terça-feira, 30 de outubro de 2018

Valor Econômico – Políticos assassinos / Coluna / Jeffrey Sachs

29/10
 
"Ninguém vai me livrar deste padre intrometido?", perguntou Henrique II ao instigar o assassinato do arcebispo de Canterbury, Thomas Becket, em 1170. Ao longo dos séculos, presidentes e príncipes do mundo inteiro foram assassinos e facilitadores de assassinatos, como documentaram o grande sociólogo de Harvard, Pitirim Sorokin, e Walter Lunden, com rico detalhamento estatístico, em sua obra-prima "Power and Morality". Uma das principais descobertas deles foi a de que o comportamento dos grupos no poder tende a ser mais criminoso e imoral que o das pessoas sobre as quais exercem esse poder.
 
O que os governantes mais almejam é não terem de responder pelos malfeitos de outros. Mas, com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi por seu próprio governo, o envenenamento dos ex-espiões russos que viviam no Reino Unido e rumores de que o chefe da Interpol, Meng Hongwei, pode ter sido executado na China, a máscara tem caído mais frequentemente que o comum ultimamente. Em Riad, Moscou e mesmo Pequim, a classe política tenta, precipitadamente, encobrir seus métodos letais.
 
Mas ninguém tem direito de se fazer de santo nessa esfera. Os presidentes americanos têm uma longa história de assassinatos, algo pouco tendente a preocupar o atual ocupante do cargo, Donald Trump, cujo predecessor preferido, Andrew Jackson, (que governou o país de 1829 a 1837) foi um assassino frio, senhor de escravos e praticante da limpeza étnica de americanos nativos. Para Harry Truman, o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima o poupou dos custos provavelmente elevados de invadir o Japão. Mas o lançamento da segunda bomba atômica, sobre Nagasaki, foi totalmente indefensável e foi feito por puro embalo burocrático: ocorreu aparentemente sem a ordem explícita de Truman.
 
Desde 1947, a não responsabilização dos presidentes por assassinatos tem sido facilitada pela CIA, que fez as vezes de exército secreto (e, às vezes, de grupo de extermínio) para os presidentes americanos. A CIA tem participado de assassinatos e lesões corporais em todas as partes do mundo, com quase nenhuma supervisão ou responsabilização por seus incontáveis assassinatos.
 
Muitos assassinatos em massa realizados por presidentes envolveram as forças armadas convencionais. Lyndon Johson escalou a intervenção dos EUA no Vietnã sob o pretexto de um ataque, dos norte-vietnamitas, no Golfo de Tonkin, que nunca aconteceu. Richard Nixon foi além: ao desfechar bombardeios maciços sobre Vietnã, Cambodja e Laos, ele tentou instilar na União Soviética o medo de que ele era um líder irracional capaz de qualquer coisa. No final, a guerra americana de Johnson e Nixon na Indochina custou milhões de vidas inocentes.
 
As matanças em massa no Iraque sob o governo George W. Bush são mais conhecidas, porque a guerra, capitaneada pelos EUA, foi feita para a TV. Um país supostamente civilizado empenhado em espalhar "choque e pavor" para derrubar o governo de outro país com base em acusações total e deliberadamente falsas. Centenas de milhares de civis iraquianos morreram.
 
Os EUA se orgulham de ser uma democracia constitucional, mas, na política externa, o presidente pouco se diferencia de um déspota. O domínio de uma só pessoa nessa esfera, como nos EUA e na Arábia Saudita, é quase garantia de grande derramamento de sangue
 
Barack Obama era atacado em amplos círculos pela direita por ser brando demais, mas ele também computou um alto número de mortos. Seu governo aprovou reiteradamente ataques de drones que não mataram apenas terroristas, como também inocentes e cidadãos americanos contrários às sangrentas guerras movidas pelos EUA em países muçulmanos. Ele firmou a determinação presidencial que autorizou a CIA a colaborar com a Arábia Saudita na derrubada do governo sírio. Aquela operação "secreta" levou a uma guerra civil em curso que resultou em centenas de milhares de vítimas fatais civis e em milhões de pessoas desalojadas. Ele usou os ataques aéreos da Otan para derrubar Muammar Gaddafi, o que resultou num governo fracassado e na violência crônica.
 
Sob o governo Trump, os EUA apoiaram os assassinatos em massa (inclusive de crianças) da Arábia Saudita no Iêmen ao vender-lhe bombas e armas avançadas com quase nenhum conhecimento, supervisão ou responsabilização pelo Congresso ou pela opinião pública.
 
