Posted: 28 Jul 2019 10:00 PM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
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Como a equipe econômica de Jair Bolsonaro vai reagir se estourar uma crise econômica, a partir dos Estados Unidos da América – conforme muitos estudiosos fazem previsões? Qual seria o impacto da eventual recessão ou subida de inflação norte-americana sobre o Brasil? Estamos preparados para enfrentar tamanha turbulência, justamente no momento em que o País começa a projetar uma recuperação com perspectiva de crescimento e desenvolvimento?
Aqui neste Alerta Total, o administrador e estudioso da dinâmica econômica internacional, Luiz Antônio Valle, produziu mais um artigo advertindo que estamos fragilizados e sem instrumentos de pressão adequados para que o Brasil possa se contrapor aos geradores da crise que se avizinha. O fato crítico já é tratado no andar de cima do poder, sendo levado a sério no comando das grandes empresas. O debate ainda não trazido para o mundinho da mídia – que prefere perder tempo com babaquices verdevaldeanas e nos ataques impiedosamente sistemáticos a Jair Bolsonaro e seus factóides.
Valle escreveu: “Segundo dados do Bacen em maio de 2019 o Brasil possuía reservas US$ 388,09 bilhões, o que vem se mantendo em patamar semelhante a sete anos consecutivos, uma vez que em maio de 2012 nossas reservas eram de US$ 373,91 bilhões. Esta reserva atual é considerada por muitos economistas como elevada e confortável, uma vez que se considerarmos o PIB brasileiro, dá uma sensação de segurança em função do seu montante”.
O estudioso prossegue: “Entretanto, além de quantidade deve ser considerada a qualidade dos ativos, vez que poderíamos vê-la como segura, não fosse pela natureza da sua composição. Surpreendentemente destes US$ 388,09 bilhões temos US$ 363,32 bilhões em títulos e somente US$ 7,98 bilhões em moedas estrangeiras, ou seja, 93,62% das nossas reservas são títulos, o que é uma exposição muito acima dos demais países!”
Valle critica a “opção” brasileira: “Não bastasse a vulnerabilidade óbvia é um péssimo negócio financeiro, pois em 2018 pagamos, em média, 9,5% a.a. sobre os títulos brasileiros que financiam a dívida pública, emitidos para 5 anos, e recebemos 3% a.a pelos títulos norte-americanos que compramos, emitidos para o mesmo prazo. Para deixar mais clara a frágil situação, que é contrária a estratégia dos demais países que mostrei, a participação do ouro nas reservas brasileiras é de insignificantes US$ 3,05 bilhões, ou seja, 0,79% do total”.
Luiz Antônio Valle chama atenção para o problema crucial: “Numa crise global, de acentuado aspecto de liquidez, se os emissores dos papeis que mantemos em nossas reservas virarem para o Brasil e disserem que precisam dilatar o prazo do vencimento devido a crise, ou que simplesmente não podem honrá-los, o que o Brasil faria? Qual instrumento de pressão ele tem para forçá-los? Óbvio que nenhum”.
É fundamental que a equipe de Bolsonaro – não só a assessoria do Paulo Guedes, mas, sobretudo, os militares – dediquem um pouco de tempo para um debate interno, estratégico, sobre os riscos de uma crise globalitária no momento delicado em que o Brasil vive (e os brasileiros sobrevivem). Brevemente, o governo e os políticos vão aprovar a reforma previdenciária que for possível (se será boa ou ruim, o tempo é que dirá). Depois dela, vem a prometida fase de novos negócios e uma nova pancadaria em torno da reforma tributária em uma Federação de mentirinha, muito desperdício e imensa corrupção, como a nossa.
Não tem moleza... Em paralelo com a retomada econômica (ficando esperto para o risco da crise externa), o Brasil tem de conquistar vitórias objetivas contra o Crime Institucionalizado. O problema concreto precisa ser lembrado a todo instante: como a corrupção tem aspectos estruturais e culturais, é imprescindível que o Governo Bolsonaro vá muito além do discurso e comprove que o enfrentamento da corrupção acontece na prática, na vida real, de forma perceptível pela maioria da sociedade.
