O criminalista e professor de direito da Universidade de Brasília (UnB) Cléber Lopes de Oliveira atribui o aumento na quantidade de brasileiros presos no exterior ao incremento dos mecanismos de segurança. “Quando um brasileiro é preso, ele é submetido à lei do país onde foi detido. Cada nação tem soberania para aplicar sua legislação para àqueles que praticam crimes em seu território”, explica.
Oliveira alerta para legislações severas em que países aplicam aos crimes mais comuns cometidos por brasileiros. “O tráfico está diretamente ligado ao termômetro social. Ele tem um agregado muito forte, homicídios, lavagem de dinheiro, furtos e roubos. Esse crime, diferentemente do Brasil é punido com pena de morte, prisão perpétua e penas altíssimas”, adverte.
O sociólogo Antônio Carlos Mazzeo, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ressalta que, nos últimos 30 anos, o brasileiro virou imigrante. “Muitos procuram a cidadania em casos de descendência, isso na busca de alternativas que possam ser melhores que as dificuldades financeiras e de justiça social que o Brasil oferece”, pondera.
Para ele, o envolvimento com o crime é um indicador do que ocorre no país. “É comum o envolvimento do imigrante com grupos de crime organizado em momentos de dificuldade financeira. Eles cooptam o imigrante que está fragilizado, oferecendo meios para ele viver. Não é uma prática que abate somente brasileiros. Muitos são especializados nesse recrutamento”, ressalta. (OA).
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