Posted: 03 Aug 2019 06:02 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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O
que acontece quando poderes e poderosos sem controle, sem limites
delimitados pela sociedade, resolvem guerrear entre si, sem parar?
Acontece exatamente o que estamos vendo hoje no Brasil: uma guerra de
todos contra todos os poderes. O resultado é a mais grave crise
institucional nunca antes vista na História deste País. Quem reclama já
perdeu... Todo mundo briga, e pouco importa quem tem razão. A próxima
vítima pode ser qualquer um...
Os
poderosos só não querem, ou fingem não admitir, que tamanha crise é a
conseqüência maléfica da péssima Constituição Federal de 1988 – que
esgotou-se e tem de ser substituída por outra – que a sociedade
brasileira comete o pecado mortal de não debater. Nesta omissão ou
incompetência cidadã mora o perigo. A maior desgraça do Brasil é a
insegurança do Direito. Não temos Democracia de verdade. O Crime
Institucionalizado impõe sua ditadura com respaldo constitucional.
As
fraturas institucionais ficaram expostas com o episódio criminoso no
qual hackers, com clara motivação e patrocínio político, invadiram
smartphones de “autoridades” de todos os poderes da República de
Bruzundanga. A quantidade de “vítimas” da hackeagemcausou pavor
generalizado. Imagina se vem a público parte ou todo de algumas
conversas e informações obtidas ilegalmente? A inconfidência teria
potencial de assassinar a reputação de muita gente nos três poderes e na
extrema-imprensa que também entra na dança.
A
briga de maior potencial destrutivo foi magistralmente descrita em uma
entrevista rapidinha do gênio genioso Gilmar Mendes: “Esta é a maior
crise que se abateu sobre o aparato judicial do Brasil desde a
redemocratização. É a maior crise com o envolvimento de dois eixos
chaves: a Justiça Federal, que está com seu prestígio muito abalado, e a
PGR, que, na sua inteireza, está com o prestígio muito abalado. Ninguém
quer saudar hackeamentos e iniciativas desse tipo, mas as revelações
são extremamente graves”.
O
constitucionalista Gilmar descreveu, direitinho, o caos. Fora de
controle, os aparelhos repressivos do Estado-Ladrão tupiniquim estão se
comendo vivos. As críticas dos envolvidos nas pancadarias ajudam a
entender o cerne do problema. O Sindifisco nacional repudiou a decisão
“arbitrária e inédita” do ministro Alexandre de Moraes de suspender
todos os procedimentos investigatórios que atinjam autoridades (no caso,
os supremos magistrados Gilmar Mendes, José Dias Toffoli e as esposas
de ambos). O Sindifisco reclamou que Moraes “ocupa ilegalmente a dupla
função de Ministério Público e de magistrado e que se trata de um
verdadeiro tribunal de exceção, com objetivo claro de transformar
poderosas autoridades públicas em contribuintes intocáveis”.
Especificamente
sobre a “hackeagem” sofrida pelo coordenador da Força Tarefa da Lava
Jato, Deltan Dallagnol, e outros membros do Ministério Público Federal, a
Associação Nacional dos Procuradores da República também protestou que
as decisões judiciais adotadas pelo ministro Moraes com base no
inquérito número 4.781 colocam em xeque a isenção e a imparcialidade do
Poder Judiciário e produzirão elementos nulos em qualquer processo. A
entidade também advertiu que o Supremo Tribunal Federal não poderia
requerer mensagens cujos “respectivos dados foram obtidos de forma
criminosa, por meio de captação ilícita, violando os postulados do
estado democrático de direito”.
O fogo contra fogo entre STF e PGR escancara o problema estrutural: quem controla quem? Ministros
do Supremo não podem ser investigados por procuradores da primeira
instância federal, como Dallagnol e os demais integrantes da
força-tarefa. Só podem ser investigados com autorização do próprio
Supremo e pelo procurador-geral da República (aquele cargo que o
Presidente Jair Bolsonaro não tem o direito de errar na escolha, porque
seu ocupante tem o poder de ser o “processador” ou o “engavetador” de
investigações, inquéritos e processos contra os superpoderosos).
No
meio do quebra-pau com a PGR, alguns no Supremo ainda aproveitam para
guerrear contra o Presidente Jair Bolsonaro. O ministro Celso de Mello
aproveitou a vacilada na edição de uma mesma medida provisória sobre
assunto idêntico na mesma legislatura (no caso da demarcação de reservas
indígenas) para detonar:
“O
comportamento do atual senhor presidente da República, revelado na
reedição de medida provisória, clara e expressamente rejeitada pelo
Congresso Nacional no curso da mesma sessão legislativa, traduz uma
inaceitável transgressão à autoridade suprema da Constituição Federal, e
representa uma inadmissível e perigosa transgressão ao princípio
fundamental da separação de poderes, consagrada, como sabemos, no artigo
2º da lei fundamental da República. É sempre preciso advertir, senhor
presidente, que o regime de governo e as liberdades da sociedade civil
muitas vezes expõem-se a um processo de quase imperceptível erosão,
destruindo-se lenta e progressivamente pela ação ousada e atrevida,
quando não usurpadora, dos poderes estatais".