O Alerta Total insistirá por 13 x 13, até cansar: Bolsonaro tem de nomear um Procurador-Geral da República que seja “processador” e não “engavetador” de investigações, inquéritos e processos. Se o Brasil não for muito além da famosa Lava Jato, o crime continuará hegemônico, com reflexos trágicos sobre o desempenho econômico – que foi arrasado pela corrupção dominante desde 1985, com a deplorável “Nova República”.
Usando uma metáfora futebolística – que os nossos poderosos populistas adoram -, o Brasil tem que ser “desamarrado”... Igual ao Flamengo do Paulo Guedes – que investe alto e espera por um milagre do Jesus – o técnico português...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
Jorge Serrão é Editor-chefe do Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Apenas solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 29 de Julho de 2019. |
Posted: 28 Jul 2019 10:00 PM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Para nós, feitos de carne e osso, a coisa chegou ao fundo do poço.
Ninguém aguenta mais conviver com esses animais.
Um arquiteto sem noção, projetou um zoológico em que as jaulas dos predadores ficavam em frente às dos predados.
Estresse geral ! Não adianta explicar pros bichos que as jaulas são bem construídas, que não há perigo de escaparem das mesmas, etc.
Um animal vê o outro; sente seu cheiro, ouve seus grunhidos e todos ficam desesperados diante de um iminente ataque ou da frustração de não conseguir fazê-lo.
Assim estamos nós, os não gramscizados.
Não adianta que a besta esteja enjaulada. Dadas as regalias concedidas, todos os dias temos o desprazer de vê-la e ouvi-la na mídia canalha.
Outro dia, um homem brilhante fez uma analogia entre o molusco e o Ayrton Senna.
O primeiro, maucaratista militante (nas palavras de Odorico Paraguaçu); o segundo, escolheu uma profissão de alto risco. Poderia dar merda (e deu !).
Cumprir a lei estritamente, para quem não tem curso superior,”poderia” causar uma “comoção nacional” como o fez a morte do automobilista.
Nós, mais velhos, somos do tempo da “Dura Lex sed Lex”.
Hoje restou apenas: “No cabelo só Gumex”.
Perdemos todos: O Brasil, a Justiça e todos os homens de bem.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
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Posted: 28 Jul 2019 10:00 PM PDT
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Por H. James Kutscka
- Cadê o ouro que estava aqui?
- O gato comeu.
O caro leitor/a pode pensar, com toda razão, que pretendo, nesse artigo, falar à respeito da ação cinematográfica ocorrida na última quinta-feira, quando alguns “amigos do alheio“, com organização estranha para terras Tupiniquins, subtraíram em apenas dois minutos e meio, 720 quilos de ouro, diretamente debaixo das barbas da Brink´s nas dependências do Aeroporto de Guarulhos, mas não.
Até onde se sabe, aquele era ouro legal, verdadeiro, aparentemente em despacho oficial e assegurado, para o exterior. Ouro real, roubado por bandidos “profissionais,” (eles existem em todas as áreas da atividade humana, até nas mais nefandas), britanicamente pontuais e que não temos como saber se um dia serão capturados, mas quero falar aqui é de bandidos “pé de chinelo”.
Bandidos que roubaram Pirita, (dissulfeto de ferro) metal quebradiço, conhecido como ouro dos tolos, que aquecido exala o óxido sulfúrico, gás altamente venenoso com cheiro de caramelo, pensando tratar-se de verdadeiro ouro.
Os Hackers caipiras, ladrões de conversas telefônicas.
A analogia aqui veste como uma luva no Senhor Verdevaldo e sua assecla, ex-candidata a vice do “boca de burro” e também em seus veículos de divulgação atrelados: “Foice de São Paulo” ,” Veja em que merda nos metemos” “rede Bobo” e o mais novo reduto da esquerdalha, a rede “Embandeirada de TV”.