Quando a máscara cai, como ocorreu com o assassinato de Khashoggi, vemos, brevemente, o mundo tal como é. Um colunista do "Washington Post" é atraído para uma morte brutal e esquartejado pelo "aliado" próximo dos EUA. A grande mentira americano-israelense-saudita de que o Irã está no centro do terrorismo mundial, uma afirmação refutada pelos números, é posta em xeque, por pouco tempo, pela constrangedora revelação do pavoroso fim de Khashoggi. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, ostensivamente o mandante da operação, é encarregado de "investigar" o caso; os sauditas afastam devidamente algumas altas autoridades; e Trump, o mestre nas mentiras incessantes, reproduz hiperbólicas histórias sauditas sobre uma operação independente.
 
Alguns dirigentes de governos e de empresas adiaram visitas à Arábia Saudita. A lista das retiradas anunciadas de uma reluzente conferência de investimentos é um "quem é quem" do complexo militar-industrial dos EUA: altos dirigentes de bancos de Wall Street, executivos-chefes de grandes empresas de mídia e graduadas autoridades de empresas de fornecimento de produtos e serviços militares, como o diretor de defesa da Airbus.
 
Os EUA se orgulham de ser uma democracia constitucional, mas, na esfera da política externa, o presidente pouco se diferencia de um déspota. Trump acaba de anunciar a retirada dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário sem sequer mencionar o Congresso.
 
Os cientistas políticos deveriam testar a seguinte hipótese: países encabeçados por presidentes (como os EUA) e por monarcas não constitucionais (como a Arábia Saudita), e não por parlamentos e premiês, são especialmente vulneráveis a uma política assassina. Os parlamentos não são garantia de contenção, mas o domínio de uma só pessoa sobre a política externa, como nos EUA e na Arábia Saudita, é quase garantia de enorme derramamento de sangue.
 
Os americanos estão, com razão, horrorizados com o assassinato de Khashoggi. Mas os métodos assassinos de seu próprio governo talvez não se diferenciem em nada. A expansão dos assassinatos patrocinados por governos não é desculpa para tratar o assassinato como coisa aceitável, jamais. É, em vez disso, argumento para submeter o poder a rígidas limitações constitucionais e, principalmente, à legislação internacional, como a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Essa é nossa única esperança verdadeira de sobrevivência e de segurança em um mundo em que o recurso gratuito à violência pode facilmente ser o fim de todos nós. (Tradução de Rachel Warszawski)
 
Jeffrey D. Sachs é professor de Desenvolvimento Sustentável, de Política e Gestão de Saúde e diretor da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Copyright: Project Syndicate, 2018.
 

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O Globo – Museu Imperial corre ‘gravíssimo risco diário’

 
Alerta é do Ministério Público Federal, que recomendou à instituição, em Petrópolis, e também ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, a elaboração, em seis meses, de um plano de combate a chamas e prevenção de incêndios
 
VINICIUS SASSINE
 
O Museu Nacional de Belas Artes, no Centro do Rio, e o Museu Imperial, em Petrópolis, funcionam sem um projeto de prevenção a incêndio, sem plano de gestão de riscos e sem alvará de funcionamento. No caso do palácio da Região Serrana, que foi a residência de verão de D. Pedro II e hoje abriga 55 mil títulos relacionados à história brasileira, existe um “gravíssimo risco diário de sofrer dano irreparável”. O alerta é do Ministério Público Federal, que recomendou que as duas instituições se adequem e elaborem, em seis meses, um plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Outros quatro museus do Brasil deverão fazer o mesmo.
 
As recomendações feitas pelo MPF acontecem quase dois meses depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Os problemas no Museu Imperial são antigos: reportagem do GLOBO, em 12 de setembro, mostrou que a instituição continua sem reparos, três anos depois de ter problemas de segurança — que põem em risco seu acervo — identificados por auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU). O levantamento apontou na época riscos em 28 dos 30 museus sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
 
PENA DA LEI ÁUREA
 
A recomendação do MPF foi expedida no último dia 5 pela procuradora da República Monique Cheker, que afirma que informações do próprio Ibram apontam que o Museu Imperial “não possui elaboração conclusiva do plano de gestão de riscos, alvará de funcionamento ou sequer aprovação definitiva do projeto de prevenção a incêndio e pânico, pelo Corpo de Bombeiros”. A procuradora lamentou que “o Museu Imperial, sem um plano de prevenção, corre gravíssimo risco diário de sofrer dano irreparável”. Entre outras preciosidades, o Museu Imperial abriga 8 mil itens de uma coleção de obras raras e a pena de ouro usada pela princesa Isabel para assinar a Lei Áurea. No Centro do Rio, o Museu Nacional de Belas Artes, que funciona em um edifício de 1908, tem em seu acervo a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, com 70 mil itens, entre pinturas, gravuras e esculturas.
 
