segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Abuso de Autoridade



16 de ago às 07:23

Alerta Total


Posted: 15 Aug 2019 07:11 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli

O surreal projeto de lei aprovado pelo parlamento sujeitar-se-á à sanção presidencial, mas é preciso dizer que os efeitos da operação Lava Jato e o combate sem tréguas à corrupção, ao invés de projetarem uma legislação moderna e eficaz, fizeram com que se legislasse o estatuto do criminoso ou um código do malfeitor.


Não se pode aplaudir, de modo algum, referido projeto que mais ameaça as autoridades e privilegia o criminoso, sendo que a redação é falha, equivocada e lacunosa, para dizer o menos, a tipificação abstrusa e as consequências impiedosas.


A partir do artigo nono, vamos descrever o absurdo teratológico de um projeto cujo viés é de reprimir o combate ao crime organizado e tornar a corrupção caminho da impunidade. A privação de liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais passa, pasmem todos, a ser crime,mas o que significa fora do padrão normal, aquilo que é vinculante, que a jurisprudência aceita, ou que o STF posiciona.

Incorre na mesma pena a autoridade que dentro de prazo razoável, ninguem pode traduzir ou significar o que esse conceito traduz, não relaxar o flagrante ou aplicar medida substitutiva. Ou deixar de conceder liminar ou ordem do Habeas Corpus. A norma tem duplo sentido para o primeiro grau mas também para o segundo como se ambos pudessem irradiar culpas e responsabilidades solidárias.

Há também o delito de constranger o preso, exibir o corpo, situação vexatória ou fazer prova contra si, ou seja, o banditismo agora recebe salvo conduto carta de alforria, ao passo que o policial, o condutor da ordem, o próprio delegado deve se conter para não expor ou publicizar a figura do delinquente.

Causa a mesma tipologia fotografar ou filmar o preso, como se fosse possível, já que nos Países modernos as câmeras detectam por imagem os foragidos e com mandado de prisão em aberto. Mas não é só: cria-se um verdadeiro conjunto de regras protetivas ao preso transformando a autoridade no seu algoz que tripudia sobre a sua pessoa e exerce papel a merecer responsabilidade penal.

Grave ainda se refere ao bloqueio em excesso de valores sem que se corrija a medida, o que torna o magistrado uma espécie de responsável pelos erros de partes ou de cálculos realizados até pela contadoria, ou mediante perícia. A interceptação constitui crime e nisso apenas andou bem já que todo o serviço judiciário deve estar sob o manto de informações necessárias para se evitar invasão ou hackers interessados na demonização e destruição dos valores da sociedade.

O artigo 30 é outra pérola que dita que a persecução criminal, civil ou administrativa, sem justa causa, pode levar à detenção de um a quatro anos e multa, com a absoluta disfunção do papel de ordem constitucional, e mais
estender injustificadamente  a investigação conforme artigo 31 acarreta mesma tipologia criminal.

O artigo 37 reflete a demora demasiada, termo genérico, sem noção e conceituação, para pedido de vista, no julgamento colegiado, com intuito de procrastinar ou retardar seu julgamento. Indaga-se qual é o juiz em sã consciência que tem interesse de não julgar ou pedir vista apenas para sonegar jurisdição, se a sociedade e todos os demais interessados jogam seus holofotes nas corte superiores.

Enfim e no conjunto geral, o Presidente orientado pelo Ministro da Justiça deve, no mínimo, vetar dez artigos, a fim de que a nobre atividade da justiça não sofra mordaça, camisa de força ou seja submetida ao escárnio vexaminoso e vergonhoso de se criar um código para o bandido e desprestigiar, com irrazoabilidade incomum, o dever de agir da autoridade, gravíssimo retrocesso que poderá fazer solapar o disfuncional estado democrático de  direito no Brasil jabuticaba.

Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Posted: 15 Aug 2019 03:31 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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Jair Messias Bolsonaro foi colocado diante de um crucial desafio no combate efetivo e real à corrupção sistêmica do Crime Institucionalizado. O Presidente irá ou não vetar o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade, covardemente aprovado pela Câmara dos Deputados, que é uma vingança contra a Força Tarefa da Lava Jato? Até que ponto Bolsonaro tem capacidade e vontade de confrontar o botafoguense Rodrigo Maia e tudo que ele representa?

Eis um teste de fogo para Bolsonaro. Agora é hora de comprovar que não basta ser Mito. É mais importante para o destino imediato do Brasil – e do próprio governo dele – que Bolsonaro reafirme, na canetada Bic ou Compactor, que seu compromisso no combate ao Crime está realmente acima de tudo. Está na cara que o projeto dos políticos não deseja, de verdade, coibir abusos de autoridade. O plano é inibir e punir policiais, promotores e magistrados com coragem de enfrentar criminosos realmente poderosos.

A pena para quem cometer abuso de autoridade é de detenção de seis meses a dois anos, podendo começar em regime aberto ou semiaberto, além de multa. São previstas 37 ações que poderão ser consideradas abuso de autoridade, quando praticadas com a finalidade específica de prejudicar alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro. Seu ponto alto é a chamada "Lei da Mordaça", impedindo juízos e promotores de expressarem opinião, em meios de comunicação, sobre processo pendente de julgamento.