Dessa última emissora, um jornalista, do qual não vou citar o nome para não promover o idiota, declarou: - Preciso admitir que errei quando chamei Moro de caipira empoderado. Ele é na verdade um caipira empoderado construindo um projeto de ditadura onde PM´s terão salvo conduto para matar, estrangeiros poderão ser expulsos sem razão e todos os pecados dos políticos serão perdoados. Sic no post do idiota.
Ao que se refere o idiota? Uma polícia com direito a revidar quando atacada por bandidos armados com fuzis de alto calibre?
À proteção assegurada por partidos de esquerda, em território pátrio, para todo tipo de escória internacional, como Cesare Battisti, Verdevaldo e tantos outros que encontram aqui um verdadeiro paraíso tropical, onde podem praticar todo tipo de delito sem castigo?
Por último, para responder a sua afirmação sobre os pecados políticos perdoados, quero lembrar a esse cidadão, com as sábias palavras de Cid Gomes, que: - O Lula está preso babaca.
As conversas hackeadas de mais de mil autoridades do país por alguns transviados do cyber espaço (não confundir com trans-veados) do interior de São Paulo, que movimentavam grandes volumes de dinheiro em suas contas em Bitcoins sem origem definida, segundo informações dadas pelo próprio Walter Delgatti Filho (o invasor) obtidas com a finalidade de serem vendidas ao PT.
Aparentemente, o partido cansado de entrar em fria, não teria acreditado na oferta, então buscaram alguém mais afoito e menos “macaca velha” nessas questões. Chegaram a ex-candidata a vice, que mesmo sendo repórter, menos de dez minutos depois de receber a oferta, passou o furo de reportagem para Verdevaldo, que como gringo em escola de samba, dançou alegre e desengonçado.
Em sua declaração à PF (segundo a rede Bobo) o hacker não cobrou nada pelas informações.
Então, de onde vinha o dinheiro que movimentavam? De aplicações em bitcoins, segundo declarou um deles, mas de onde vinha o dinheiro para comprar os bitcoins?
- “Follow de Money”, como diria John Edgar Hoover.
Na avaliação da OAB e de outras instituições na mão de esquerdalhas o Ministro Sergio Moro teria extrapolado os limites de sua competência, ao divulgar alguns dos nomes de pessoas hackeadas como o do “amigo do amigo de meu pai e do “Nhônho”.
Estão com medo de que?
“Deu mal”! Moro tem em mãos mensagens enviadas de mais de mil celulares de políticos.
Se for comprovado que as informações foram compradas pelo Intercept Brasil, configura-se conspiração contra o Estado.
Então o que parecia ouro, no calor das revelações, vai se transformando no veneno de cheiro adocicado que eliminará de vez o falso vencedor do Pulitzer, vítima de sua própria propalada astúcia de Chapolin Colorado.
Como costuma dizer um amigo meu:
- Intelectual de esquerda é um paradoxo.
Verdevaldo está maduro e apodrecendo rapidamente, vamos reunir as provas e descartá-lo rapidamente em uma cela, antes que espalhe seu mau cheiro.
H. James Kutscka é Escritor e Publicitário.
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Posted: 28 Jul 2019 10:00 PM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Antônio P. Valle
O jogo avança no ritmo cinético dos eixos, conforme já expus, em função da atenção concentrada no bispo (eixo do sistema de crenças), no cavalo (eixo do poder armado), na torre (eixo da economia), segundo a estratégia definida pelo jogador que vê de uma perspectiva mais elevada. O Rei é peça, mas observa a rainha e as demais peças em seus movimentos.
O bispo avança na diagonal. Na semana passada o milionário Jeffrey Epstein foi encontrado “quase inconsciente” com “marcas no pescoço” em posição fetal no chão da cela que ocupa no Centro Correcional Metropolitano (MCC), em Manhattan. Certamente é uma pessoa que sabe muito sobre as práticas abusivas perpetradas por “poderosos” ao longo de muitos anos.