Entre esses objetos, estão peças da coleção de D. João VI deixadas no Brasil após o retorno a Portugal, em 1821. A recomendação do MPF em relação ao Museu Nacional de Belas Artes acontece após uma ação civil pública pedir, dias após o incêndio no Museu Nacional, a interdição do local, assim como a de outros cinco museus, por falta de segurança. A Justiça negou a demanda. Segundo o MPF, um projeto executivo de restauração do Museu de Belas Artes está em andamento, com previsão de entrega em 25 de novembro. “Há, portanto, possibilidade de inclusão de plano de prevenção e combate a incêndio e pânico e plano de gerenciamento de riscos por meio de termo de aditivo”, afirma o procurador Renato Machado na recomendação.
 
A museóloga Muna Raquel, que integra a comissão de gestão de risco do Museu Imperial, disse que a contratação da empresa que prepará a documentação para obtenção do alvará está em “fase final”, com previsão de que seja finalizada até o fim do ano. É o mesmo caso da contratação de uma brigada de incêndio, com bombeiros civis, segundo ela. Muna afirmou ainda que o museu pediu ao MPF ampliação do prazo para conclusão do plano de riscos, de seis para oito meses: — A gente não tem um sistema de combate a incêndio nos moldes previstos, mas o museu tem hidrantes próprios, cobrindo todo o perímetro da instituição, e 120 mil litros de água dispostos em caixas e cisternas próprias. O Museu Nacional de Belas Artes, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o Corpo de Bombeiros fez uma vistoria para que se obtenha o alvará. Em nota publicada no site do museu em setembro, a instituição sustentou ter “diversos dispositivos de prevenção de incêndio e de segurança”.
 

terça-feira, 23 de outubro de 2018

(Nem todo diplomata é contra o Bolsonaro. Muitos são a favor! )O Estado de S. Paulo – Caça às bruxas / Coluna / Eliana Cantanhêde

O Estado de S. Paulo – Caça às bruxas / Coluna / Eliana Cantanhêde

21/10/2018
 
A polarização política chegou ao Itamaraty, com acusações mútuas de caça às bruxas e perspectiva de grandes mudanças a partir de janeiro de 2019, se o presidente for Jair Bolsonaro, como indicam as pesquisas. Nesse caso, haverá uma guinada na política externa e uma forte dança de cadeiras. A campanha de Bolsonaro acusa diplomatas de estarem por trás da avalanche de reportagens negativas ao candidato nas principais publicações da Europa, Estados Unidos e América Latina.
 
E ressalta: elas não apenas classificam Bolsonaro como “racista”, “homofóbico” e “ameaça à democracia”, como poupam ou até enaltecem o PT. Na fila, The Economist, um bastião do liberalismo econômico internacional, Financial Times, Liberation, The New York Times e Le Figaro, além de importantes jornais da América Latina, no que o comando bolsonarista classifica de campanha externa contra o candidato e que atinge também organismos internacionais.
 
Ao acusarem diplomatas brasileiros de municiarem jornais e jornalistas estrangeiros, aliados do candidato do PSL apontam os que seriam “líderes da campanha”: os embaixadores aposentados Celso Amorim e José Viegas, que foram ministros da Defesa nos governos do PT e recebidos com desconfiança principalmente pelo Exército.
 
Amorim foi chanceler nos oito anos de Lula e participou ativamente da campanha dele à Presidência. Ao liderar a política externa “ativa e proativa”, ou Sul-Sul, Amorim direcionou o foco para países emergentes e alternativos e foi assim que a China desbancou os EUA como principal parceiro comercial brasileiro e Amorim forjou toda uma geração de diplomatas. Bolsonaristas dizem que são “todos petistas” e estão em cargos- chave que, aliás, citam de cor.
 
Paulo de Oliveira Campos, o POC, chefe do Cerimonial da Presidência de Lula, é embaixador em Paris; Mauro Vieira, ex-chanceler, na ONU, em Nova York; Antonio Patriota, também exchanceler de Dilma, em Roma; Antonio Simões, em Montevideo, sede do Mercosul. Eles são a elite do Itamaraty. Patriota, por exemplo, é primeiro de turma.
 
Apesar de listar os “inimigos” sem cerimônia, a equipe de Bolsonaro acusa “os petistas do Itamaraty” de estarem fazendo listas de colegas que tenham manifestado apoio ou simpatia pelo capitão. Grosso modo, assim como há uma guerra de guerrilhas das duas campanhas na internet, ela poderia estar ocorrendo também na Casa de Rio Branco.
 
A campanha de Bolsonaro também diz que o “aparelhamento” do PT na administração pública, estatais, bancos públicos e agências reguladoras se estendeu a órgãos internacionais e cita a ex-ministra de Dilma Ideli Salvatti, que ganhou uma função na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.
 
