Posted: 02 Nov 2017 06:05 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Torquato
Jardim se transformou em um dos maiores cabos eleitorais da candidatura
presidencial de Jair Bolsonaro. O sincericídio do Ministro da Justiça
reforçou a tese de que o Crime Institucionalizado precisa ser banido do
Brasil, justamente porque roubalheira e a violência são promovidas por
agentes estatais que deveriam garantir a Segurança e impedir a
impunidade. O momento brasileiro exige tolerância zero com a corrupção
generalizada e sistêmica.
Depois
que promoveu uma completa desmoralização retórica do governo do Estado
do Rio de Janeiro, Torquato tem o dever moral e funcional de dar nomes
aos bandidos a quem tem feito, insistentemente, referência. Além de
ajudar a legitimar o discurso do Bolsonaro, Torquato ainda corre o risco
de incorrer em crime ao não revelar tudo que sabe sobre os corruptos
fluminenses. Se ele fala com tanta propriedade, é que porque a Polícia
Federal, sua subordinada, lhe contou. Torquato tem que denunciar tudo ao
Ministério Público e cobrar que o judiciário puna os canalhas.
Lamentavelmente,
parece que o ministro da Justiça não está contando tudo que sabe. A
importância e dever funcional de seu cargo não permitem, legalmente, que
cometa o crime de omissão. É inaceitável que ele continue fazendo
críticas genéricas, sem apontar o dedo para os bandidos na máquina
publicado desgoverno do Estado do Rio de Janeiro. O ministro desafia as
autoridades fluminenses a provarem que ele está errado sobre as conexões
entre comandantes da Polícia Militar e (o que ele chama,
incorretamente) de “Crime Organizado” (na verdade o narcotráfico, agora
comandado também por milícias chefiadas por policiais).
A
desculpa de Torquato Jardim em uma entrevista ao jornal O Globo é
esfarrapada: “Não é questão de apontar nomes. Isso é secundário. No mapa
eleitoral do Rio de Janeiro, você tem cerca de 840 zonas mais perigosas
onde moram um milhão de cariocas. Pelos dados oficiais, você sabe quem
são os mais bem votados. E isto está sendo estudado pelo TSE, com a
participação do Ministério da Justiça, do Gabinete de Segurança
Institucional, da Defesa, da Agência Brasileira de Inteligência e da
Polícia Federal”.
Resumindo:
Não é só Torquato quem deve esplicações. Outras autoridades por ele
citadas também não podem ficar em silêncio ou, pior ainda, não agirem
com eficácia e prontidão contra o Crime Institucionalizado. Se Torquato
continuar causando tanta confusão, terminará colaborando para eleger
Jair Bolsonaro no primeiro turno. Será que o chefe dele, Michel Temer,
está querendo isto?
Quarteto condenável
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