Uma pequena pesquisa sobre o tema pode revelar bastante sobre como funcionam, de verdade, alguns mecanismos de poder. Todavia, para enxergar é preciso querer ver. As pessoas têm dificuldades de assimilação quando seus fundamentos são abalados, fato explicado pelo conceito de “Túnel de realidade” cunhado por Timothy Leary, mostrando que os indivíduos possuem um filtro mental com o qual percepcionam a realidade.
Ao estudar este conceito foi verificado que as pessoas só ouvem, enxergam ou entendem o que se encaixa dentro do seu sistema de crenças, abdicando do discernimento. Por isso Jesus escolheu seus discípulos entre pessoas iletradas, mas de mente aberta com poucos filtros. Quando se aproxima uma disruptura, para percebê-la antecipadamente, é necessário ter “olhos de ver e ouvidos de ouvir”.
O cavalo se posiciona para o momento decisivo, sabe que vai precisar de força. As novas famílias de armas escalares, bem como novas tecnologias mudaram o uso dos recursos no tabuleiro. O poder destrutivo exercido com sutileza tem sido amplamente utilizado porque não provoca reações extremas da opinião pública (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/23/algo-aconteceu-com-os-cerebros-de-diplomatas-dos-eua-em-cuba-diz-estudo.ghtml).
As potências ocidentais agrupam forças no Estreito de Hormuz, no Mar do Sul da China e nas fronteiras com a Rússia. Seus oponentes, dentre eles Rússia, China, Irã, Síria e Coreia do Norte também se posicionam, a Índia aguarda. Uma nova corrida armamentista está em curso e a guerra cibernética e de inteligência precede o ato final, encontrando-se em decisivo andamento, (https://securityaffairs.co/wordpress/88657/intelligence/fsb-contractor-sytech-hacked.html).
A torre teve os seus movimentos anteriores plotados e seus futuros lances parecem ir numa direção não regressiva. Os grandes bancos, pilares do sistema financeiro internacional e colunas da economia, tem mostrado um comportamento passível de cuidadoso acompanhamento, senão vejamos.
O HSBC sofreu em 2014 uma investigação vigorosa por parte do Senado americano (http://www.hsgac.senate.gov/subcommittees/) que concluiu, segundo o The Guardian, que o gigante bancário “ignorou os sinais de alerta de que suas operações globais estavam sendo usadas por lavadores de dinheiro e potenciais terroristas” - http://www.guardian.co.uk/. No ano seguinte outro escândalo veio à tona onde o banco britânico foi acusado de “ajudar” clientes ricos a evitar o pagamento de milhões de dólares em impostos por meio de sua filial na Suíça - http://www.bbc.co.uk/. Os documentos incluem dados sobre 5.549 contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total à época de US$ 7 bilhões (R$ 19,5 bilhões).
Em 2016 foi a vez do Goldman Sachs ocupar os holofotes, pagando multas de US$ 5 bilhões, após a conclusão de uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA que sentenciou: “Esta resolução torna o Goldman Sachs culpado por má conduta e por mentir a investidores ao afirmar que os títulos eram apoiados por hipotecas saudáveis“, disse Stuart Delery, do Departamento de Justiça - http://epocanegocios.globo.com.
O banco criou “credibilidade” para o que não tinha lastro. A reportagem ainda diz: “O anúncio é o mais novo capítulo da série de esforços de autoridades do Departamento de Justiça, em conjunto com outros Estados, de penalizar bancos por impulsionarem a bolha imobiliária que resultou no colapso financeiro de 2008. Instituições como o J.P. Morgan Chase, Bank of America, Citigroup e Morgan Stanley já pagaram, juntos, quase US$ 40 bilhões para encerrar investigações parecidas. Fonte: Dow Jones Newswires”.
Entenda-se por “impulsionarem a bolha imobiliária” como óbvia manipulação do mercado, do contrário não haveria punição. Fica claro que o pagamento de multas conjuntas de cerca de US$ 40 bilhões foi para “para encerrar investigações parecidas”, o que saiu barato para os bancos, do contrário eles não pagariam. Quem já fez antes pode fazer de novo.