É desses órgãos, segundo bolsonaristas, que saem as notícias negativas não apenas contra Bolsonaro, “mas contra o Brasil”, desde atribuir o impeachment de Dilma a um “golpe” até a manifestação de dois integrantes de um comitê da ONU “determinando” que Lula tinha de concorrer às eleições, mesmo preso em Curitiba.
 
A intenção de Bolsonaro, caso vença as eleições, é trazer de volta esses técnicos, fazer uma dança de cadeiras nas embaixadas e principais consulados, cancelar postos abertos por Amorim em pequenos países – que considera ser de alto custo e baixo retorno para o Brasil – e, principalmente, mudar a política externa. Principais objetivos: “recuperar o pragmatismo, a liderança natural do Brasil na América do Sul e os parceiros tradicionais, como os EUA”.
 
O primeiro alvo é a Venezuela. Com Bolsonaro na Presidência, será o fim da aliança com Nicolás Maduro, como na era PT, e da “leniência” com o regime dele, no governo Temer. Falta descobrir os “bolsonaristas do Itamaraty”. Até agora, estão por baixo dos panos.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Prioridades para Bolsonaro - I: Baixar Juros

Posted: 18 Oct 2018 04:17 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Pergunta que não quer calar: Jair Bolsonaro, seu vice Antônio Mourão e o guru econômico Paulo Guedes vão trabalhar para abaixar os juros reais na economia brasileira? Será que a futura gestão de Bolsonaro também acabará refém da ditadura dos bancos e sua política de lucros obtidos de modo improdutivo? Bolsonaro vai romper com o Capimunismo rentista? Ou acabará engolido pelo “Sistema”? O PT sempre criticou os banqueiros, porém sempre os teve como aliados...

Todo novo Presidente da República do Brasil, nos últimos 40 anos, tem se debatido com o incômodo fato do Brasil praticar as maiores taxas de juros do planeta terra. Até a tão mal falada inflação já foi controlada. Mas os juros não abaixam. Os apresentadores dos nossos telejornais já entrevistaram dezenas ou centenas de empresários, economistas, trabalhadores, sindicalistas e, claro, políticos que argumentam que um dos maiores entraves ao crescimento da economia brasileira é a absurda taxa de juros no Brasil.

Uma das características dos países desenvolvidos que conseguem crescer e manter os juros em níveis aceitáveis é uma forte presença do cooperativismo de crédito na economia. O Brasil tem este atalho para abaixar os juros e facilitar o crédito. Basta ampliar um modelo que já usado aqui, porém é sabotado pelo poderio dos grandes bancos sobre os governos.

O relatório anual da European Association of Co-Operative Banks, com sede em Bruxelas (Bélgica) mostra que é preponderante o papel dos bancos cooperativos no continente europeu. As cooperativas de crédito atingem 224 milhões de clientes, 68 milhões de associados, com uma participação de mercado de cerca de 20% do mercado de depósitos.

Entre os 50 maiores sistemas bancários do mundo, 6 são bancos cooperativos, representados por: Credit Agricole, Rabobank, Natixis, Norinchukin Bank, Dz Bank e Credit Mutuel. Na América do Norte, EUA e Canadá, o setor produtivo dispõe de 7.093 cooperativas de crédito que juntas têm mais de 110 milhões de cooperados, com mais de US$ 1,4 trilhões de dólares de ativos financeiros e com mais de 950 bilhões de dólares na carteira de empréstimos.

Na Ásia, continente que apresenta os maiores crescimentos nos indicadores sociais e econômicos, dados referentes a 21 países demonstram que 24.552 cooperativas de crédito, com aproximadamente 44 milhões de cooperados têm 184 bilhões de dólares de ativos financeiros e com mais de 120 bilhões de dólares na carteira de empréstimos.

Tais informações comprovam, friamente, que é através de incentivo ao cooperativismo de crédito que os países irrigam a economia com crédito barato e abundante. Assim, as taxas de juros praticadas são aceitáveis.
Em vários dos países onde o cooperativismo de crédito é forte, a taxa de juros é próxima de 0% ao ano. E no caso do Japão, a taxa de juros anual é negativa.

No Brasil, existe uma falta de incentivo e apoio dos governos que, apesar de criticarem os Bancos no discurso, sempre colocam banqueiros ou como Ministros da Fazenda ou como Presidentes do Banco Central. Ou seja, os ditadores da política econômica são os bancos. Os servidores ocultos dos banqueiros sabotam alternativas como o cooperativismo financeiro.

Uma Cooperativa de Crédito é uma associação de pessoas, que nela ingressam voluntariamente (se tornando sócias) e que passam a fazer suas movimentações financeiras através dela, e não mais com os bancos tradicionais. Estes sócios passam a ser os DONOS da cooperativa, juntamente com centenas ou milhares de outras pessoas.  

