os deputados não são lá essas coisas, mas acataram o impeachment pelo crime de responsabilidade fiscal, previsto na Constituição e confirmado pelo resultado final: um rombo que o governo Dilma admitia ser de R$ 96,6 bilhões e que a equipe de Meirelles descobriu bater em R$ 170 bilhões. Mas, além do fato formal, deputados e senadores tocaram o processo adiante pelo desmantelamento da economia, o esgarçamento das relações políticas e porque Dilma conseguiu ser a presidente mais impopular do país desde 1985.

A opção 3 (dos favoráveis e contrários ao impeachment) seria a antecipação de eleições diretas, empurrando Temer ou Dilma para a renúncia (dependendo de o Senado confirmar ou não o impeachment), ou dando um golpe branco e mudando a Constituição por questões conjunturais. E o que viria depois? Uma eleição às pressas, sem que os partidos tivessem se preparado e sem candidatos à altura da crise. Dá um frio na espinha pensar nos aventureiros que se lançariam como salvadores da pátria, da ética, da economia, dos “bons costumes”, da “ordem” deles, do “progresso” deles.

Isso não é brincadeira. O seguro, que morreu de velho, recomenda respeitar a Constituição, o Congresso que o eleitor elegeu e a posse do vice que 2014 jogou no Jaburu, na perspectiva de assumir com o afastamento constitucional da presidente. Vale, sim, gritar contra muitas coisas, inclusive a nomeação de um ministro da Transparência indicado, ora, ora, pelo senador Renan Calheiros. Mas o esforço para derrubar Temer, neste momento, é trabalhar contra o Brasil.


Afastamento provocou uma amnésia em Dilma





Texto proposto por Múcio

Josias de Souza



Dilma Rousseff não é mais a mesma. Afastada da Presidência, perdeu a memória. E absolveu-se do seu passado. “Não respeito delator”, costumava dizer. Hoje, surfa nas gravações de Sérgio Machado, o silvério do PMDB, como se não tivesse nada a ver com o personagem. Alguém precisa socorrer Dilma, recordando o que ela fez nos verões passados.

Na noite desta segunda-feira (30), Dilma discursou num evento na Universidade de Brasília. Reiterou que há “um golpe de Estado” em curso no Brasil. Afirmou que as gravações clandestinas de Sérgio Machado com cardeais do PMDB provam que uma das motivações do “golpe” é asfixiar a Lava Jato.


“Há nas gravações fartas palavras sobre o medo que eles sentem de que seus crimes que sejam desvendados,'' declarou Dilma. Não deu nome aos bois. E se absteve de recordar que os crimes foram praticados sob o seu nariz. A presidência de Sérgio Machado na Transpetro escancarou a falência ética do seu governo

A vida ofereceu a Dilma várias oportunidades para demitir Sérgio Machado. E ela desperdicou todas. Em setembro de 2014, época de eleição presidencial, o Ministério Público Federal denunciou Machado por improbidade. Acusou-o de fraudar licitação para a compra de oito dezenas de barcaças destinadas ao transporte de etanol. Dilma fingiu-se de morta.

Dias depois, em 10 de outubro, às vésperas da sucessão, ganhou as manchetes o depoimento do delator delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele declarou à Justiça Federal que recebeu R$ 500 mil em verbas sujas das mãos de Sérgio Machado. Dinheiro proveniente do esquema de cobrança de propinas montado na estatal.

Dilma considerou “estarrecedora” a divulgação do depoimento no período eleitoral. Sobre o conteúdo das denúncias, declarou o seguinte na ocasião: “Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.” E ficou por isso mesmo.

Sérgio Machado não foi demitido. Ele apodreceu no cargo. Em novembro de 2014, crivado de suspeitas, tirou licença do comando da Transpetro. Fez isso por exigência da PricewaterhouseCoopers, que audita as contas da Petrobras. A empresa disse na época que, com Machado na Transpetro, não assinaria o balanço trimestral da estatal.

Sérgio Machado ainda submeteu Dilma a uma coreografia constrangedora. Em nota, afirmou que deixava o cargo por 31 dias como um “gesto de quem não teme investigação”. Todo mundo já sabia que o suspeito não retornaria à poltrona. Mas Dilma se permitiu frequentar a cena como coadjuvante de uma encenação que prolongou o vexame. Vergou-se diante de Renan Calheiros, o padrinho político que Machado agora joga ao mar.

Foi por indicação de Renan que Lula determinou a nomeação de Sérgio Machado para a Transpetro, em 2003. Decerto avaliou que era por amor à pátria que Renan patrocinava o descalabro. O pedido de licença do afilhado do senador foi prorrogado um par de vezes. Ele se afastou da companhia apenas em fevereiro de 2015, após 12 anos de negócios e oportunidades.

A Transpetro gerenciava um programa bilionário de recuperação de sua frota. Envolvia a encomenda de 49 navios e 20 comboios de barcaças hidroviárias. Um negócio de R$ 11,2 bilhões. Que Lula e Dilma confiaram ao talento gerencial do amigo de Renan.

Hoje, acometida de amnésia, Dilma protela suas culpas. Não perde por esperar. Se o comportamento de Sérgio Machado provou alguma coisa é que ele não medirá esforços para livrar o próprio pescoço. Em troca de redução da pena, é capaz de entregar até a mãe.


