A ética tacanha de Robin Hood
Com o dinheiro dos outros sempre é fácil |
Assumir o papel de Robin Hood e desejar a distribuição de riquezas através da força e coerção é estar ao lado de atitudes imorais perante as pessoas.
Há mais de dois meses publiquei que a“Transferência de riqueza e igualdade de renda são conceitos imorais”, onde enfatizo que o fluxo de riqueza, quando não desvirtuado pelo Estado, é naturalmente orientado para as pessoas e setores eficientes e eficazes, refletindo inerentemente a meritocracia nos processos. Esse fluxo de riqueza ocorre principalmente pelo esforço voluntário dispendido de cada indivíduo em sua atividade particular, e pode ser estimulado e potencializado por suas habilidades natas ou por uma escolha pessoal. Assim, cada pessoa deve ser hábil para avaliar se a troca de seu tempo por uma determinada recompensa é (ou não) um caminho válido para a realização de seus desejos, refletindo assim diferentes motivações.
Ainda nesse raciocínio, é claro o quanto é um ato imoral a retirada, por
alguém ou uma entidade, de parte da riqueza de quem honestamente a
conquistou e entregá-la a quem não demandou o esforço correspondente,
como aos nossos burocratas e empresários favorecidos pelo sistema,
beneficiando assim os setores improdutivos da sociedade e perpetuando
essa lógica nefasta. A defesa desse sistema pelos entusiastas da
distribuição de renda é utilizar um suposto atestado de integridade,
fazendo com que pensemos que os reais beneficiados são as pessoas mais
pobres, enquanto no fundo, eles são os maiores prejudicados a longo
prazo. Escrevi posteriormente “Como ajudar genuinamente os pobres e necessitados”
onde comento ações que são os reais meios de construção de riqueza que
eliminarão de fato a pobreza a médio prazo, mas que passam longe do
discurso social dominante.
Possuidoras desse dissimulado atestado de integridade e de uma
auto-atribuição do bem, as pessoas defensoras da distribuição de renda
possuem um conceito ético que se assemelha muito ao pensamento de Robin
Hood, que Ayn Rand descreve claramente em seu romance “A Revolta de
Atlas”:
“(Robin Hood) é tido como o primeiro homem que assumiu ares de virtude por fazer caridade com dinheiro que não era seu, por distribuir bens que não produzira, por fazer com que terceiros pagassem pelo luxo de sua piedade. Ele é o homem que se tornou símbolo da ideia de que a necessidade, não a realização, é a fonte dos direitos; que não temos de produzir, mas apenas de querer; que o que é merecido não cabe a nós, e sim, o imerecido. (...) É essa criatura infame, esse duplo parasita que se alimenta das feridas dos pobres e do sangue dos ricos, que os homens passaram a considerar ideal moral."
Ou seja:
1) Ele nada produzia. Assim como o governo e os burocratas;
2) Ele distribuía o dinheiro dos outros, não o seu (e claro que deveria
reter uma “parte”, pois ele precisava também de comida, diversão e arte,
pois ninguém é de ferro). Assim como o governo e os burocratas;
3) Ele estimulava a ociosidade, pois ao invés de promover a realização,
promovia a necessidade como fonte de direito. Assim como o governo e os
burocratas;
4) Ele sugava tanto os pobres (que ficavam em sua dependência) como os
ricos e legitimava uma ética que justifica atos imorais (meios) baseados
em valores (fins) alegadamente justos. Assim como o governo e os
burocratas.
E esse é um dos pilares dos discursos atuais da esquerda. O mundo onde Robin Hood é um herói. Um mundo perturbado.
P.S.: Existem outras abordagens que revisitam a lenda de Robin Hood, tratando-o como uma pessoa que, revoltada com os pesados impostos, roubava-os dos burocratas e beneficiários do reino da Inglaterra e "devolvia-os" aos pobres. Não conheço fontes confiáveis, porém, para essa abordagem. Mantive aqui nesse artigo, a história clássica, de roubar dos ricos (sem vincular essa riqueza a outro roubo) para dar aos pobres. Em outros artigos sempre fiz essa distinção: que a riqueza merecida, é a riqueza adquirida por vias legais e por esforços próprios.
P.S.: Existem outras abordagens que revisitam a lenda de Robin Hood, tratando-o como uma pessoa que, revoltada com os pesados impostos, roubava-os dos burocratas e beneficiários do reino da Inglaterra e "devolvia-os" aos pobres. Não conheço fontes confiáveis, porém, para essa abordagem. Mantive aqui nesse artigo, a história clássica, de roubar dos ricos (sem vincular essa riqueza a outro roubo) para dar aos pobres. Em outros artigos sempre fiz essa distinção: que a riqueza merecida, é a riqueza adquirida por vias legais e por esforços próprios.
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