Apesar da sabotagem, as cooperativas de crédito vêm apoiando a duras penas as atividades econômicas e com um bom crescimento. Empréstimos para empresas, a participação das cooperativas de crédito passou de menos de 1% em 2.005 para mais de 8% em 2.017. Já nos empréstimos para pessoas físicas, as cooperativas passaram de 5,2% (em 2005) para 6,5% (em 2017).

O próximo governo pode e deve enfrentar definitivamente o problema estrutural dos juros criminosos praticados pelas instituições bancárias no Brasil. E no mundo todo já está comprovado que o cooperativismo de crédito é o meio mais eficiente de fazer o crédito barato chegar até a ponta da cadeia econômica, no micro e pequeno negócio, que no Brasil não consegue folego para sair da informalidade.

Jair Bolsonaro e Antônio Mourão precisam colocar mais cooperativismo de crédito em seu programa de governo. Paulo Guedes e sua equipe não podem ignorar a capacidade e a importância estratégica real da Instituição Financeira Cooperativa como financiadora do desenvolvimento econômico. O Liberalismo que Paulo Guedes defende combina, exatamente, com o Cooperativismo de Crédito. Que tal Bolsonaro, Mourão e Guedes falarem mais do tema no final de campanha e na transição de governo?

Trump liga para Bolsonaro - imperdível




O bom-humor é o melhor da campanha eleitoral...

Releia o artigo: Bolsonaro tem competência para governar?


Verdade para a esquerda criminosa


A 13ª Câmara Extraordinária Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo extinguiu o processo que condenou o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra (falecido em 2015) a pagar indenização de R$ 100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, morto nas dependências do DOI-CODI em 1971.

Os desembargadores entenderam que o pedido de indenização feito pela família de Merlino está prescrito, já que foi feito em 2010, mais de 20 anos depois da Constituição de 1988, que reconheceu a anistia dos crimes praticados no regime militar. 

Em 2006, Ustra negou qualquer violação de direitos humanos: "Excessos em toda guerra existem, podem ter existido, mas a prática de tortura como eles falam não ocorreu. Eu efetivamente não cometi excesso contra ninguém".




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 18 de Outubro de 2018.
Posted: 18 Oct 2018 02:59 AM PDT



“País Canalha é o que não paga precatórios”

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Nos últimos trinta e cinco anos, assistimos bovinamente, uma falsa alternância no poder.

Bois e vacas sagradas, cagaram e andaram para o nosso povo, no melhor estilo olímpico. Desperdícios, roubos e “doações” a países estrangeiros (sob governos ditatoriais), preteriram nossos hospitais, nossas escolas e o necessário rearmamento para a defesa da Pátria.

Tudo seguiria conforme o “script” da Nova Ordem Mundial, se não fosse o surgimento da internet e das redes sociais.

Hoje, com os “smartphones” quando alguém solta um pum (ou um bandido de estimação), o fedor se espalha instantaneamente.

Se não descer um disco voador na Praça dos Três Poderes (ou fenômeno semelhante), no dia 29 do corrente mês de outubro do ano da Graça de 2.018 do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, começará a cumprir-se a profecia de São Dom Bosco. A redenção da Fé que nos verterá leite e mel, beneficiando-nos e à toda humanidade.

Agradeço a Deus por ter vivido nestes tempos de luta e de esperança.

Não sou teólogo, mas defendo a tese de que o Brasil é a prova plena da existência da Divina Providência.

Temos as melhores Forças Armadas do mundo. Nossos generais tem um preparo humanístico (e, obviamente militar) ímpar. Patriotas, discretos, colocam o interesse nacional acima de suas vaidades ou idiossincrasias.

São os garantes do território nacional e de nossa unidade, há quase quatrocentos anos.

Reflexionam sobre seus acertos e seus erros, com magnitude e humildade.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 18 Oct 2018 02:56 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli

O Brasil atual vive a sua casa dos horrores, nas áreas social, política, econômica e desde sempre governamental, mas o maior aspecto errático foi no sentido de servir-se do Estado para projetos pessoais e desvios de comportamentos. O extremismo não nos levará a nada, exceto  aprofundará a crise e nos manterá distantes das economias desenvolvidas.

Não é sem razão que a globalização fundou uma nova era: o descrédito com a política. Nos EUA a vitória de Trump mostra o seu rosto,a derrota de Angela Merkel na Bavária é expressão desse sentimento, e toda a América Latina pauperizada e encapsulada nos verdadeiros sintomas de seu atraso e retrocesso em todos os campos. Brasil Casa dos Horrores, das grandes injustiças e da má distribuição da riqueza e consequentemente da renda.

O Estado necessita servir à cidadania e não aos governantes que são temporários e transitórios. Jamais alcançaremos padrões de excelência nessas toscas e canhestras campanhas as quais se limitam ao xingamento. Deveria ser terminantemente proibido falar e depreciar candidato adversário, e sim trazer as propostas de governo, e evidenciar que sem a reforma político partidária as 35 siglas estão mortas e a democracia ressuscitará.