Cuidado! Há gente apostando na restauração petista! Aí, sim, seria o caos

Texto proposto por Ângela






Fitas gravadas por Sérgio Machado servem apenas para criar confusão; desafio advogados e juristas a apontar onde estão os crimes nas conversas divulgadas até agora


Por: Reinaldo Azevedo
Parece que o presidente Michel Temer estava disposto a bancar a permanência de Fabiano Silveira no Ministério da Transparência, mas o já ex-ministro preferiu cair fora. Optou por não enfrentar a guerra que viria pela frente com os petistas da pasta a gritar pelos quatro cantos. As fitas de Sérgio Machado são, já escrevi aqui e reitero, a Escola Base da imprensa destes dias, com a diferença de que o não escândalo se dá agora na política.

Jamais houve no país, e creio que não haverá outra, operação que se movesse com tanta liberdade e, como dizer?, com tamanho arbítrio como a Lava-Jato. Ela faz literalmente o que quer, o que pode e o que não pode, e ninguém ousa lhe pôr freios. Estaria eu sugerindo alguma coisa? Sim! Que todos sigam a lei. Nada além disso. Parece-me um bom conselho.

Jucá, Sarney, Renan, Silveira… Todos sabemos que nenhum deles poderia mover uma palha contra a operação, a menos que contassem com a conivência de Rodrigo Janot, de Sergio Moro, da Polícia Federal e de todos os loquazes procuradores da Lava-Jato, que nunca pediram licença para conceder entrevistas, nas quais falam o que bem entendem.

Meu tom é crítico? Não! Só estou aqui a perguntar onde estão os freios da Lava-Jato e quem os está colocando. Que outro assunto derrubou dois ministros em dez dias? Que eu me lembre, nenhum! Mas esperem: os dois que caíram fizeram contra a Lava-Jato exatamente o quê? E ninguém saberia responder. Nem na imprensa.

Se a moda pega, só poderão ser nomeados para os ministérios os mudos. E, ainda assim, há que se ter a certeza de que não falam a língua dos sinais. Essas fitas de Sérgio Machado são uma aberração sob qualquer aspecto que se queira.

Aí o petralha e os olavetes tiram as patinhas dianteiras do chão: “Ah, o Reinaldo reclama dos vazamentos agora. Por que não reclamava quando eram contra o PT?”. Procurem no meu blog textos defendendo tal procedimento. Não há. O que eu defendo é outra coisa: que a imprensa os publique se os conseguir. Propugnar pela liberdade de imprensa não é sinônimo de endossar os procedimentos.

Mas avanço um pouco: é preciso distinguir uma gravação que evidencie crime contra a ordem pública de outras que nada mais revelam do que considerações adjetivas e subjetivas sobre o que está em curso. E é precisamente o caso das conversas gravadas por Sérgio Machado. É evidente que a Procuradoria-Geral da República não terá o que fazer com elas. Desafio qualquer advogado ou jurista a dizer qual prescrição legal — seja da Lei Maior, seja das menores — foi arranhada pelos interlocutores. Não há.

O que se tem, por óbvio, é a intenção deliberada de desestabilizar o governo a partir do nada. Aí é evidente que os instrumentos para a apuração de ilícitos estão sendo empregados não mais para enquadrar criminosos, mas apenas para fazer política.

Dilma Rousseff, claro!, não perdeu tempo e afirmou que ela nunca teve um ministro da CGU forçado a pedir demissão. É verdade… Os ministros do governo Dilma, mesmo quando flagrados ou denunciados, jamais se demitiam. Nesse particular, o governo Temer, então, parece um pouco mais exigente.

Sim, é preciso tomar cuidado! A turma da Restauração está toda assanhadinha. A história não se repete nunca. Os eventos não existem primeiro como tragédia e depois como farsa. Isso tudo é bobajada literária. Mas é claro que existe uma espécie de ordem pendular no mundo, não é? Se existem jacobinos se divertindo com a possibilidade de não deixar pedra sobre pedra na política, cumpre lembrar que as sociedades rejeitam a desordem e o vácuo. Alguma ordem sempre se impõe.


Se a Lava-Jato corre algum risco, ainda que remoto, esse risco está com a possibilidade da Restauração, não é? Ou será que existe gente na tal operação imaginando que esta sobreviveria a um eventual retorno do PT ao poder?


Ou a gente começa a separar o que é crime do que não é, ou as coisas acabarão ficando bem confusas. E sempre que o crime não se distingue do não crime, é evidente que os criminosos saem lucrando.

Por que Dilma não pode voltar

Estadão



Texto proposto por Rosalba

Opinião

O Estado de S.Paulo

31/05/2016 | 03h00


A presidente Dilma Rousseff parece acreditar que, ao se manifestar sobre seu governo e seu afastamento, angaria simpatia e, assim, afasta a hipótese altamente provável de seu impeachment. Sempre que a petista abre a boca, porém, fica claro para o País que, se seu governo já foi desastroso, seu eventual retorno à Presidência seria um cataclismo, pois a administração seria devolvida a quem se divorciou completamente da realidade. 


No mundo em que vive, Dilma se confunde com Poliana: não cometeu nenhum erro, não é responsável pela pior crise econômica da história brasileira e só foi afastada em razão de um complô neoliberal operado pelo deputado Eduardo Cunha, e não porque a maioria absoluta dos brasileiros exige seu impeachment.