Este ano foi a vez, como já comentado em outro artigo da série “xeque-mate”, do Deutsche Bank, um gigante da Europa. Há indícios que o banco pode estar envolvido no vultoso escândalo do fundo de desenvolvimento 1MDB (1Malaysia Development Berhad) da Malásia, tendo violado as leis de corrupção estrangeira e/ou lavagem de dinheiro, informou o Wall Street Journal. Isso surgiu quando o The New York Times noticiou que os gerentes do Deutsche Bank negligenciaram as advertências do pessoal de Compliance em suas negociações com Jeffrey Epstein. A situação do banco tornou-se tão aguda que ele anunciou a demissão de 18.000 funcionários e a venda de € 150 bilhões (US$ 168 bilhões) de saldos mantidos em carteira para o francês BNP Paribas.
Os analistas bem informados percebem que algo está vindo, os sinais já são visíveis para olhos treinados. Desde o comportamento dos fundos de investimento, citado em outro artigo, como o RenTec de James Simons, aos “avisos” do próprio analista do Deutsche Bank, Robin Winkler, quando diz: “a tensão cíclica nos desequilíbrios financeiros globais atingiu níveis vistos pela última vez na véspera da crise financeira”, tudo leva a crer que a luz vermelha acendeu-se. Robin Winkler demonstrou isso graficamente:
Outro analista, Michael Cembalest, do J.P.Morgan, prevendo a possibilidade do dólar não resistir a próxima crise, mostrou de uma forma gráfica que as moedas de reserva não duram para sempre e o dólar também perderá o seu status.
Cembalest disse: “Eu me lembro do seguinte comentário do falecido economista do MIT, Rudiger Dornbusch: 'A crise leva muito mais tempo do que você pensa, e então acontece muito mais rápido do que você imagina'”. O status de moeda de reserva está sendo questionada, e ninguém menos que o Private Bank do J.P.Morgan pergunta, na estratégia de investimento deste mês, se o “privilégio exorbitante do dólar” está chegando ao fim? Eles dizem: "Acreditamos que o dólar poderia perder seu status de moeda dominante do mundo (o que poderia levá-lo a depreciar no médio prazo) devido a razões estruturais e a impedimentos cíclicos". Por que eles tocam neste assunto agora?
Atualmente, 85% de todas as transações cambiais envolvem o dólar, ainda que a participação do PIB estadunidense seja de cerca de 25% do PIB global.
Segundo estudos, dos estimados US$ 30 trilhões em crescimento de consumo da classe média entre 2015 e 2030, espera-se que somente US $ 1 trilhão venha das economias ocidentais de hoje. Na medida que outras regiões crescem e se tornam relevantes na economia, a participação de transações que não utilizam o dólar inevitavelmente aumentará, o que provavelmente reduzirá a importância do dólar como reserva de valor.
Países de todo o mundo já estão desenvolvendo mecanismos de pagamento que evitam o uso do dólar. A China já possui em funcionamento o “payment versus payment”, lançado em 9 de outubro de 2017. Com o sistema é possível realizar transações em moedas nacionais, por exemplo, da Rússia e da China, sem utilização do dólar. A Gazprom (Rússia) e a CNPC (China), duas gigantes do ramo de energia, assinaram um contrato, válido por 30 anos, de fornecimento de gás russo à China no valor total de US$ 400 bilhões de dólares, pagos em yuans, sem uso de dólares. Este sistema está em expansão para novas moedas no intuito, inclusive, de contornar as sanções americanas que utilizam o sistema SWIFT como instrumento de pressão.
Segundo Peter Koenig, o PIB dos estadunidenses será de US$ 21,1 trilhões em 2019 (estimativa do Banco Mundial), com uma dívida atual de US$ 22 trilhões, ou seja, 105% do PIB. O PIB mundial está projetado para 2019 em US$ 88,1 trilhões (Banco Mundial). De acordo com a Forbes, existem cerca de US$ 210 trilhões de “passivos não financiados” (valor presente líquido de obrigações futuras projetadas, mas não financiadas, principalmente previdência social, Medicaid e juros acumulados sobre dívidas), um número cerca de 10 vezes o PIB dos EUA, ou duas vezes e meia a produção econômica mundial. Além disso, há cerca de um a dois quatrilhões de dólares (ninguém sabe a quantia exata) dos chamados derivativos flutuando em todo o mundo. Esta dívida monstruosa é parcialmente detida na forma de títulos do Tesouro como reservas cambiais por países em todo o mundo -https://www.globalresearch.ca.
