Por Rafael Ciscati e João Sorima Neto | De São Paulo
Os brasileiros de 15 anos não demonstram habilidades consideradas básicas, como a capacidade de resolver problemas de matemática simples. E nossos melhores estudantes ficam na rabeira das avaliações internacionais. É o que mostram os números do último Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa), desenvolvido pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A posição ruim do Brasil foi assunto do último "E agora, Brasil?", organizado pelos jornais "O Globo" e Valor.
Principal avaliação do gênero, o Pisa mede as habilidades adquiridas pelos alunos a partir do 7º ano.
Numa lista de 70 nações, o Brasil ocupa o 63º lugar. Segundo Erick Hanushek, economista especializado em educação, os resultados brasileiros narram a crônica de uma oportunidade perdida.
Hanushek traçou dois cenários para o Brasil. No primeiro, avaliou como a economia se comportaria caso todos os alunos brasileiros adquirissem as habilidades consideradas básicas pela OCDE. Segundo ele, o PIB brasileiro poderia crescer ao ritmo de 10% ao ano.
Em uma projeção mais modesta - no caso de o país alcançar os mesmo índices que o México, por exemplo - os benefícios já seriam notados. "A economia brasileira poderia crescer 5,6% ao ano e os salários no país cresceriam 11%", diz ele.
Para Priscila Cruz, presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, 2018 é um ano essencial para esse tipo de reflexão. "Um ano eleitoral abre a oportunidade para pensarmos qual o nosso projeto de país. E é necessário colocar a educação no centro do debate sobre qual país queremos", diz ela.
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