José Serra alega que é preciso explicar que não existe golpe
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, negou que esteja partidarizando a condução da política externa do país, após o Itamaraty enviar a todas as embaixadas uma circular com a orientação para que a tese de que o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff é um “golpe” seja “ativamente combatida”.
Segundo
Serra, o documento é uma forma de “uniformizar” o discurso em resposta a
“acusações infundadas” de “alguns setores das Américas”. Citando um
provérbio francês, o ministro ressaltou que o Itamaraty tem reagido a
ataques de países que criticam o governo interino do presidente em
exercício Michel Temer.
“Se
nós somos atacados, reagimos em um tom menor. Não é em um tom maior,
mas não podemos ser acusados de nos defender. Ou seja, se nos atacam,
nos defendemos. Estamos sendo atacados, se nos defendemos, mesmo em um
tom menor, somos acusados de nos defender? Não tem sentido. Se tem
ataques, a gente se defende. E instruímos o corpo diplomático inteiro
nesse sentido”, argumentou Serra.
Entre
outros pontos, a circular distribuída a todas embaixadas brasileiras
ressalta que o processo que levou ao afastamento de Dilma observou as
regras e todos os ritos estabelecidas na Constituição.
MENSAGEM POLÊMICA
Em
março, ainda no governo Dilma Rousseff, aconteceu o contrário: o
diplomata Milton Rondó Filho enviou mensagem às embaixadas, consulados e
escritórios brasileiros em todo o mundo denunciando o que chamou de
“golpe” e “processo reacionário em curso no país contra o Estado
Democrático de Direito”, referindo-se ao impeachment da presidente
afastada.
A
mensagem foi desautorizada e tornada sem efeito pelo Itamaraty e o
diplomata foi advertido. Por causa dos telegramas, o então ministro das
Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi convidado a dar explicações à
Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
27 de maio de 2016
Deu na Agência Brasil
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