“Temos que defender o nosso legado”, disse à Folha de S.Paulo a presidente responsável por recessão econômica, desemprego crescente, inflação acima da meta e contração da atividade, do consumo e do investimento, além de um rombo obsceno nas contas públicas. Foi essa herança, maldita em todos os sentidos, que criou o consenso político em torno do qual o Congresso faz avançar o impeachment. Assim, quando fala em seu “legado”, não é à dura realidade que Dilma está se referindo, mas sim à farsa segundo a qual seu governo beneficiou os mais pobres – justamente aqueles que mais sofrem com a crise que ela criou.


Na entrevista, Dilma sugere que seu “legado” é a manutenção de programas sociais, o que estaria sob risco no governo de Michel Temer, instituído como parte de uma conspiração para instalar no Brasil uma “política ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto”. A desmontagem da rede de proteção aos mais pobres seria, segundo ela, o objetivo dos “golpistas”. Dilma atribui aos adversários a intenção de fazer o que ela própria já estava realizando na prática: todos os principais programas sociais de seu governo sofreram cortes nos últimos anos, em razão da falta de dinheiro.


Especialista em destruir os fundamentos da economia, Dilma achou-se autorizada a comentar as possíveis medidas do governo Temer para tentar recuperar um pouco da racionalidade econômica que ela abandonou. Dilma disse ser “um absurdo” a possibilidade de que a imposição de um teto para os gastos públicos atinja áreas como educação. Para ela, “abrir mão de investimento nessa área, sob qualquer circunstância, é colocar o Brasil de volta no passado”. Foi esse tipo de pensamento, segundo o qual há gastos que devem ser mantidos “sob qualquer circunstância”, que condenou o Brasil a um déficit público superior a R$ 170 bilhões.


Ainda em seu universo paralelo, Dilma disse que em 2014 ninguém notou que o País já passava por uma crise, embora o descalabro estivesse claro para quem procurou se informar. “Quando é que o pessoal percebeu que tinha uma crise no Brasil, hein? A coisa mais difícil foi descobrir que tinha uma crise no Brasil”, disse ela, desafiando a inteligência alheia de forma grosseira até para seus padrões. Bastaria ler os documentos de análise da economia produzidos regularmente pelo Banco Central para constatar o desastre desde sua formação até o seu fiasco final com o episódio Joaquim Levy.


Ela prefere imputar as mazelas da economia em seu governo à desaceleração da China, à queda do preço do petróleo, à seca no Sudeste e a um complô da oposição e de Eduardo Cunha, que, segundo suas palavras, é “a pessoa central do governo Temer”. Ou seja: para Dilma, se Cunha por acaso não existisse, ela ainda estaria na Presidência, e a crise, superada.


“A crise econômica é inevitável”, ensinou Dilma na entrevista. “O que não é inevitável é a combinação danosa entre crise econômica e crise política. O que aconteceu comigo? Houve uma combinação da crise econômica com uma ação política deletéria.”


Segundo a petista, o Congresso, dominado por forças malignas que tinham a intenção de criar um “ambiente de impasse propício ao impeachment”, sabotou todas as “reformas” que ela queria aprovar. Ou seja, Dilma teima em não reconhecer que o clima hostil que ela enfrentou no Congresso foi resultado de sua incrível incompetência administrativa, potencializada por descomunal inabilidade política e avassaladora arrogância. Prefere denunciar a ação de “inimigos do povo” contra seu governo

Finalmente, convidada a dizer quais erros acha que cometeu, Dilma respondeu: “Ah, sei lá”.


Moro alerta sobre tentativa de retorno ‘ao status quo da impunidade’ de poderosos

RD – Jornal Repórter Diário


O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, criticou na quinta-feira, 27, dois projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, que impedem o fechamento de acordos de delação premiada com alvos presos e que alteram a nova regra jurídica que prevê a prisão de réus condenados em segundo grau, como um retrocesso no combate à corrupção e aos crimes do colarinho branco no País.

“Eu fico me indagando se não estamos vendo alguns sinais de uma tentativa de retorno ao status quo da impunidade dos poderosos”, afirmou Moro, em conferência no XII Simpósio Brasileiro de Direito Constitucional, evento da Academia Brasileira de Direito Constitucional, na noite de quinta, em Curitiba.

“Em determinado ponto, a Mãos Limpas (operação italiana similar à Lava Jato), perdeu o apoio da opinião pública. E a reação do poder político foi com leis, como as que proibiam certos tipos de prisão cautelar ou que reduziam penas.”

Projetos
Os alvos das críticas de Moro foram dois projetos de lei propostos este ano pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), um dos interlocutores gravados em conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, tentando obstruir as investigações da Lava Jato.

Um deles é o projeto de lei 4577/2016 que altera decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que estipulou a prisão de réus condenados após a decisão final no segundo grau, ainda cabendo recursos no processo. “Se pode comentar que essa exigência do trânsito em julgado não tem por objetivo proteger necessariamente os acusados mais abastados, mas todos.


 Mas a grande verdade, isso é inegável, é de que a proteção aqui não é dirigida ao João da Silva, mas sim a uma gama de pessoas poderosas que por conta de regras dessa espécie, por muito tempo foram blindados de uma efetiva responsabilização criminal nas nossas cortes de Justiça.”

O segundo tema abordado por Moro na palestra foi a proposta de lei 4372/16, que quer a proibição de colaboração premiada por pessoas que estejam presas. “Será que nós podemos de uma maneira consistente, qual o direito da defesa na nossa Constituição, negar ao colaborador, por estar preso, o recurso a esse mecanismo de defesa? Como é possível justificar isso?”, questionou juiz.