O grande problema da perda do status do dólar como moeda de referência global é que os EUA são totalmente dependentes deste status para “rolar” seu monstruoso déficit gêmeo e consequente colossal dívida. A perda futura desta liquidez do dólar levaria a economia dos EUA ao caos, e obter autorização do congresso para elevar continuamente o teto da dívida atual, como vem fazendo, não vai ajudar.
Até mesmo a candidata presidencial democrata Elizabeth Warren, segunda colocada nas pesquisas para indicação do partido, chama a atenção para os sinais crescentes de problemas na economia. Num artigo que ela divulgou na segunda-feira da semana passada, alerta para um "estouro econômico" se aproximando. Ela disse:
“Quando olho para a economia hoje, vejo muito com o que me preocupar novamente. Eu vejo uma recessão no setor manufatureiro. Eu vejo uma economia precária que é construída sobre a dívida - tanto a dívida das famílias quanto a dívida corporativa - e isso é vulnerável a choques. E vejo uma série de choques sérios no horizonte que podem fazer com que os alicerces instáveis de nossa economia desmoronem”.
“Uma geração de salários estagnados e custos crescentes para o básico, como moradia, creches e educação, forçaram as famílias americanas a assumir mais dívidas do que nunca. A dívida do estudante "mais do que dobrou desde a crise financeira". A dívida do cartão de crédito americano corresponde ao seu pico de 2008. A dívida de empréstimos de automóveis é a mais alta desde que começamos a rastreá-la há quase 20 anos, e um número recorde de 7 milhões de americanos estão atrasados em seus empréstimos para automóveis - muitos dos quais têm características abusivas semelhantes às hipotecas subprime pré-colisão. 71 milhões de adultos americanos - mais de 30% dos adultos no país - já têm dívidas na arrecadação. As famílias podem ter condições de arcar com esses pagamentos de dívidas agora, mas um aumento nas taxas de juros ou uma desaceleração na renda poderiam levar as famílias a um precipício”.
O que os governos das potências estão fazendo para proteger-se desta perspectiva?
O ouro é reconhecido como uma reserva de valor segura a muitos séculos. Sobre esta questão não há muitas controvérsias entre aqueles que entendem do assunto. Os países investem milhões para construir estruturas seguras para custodiar seu ouro físico porque sabem que ele é uma reserva de valor inquestionável, do contrário por que o fariam? Numa crise ele é considerado um refúgio seguro, diferentemente de papeis de crédito sujeitos a especulação advinda de percepções de credibilidade e de liquidez. O governo dos EUA afirma ter 8.133,5 toneladas de ouro físico em suas reservas oficiais. Cinquenta e oito por cento são mantidos em Fort Knox, no Kentucky, 20% em West Point, no estado de Nova York, 16% estão na casa da US Mint em Denver, Colorado e 5% são mantidos nos cofres do NY Fed (Federal Reserve Bank of New York).
As reservas de ouro da Rússia totalizaram 2.208 toneladas, informou o Banco Central da Rússia (CBR), estimando o valor de suas reservas de ouro em US $ 100,3 bilhões em 1º de julho. Só em junho, a Rússia acrescentou 18 toneladas do metal precioso às suas reservas. Aumentando seus estoques de ouro, a Rússia também está diminuindo sua participação nos títulos do Tesouro dos EUA - Sputnik.
