Texto proposto por Angela
A população se faz cotidianamente essas perguntas; deputado assumidamente corrupto diz que Lula sabia de tudo e era o chefe
De
muito longe, a notícia mais importante do dia são os detalhes que vieram
a público da delação do ex-deputado Pedro Correia (PP). Ele confirma
duas coisas que este blog sempre assegurou:
a: não existe diferença entre mensalão e petrolão;
b: Lula sempre soube de tudo e esteve no comando das negociações.
Correa
conta que era um dos membros de um tal Conselho Político criado por
Lula, que reunia o então presidente, os ministros Antonio Palocci e José
Dirceu e presidentes de partidos da base aliada.
Ali se via
a agenda do Congresso e cada um expunha as “dificuldades” que teriam
com suas respectivas bases. Lula então encarregava Dirceu de, sob sua
supervisão, forçar os dirigentes das estatais e dos órgãos públicos a
satisfazer os apetites dos partidos. Ou por outra: ali se combinava o
pagamento de propina.
Em seu depoimento, disse Corrêa:
“O presidente Lula encarregava o ministro José Dirceu de fazer as cobranças sobre os dirigentes para que atendessem, com mais presteza às solicitações dos partidos. Em alguns setores as reivindicações eram de arrecadação de propina e, em outros, de interesses políticos, visando o favorecimento dos estados e municípios dos parlamentares.
”
Em nota, obviamente, o Instituto Lula nega tudo.
Por que não está preso?
Aonde quer que eu vá, as pessoas me procuram para perguntar quando Lula será preso, se será ou quando será preso. É uma indagação justa.
É claro
que uma prisão tem de estar ancorada em provas, em evidências
inquestionáveis de envolvimento com um crime, e Lula não é exatamente
burro.
Mas os
mortais comuns têm todo o direito de achar que é impossível que ele não
soubesse do mensalão e do petrolão. A razão é simples: nada se decide no
partido ainda hoje que não passe por ele. O homem bate o martelo até
sobre quem vai e quem não vai ser candidato pelo partido.
Inferir
que não sabia de dois baita esquemas de corrupção operados por seu
partido, que tinham como um dos objetivos manter unida a “base aliada”
corresponde a fazer pouco da nossa inteligência.
A notícia
está gerando pouco barulho. O momento, agora, é de caçada a Michel
Temer. Há um casamento entre setores radicalizados do PT, incrustados na
máquina pública, e petistas infiltrados na imprensa para inviabilizar o
novo governo.
O objetivo
explícito é devolver Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. E isso
implica esquecer por que diabos o PT acabou, afinal de contas, perdendo o
poder.
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