“Eu fico pensando ‘mas isso é consistente com o direito a ampla defesa?’. Será que a colaboração premiada não tem que ser analisada de duas perspectivas? Na do investigador que quer colher as provas, mas também na perspectiva do acusado e do investigado e sua defesa?”

Moro não citou o nome do deputado, autor das propostas, falou em “coincidência” que os dois projetos sejam de uma mesmo autor membro do PT.

“Quando nós escutamos essas questões nós temos que ter em mente que não estamos discutindo conceitos jurídicos abstratos, mas realidades de vida. Precisamos pensar o nosso direito penal e o processo penal de maneira que eles funcionem. Não com objetivo de alcançar condenações criminais, mas naquelas casos em que for provado no devido processo a prática de um crime, tem que existir consequências, e tem que ser proporcional à gravidade do crime.”

“Como chegamos a esse ponto? O que deu errado?” Para Moro, o processo penal da Justiça brasileira tem sua parcela de culpa. “Talvez essa leniência seja um dos fatores para chegar ao quadro atual, que é realmente muito preocupante”, disse. “A corrupção existe em qualquer lugar do mundo. Mas é a corrupção sistêmica não é algo assim tão comum.”

Vão mexer no Queijo?



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Percival Puggina

Um personagem de Molière, Monsieur Jourdain, descobriu certa feita, de estalo, que ao longo de toda sua vida falara em prosa sem perceber. Da mesma forma, muitos brasileiros são marxistas sem saber, hobbesianos sem saber, e muitos, sem saber, são responsáveis pelo aumento dos impostos que pagam. De fato, toda vez que alguém atribui a ele, o Estado, o dever de dar um jeito em algo, está pressionando no sentido de que se forme um novo centro de custos, que vai exigir uma nova receita e ela se tornará permanete. Se o custo for criado e a receita não, a conta que surgirá não pode ficar pendurada na parede por um prego.

Estamos todos assistindo, nestes dias, verdadeira aula prática sobre as consequências de se deixar o Estado crescer. Todo mundo sabe que o Brasil precisa reduzir custos. Note-se: quando digo todo mundo estou falando mesmo de uma percepção nacional e mundial. Um déficit de R$ 170 bilhões não se resolve sem dor. O desemprego gerado pelas baixas expectativas e elevados encargos é apenas um dos muitos artefatos instalados nessa sala de tortura em que se transformou o Estado brasileiro. E extinguir um simples centro de custo tem sido uma encrenca dos diabos.

Vou dar um exemplo. Nem o Itamaraty escapou ao laboratório de fracassos que foi o governo da presidente Dilma. José Serra se deparou com um rombo de R$ 3,2 bilhões nas contas da nossa chancelaria. Uma vergonha. Aluguéis atrasados, contas de fornecedores vencidas, compromissos regulares referentes à participação em órgãos internacionais não pagos, e por aí vai. Mais de três bi. Solução? Fechar alguns centros de custo, certo? Serra propôs fechar cinco embaixadas na África. Legal, mas não tem jeito, ao que parece. Não dá para fechar nem Serra Leoa e Libéria.

E isso vale para tudo. No setor público todos concordam com a necessidade de reduzir despesas, contanto que os cortes ocorram noutro lugar, bem longe de onde cada um esteja atuando. Na original história de Spencer Johnson – Quem mexeu no meu queijo? – falta um terceiro ratinho que represente os que, no Brasil, passam a vida gritando “No meu queijo ninguém mexe!”. Esses são os mais onerosos. A começar pelos poderes de Estado, onde o Judiciário cuida do seu lado e de qualquer um que alegue direitos sobre seu queijo federal, estadual ou municipal.

Se essa mentalidade não for superada, se a gritaria que está se formando encontrar respaldo político, se nada for feito para reduzir o custo do Brasil sobre os brasileiros, caminhamos para uma situação hobbesiana, uma guerra de todos contra todos em que todos perdem. Quem ganha o quê, quando o dinheiro acaba?



Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+


Sun Tzu



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Roberto Guimarães Carvalho

Caros amigos, Sun Tzu, famoso general, estrategista e filósofo chinês, na sua mais famosa obra, "A Arte da Guerra", brindou-nos com vários ensinamentos. Um dos que mais gosto é: "conheça o seu inimigo como a si mesmo e você ganhará centenas de batalhas".

Lembrei-me dessa frase de Sun Tzu ao ler a Resolução sobre a Conjuntura, do Diretório Nacional do PT, reunido em Brasilia no dia 17/05/2016. É preciso que essa Resolução seja lida com atenção pelos brasileiros bem intencionados, pois só assim vamos realmente conhecer o inimigo, como recomendava Sun Tzu.

É bom lembrar que a batalha contra o PT ainda não está concluída, e precisamos vencê-la.

A Resolução é um primor: insiste na tese do golpe, que só convence, realmente, aos petistas; não reconhece, de forma clara e plena, a culpa dos treze anos de governo do PT pela caótica situação atual do País, em qualquer campo que se queira analizar; não reconhece, também, que aqueles que realmente melhoraram de vida nos dois mandatos do Presidente Lula, voltaram quase que à situação de miséria em que viviam antes, só que agora com o agravante de que estão desempregados; dizem que foram "contaminados" e que precisam fazer uma "autocrítica", o que na verdade não fazem, pois não citam, claramente, a roubalheira e os desvios éticos aos quais o governo do PT se dedicou, com afinco, no período em que exerceu o poder; e, por fim, nem tocam no Forum de São Paulo, o verdadeiro condutor das políticas interna e externa do País.