Velhos coronéis de plantão e seus asseclas mantidos pelos nepotismos estão com seus dias contados. Sem a vontade política de querer mudar, a
sociedade fará um corte costura à altura de seus desejos e ambições. Focar no social é muito bom, melhor seria criar condições de crescimento e partir logo de cara para a reforma tributária, com alíquotas regressivas e progressivas, zerando aquelas para alimentos e remédios.

Afora isso, transferir o grave problema da previdência para a complementar que tem recursos e fundos específicos os quais são provedores da suplementação dos montantes de remuneração condizente com o poder aquisitivo. O mais grave defeito dos nossos últimos governos foi, sem sombra de dúvida, exterminar com a classe média, um perigoso precedente, afunilando o fosso entre muito ricos e miseráveis, o que provoca ódio, luta entre classes e a estranheza que salvadores da pátria com bolsas sociais irão nos tirar da fome, da miséria e da pobreza secular, enquanto se permitem desvios bilionários e lidam com recursos do contribuinte assaltando a luz do dia as estatais e seus fundos de pensão.

Não se faz aqui e nem poderia ser esse o palco próprio um discurso outro exceto pela credibilidade do Estado livre das amarras de vontades pessoais de candidaturas pouco simpatizantes com a democracia. Patinamos desde a renúncia de Janio Quadros em 1961 e até hoje nosso presidencialismo é fraco e de conchavos entre executivo e legislativo.

Só aparece o judiciário para catapultar a corrupção e banir os corruptos dos seus cargos. Porém a sociedade acordou e não quer mais do mesmo. Está à procura não de um salvador, mas de alguém que seja capaz de fazer a transição. Nossos partidos faliram, seus lideres envelheceram, não se acostumaram à troca de bastão e por tais motivos hoje experimentamos tempestade perfeita.

O sucateamento da máquina estatal é fruto dessa irresponsabilidade total, fiscal e gerencial administrativa, a fadiga do material é inequívoca, os partidos sumiram, os candidatos são olhados como salvadores e as  legendas não mais existem. 

Precisamos chegar a tal ponto para que os velhos achacadores políticos despertassem do berço esplendido e concluíssem que a democracia brasileira é uma panacéia um misto de forças econômicas e uma rebeldia popular nas urnas, cujos índices de abstenção, votos nulos e brancos acendem a luz amarela para o novo amanhã.

Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Golpe jurídico indica que PT atesta derrota prévia

 
20 de out às 05:55

Alerta Total


Posted: 19 Oct 2018 04:34 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O PT deu ontem uma demonstração de que apenas deseja vender bem cara sua derrota inevitável na eleição presidencial, ao ingressar com a surreal “Ação de Investigação Judicial Eleitoral por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação”, para tornar inelegível a chapa de Jair Bolsonaro com o General Antônio Mourão. Os petistas apelam para o “tapetão” porque já estão convictos de que não conseguem reduzir a imensa distância, na intenção de voto, entre Fernando Haddad e Bolsonaro.

A ação desesperada do PT será analisada pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi. O show de oportunismo é tanto que o presidente do PDT, Carlos Lupi, promete uma outra peça jurídica pedindo o cancelamento ou a nulidade das eleições presidenciais de 2018. Se Bolsonaro for considerado “inelegível no tapetão”, a nove dias da eleição, PT e PDT querem que o TSE determine que a disputa final para a Presidência da República seja disputada entre Fernando Haddad e Ciro Gomes (o terceiro colocado). A petelândia está tirando onda com nossa cara...

O presidenciável do PSL usou o Facebook para reagir ao golpe judicial da petelândia: “A Folha de São Paulo, sempre a Folha de São Paulo... é um jornal que realmente cada vez se afunda mais na lama. Eles publicaram matéria dizendo que empresários bancam campanha contra o PT, me acusam de estar fomentando isso junto ao empresariado, mas não temos necessidade disso. Não tem prova de nada e a Folha fica jogando nesse time do Haddad. As verdades são mais do que suficientes, todos vocês se lembram de 13 anos do PT, aí sim tem Caixa 2, corrupção generalizada, assalto a estatais, quebra de fundos de pensão, doação do dinheiro do BNDES para ditaduras de todo o Brasil, esse é o PT”.

A advogada Janaína Paschoal, deputada estadual eleita por São Paulo, destaca a inutilidade da ação petralha. Via Twitter, Janaína detonou: “Amados, li a AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) proposta pelo PT em face da chapa Bolsonaro/Mourão. Não há nenhum documento a instruir a denúncia. O PT se baseia unicamente na matéria da Folha, que não apresenta documento nenhum”.

