segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O Estado de São Paulo – Embaixador toma posse como número 2 do Itamaraty


Por Lu Aiko Otta

Chanceler Ernesto Araújo nomeou Otávio Brandelli como secretário–geral, que ficará a cargo da máquina do ministério

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deu posse ontem ao embaixador Otávio Brandelli no posto de número 2 da pasta, o de secretário–geral. Trata–se do cargo mais elevado da casa, que é exclusivo dos diplomatas de carreira.

Em seu discurso, Araújo fez uma analogia: o presidente da República seria o arquiteto, o chanceler, o engenheiro, e o secretário–geral, o “mestre de obras” na construção de uma nova política externa para o Brasil. Ele frisou que sua gestão não se limitará a administrar a pasta, mas sim “construir algo”.

Brandelli, por sua vez, abriu seu discurso agradecendo sua “promoção” a mestre de obras. A brincadeira deixou clara a amizade entre os dois. Araújo contou que eles se tornaram amigos quando serviram em Bruxelas, nos anos 90. “Olho para o Otávio e sei o que ele está pensando, qual é o trocadilho”, disse o ministro, sorrindo. Brandelli confirmou, dizendo que a comunicação entre ambos é praticamente “telepática”.

Gaúcho como Brandelli, Araújo terminou seu discurso dizendo que será necessário abrir uma exceção ao lema proclamado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua posse, que a bandeira verde–amarela jamais será pintada de vermelho. “Exceto se for a do Inter.”

Responsável pela administração da máquina do Itamaraty, Brandelli afirmou que dará “atenção prioritária” a um problema que aflige o corpo diplomático: o fluxo de carreira. Ele admitiu que esse problema “aflige” seus colegas e prometeu mudanças para “preservar a capacidade de recrutar e manter os melhores quadros do Brasil”.

Hoje, o Itamaraty convive com um inchaço nos níveis hierárquicos mais baixos causado pelo grande número de concursados durante a gestão de Celso Amorim, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010).

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