Chamou-me atenção, em particular, o último parágrafo da página nº 4 da Resolução, que trancrevo abaixo:

"Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista; fortalecer a ala mais avançada do Itamaraty e redimensionar sensivelmente a distribuição de verbas publicitárias para os monopólios da informação".


Ao ler essa frase lembrei-me imediatamente do episódio do famigerado Decreto nº 8515, de 03/09/2015, sobre o qual produzi um modesto texto que encaminhei a alguns amigos por e-mail e que, posteriormente, foi publicado na Revista do Clube Naval (nº 376/2015).


Tal Decreto, apenas para lembrar, delegava competência para o Ministro da Defesa, na época o Sr. Jaques Wagner, editar atos relativos à administração do pessoal militar, incluino nomear, remover, e promover oficiais, sem que estivesse previsto, no texto de Decreto, a subdelegação para os Comandantes das Forças praticarem aqueles atos. 


Estranhamente, o tal Decreto nº 8515/2015 revogava, entre outros, o Decreto nº 62.104/68, pelo qual os Ministros Militares tinham competência para apreciar, em caráter final, os regulamentos das Escolas e Centros de Formação e Aprefeiçoamento das respectivas Forças. 



Com a criação do Ministério da Defesa e dos Comandos das Forças, tal competência passou para os Comandantes. No meu texto, chamei isso de misturar "alhos com bugalhos", pois estávamos tratando de administração de pessoal militar e, de repente, surge o Regulamento das Escolas de Formação.


Um outro fato que é bom relembrar é que o tal Decreto nº 8515/2015, foi publicado com a assinatura do Comandante da Marinha, que no momento estava respondendo pelo Ministro da Defesa, em visita à China. Só que o Comandante da Marinha, de acordo com declarações por ele dadas, não assinou o referido Decreto, e nem se lembrava de tê-lo visto.


Na época, o "erro administrativo", nas palavras do Ministro da Defesa, foi atribuído à Chefe da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, a Sra. Eva Chiavon.


Todos os nomes citados são bastante conhecidos e dispensam outras considerações.


Recordo esses fatos pois agora constatamos, ao ler o trecho realçado da Resolução do PT, que eles foram "descuidados" em não modificar os currículos das academias militares e de não implantar o critério do alinhamento ideológico para as promoções de oficiais.


Na verdade eles não foram descuidados. Houve, isso sim, uma forte reação militar.


Agora, ao ser divulgada a Resolução em questão, leio algumas matérias na mídia. A conhecida jornalista Eliane Cantanhêde, na sua coluna do dia 19/05/2016 na Folha de São Paulo, diz que "o PT irrita o Exército". Discordo da jornalista, o PT irrita as Forças Armadas, e não apenas o Exército.


O também conhecido jornalista Merval Pereira, na sua coluna no jornal O Globo, do dia 20/05/2016, tece críticas ao Relatório em questão, relembra o episódio do Decreto nº 8515/2015 e, ao final, diz que os problemas desse último decreto já foram resolvidos. Engana-se o Merval Pereira, pois os problemas não foram resolvidos, mas apenas atenuados. A alteração feita no Decreto nº 8515/2015 diz que está autorizada a subdelegação para os Comandantes. Estar autorizada não significa ordem para subdelegar.


Os Clubes Militares também publicaram uma Nota Conjunta, em 20/05/2016, com o título "Democratas e Nacionalistas", que aborda, com total propriedade o assunto, em especial no que diz respeito à promoção de oficiais com compromissos democráticos e nacionalistas.

Um cordial abraço para todos,



Roberto de Guimarães Carvalho, Almirante, ex-Comandante da Marinha do Brasil.

A Beleza da Desinformação


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

A maioria dos políticos, das pessoas no mundo acadêmico e da mídia acredita que a DESINFORMAÇÃO é um fenômeno obsoleto da Guerra Fria. Até uma data avançada, como 1986, contudo, a palavra DESINFORMAÇÃO não era listada entre as 300 mil entradas do Webster’s New World Thesaurus, ou mesmo nos 27 volumes da New Encyclopedia Brittanica. Acredita-se largamente – e erroneamente – que a palavra é apenas um sinônimo estrangeiro para má informação. Até o software Microsoft Word 2010 sublinha a palavra desinformar e sugere sua substituição por informar mal.

Na realidade, a DESINFORMAÇÃO é tão diferente da má informação quanto a noite é diferente do dia. O ato de informar mal é uma ferramenta oficial de governo reconhecível enquanto tal. Desinformar (isto é, dezinformatsiya) é uma ferramenta secreta de INTELIGÊNCIA, com a finalidade de outorgar uma chancela ocidental, não governamental, a mentiras de governos.

Imaginemos que a FSB (a nova KGB) tenha fabricado alguns documentos como supostas provas de que as forças militares americanas estavam seguindo ordens específicas para mirar casas de oração muçulmanas em seus ataques à bomba à Líbia, em 2011. Se um informe sobre esses documentos fosse publicado em canal oficial de notícias russo, seria má informação, e as pessoas, no Ocidente, poderiam, corretamente, tomá-la com um pé atrás e simplesmente não lhe dar a mínima, vendo-a como propaganda rotineira de Moscou. Se, por outro lado, esse material fosse tornado público pela mídia ocidental e atribuído a alguma organização ocidental, seria DESINFORMAÇÃO e a credibilidade da notícia seria substancialmente maior.