O vice-procurador eleitoral Humberto Jacques de Medeiros usou a assessoria do MPE para avisar que não concederá entrevistas para falar sobre o assunto. Medeiros argumenta que o órgão não pode antecipar qualquer posicionamento sobre casos em análise. A assessoria informa que a atuação dos pedidos de investigação apresentados ao órgão será feita no âmbito das demais representações que forem encaminhadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A coisa ficou tão tensa que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, convocou uma coletiva de imprensa para esta sexta-feira, às 16h, no prédio do TSE em Brasília. Participam da entrevista o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Sérgio Etchegoyen, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro. O objetivo deles é provar a lisura do pleito eletrônico sem direito à conferência de voto.

A essa altura do campeonato eleitoral, é puro golpe e muita loucura a tentativa de impugnar a chapa dos favoritos Bolsonaro e Mourão. Os sete advogados da petelândia fracassarão na tentativa de alegar um suposto crime que é muito difícil de configurar. O PT passou ontem o recibo da derrota previamente anunciada. Os seguidores do “deus” Lula querem apenas vender caro o fracasso eleitoral...


Recado da Maitê



Quantos milhões a petelândia vai mentir que a Maitê levou para dar este depoimento impagável contra os verdadeiros ditadores da História?




Viralizando de graça...

Confira o texto repassado, a pleno vapor, por eleitores de Jair Bolsonaro nas redes sociais:

"Declaro que faço campanha pelo whatsapp e pelo facebook para meu candidato Jair Bolsonaro de GRAÇA, somente pela esperanca de ter um país livre do PT. Melhor jair se acostumando
eu vim de graça".

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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 19 de Outubro de 2018.
Posted: 19 Oct 2018 03:01 AM PDT



“País Canalha é o que não paga precatórios”

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine”. (Paulo de Tarso)

Não sou teólogo. Não tenho procuração para defender sua Santidade o Papa Francisco. Tenho por ele um enorme respeito e, após ver o breve vídeo acima, uma enorme simpatia.

Um menino pequeno perde o pai. Com o coração dilacerado, pergunta ao Pontífice se o amado falecido poderia estar no Céu.

Em sua magnanimidade, o nosso Vigário de Cristo, opta pelo milagre de relevar o fato de ser ateu o defunto e dá a criança uma resposta confortadora.
Podem chamá-lo de Antipapa, mas tivesse dito ter ido ao inferno uma criatura de Deus, seria massacrar um inocente, como Herodes.

Santo Tomás de Aquino deveria de ignorado Aristóteles pelo simples fato de este ter sido pagão?

Em seu livro “Lepanto”, Chesterton, um dos maiores pensadores do século XX, faz elogio aos que lutam o bom combate; como Paulo.

Nós humanos não somos perfeitos. Somos PERFECTÍVEIS.

Às vésperas da batalha que livrará o BRASIL do jugo de Satanás, perfilemo-nos nas legiões de São Miguel Arcanjo, dos discípulos de Caxias e de nós, leigos, patriotas e homens de bem.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Posted: 19 Oct 2018 03:07 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

Os que apoiam a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro fazem-no na certeza de que as intenções dele em consertar os “estragos” feitos no Brasil, desde a tal “Nova República” ,do José Sarney, de 1985, incrementados  no período da “dupla” PT/MDB, a partir de 2003, até hoje, são intenções sinceras e verdadeiras.

O grande problema ainda a resolver é se, caso eleito, a partir de 1º de janeiro de 2019, Bolsonaro e a sua equipe  conseguiriam, ou não, fazer os consertos que prometeram, e que o Brasil precisa. Não vai ser nada fácil reerguer um país em “cinzas”, que chegou à beira do precipício da falência política, moral, social  e econômica. E a mais danosa de todas essas “falências” teria sido  exatamente a corrupção sistêmica e irrefreada que se instalou sem dó  em todos os níveis políticos  dos Poderes da União, dos Estados, e dos Municípios.                                      

Mas a grande dúvida é se a “podridão” política teria vindo  “lá de baixo”, dos Estados e Municípios, e  contaminado  Brasília, ou  exatamente o contrário ,ou seja, que Brasília teria contaminado os demais entes federativos “lá de baixo”. Mas essa discussão jamais será desvendada. Ademais, ela seria tão infrutífera  quanto o dilema sobre quem surgiu primeiro:  se o ovo ou a galinha.