Como eu já afirmei em outro artigo da série xeque-mate: “A compra de ouro dos bancos centrais nos primeiros cinco meses deste ano é 73% maior do que um ano antes, com a Turquia e o Cazaquistão também se unindo a China e a Rússia como os quatro maiores compradores. É possível constatar que 2018 foi o ano em que bancos nacionais / centrais adquiriram mais ouro desde 1968 e estes volumes atuais estão ultrapassando o volume do ano passado em 73%, tornando possível, se a tendência continuar, prever que 2019 será o maior ano para aquisições de ouro na história”. Todos de movem rapidamente e decisivamente para proteger suas economias.
E o Brasil, como vem se posicionando neste assunto?
Em outro artigo da série xeque-mate eu fiz a seguinte menção: “Segundo dados do Bacen em maio de 2019 o Brasil possuía reservas US$ 388,09 bilhões, o que vem se mantendo em patamar semelhante a sete anos consecutivos, uma vez que em maio de 2012 nossas reservas eram de US$ 373,91 bilhões. Esta reserva atual é considerada por muitos economistas como elevada e confortável, uma vez que se considerarmos o PIB brasileiro, dá uma sensação de segurança em função do seu montante.
Entretanto, além de quantidade deve ser considerada a qualidade dos ativos, vez que poderíamos vê-la como segura, não fosse pela natureza da sua composição. Surpreendentemente destes US$ 388,09 bilhões temos US$ 363,32 bilhões em títulos e somente US$ 7,98 bilhões em moedas estrangeiras, ou seja, 93,62% das nossas reservas são títulos, o que é uma exposição muito acima dos demais países!
Não bastasse a vulnerabilidade óbvia é um péssimo negócio financeiro, pois em 2018 pagamos, em média, 9,5% a.a. sobre os títulos brasileiros que financiam a dívida pública, emitidos para 5 anos, e recebemos 3% a.a pelos títulos norte-americanos que compramos, emitidos para o mesmo prazo. Para deixar mais clara a frágil situação, que é contrária a estratégia dos demais países que mostrei, a participação do ouro nas reservas brasileiras é de insignificantes US$ 3,05 bilhões, ou seja, 0,79% do total”.
Numa crise global, de acentuado aspecto de liquidez, se os emissores dos papeis que mantemos em nossas reservas virarem para o Brasil e disserem que precisam dilatar o prazo do vencimento devido a crise, ou que simplesmente não podem honrá-los, o que o Brasil faria? Qual instrumento de pressão ele tem para forçá-los? Óbvio que nenhum.
A governo estadunidense, que tem informações de qualidade de suas agências de inteligência, parece estar se preparando para possíveis distúrbios. O Exército dos EUA inundou os céus de Washington D.C. em 22 de julho de 2019 com helicópteros de combate fortemente armados, tendo também apoio em terra, num exercício militar para proteger prédios federais sem prazo para término, talvez prevendo um possível agravamento da situação interna dos EUA -https://www.bloomberg.com/. O Congresso dos EUA aprovou uma lei (H.R. 6566) que obriga a FEMA (Federal Emergency Management Agency) a preparar-se para um “planejamento de morte em massa” enquanto os cemitérios e funerárias estiverem lotados pela consequência de um “atentado terrorista”, “desastres naturais” ou “outro tipo de crise”.
A torre quer “rocar” com o rei antes do xeque para proteger também a rainha.
O Rei, mais experiente, percebe que está chegando a hora de sacrificar a rainha inocente para chegar ao mate. Ele e o Jogador são prudentes como a serpente. Observam os movimentos e as peças serem postas em posições estratégicas, aguardando pacientemente a hora do “mate”.
Trump e Bolsonaro, dentre outros como na Itália, foram “surpreendentemente” galgados a cadeira que hoje ocupam. Talvez eles tenham sido postos ali com a finalidade de, ao final, pagar a conta. Alguém terá de pagar a dívida/bolha que vem se acumulando. Depois do “mate” alguém tem de levar a culpa.
Todo jogo acaba ou muda de fase. Crie a situação, espere a reação e ofereça a solução. O xeque-mate se aproxima.
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quinta-feira, 1 de agosto de 2019
Bolsonaro vai ignorar o risco de crise externa?
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