Em abril de 2003 a mídia ocidental foi inundada com centenas de histórias de horror sobre o saque do Museu Nacional da Bagdá. Canais de televisão de todo o mundo mostraram o vice-diretor do museu culpando os americanos por permitirem a destruição de 170 mil itens de antiguidade de milhares de anos. Era DESINFORMAÇÃO. Depois se veio a informar, com credibilidade, que os empregados do museu haviam escondido em lugar seguro os tesouros supostamente saqueados bem antes da Guerra do Iraque, e ao fim das batalhas eles estavam a salvo, sob custódia americana.

Funcionários do museu listaram, depois, apenas 25 artefatos como faltantes. Mas o estrago estava feito. Incontáveis pessoas de todo o mundo ainda se referem às imagens devastadoras dos mostruários vazios que foram rapidamente exibidas em suas telas de tevê, acompanhadas da acusação de que os americanos haviam deixado isso acontecer.

No decorrer da história, vários países, durante tempos de guerra se valeram de várias técnicas para enganar o inimigo acerca de suas verdadeiras intenções. Num extremo está aquele imenso cavalo de madeira construído pelos gregos no segundo milênio A.C. para assegurar entrada à cidade invencível de Tróia.

Em outro extremo está a operação magistral e complicada, criada pela Inteligência britânica em 1944 para fazer os alemães acreditarem que as forças aliadas iriam invadir a França através de Calais, e não através das praias da Normandia, como de fato planejavam. A Rússia se tornou a primeira grande potência que transformou o engano numa política nacional permanente, que viria distorcer todas as facetas da sociedade russa czarista e comunista.

De acordo com os manuais que regulavam, na Romênia, a “ciência” da DESINFORMAÇÃO (e se a denominava específica e orgulhosamente de ciência), ela nascera na Rússia, estava profundamente enraizada em solo russo e na história desse país, e assim permaneceria para sempre. Os manuais ensinavam que, nascida na Rússia do Século XVIII, a DESINFORMAÇÃO era fruto da relação amorosa entre Catarina, a Grande, e o Príncipe Grigory Potemkin, o seu principal conselheiro político e militar.

Em 1787, Potemkin, à época Governador Geral da Nova Rússia (atual Ucrânia), levou a imperadora para um passeio pela Criméia, em cuja anexação, tomando-a dos turcos, quatro anos antes, ele participara. Potemkin fizera com que falsas aldeias fossem erigidas ao longo da rota pela qual a imperatriz passaria. Uma dessas aldeias de fachada, erigida junto à foz do pequeno rio Bug, foi longe, a ponto de dar as boas vindas à imperatriz com um arco triunfal, no qual se lia: “Este é o caminho para Constantinopla”. 

Não é coisa acidental o fato de que a DESINFORMAÇÃO  tenha nascido na Rússia. No Século XVII, o francês Marquês de Custine observou que na verdade “tudo é enganação na Rússia, e a graciosa hospitalidade do Czar, reunindo em seu palácio os seus servos e os servos de seus cortesãos, é apenas mais uma zombaria”. Custine também observou – numa linguagem que ate hoje é insuperável – que o “despotismo russo não apenas não se importa com as idéias e sentimentos, como também refaz os fatos, move guerra contra as evidências e triunfa na batalha”.

O general Walter Bedell Smith, ex-embaixador americano em Moscou, que escreveu uma introdução à tradução inglesa de 1951 do diário do Marquês, afirmou que a análise política de Custine era “tão penetrante e atemporal que poderia ser chamada de a melhor obra até hoje produzida sobre a União Soviética. Esse livro é, talvez, a análise mais perspicaz de toda a Rússia do Seculo XX”.

Há um provérbio que diz que a mentira tem pernas curtas. Isso pode ser verdade em outro lugar, mas na Rússia pós-czarista a DESINFORMAÇÃO se tornou uma política nacional que teve papel imensamente maior na definição do passado e presente do país do que até mesmo Potemkin jamais poderia prever.

A I Guerra Mundial e a nova era que ela trouxe varreram 5 imperadores, 8 reis e 18 dinastias, mas nenhum país passou por maiores mudanças que a Rússia. Quando a guerra acabou, a Rússia parecia uma comunidade de casas portáteis atingida por um furacão. Os novos governantes russos assassinaram o Czar, sua família e sua aristocracia, aboliram as instituições de governo do país, demoliram sua religião milenar, apropriaram-se das terras que pertenciam a russos abastados, confiscaram os bancos e os empreendimentos industriais e mataram a maioria dos seus proprietários. A história, as tradições, os costumes sociais, os valores éticos e tudo o mais da Rússia que significara algo antes da Revolução de Outubro de 1917, foram virados de cabeça para baixo e do avesso, mesmo que só por questão de mudar por mudar.

No entanto, os novos dirigentes comunistas preservaram religiosamente a “ciência da DESINFORMAÇÃO”, percebendo que essa ferramenta histórica russa caía como uma luva às suas necessidades. O que o comunismo é, na realidade, é a alteração de mentes. Isso também é a quintessência da Rússia, remontando às aldeias erigidas por Potemkin para alegar prosperidade rural.