A grande verdade a ser enfrentada de peito aberto é que um eventual Governo de Jair Bolsonaro não conseguiria construir quase nada de positivo e benéfico à sociedade brasileira sem que previamente “destruísse” todos os percalços e embaraços criados na política do passado.                                                                                                                                                      

E desses “embaraços”, o primeiro e mais importante deles talvez fosse  exatamente o “embaraço humano”, constituído por uma “população” política da pior qualidade, na sua maioria oriunda  do “esgoto”, da  “escória” da sociedade brasileira.                                                                                                                                                    

Já o segundo “embaraço”, quase tão  importante quanto o primeiro, estaria nas LEIS e na própria CONSTITUIÇÃO que esses larápios da política escreveram. A  Constituição vigente, a de 1988,por exemplo, à qual o candidato Bolsonaro, surpreendentemente, jurou fidelidade “canina”, para  começo de conversa resultou de uma grande farsa. Quem lembra do fracassado “Plano Cruzado”, do Governo Sarney? Quem lembra que foi sob a sombra desse plano fracassado que foi eleita  a maioria  dos constituintes, do MDB, partido do próprio Sarney, que escreveram a Carta de 1988? Quem lembra que o povo conseguia comprar galinha barata somente durante poucos meses, até a eleição que elegeu os constituintes de 88? E que logo-logo, após  eleitos, “soltaram os freios” desse plano , “estourando” uma  economia que era mantida sadia  artificialmente?

Tornou-se moda hoje em dia  falar a todo  momento em “fraude eleitoral”, considerando certas suspeitas com as urnas eletrônicas usadas pelo TSE ,conjugadas com  as “pesquisas eleitorais”, que estariam sendo encomendadas  e pagas para prejudicar a candidatura de Bolsonaro. Mas parece que até hoje ninguém se “antenou” em falar em “fraude constitucional”, como aquele artifício fraudulento usado pelo  MDB para eleger os “seus” constituintes  e escrever a “sua” Constituição, a de 1988. E que, diga-se de passagem, deu início, garantia e total sustentação a toda a bandalheira política que se instalou no Brasil durante  esse nefasto período. Como, então, jurar fidelidade a essa “coisa”?

Posso até lhes garantir que ,se tivéssemos uma Justiça melhor  qualificada, essa eleição dos constituintes de 1988,e portanto a própria Constituição que eles escreveram, por óbvia consequência, poderiam  ser anuladas, pelos  “vícios de consentimento/vontade” que  poderiam afetar  os eleitores nas suas escolhas, que caíram nessa  armadilha: a armadilha do Plano Cruzado.                                    

Como ficar de joelhos, portanto, frente a alguma   “coisa” produto de fraude, erro, ignorância  e mesmo dolo? Que “moral” teria essa tal “constituição” para merecer tanta fidelidade? 

Quanto ao conjunto de toda a legislação, os lacaios que se adonaram da Política, dos Governos,  das Casas Legislativas ,e dos próprios Tribunais, essa “obra” toda poderia ser equiparada a  um grande “muro”, ou  talvez um “CINTO DE SEGURANÇA”, que resguardaria os seus autores de serem punidos no futuro  por seus eventuais excessos e má-fé. Criaram, para si próprios, “seguranças” que os deixariam “intocáveis”, a maior delas chamada “constituição”, sempre escrita pelos próprios políticos , em causa própria, usando a “sagrada” fantasia de “constituintes”.

Então, meu caro Presidente Bolsonaro, não perca tempo em tentar resolver os problemas do Brasil por intermédio  dos políticos e das leis que eles escreveram. Vossa Excelência não terá outra alternativa que não seja a de usar temporariamente um remédio excepcional, porém resguardado por um dispositivo da Constituição, mais precisamente, aquele previsto no seu  artigo 142, que trata da intervenção militar constitucional. Seria a única chance de consertar o Brasil, fazendo uma “limpa” nos políticos sujos e nas leis muitas vezes também “sujas” que eles escreveram. Em 1964, certo ou errado, nem importa agora essa discussão, fizeram tudo o que achavam necessário sem uma autorização constitucional  expressa. Mas hoje ela existe .           

E até agora esse artigo (CF art.142) só foi usado para acabar com briga de cachaceiros em “boteco,”ou fazer demagogia barata usando e mesmo desviando  a real missão das Forças Armadas.

Creio que um só “Ato Institucional”, talvez embutido nos termos  da própria “intervenção”, já seria o suficiente para  limpar a sujeira política acumulada no Brasil  durante tanto tempo ,dele fazendo um país justo e próspero para as nossas gerações futuras. Tudo com inúmeras cassações de mandatos e cargos públicos  de maneira sumária.  E não se poderia perder a oportunidade de pensar-se também logo numa nova Constituição, condizente com a nova ordem política, jurídica e econômica a ser instalada.

A Constituição vigente seria “intocável”? Pétrea? Mas também não eram “intocáveis” e “pétreas” TODAS as outras  constituições anteriores? As de 1824 (monárquica), de 1891 (republicana),1934 (37),1946, e 1967 (69)?

Que “intocabilidade” e “petrificação” das constituições então seriam essas?

Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.