Yuval Noah Harari está com 42 anos de idade e completou com muito brilho a sua trilogia autoral. Depois do “Sapiens: uma breve história da humanidade” e “Homo Deus: uma breve história do amanhã”, que já venderam mais de 12 milhões de exemplares em 45 países, o autor israelense prepara-se para lançar o seu terceiro título, “21 lições para o século 21”, em que focaliza o nacionalismo e as correntes religiosas associadas a ele.

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Segundo Harari, que é professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, as principais barreiras a uma transformação da natureza humana por meio de biotecnologia e da inteligência artificial deixaram de ser técnicas e passaram a ser políticas e éticas, portanto mais frágeis.

Tomando por base os avanços na medicina e na biologia desde 1918, ele raciocina que em 2118 a bioengenharia e as interfaces diretas cérebro-computador mudarão os seres humanos, como hoje fazemos com animais: “A tentação de criar super-humanos será irresistível.” E a religião poderá nos ajudar a lidar com muitos desafios do século XXI. Com a certeza de que, sobre o clima, nenhuma nação é realmente independente.

Ao se debruçar sobre o presente, o autor focaliza temas de absoluta atualidade como tecnologia, política, religião, violência, educação, fake news, justiça, ficção científica, sem deixar de referir a autoajuda, humildade e meditação. Alguns temas são recorrentes: a tecnologia ameaça empregos e a própria identidade humana, pensando no horizonte dos próximos anos.

Harari, com o seu conhecimento de causa, cita o homem e sua incrível capacidade de criar ficções e acreditar nelas. Isso nos distingue de outros mamíferos. As fake news, de curta ou longa duração, podem ser exemplificadas no caso das religiões, o que nos obriga a procurar sempre fontes confiáveis de informação. Assim caminha a humanidade.

Fonte: “O Globo”, 01/09/2018