Não impressiona que o comunismo, a Rússia e a DESINFORMAÇAO se deem tão bem.
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O texto acima é o resumo de um dos capítulos do livro “Desinformação”, escrito pelo Tenente-General Ion Mihai Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia. Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros, narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela editora CEDET. 



Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Temer tenta agendinha positiva para deixar de ser refém da crise política e da sede parlamentar por cargos







Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A terceira semana do governo interino de Michel Temer promete ser tensa politicamente e repleta de negociações complicadíssimas. O mercado já começa a encarar, com um ceticismo crescente, a capacidade da equipe de Temer em reverter as expectativas negativas da economia no curto e médio prazos. Todos já perceberam que o mundo da politicagem vem abaixo, afetando aliados de Temer, a cada bombástica divulgação de alguma gravação ou delação premiada da Lava Jato.

A situação do presidente do Senado, Renan Calheiros, é insustentável. É muito complicado tolerar que a agenda do judiciário fique dependente da nada consistente agenda de soluções políticas e econômicas. Prevalece o consenso de que a Operação Lava-Jato não tem como ser parada por instituições ou armações políticas. A previsão é de que a caça aos corruptos - hoje uma demanda da maioria da sociedade brasileira - vá se intensificar. Os estragos políticos, no curtíssimo prazo, vão afetar a economia - combalida pelos problemas estruturais brasileiros, agravados pela desastrosa gestão petiista que sonha em retornar, mas não vai...

A desconfiança do mercado é agravada por um fato bem objetivo. Na prática, até agora, o governo provisório só obteve autorização do Congresso para aumentar despesas, não para cortá-las. O tamanho e o volume da tesourada é que complica um consenso no curto prazo. A polêmica reforma da Previdência não sai do papel tão cedo. Dificilmente, o Congresso discutirá qualquer coisa mais séria antes de novembro.

O cronograma previsível é de improdutividade parlamentar - e para lamentar. Entre junho e julho, existem as festas juninas e o recesso. Parlamentares fogem de Brasília como o diabo foge da cruz. Até agosto, vai rolar a novela do impeachment da afastada Dilma. Em agosto, tem a Olimpíada no Rio de Janeiro. Em setembro e outubro, todos só vão querer saber das eleições municipais (complicadas sem a irrigação de grana fácil das empreiteiras). Ou seja, o País seguirá paralisado na maior crise econômica de todos os tempos.

Tem outro complicador político. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), evidente aliado de um Eduardo Cunha que não foge nem sai de cima, encontra muitas dificuldades para combinar os conflitantes interesses do PMDB, da chamada "nova situação" (PSDB, DEM e PPS) e o famoso "Centrão" - formado pelos partidos com fúria fisiológica e repletos e parlamentares suspeitos ou acusados de crimes contra a administração pública. Aliados pressionam pela distribuição de cargos a indicações políticas para o segundo escalão. As maiores pressões vêm do PP, PR, PRB e PTN. Tudo fica mais complicado "nas bases" porque a equipe econômica resiste a aceitar a suspensão por um ano do pagamento da dívida dos Estados, como pedem os governadores.

Temer precisa de resultados no curtíssimo prazo. Por isso, pretende se reunir nesta segunda-feira com o secretário de Governo, ministro Geddel Vieira Lima, e os líderes governistas para discutir uma "agenda positiva" que vai enviar ao Congresso. O Presidento gostaria de incluir na pauta de bondades a reposição salarial de servidores da União prevista no Orçamento de 2016, que está parada na Câmara. Mas enquanto isso não é viável - e porque vai gerar mais gastos -, ele vai surfar na tragédia do momento: o estupro coletivo no Rio de Janeiro. Por isso, Temer vai mandar ao parlamento um pacote de combate à violência contra as mulheres. Sempre é mais fácil "jogar para a galera"...

Quem tem proposta alternativa para educação é Henrique Meirelles. O Ministro da Fazenda pretende sugerir um sistema de “vouchers” a ser usado como complemento na educação básica e universitária no Brasil. Meirelles acredita que o mecanismo, no qual o governo reembolsa parte dos gastos dos cidadãos em redes privadas, pode melhorar o acesso à educação e elevar a qualidade das escolas no País. Já o financiamento da reforma da Previdência tem uma ideia polêmica defendida pelas principais centrais sindicais. CUT, Força Sindical e UGT - contra a idade mínima e a favor da fórmula 85/95 sem progressividade. Para as centrais, o governo deve elevar a arrecadação para equilibrar o sistema aprovando a legalização dos jogos de azar (um velho sonho que os petistas não conseguiram emplacar). A Igreja Católica é contra... Algumas igrejas evangélicas, que podem perder arrecadação para a jogatina, também...

Antes da agendinha positiva, a prioridade é destravar a pauta econômica. Representantes do governo se reúnem com líderes da base aliada para decidir qual proposta de Desvinculação de Receitas da União, flexibilizando o orçamento com rombo bilionário já aprovado, é a mais adequada e tentar chegar a um acordo. Ainda há resistências da equipe de Henrique Meirelles em aceitar que estados e municípios fiquem desobrigados de efetuar gastos em áreas essenciais do governo, como saúde e educação. Uma proposta do senador Romero Jucá prevê prorroga por quatro anos a desvinculação de 25% das receitas. O texto de Jucá foi aprovado em primeiro turno no plenário da Casa ainda durante o governo Dilma Rousseff. Não há consenso sobre o tema em vésperas de eleições municipais...