Felizmente,
no meio da pancadaria, aparece uma voz de lucidez. Aproveitando uma
palestra pública no interior de São Paulo, o ministro Luís Roberto
Barroso produziu a crítica mais sensata sobre a “hackeagem” em meio à
guerra de todos contra todos e no combate da sociedade brasileira contra
a corrupção sistêmica e o Crime Institucionalizado:
“É
preciso estar atento porque parte da agenda brasileira hoje foi
sequestrada por criminosos. É muito impressionante a quantidade de gente
que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime e, na minha
percepção, há mais fofocas do que fatos relevantes, apesar do esforço de
se maximizarem esses fatos. Com um detalhe - e se tiver coisa errada, o
que é certo é certo, o que errado é errado - porém, há um detalhe
importante aqui. É que, apesar de todo estardalhaço que está sendo
feito, nada encobre o fato de que a Petrobras foi devastada pela
corrupção. Não importa o que saia nas gravações. A Petrobras precisou
fazer um acordo de US$ 3 bilhões em Nova York com investidores
estrangeiros, ou então o Judiciário americano faz parte da conspiração.
Teve que fazer um acordo de mais de US$ 800 bilhões com o Departamento
de Justiça americano, que certamente não fará parte de nenhuma
conspiração. Portanto, nada encobre a corrupção sistêmica, estrutural e
institucionalizada que houve no Brasil. É difícil entender a euforia que
tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por
criminosos”.
Resumindo
a salada de declarações polêmicas: a guerra de todos contra todos vai
longe... Toda pancadaria é o resultado direto de uma Constituição
Federal que precisa ser mais “interpretada” do que efetivamente
“cumprida”. Esta Constituição Vilã não deixa claro quais são os limites
investigatórios dos aparelhos repressivos estatais. Os abusos de
autoridade acontecem e se repetem porque a Carta Magna permite que os
poderosos controlem a sociedade, mas não o contrário: que a sociedade
tenha controle direto sobre os poderes e seus agentes.
Enquanto
tal debate não for efetivamente realizado, a guerra de todos contra
todos só vai aumentar, produzindo mais vítimas, de forma justa ou
injusta. Os cidadão precisam ter a capacidade, prevista
constitucionalmente, de fiscalizar e controlar, diretamente, todos os
poderes da República. Sem o Controle Social Preventivo, nossas variadas
“gestapos” estatais continuarão hegemônicas, promovendo “rigor seletivo”
ou “impunidade conveniente” (duas facetas da falta de efetiva
Democracia).
Quem
sabe as coisas não começam a mudar mais depressa, agora que o Supremo
Tribunal Federal também constatou que seus “deuses” também são alvos
fáceis da falta de Democracia?
Resumindo,
novamente: Ou discutimos e desenhamos um Projeto Estratégico de Nação,
com uma Constituição fácil de ser cumprida objetivamente, sem tantas
interpretações supremas, ou seguiremos na guerra de todos contra tolos,
sob domínio do Crime Institucionalizado...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 3 de Agosto de 2019. |
Posted: 03 Aug 2019 05:55 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
As crianças que tinham cerca de sete anos em 1.985, quando começou a malfadada Nova República, hoje estão com quarenta e poucos.
Já foram (des)educados segundo a cartilha do quanto pior, melhor.
Os que ainda tem emprego, estão no nível de gerência média, onde já tomam algumas decisões importantes em suas empresas.
Aí mora o perigo ! A grande maioria não sabe nada de matemática, de história, de geografia, etc. Analfabetos funcionais.
Também se recusam a consultar os mais velhos, uma vez que em sua arrogância, por eles têm um solene desprezo.
Assim, quase a totalidade das empresas nacionais está fadada à falência ou à venda a estrangeiros.
Paradoxalmente, há uma “explosão” de startups.
A
elite da inteligência jovem, que teve a oportunidade laboral no
exterior, entendeu o que é competição e o que é marketing. Falam inglês
melhor que o português.
De todas as incubadoras de novos negócios que conheço, a melhor é o Distrito Fintech.
Entre
os bancos digitais, transformados de pequenos bancos tradicionais
alguns fizeram caminhos inversos. O Banco Agibank (antigo Agiplan) era
companhia aberta e fechou seu capital. Já o banco Inter (antigo
Interunion) abriu o capital e hoje é cotado em bolsa.
Está em fase pré-operacional o C6 Bank, fundado por antigos executivos do BTG Pactual.
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segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Constituição ruim vai gerar crises piores
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