O texto aprovado tem tudo para turbinar a guerra de todos contra todos os poderes. A Lei define os crimes de abuso de autoridade cometidos por servidores públicos, militares, membros dos poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, do Ministério Público e dos tribunais ou conselhos de contas. Por isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, considera tudo "justo": "O texto é o mais amplo, onde todos os poderes respondem a partir da lei".

Agora, tudo depende da caneta de Bolsonaro: aprovar, vetar total ou parcialmente. A canetada pode coincidir com o tão aguardado anúncio do novo Procurador-Geral da República. A galera do bem torce para que Bolsonaro escolha um “processador”, e não um “engavetador”. A sorte – ou o azar – estão lançados... O certo é que, de bem intencionados, o Congresso Nacional está cheio...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.  A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Apenas solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 15 de Agosto de 2019.
Posted: 14 Aug 2019 10:01 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fábio Chazyn

Capitulo IX: “O que é Futuro?” – Parte I

Quem não tem passado, não tem futuro! O nosso passado é hoje. Vamos construí-lo!

“A paz no futuro se constrói com as glórias do passado”, disse o poeta cuja inspiração louvamos cada vez que cantamos o nosso Hino. Tudo depende de nós, aqui e agora! O futuro de um país se constrói pelas mãos dos seus cidadãos, que somos nós. De carne e osso. E sonhos...

Conflito no seio da sociedade é atentado ao futuro da Nação. Nosso desafio atual é conseguir reintegrar alguns brasileiros inconformados que insistem em olhar pr’a trás com saudades do que era, mesmo que aquilo tenha nos dado a vergonha de ficamos conhecidos como cidadãos de um país onde a falta-de-vergonha pulula (também me envergonho do quase-pleonasmo!).

A recuperação de um equilíbrio depende do expurgo do que lhe afeta. Precisamos de todos os cidadãos no expurgo do mal e na reconquista da honra de todos.

Mesmo divididos, temos que reconhecer que somos todos brasileiros, no mesmo barco; não remando na mesma direção, não vamos sair do lugar.

A Pátria precisa conquistar glórias para construir a paz no futuro. Sem Pátria, um cidadão não tem identidade.

A recíproca é verdadeira: uma Nação não existe sem cidadãos. É como um clube de futebol: um time sem jogadores não é um time e um jogador sem time não pode jogar. A relação entre os jogadores do time é como a cidadania: todos por um e um por todos. Sem solidariedade entre os jogadores, o time não pode vencer, assim como sem solidariedade entre os concidadãos, uma Nação não pode ter futuro.

Os cidadãos só resolvem suas diferenças com outros cidadãos preservando o sentimento comum do patriotismo. “Dos filhos deste solo és mãe gentil” e, como tal, se engrandece com a solidariedade entre eles.

Uma sociedade dividida adoece uma Nação que, desarticulada internamente, se fragiliza e vira prêsa fácil de predadores-forasteiros disfarçados de protecionistas-ecologistas. O ataque atual à nossa competência de proteger a nossa Amazônia que o diga. Muita calma e prudência nessa hora!

O fio que tece o tecido de uma sociedade é o patriotismo; une um cidadão ao outro e, todos juntos, à Nação, seu último e sagrado refúgio.

Seria possível tecer o tecido de uma sociedade com fio imaginário? Fios imaginários conduzem a sonhos, mas não ao futuro. A solidariedade é a origem de tudo. É a base da moral de cada cidadão e da ética da cidadania.

A Bíblia de uma Nação é a sua Constituição. É o Templo do Princípio da Fé e da Honra.

O Futuro do País será a Paz entre seus Cidadãos ou não será!
Por uma Nova Constituição de Princípios! Viva o Futuro do Brasil!

Próximo Capítulo da Série “O Brasil tem Futuro?” – Cap. X: “O que é Futuro?” - Parte II

Fabio Chazyn, empresário, engenheiro, cientista político, mestre em história econômica pela London School of Economics e escultor. Autor do livro: “Consumo Já!” – Por um Novo Itamaraty (2019)
fchazyn@chazyn.com
Posted: 14 Aug 2019 10:00 PM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Os militares brasileiros estão dentro de um labirinto com paredes espelhadas e móveis.

Quando pensam ter encontrado a rota de saída para a enorme crise moral, financeira e educacional do país, as passagens mudam de lugar e frustram seus objetivos.

Em nome da manutenção da “paz social” vem tolerando toda sorte de abusos e traições do Poder Judiciário.

Para evitar uma ruptura (inevitável) prevaricam em nome de um bem maior, a manutenção do status quo.

O Brasil está sitiado e a cada dia o sitiante se fortalece e o sitiado se enfraquece.

Por estarem em sua zona de conforto (eufemismo para preguiça) olham todos os dias para os espelhos sem advertir que são modernos Dorians Grays.

Desta vez não é preciso que uma criança inocente diga que o Rei está nu.

Basta a palavra de um velho, sem medo da morte nem de retaliações.

Um florentino disse há quinhentos anos atrás, que toda república corrupta termina em principado (governo forte).

A infecção é generalizada. Sem remédios heroicos vira a septicemia seguida de morte.

Se for esse nosso destino, façamos como Camões: morrer na Pátria, pela Pátria e com a Pátria.

O resto é pura vaidade.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 14 Aug 2019 10:00 PM PDT




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