De concreto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve enviar ao Congresso a proposta de teto para crescimento da despesa pública, ao qual estarão vinculados os gastos com saúde e educação. Além disso, dentro do interesse direto de negócios do PMDB, o governo quer correr com a análise de alterações a serem propostas para o Código de Mineração. Em outra área delicada, o Conselho de Administração da Petrobras realiza uma reunião virtual para acolher a renúncia de Aldemir Bendine. A presidência da estatal ficará com Pedro Parente, que acumulará a presidência do Conselho de Administração da Bolsa de Valores (a BM&F Bovespa).


Enquanto nada se resolve, a Lava Jato segue no pé da politicagem corrupta do Brasil... Michel Temer não precisa se ajoelhar para Eduardo Cunha, como sugeriu a caída Dilma. Mas, com certeza, Temer tem de ajoelhar e rezar muito... A única coisa bonita para o lado dele é a Marcela - primeira-dama-provisória... O resto está mais feio a cada momento...


Certeza absoluta

 
Releia o artigo de domingo: Debates na guerra do fim dos imundos

Dilma sem saída


 

Transparência transviada

 


Tantas ilusões





Lula não vai preso? Por que Lula ainda não foi preso? Quando Lula será preso?








Texto proposto por Angela

A população se faz cotidianamente essas perguntas; deputado assumidamente corrupto diz que Lula sabia de tudo e era o chefe



Por: Reinaldo Azevedo
De muito longe, a notícia mais importante do dia são os detalhes que vieram a público da delação do ex-deputado Pedro Correia (PP). Ele confirma duas coisas que este blog sempre assegurou:


a: não existe diferença entre mensalão e petrolão;

b: Lula sempre soube de tudo e esteve no comando das negociações.

Correa conta que era um dos membros de um tal Conselho Político criado por Lula, que reunia o então presidente, os ministros Antonio Palocci e José Dirceu e presidentes de partidos da base aliada.


Ali se via a agenda do Congresso e cada um expunha as “dificuldades” que teriam com suas respectivas bases. Lula então encarregava Dirceu de, sob sua supervisão, forçar os dirigentes das estatais e dos órgãos públicos a satisfazer os apetites dos partidos. Ou por outra: ali se combinava o pagamento de propina.

Em seu depoimento, disse Corrêa:

“O presidente Lula encarregava o ministro José Dirceu de fazer as cobranças sobre os dirigentes para que atendessem, com mais presteza às solicitações dos partidos. Em alguns setores as reivindicações eram de arrecadação de propina e, em outros, de interesses políticos, visando o favorecimento dos estados e municípios dos parlamentares.
Em nota, obviamente, o Instituto Lula nega tudo.


Por que não está preso?


Aonde quer que eu vá, as pessoas me procuram para perguntar quando Lula será preso, se será ou quando será preso. É uma indagação justa.

É claro que uma prisão tem de estar ancorada em provas, em evidências inquestionáveis de envolvimento com um crime, e Lula não é exatamente burro.

Mas os mortais comuns têm todo o direito de achar que é impossível que ele não soubesse do mensalão e do petrolão. A razão é simples: nada se decide no partido ainda hoje que não passe por ele. O homem bate o martelo até sobre quem vai e quem não vai ser candidato pelo partido.

Inferir que não sabia de dois baita esquemas de corrupção operados por seu partido, que tinham como um dos objetivos manter unida a “base aliada” corresponde a fazer pouco da nossa inteligência.

A notícia está gerando pouco barulho. O momento, agora, é de caçada a Michel Temer. Há um casamento entre setores radicalizados do PT, incrustados na máquina pública, e petistas infiltrados na imprensa para inviabilizar o novo governo.

O objetivo explícito é devolver Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. E isso implica esquecer por que diabos o PT acabou, afinal de contas, perdendo o poder.


Video: NA VEJA.COM – A máquina de lavar e sujar reputações

Reinaldo Azevedo

MPF encontra pagamentos irregulares de R$ 2,5 bilhões no Bolsa Família



  • 30/05/2016 20h33
  • Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) informou hoje (30) que foram encontradas irregularidades no valor de R$ 2,5 bilhões no pagamento dos benefícios do Programa Bolsa Família nos anos de 2013 e 2014. De acordo com levantamento feito pelo MPF, por meio de um grupo de trabalho criado para identificar falhas nos benefícios, foram constatados saques de pessoas falecidas, de funcionários públicos, donos de empresas e doadores para campanhas políticas.

Após identificar as irregularidades, o órgão enviou as informações à Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, para que a pasta se manifeste em 30 dias sobre as providências adotadas para prevenir as fraudes.

Os dados sobre as irregularidades foram levantados pelo MPF por meio de um cruzamento de dados do Portal da Transparência, do governo federal, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Receita Federal e da própria Secretaria Nacional da Renda de Cidadania.

Em nota à imprensa, o ministério disse que entrou em contato com o MPF para tratar do assunto e está aperfeiçoando a fiscalização dos pagamentos.

“O Ministério do Desenvolvimento Social não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas na gestão anterior. A pasta está empenhada em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do Bolsa Família. O MDS esteve no Tribunal de Contas da União e entrou em contato com o Ministério Público Federal para tratar do assunto. Um comitê de controle será criado para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa”, diz a nota.
Edição: Juliana Andrade